por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 15 de março de 2019

"GÂNGSTER" E "CRETINO" - José Nilton Mariano Saraiva

Que Gilmar Mendes não é flor se que cheire, isso metade do mundo e a outra banda sabem. Basta uma olhadela na lista dos seus “clientes” para se constatar que não existe nenhum pé-rapado, nenhum emergente ou mesmo um mísero morador de  periferia; é só a “nata” da bandidagem de colarinho branco, de alta periculosidade e normalmente envolvidos em tenebrosas transações; mas que o elegeram seu “defensor-preferencial”, pouco importando a exorbitância que terão de desembolsar, já que  normalmente  liberados vapt-vupt pelo próprio, com uma facilidade que nos deixa reflexivos.

Arrogante, prepotente, sarcástico e falastrão, Gilmar Mendes não se cansa de humilhar aqueles aos quais se julga superior, como, por exemplo, quando se retirou de uma das sessões do pleno do STF não satisfeito porque um dos advogados das partes resolveu questioná-lo, ao que sapecou-lhe: “advogado é advogado, ministro é ministro”.

No entanto, quando em um primeiro momento o juiz de primeira instância, Sérgio Moro e sua "troupe" (procuradores da tal Operação Lava Jato, sediada em Curitiba) resolveram se “apropriar” de todos os processos que tratassem sobre “corrupção”, independentemente da origem, ferindo de morte o princípio do “juiz natural” e avacalhando de vez  a Constituição Federal, Gilmar Mendes e colegas do STF não se manifestaram.

A partir de então, “marombados” pelo poder descomunal e sem freios, os integrantes da Lava Jato continuaram desobedecendo dia e noite a nossa outrora “Carta Maior”, através de prisões alongadas, conduções coercitivas sem necessidade de notificação, e por aí vai, e que objetivavam na realidade (conforme ficou provado a posteriori) inviabilizar a candidatura Lula da Silva à Presidência da República; de novo, outra vez, novamente, Gilmar Mendes e os demais integrantes daquela corte não só a tudo assistiram passivamente, como também “chancelaram” as arbitrariedades flagrantes daquele juiz de primeiro piso.

Como a soberba tomou conta da “República de Curitiba”, os excessos a cada dia se acentuaram, findando por criar uma certa “animosidade” ou “ciumeira” por parte dos componentes do Supremo Tribunal Federal, que poderia ser traduzida no questionamento: afinal, quem “manda” aqui nessa zorra, nós ou eles ???

Fato é que, com o fim da lua-de-mel, eis que o “stop” à ganância da Lava Jato afinal chegou, tendo como protagonista principal ninguém menos que ele, Gilmar Mendes.

É que, em sessão do pleno do STF, realizada em 14.03.2019, com o objetivo de julgar sobre a “competência” dos processos de crime de corrupção quando houver caixa 2, decidiu-se que seriam encaminhados à Justiça Eleitoral e não mais à República de Curitiba (como eles tanto temiam, e representou um baque profundo na Lava Jato).

E aí, o arrogante Gilmar Mendes não só peitou, mas literalmente “se vingou” dos presunçosos e igualmente arrogantes procuradores da Lava Jato, ao “carimbar” na testa da sua principal estrela, o procurador Deltan Dallagnol (braço direito de Sérgio Moro) a alcunha de “gângster” (Ipsis litteris: “Isso não é método de instituição, é método de “gângster”. Isso é uma disputa de poder em que se quer amedrontar as pessoas. Fantasmas e assombrações aparecem para quem neles acredita”).

Aproveitando a deixa, Gilmar Mendes referiu-se à excrescência da criação de uma Fundação, com propina da Petrobras para a Lava Jato, no valor de estratosféricos R$ 2,5 bilhões: “O que se pensou com essa fundação do Deltan Dallagnol foi criar um fundo eleitoral. Era para isso. Imagina o poder. Imagina quantos blogs teriam, quanta coisa teria à disposição. Veja a injustiça, veja a ousadia desse tipo de gente” (Ipsis litteris).

“Mordido”, Gilmar Mendes também se referiu ao procurador Rodrigo Castor (muleta de Dallagnol) , em razão deste ter criticado a Justiça Eleitoral: “Gentalha despreparada, não têm condições de integrar o Ministério Público. Nem pensamento estratégico têm. São uns cretinos”, afirmou.

