por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 4 de abril de 2011

OSWALDINHO DO CEARÁ - FORRÓ DO CRATO PARA O MUNDO


...CONTINUAÇÃO

Foi exatamente no exercício da profissão que se deu o reencontro com o acordeon. Anos se passaram até que num presente do destino, fui levado a atender um casal de idosos: Dona Ana e Seu Farias. … “Certo dia Dona Ana me pegou pelo braço, me levou até o seu guarda roupa, abriu a porta e me disse: meu filho toquei acordeon quando era jovem, como você enche os olhos toda vez que fala da sua infância tocando acordeon então este instrumento é seu...”

São palavras do músico Oswaldinho: “Algo muito forte me tocou naquele momento e eu senti a presença muito forte de Luiz Gonzaga. A única coisa que me veio à cabeça naquele momento”.

A decisão de voltar a tocar foi imediata. Agora, dono da sua vontade, poderia decidir seu destino. Estudou por muito tempo com um professor chamado Rodolf Forte, um dos nossos grandes mestres do acordeon e que teve brilhante contribuição na sua formação, estudando também com Valmir do Acordeon que foi professor do músico Waldonys quando era criança.

O reinicio foi despretensioso. Conta o músico que não pensava em montar banda ou ocupar os palcos, a exemplo de tantos ídolos seus. Pretendia tocar em ambientes familiares e reuniões com amigos. No entanto, numa reunião de família, onde estava presente o professor Walmir do Acordeon, Oswaldinho passou a tocar zabumba para acompanhá-lo, e foi seguido pelo triângulo de um primo. “Era uma festa na casa de Tia Loura, ficamos tocando eu, seu Walmir e um primo meu chamado Paulinho, no triangulo”...

Foi o estopim.

Oswaldinho passou a dividir a atividade profissional como médico fisioterapeuta e músico. Ressalte-se, estre as suas proezas, a ocupação de Professor universitário. Oswaldinho é ainda inventor e criador de diversos equipamentos na área médica. O aparelho desenvolvido atualmente é um biofeedback RD5( REEDUCADOR MUSCULAR DIAFRAGMÁTICO ).

A partir daquele dia, o músico procurou se inserir no ambiente artístico da capital cearense. Sem medir esforços, passou a tocar em bares, restaurantes, festas em ambientes fechados, comemorações de amigos, enfim, tratou de ocupar espaços e trilhar caminhos até então desconhecidos por ele. Estava definitivamente na estrada com uma banda formada por um grupo de amigos. Confiantes, eles buscavam o espaço que lhes era devido pela qualidade que apresentavam nos seus trabalhos.

Foram dias, meses, anos de ensaio e boa vontade. Acreditavam no que faziam. Confiavam na força e no talento daquele abnegado músico que agora, cheio de vontade, carregava pendurado nos ombros, fora do peito, o instrumento que sempre carregou dentro desse mesmo peito...no coração: UM ACORDEON. Daí em diante, o talento e a objetividade foram decisivos para a sua carreira. A força de vontade lhe rendeu bons frutos.

Passou a receber convites para apresentações e, assim, veio o primeiro CD intitulado SER NORDESTINO, gravado no ano de 2007. A partir daí, Oswaldinho passou a ter contatos profissionais com aqueles que eram antes os seus ídolos. Cantores, músicos, sanfoneiros famosos que até então achava distante da sua realidade, pois que já eram artistas renomados como Waldonys, a saudosa Marinês, Dominguinhos, Flávio José, Dorgival Dantas, entre outros.

Afirma que foi felizardo ao receber do grande compositor, saudoso José Clementino, uma fita com várias canções e poder dividir com ele por telefone, ideias, poesias músicas, chegando a fazer uma parceria em uma canção bastante conhecida na região do Cariri chamada “Hino da Exposição do Crato”.

O segundo trabalho, também em CD, foi gravado em 2007 produzido por Dorgival Dantas com o tema Dois Lados da Paixão. Já atuando no cenário da musica no Nordeste, foi batizado musicalmente por Dorgival Dantas como o “DOUTOR DA SANFONA”, recebendo tambem o nome artístico “OSWALDINHO DO CEARÁ” pelo grande sanfoneiro e cantor Flávio José.

Entre a atividade profissional, e já convidado a fazer shows pelo Nordeste, gravou o seu terceiro trabalho no ano de 2009. Em 2010, passou a trabalhar na produção do seu primeiro DVD que será lançado em Abril de 2011, com o titulo PALAVRAS DE AMOR. Nele o músico reúne o que há de melhor no seu trabalho como músico e compositor alem de relembrar sucessos do Rei Luiz Gonzaga e musicas de amigos.

É forró autêntico, do bom, qualidade à mostra. Eu indico! Vale a pena conferir.

2 comentários:

socorro moreira disse...

Obrigada por me fazer lembrar a beleza da nossa música. Nos últimos tempos fomos tão contaminados pelo forró "paraguaio", que deixamos de acompanhar outros trabalhos genuínos.

Valeu, Dedê!

Absp

Domingos Barroso disse...

Parabéns pelo texto Dedé.
Oswaldinho é meu amigo de infância.
Uma alma nobre, valorosa, poética.

Forte abraço.