por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 15 de junho de 2011

JORGE FARAJ - por Norma Hauer



Foi a 14 de junho de 1963 que ele faleceu.
Grande letrista de nossa música popular.
Era aquele que tomava o trem das professoras como "um vagalume atrás dos astros", vindo da boemia.

Ele de fato fazia o que cantou em sua música "Professora" e a professora verdadeira, sabendo do caso, quis conhecê-lo, mas o achou feio e não se interessou por aquele poeta feio por fora, mas belo por dentro.
Desprezou-o.

Hoje nem sabemos quem era ela, mas sabemos que Jorge Faraj foi um dos grandes letristas da MPB, compondo, ao lado de Newton Teixeira, "A Deusa da Minha Rua", onde,

“ Na rua, uma poça dágua
Espelho de minha mágoa
Transporta o céu para o chão

Também cantou aquela que "era do morro a mais famosa flor, todo mundo cantava em seu louvor, todo mundo "Menos Eu".
Com Custódio Mesquita compôs "Preto Velho", cuja sombra passava e todo mundo fazia chalaça".

“Preto velho,
Quando a sua sombra passa
Todo mundo faz chalaça
Dá vaia, debocha e ri...”

Com Benedito Lacerda compôs "É Quase a Felicidade"

“Para matar a saudade,
Da grande felicidade
Que eu perdi ao te perder...”



e ".. E a Saudade Ficou lâmpada triste..." Com Roberto Martins compôs “Apenas Tu” e "Último Beijo", a música que me fez "descobrir" Carlos Galhardo

Jorge Faraj, como muitos de sua época, era um boêmio, que trocava o dia pela noite e acabou tuberculoso, mas para alguém que adquiriu essa terrível doença, viveu bastante: quase completo 62 anos, nascido que fôra em 9 de julho de 1901.
Mais um que faleceu em seu “Inferno Zodiacal”.

Lembro-me que quando ele faleceu, apenas uma pequena nota saiu nos jornais, assim:
“Foi sepultado ontem, no Cemitério de Irajá, o compositor Jorge Faraj, autor de "Professora".

E nada mais.

Fosse ele "americano" daquele país ao norte do Equador a notícia sairia com "letras garrafais".


Norma

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