E agora, Sérgio Moro/Dallagnol, vão processar o Gilmar ???

terça-feira, 12 de março de 2019

A "MARACUTAIA" DA LAVA JATO - José Nilton Mariano Saraiva


O “acerto” para que a Petrobras repassasse aos integrantes da Operação Lava Jato a “propina” de espantosos R$ 2.567.756.592,00 (DOIS BILHÕES, QUINHENTOS E SESSENTA E SETE MILHÕES, SETECENTOS E CINQUENTA E SEIS MIL E QUINHENTOS E NOVENTA E DOIS REAIS) a ser entregue a uma Fundação de Direito Privado gerida pelos próprios lavajateiros, foi “formalizado” ainda no ano passado e subscrito por 04 Procuradores da República e 09 Procuradores Regionais da República do Paraná (e embora não conste a assinatura do ex-juiz Sérgio Moro, pressupõe-se que haja participado da elaboração do documento, já que, à época,  ainda não havia renunciado à magistratura federal).
Agora, quando um dos “blogs sujo” (???) da Internet (Luís Nassif) descobriu a maracutaia e corajosamente “botou a boca no mundo”, e dada à repercussão estrondosa, o pastor Deltan Martinazzo Dallagnol (substituto do Moro na Lava Jato) na presunção de estar a catequizar/evangelizar seus cordeirinhos evangélicos, emitiu comunicado tentando “consertar o estrago”, já de domínio público.  
Não deu e, pior, restou a sensação “palpável” da comprovada “desonestidade” dos integrantes da Lava Jato, porquanto a intenção verdadeira seria investir essa montanha de grana na “formação política” dos seus membros, visando as próximas eleições, onde, com o “papo furado” de combate à corrupção, se apresentariam como os “salvadores da pátria”.
Hoje, desmoralizados ante a repercussão negativa de tal papagaiada, os lavajateiros resolveram suspender a criação da tal Fundação, submetendo a questão à análise do Tribunal de Contas da União e da Controladoria Geral da União.
A tendência é que a bufunfa reverta em favor da própria União.

domingo, 10 de março de 2019

SÉRGIO MORO - SIM OU NÃO ???



NO MOMENTO, E EU NÃO VEJO ISSO TAMBÉM NO FUTURO, NÃO SERIA APROPRIADO DA MINHA PARTE POSTULAR QUALQUER ESPÉCIE DE CARGO POLÍTICO PORQUE ISSO PODERIA, VAMOS DIZER ASSIM, COLOCAR EM DÚVIDA A INTEGRIDADE DO MEU TRABALHO”.



(Ex-Juiz e hoje Ministro da Justiça SÉRGIO


 MORO, em entrevista à Revista VEJA, EM 2017)

quinta-feira, 7 de março de 2019

A "PROPINA BILIONÁRIA" RECEBIDA PELA LAVA JATO - José Nilton Mariano Saraiva


R$ 3.240.000.000,00 (TRÊS BILHÕES, DUZENTOS E QUARENTA MILHÕES DE REAIS) foi o montante que, até os dias de h0je, a tal Operação Lava Jato recuperou dos ladrões que assaltaram a Petrobras, devolvendo-os àquela empresa (sem dúvida um valor significativo, mas uma “merreca” ante a montanha de dinheiro que foi surrupiado, permitindo assim aos meliantes levarem uma vida nababesca até o final dos dias, com a utilização desenfreada do “grosso” do valor subtraído).

Mas aí, brandindo e reafirmando o mote sobre um sistemático e presumível combate à corrupção, os integrantes da Lava Jato não se fizeram de rogados para, com pompa e circunstância, diuturnamente massificarem para a população (em jornais, revistas e TVs), tal número, na perspectiva de que seria algo superlativo e que a Lava Jato só fazia bem ao Brasil.

Como nada melhor que um dia atrás do outro com uma noite no meio, eis que surge agora documento até então confidencial (de 17 páginas), subscrito (vide “fac-simile”, abaixo) por nada menos que treze procuradores (04 Procuradores da República e 09 Procuradores Regionais da República, do Paraná) com o braço direito do juiz Sérgio Moro, o evangélico Deltan Martinazzo Dallagnol encabeçando a lista, onde se acha detalhada uma “propinazinha” de estratosféricos R$ 2.567.756.592,00 (DOIS BILHÕES, QUINHENTOS E SESSENTA E SETE MILHÕES, SETECENTOS E CINQUENTA E SEIS MIL E QUINHENTOS E NOVENTA E DOIS REAIS) da Petrobras para a Lava Jato (não, você não leu errado), que se materializará na criação de uma “fundação” de direito privado a ser controlada pelos procuradores e juízes da 13ª Vara Federal de Curitiba, que até outro dia era comandada pelo juiz Sérgio Moro (tal valor corresponde a 50,3 vezes o que foi encontrado no apartamento do Geddel Vieira Lima, e que na época nos deixou de queixo-caído).

Como tinha devolvido à Petrobras R$ 3.240.000.000,00 e agora “pegou de volta”, (em forma de propina), R$ 2.567.756.592,00 claro está que a “tabelinha-vai-e-volta” usada pela Lava Jato redundou, na realidade, numa devolução de esqueléticos R$ 672.243.408,00.


Mas, mais que isso (e é uma constatação espantosamente real), é a prova-provada que o decantado combate à corrupção apregoado pela Lava Jato é tão verdadeiro quanto uma cédula de sete reais, porquanto dentro da própria instituição houve o recebimento de uma “suculenta” propina (capaz de render R$ 160.000.000,00 – cento e sessenta milhões - ao ano, na mais conservadora das aplicações) e que será gerida pelos próprios procuradores e juízes da Lava Jato).  

QUEM OS FISCALIZARÁ ???


segunda-feira, 4 de março de 2019

"DILÚVIO" SOBRE A "REPÚBLICA DE CURITIBA" - Jose Nilton Mariano Saraiva



Escudada numa bandeira de compreensível apelo popular/midiático – o presumível combate sem trégua à corrupção - a Operação Lava Jato logo arrebatou a simpatia de gregos e troianos por esse Brasil afora.


Seus integrantes, comandados por um abusado juiz de primeira instância, Sérgio Moro, sediado na 13ª Vara Federal, em Curitiba, da noite pro dia se viram guindados ao panteão de novos “heróis da pátria”, mesmo e apesar dos métodos heterodoxos que a partir de um certo momento passaram a aplicar.


Assim é que, mesmo transgredindo a própria Constituição Federal, diuturnamente, citada operação ganhou uma espécie de “escudo protetor” contra os seus flagrantes desmandos, refletido num maciço apoio popular, de sorte que o próprio Supremo Tribunal Federal (composto por juízes prolixos, pernósticos e preguiçosos) covarde e passivamente resolveu por omitir-se (são culpados, pois, pela esculhambação jurídica que está aí).


Com o andamento da Lava Jato, logo explicitado ficou que o objetivo maior do juiz Sérgio Moro (presumivelmente integrante de um “esquema” maior, vindo de fora do país) era o de impedir a qualquer custo que o ex-Presidente da República, Lula da Silva, então favorito disparado e absoluto nas pesquisas, participasse da eleição presidencial.


O final dessa história metade do mundo e a outra banda sabem: depois de quatro anos de uma busca incessante de, pelo menos, uma única prova, que servisse para incriminar o ex-presidente (e como a eleição presidencial estava às portas), não a encontrando, a “República de Curitiba” findou condenando-o e prendendo-o sob o estapafúrdio argumento da existência de um tal “ato de ofício indeterminado” (que o próprio juiz se escusou de explicitar).


Surpreendentemente eleito Presidente da República, o despreparado integrante do baixo clero da Câmara Federal, Jair Bolsonaro (num louvável gesto de gratidão) de pronto tratou de “pagar” sua dívida ao juiz Sérgio Moro pelos “relevantes serviços prestados”, nomeando-o Ministro da Justiça (este, por sua vez, alocou no seu entorno ministerial quase todos os integrantes da “República de Curitiba”).


Como o mundo é um eterno evoluir, eis que nesses dias carnavalescos, que marcam dois meses de desgoverno, duas novidades de peso se nos apresentam, capazes (se tivéssemos uma Corte Suprema séria e não essa merda que está aí), de “desmontar” toda a farsa de que se revestiu a eleição que redundou no caos que ora vivenciamos:


01) veio à tona que, na delação da OAS, os executivos da empresa confessam que a empresa lhes pagou (para ser rateado entre eles), a bagatela de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais) a fim que os depoimentos “coincidissem” e fossem fundamental para incriminar o ex-presidente Lula da Silva, tirando-o da corrida presidencial (QUEM DEFINIA AS CONDIÇÕES PARA A DELAÇÃO ERA A LAVA JATO, PROCURADORES E O JUIZ SÉRGIO MORO).


02) nitroglicerina pura, autêntico dilúvio sobre a República de Curitiba, é aterradora a descoberta: deixando de lado a sua (falsa) bandeira de combate sistemático à corrupção (que em verdade só serviu para impedir que Lula da Silva fosse eleito em primeiro turno, repetimos), a “República de Curitiba” meteu a mão com vontade no dinheiro público, JÁ QUE TERIA RECEBIDO RECURSOS DA ORDEM DE R$ 2.500.000.000,00 (DOIS BILHÕES E QUINHENTOS MILHÕES DE REAIS) FORNECIDOS PELA PETROBRAS, DENTRO DE UM ACORDO DE INDENIZAÇÃO.


Através de documento firmado entre procuradores regionais de primeira instância e um juiz de primeira instância, tão estupendo valor objetivaria a criação de uma Fundação de Direito Privado, controlada por um procurador nomeado pelo procurador regional da república, do Paraná, e CONVALIDADO PELA 13ª VARA FEDERAL (CHEFIADA POR SÉRGIO MORO).


Maior que o próprio orçamento da Procuradoria Geral República) teoricamente referido valor servirá para cursos e campanhas em defesa da ética e da moralidade, e para avaliações periódicas de “compliance” de empresas. Quem fiscalizará o emprego de tais recursos da tal “fundação” ???


Elementar, meu Watson.






domingo, 3 de março de 2019

"CORRUPÇÃO" NA LAVA JATO (Luis Nassif)


A delação da OAS foi central para a condenação de Lula. Agora, executivos da empresa revelam que houve pagamento de R$ 6 milhões para diretores que aceitaram combinar versões com a empresa. QUEM DEFINIA AS CONDIÇÕES PARA A DELAÇÃO ERA A LAVA JATO, PROCURADORES E O JUIZ SÉRGIO MORO. E AS VERSÕES INVARIAVELMENTE FORAM NO SENTIDO DE CONDENAR LULA.
Lula se transformou no toque de Midas da Lava Jato, a condição para indulto plenário a qualquer abuso cometido e a qualquer suspeita levantada. A perseguição a ele teve alguma dose de motivação política pessoal da Lava Jato. Mais que isso, foi a oportunidade para, em um primeiro momento, garantir poder e projeção ao grupo. Em um segundo momento, para abrir mercados promissores.
No início, os acusados recorreram a escritórios de advocacia reconhecidos nacionalmente. Em pouco tempo receberam sinais da Lava Jato, sobre a necessidade de relações de confiança dos advogados com os procuradores.
DA NOITE PARA O DIA, ADVOGADOS DESCONHECIDOS, SEDIADOS NO PARANÁ, SE TORNARAM MILIONÁRIOS, TENDO COMO ÚNICO TRUNFO O BOM RELACIONAMENTO COM OS PROCURADORES DA LAVA JATO E COM O JUIZ SÉRGIO MORO.   
E um curso à distância da família Arns, preparatório para concursos para juízes e procuradores, tinha entre seus professores delegados e procuradores do grupo da Lava Jato.
O DISCURSO IDEOLÓGICO – E O MEDO – ABRIU PARA OS PROCURADORES DA LAVA JATO E PARA O JUIZ SÉRGIO MORO, O MERCADO MILIONÁRIO DE PALESTRAS. NO CASO DE MORO, AGENCIADO PELA ESPÔSA ROSÂNGELA.
A maior parte dos eventos foi bancado por instituições financeiras. De um alto executivo da XP ouvi exclamações de ESPANTO COM A GANÂNCIA DE DELTAN DALAGNOL NEGOCIANDO O CACHÊ.
Quando revelados seus ganhos, o notável procurador anunciou que o dinheiro seria para constituir uma fundação para promover o combate à corrupção. ATÉ HOJE NÃO SE SABE DO DESTINO DE TÃO BENIGNA INICIATIVA.
E de ousadia em ousadia, de cumplicidade em cumplicidade, de blindagem dos centros de poder, mídia, Judiciário, em benefício do objetivo maior de anular Lula, A LAVA JATO CHEGA AO SEU GRANDE MOMENTO.
Um acordo firmado entre procuradores regionais de 1ª  instância (!), um juiz de primeira instância (!), permitiu a  CRIAÇÃO DE UMA FUNDAÇÃO DE DIREITO PRIVADO, controlada por um procurador nomeado pelo procurador regional da República do Paraná, e convalidado pela 13ª Vara Federal (chefiada por Sérgio Moro), COM RECURSOS DE R$ 2,5 BILHÕES (!) FORNECIDOS PELA PETROBRAS, DENTRO DE UM ACORDO DE INDENIZAÇÃO.
O recurso, maior que o orçamento da própria Procuradoria Geral da República, será utilizado para cursos e campanha em defesa da ética e da moralidade, para avaliações periódicas de compliance de empresas.
Ou seja, terá plena liberdade para contratar palestrantes, consultores, empresas de auditoria, universidades, cursos à distância, agências de publicidade etc. Bastará que justifique cada projeto como pedagogia contra a corrupção ou benefício social.
Questionada pelo GGN, a Procuradora Geral da República Raquel Dodge disse que nada teria a dizer. NÃO TEM FORÇA PARA SE OPOR À REPÚBLICA DE CURITIBA. Espera-se que o STF e a mídia se deem conta do absurdo dessa proposta e do caminho que abre para a corrupção institucionalizada.



sábado, 2 de março de 2019

O "EXTERMINADOR" DO (NOSSO) FUTURO - José Nilton Mariano Saraiva

Uma das primeiras providências que o “analfabeto” (???) Lula da Silva tomou quando assumiu a Presidência da República, em 2003, foi a de “diversificar” o portfólio de nações com as quais o Brasil manteria relações comerciais (isso porque o seu antecessor, o poliglota, deslumbrado e corrupto tucano, Fernando Henrique Cardoso, havia colocado um rastejante Brasil no colo dos Estados Unidos da América, do qual era claramente um fervoroso adepto de primeira hora e ao qual dedicava devoção plena e deferência absoluta).


Foi a partir de então que, orientado pelo “chefe” (Lula da Silva) a praticar uma política diversificada, ativa e altiva nas relações internacionais, o chanceler Celso Amorim viajou por todo o mundo mostrando as potencialidades do nosso Brasil, nos mais diversos segmentos.


Coincidentemente, no outro lado do planeta a China, com seus quase hum bilhão e meio de consumidores (ávidos por consumir), mas ainda incipiente na produção de alimentos (bem como ainda deficitária de petróleo), começava sua fulminante escalada rumo a tornar-se a maior potência do mundo (como o é hoje); já os países árabes, com suas portentosas reservas de petróleo e abarrotados de petrodólares (mas carentes de comestíveis), mostrou-se um mercado potencial a ser conquistado.


Depois de anos de flerte e mesuras, finalmente o “casamento” foi inevitável, e os chineses e árabes passaram a ser os maiores consumidores de soja, carne bovina e frango (além de produtos outros), oriundos do Brasil, “marombando” geometricamente as nossas exportações e o PIB (Produto Interno Bruto).


Como a roda gira, eis que através de um golpe “jurídico-parlamentar-midiático” a democracia brasileira é mortalmente ferida com o impeachment da sucessora de Lula da Silva, Dilma Rousseff (embora sem nenhum crime de responsabilidade, mas com a anuência dos prolixos, pernósticos e preguiçosos membros do tal Supremo Tribunal Federal, responsáveis por tudo isso que está aí).


Cambaleante, gerido por um mambembe presidente ilegítimo (Michel Temer) chegamos em 2018, ano de eleições presidenciais, e surpreendentemente, um dos componentes do “baixo clero” parlamentar (Jair Bolsonaro) ascende à Presidência da República.


Despreparado, tosco, ignorante, grosso e absolutamente incapaz de discorrer mesmo que superficialmente sobre qualquer tema (em seu primeiro discurso na ONU, fórum com a presença de representantes da maioria dos países do mundo, mostra todo o seu vazio e incompetência ao usar apenas 06 minutos dos 30 que lhe eram destinados), eis que Jair Bolsonaro escolhe assessores à sua imagem semelhança, em termos de atraso e conservadorismo.


E dois momentos são o retrato emblemático de tal situação: 01) quando resolve (a fim de solidarizar-se com os Estados Unidos) comprar briga com o mundo árabe sobre o imbróglio envolvendo Jerusalém e, 02) quando “peita” abertamente a China, simplesmente por ser um “país comunista” (conceito que expõe toda a sua mediocridade).


O resultado de tais “burradas” é que todo o descomunal e penoso esforço feito pelo Brasil (via Lula da Silva), a fim de conquistar mercados tão “suculentos”, é literalmente jogado fora e, agora, não só os grandes frigoríficos brasileiros (frango e carne bovina) como o também os megaempresários do agronegócio (soja e outros cereais) vão ter que demitir e jogar no olho da rua milhares e milhares de brasileiros.


E como, quando em jogo se acha um comércio internacional de cifras portentosas os canais diplomáticos das nações se sobrepõem a interesses outros, eis que os “beligerantes” Estados Unidos e China já ensaiam um movimento visando a que os “yankes” substituam o Brasil no fornecimento de tais produtos aos orientais (um prejuízo monumental).


Como “recompensa” ao nosso país pelo régio “presente”, os “xerifes” do mundo permitirão que o Brasil sirva de “ponte” (ou até mesmo como “protagonista”, por que não) para uma caçada implacável e posterior invasão da Venezuela (mais tarde, não custa esperar, seremos a “bola da vez”).



E aí, o “exterminador” do (nosso) futuro, Jair Bolsonaro, certamente chegará ao orgasmo.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

"IPSIS LITTERIS" - José Nilton Mariano Saraiva


Numa postagem anterior (Os Felizes e Ricos Afilhados do Juiz Sérgio Moro) afirmamos, de forma peremptória e contundente, que ao deixar o comando da Operação Lava Jato e renunciar ao cargo de Juiz Federal (para receber sua “paga” – ministério da justiça - pelos relevantes serviços prestados), Sérgio Moro já houvera redigido a sentença e definido a “pena” a ser aplicada a Lula da Silva na ação sobre o tal sítio de Guarujá (embora sem nenhuma prova), restando à sua substituta apenas e tão somente subscreve-la e passar adiante.
É que, desde o princípio, a “República de Curitiba” sempre se nos apresentou como uma congregação de raivosos (pra esconder a incompetência ???)  juízes e procuradores, cujo objetivo primeiro sempre foi o de inviabilizar a candidatura de Lula da Silva à Presidência da República, se possível prendendo-o. O que foi feito devido à covardia explícita dos prolixos, pernósticos e preguiçosos membros do tal Supremo Tribunal Federal (isso todo mundo tá careca de saber).
Para o lugar de Sérgio Moro, interinamente ficou respondendo pela Operação Lava Jato a juíza-substituta Gabriela Hardt que, devido ao tratamento ríspido e deseducado nos interrogatórios com o ex-presidente, foi literalmente ungida à condição de um “Moro 02” ou um “Moro de saias”. E, como esperado, foi ela que assinou a nova sentença (REDIGIDA POR SÉRGIO MORO, SIM) condenando Lula da Silva.
Se alguém tinha ou tem alguma dúvida a respeito, veja abaixo e observe que, quando questionada, Sua Excelência simplesmente “tira o braço da seringa” e recusa-se a dar explicações sobre o vergonhoso uso das combinações CTRL+C (copiar) e CTRL-V (colar).
Lastimável.
Perícia indica “copia e cola” em sentença de Lula por sítio
POR FERNANDO BRITO · 26/02/2019
http://www.tijolaco.net/blog/wp-content/uploads/2019/02/copypaste.jpg
A defesa do ex-presidente Lula enviou a decisão em que Gabriela Hardt condenou o petista no caso do sítio de Atibaia (SP) para exame pericial. Resultado: o laudo sustenta que a juíza aproveitou “o mesmo arquivo de texto” usado pelo colega Sergio Moro no caso do tríplex.

O parecer foi feito pelo Instituto Del Picchia. Ele aponta similaridade na formatação dos dois textos
e o que chama de lapsos de Hardt, que chegou a copiar trecho do caso do Guarujá na penúltima página de sua sentença, reproduzindo referência a um “apartamento”.

O material será anexado a recursos que os advogados vão apresentar ao TRF-4 e a tribunais superiores. Procurada, a assessoria da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná disse que Gabriela Hardt não iria se manifestar.
O trecho a que a nota se refere é o item 953 da sentença de Sérgio Moro que, ao estabelecer o valor da multa condenatória diz que “Evidentemente, no cálculo da indenização, deverão ser descontados os valores confiscados relativamente ao apartamento.” A expressão é literalmente repetida na página 359 da sentença da juíza Hardt, com a “curiosidade” que, no processo do sítio de Atibaia, não há apartamento algum…

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Como a “papelada” será distribuída para o TRF-4 (Tribunal Regional Federal de Porto Alegre) composto por três juízes comprovadamente parciais, dificilmente teremos alguma novidade.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

"AÇÃO HUMANITÁRIA",,, UMA OVA - José Nilton Mariano Saraiva

Constitui-se frescura pura e viadagem explícita a massacrante e uníssona ofensiva da amestrada mídia internacional (inclusive e principalmente a brasileira, aliada de primeira hora aos Estados Unidos), no sentido de nos fazer crer que os “yankes” estão mesmo preocupados com a situação do povo venezuelano, daí a necessidade dessa grotesca encenação apelidada de “ajuda humanitária” (uma ova).

Na verdade (e quem tem na cabeçona pelo menos dois neurônios interligados) sabe perfeitamente que existem no mundo muitos outros povos e países em situação mais delicada e difícil que na Venezuela (e já faz tempo), sem que os “xerifes” do mundo se preocupem com isso (Honduras, Cuba, Guatemala, República Dominicana e o paupérrimo Haiti, por exemplo, todos localizados no quintal dos gringos).

Mas, como nenhum deles tem seu território assentado num oceano-amazônico de petróleo, vão morrer à míngua, sem que os americanos demonstrem dó ou piedade (pelo contrário, se puderem dizimam de vez; e o “bloqueio”, de toda ordem e modalidade, contra a Venezuela, e do qual ninguém fala, é o exemplo emblemático).

Intervencionistas de primeira hora, preferencialmente se do outro lado se encontra um país periférico e subdesenvolvido, mas que tenha algo do seu interesse (em termos estratégico ou econômico), os Estados Unidos nunca respeitaram os tratados de “não intervenção” ou a “autodeterminação dos povos”, constante das cartilhas dos organismos internacionais - ONU, OEA e por ai vai , daí se meterem em tudo que é canto. Basta observar que onde tem uma guerra tem americano metido no meio.

Para tanto, de um certo tempo até os dias presentes uma nova modalidade de “terrorismo” foi implementada pelos “xerifes” do mundo, através da incitação de países até então amigos a se digladiarem em defesa de supostas “causas humanitárias”. Mas que, ao fim e ao cabo, terão os Estados Unidos como beneficiário final.

Nos dias atuais (caso presente), como a Venezuela e seu povo nunca representaram nem representam nenhum risco à soberania brasileira, há que se levar em conta que, além da tomada/posse das generosas jazidas do petróleo venezuelano (fator econômico), o conflito provocado pelos “gringos” representa, sim, um iminente e sério risco à soberania brasileira (fator estratégico), porquanto, não é de hoje que se sabe da ambição americana em tomar de conta da nossa Amazônia, consubstanciada na doutrina de James de Monroe, do século XIX: “A AMÉRICA PARA OS AMERICANOS... DO NORTE”.

E como o idiota que foi eleito presidente do Brasil já disse em certa oportunidade que, como o Brasil não tem condições de explorar as potencialidades da região amazônica, ela deveria ser entregue a quem pudesse explorá-la, não custa nada ficarmos atentos. Afinal, ali estão as maiores reservas de água doce do mundo, a maior floresta tropical do mundo, sua inigualável e incrível biodiversidade, além das portentosas riquezas minerais do seu subsolo.

E se invadirem a Venezuela não tenhamos dúvida: seremos a “bola da vez”, e em bem pouco tempo. Alguém duvida ???

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Post Scriptum:
Risível, para não dizer ridículo, os dois “caminhões meia-tigela” que o governo brasileiro apresentou como contendo a “ajuda humanitária” brasileira para os “famintos” venezuelanos; não dariam para satisfazer, por um dia sequer, as necessidades dos moradores de uma única favela do Rio de Janeiro.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

UM "PASSADO QUE CONDENA" 02 - José Nilton Mariano Saraiva


"Eu não entendo porque não estamos olhando para a Venezuela. Por que não estamos em guerra com a Venezuela ? Eles têm todo esse petróleo e estão na nossa porta dos fundos". 

(Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em reunião na sede do FBI, meses atrás).

E aí, é preciso desenhar ???

sábado, 23 de fevereiro de 2019

UM "PASSADO QUE CONDENA" - José Nilton Mariano Saraiva


UM “PASSADO QUE CONDENA” – José Nilton Mariano Saraiva

Não é necessário que se seja nenhum expert em Geografia para saber que o Iraque se acha encravado no longínquo Oriente Médio (do outro lado do mundo) enquanto a Venezuela é nossa vizinha, aqui na América do Sul. Assim como, também, que em termos de costumes, história, cultura, religião e, enfim, do modus vivend, são países totalmente antagônicos.

Num aspecto, entretanto, os dois guardam uma semelhança muito grande e... preocupante: ambos detêm em seu subsolo portentosas e invejáveis reservas do “ouro negro” (petróleo). Assim, literalmente nadam de braçada, mas por outro lado são alvos da cobiça internacional.

De outra parte, na América do Norte, o outrora maior país do mundo, Estados Unidos, paulatina e progressivamente começa a perder poder, principalmente em razão do exaurimento das suas reservas de petróleo (que após beneficiado é usado numa miscelânea de outros produtos essenciais).

Como desde o fim da Segunda Grande Guerra Mundial os “yankes” (Estados Unidos) incorporaram o espírito de “xerifes” do mundo, com direito a dar pitaco e interferir onde bem entender (escudado em seu portentoso arsenal bélico/militar), a solução encontrada foi “ir atrás do petróleo onde ele estiver”.

Para tanto, é só arranjar um país que seja portador de reservas “suculentas” do petróleo, desqualificar seus governantes, “fazer a cabeça” da mídia amestrada para difundir o perigo que representam tais governos e, ato contínuo, invadir o país e tomar de conta das suas jazidas.

Foi assim no Iraque, em 2003, quando o alcóolatra George Bush, então na presidência dos Estados Unidos, resolveu que era chegada a hora de tomar tal providência contra Saddam Hussein, sob o mentiroso argumento de que o Iraque detinha um fabuloso arsenal de armas químicas a serem usadas contra seus vizinhos do Golfo Pérsico. Não encontraram porra nenhuma (porque inexistia), mas depuseram e mataram o “sanguinário” e se apossaram do petróleo do Iraque. E ficou por isso mesmo.

2019, a bola da vez é a Venezuela, cujas reservas de petróleo são as maiores do mundo (maiores até que as da Arábia Saudita). O modus operandi é o mesmo: demonizar o governo através do estardalhaço de uma mídia de via única e parcial, conseguir o apoio de países alinhados a fim de perpetrar o crime e partir para o aniquilamento.

E a declaração do psicopata que atualmente está presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma reunião no FBI, meses atrás, é emblemática e não deixa dúvidas:  
"Eu não entendo porque não estamos olhando para a Venezuela. Por que não estamos em guerra com a Venezuela? Eles têm todo esse petróleo e estão na nossa porta dos fundos".

O lamentável e preocupante nisso tudo é que o desonesto e medíocre que foi alçado à Presidência do Brasil (Jair Bolsonaro), haja concordado em meter o Brasil nessa enrascada, já que o território brasileiro irá funcionar como um dos pontos de apoio para a invasão de um país com o qual sempre tivemos excelentes relações.

E se a Rússia e China, apoiadores de primeira hora da Venezuela, resolverem “bater de frente” com os Estados Unidos (um passado que condena), o que sobrará para o Brasil ??? Estaremos preparados para participar de uma guerra civil da qual nada temos a ver ???

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

CORRUPÇÃO X CAIXA 02 (A VERGONHOSA COOPTAÇÃO DE SÉRGIO MORO) - José Nilton Mariano Saraiva


Para explicar a repentina metamorfose experimentada pelo ex-juiz Sérgio Moro, hoje Ministro da Justiça, nada como uma velha e surrada expressão: “na prática a teoria é outra”.

Aos fatos.
Em abril de 2017 (portanto a menos de dois anos), em palestra proferida para estudantes brasileiros na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o então todo poderoso e midiático juiz federal Sérgio Moro foi categórico e incisivo: "CAIXA 02 NAS ELEIÇÕES É TRAPAÇA, É UM CRIME CONTRA A DEMOCRACIA. Me causa espécie quando alguns sugerem fazer uma distinção entre a corrupção para fins de enriquecimento ilícito e a corrupção para fins de financiamento ilícito de campanha eleitoral. PARA MIM A CORRUPÇÃO PARA FINANCIAMENTO DE CAMPANHA É PIOR QUE PARA O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. Se eu peguei essa propina e coloquei em uma conta na Suíça, isso é um crime, mas esse dinheiro está lá, não está mais fazendo mal a ninguém naquele momento. Agora, se eu utilizo para ganhar uma eleição, para trapacear uma eleição, isso para mim é terrível", concluiu.
Vida que segue, em 2018, em plena campanha eleitoral para a Presidência da República, o juiz Sérgio Moro começa a ser cooptado progressivamente pela nefasta classe política quando, convidado pelo candidato Jair Bolsonaro a participar do seu governo, na perspectiva de que saia vitorioso, de pronto aceita.
A razão do convite ??? Retribuição por ter impedido o favorito do pleito (Lula da Silva) de concorrer, condenando-o e prendendo-o (mesmo sem nenhuma prova) abrindo o caminho para Bolsonaro.
Empossado Ministro da Justiça (depois de renunciar ao cargo vitalício de Juiz Federal, que não é pouca coisa), o agora ex-juiz continua a derrapar feio e a constatar que “na prática a teoria é outra”; é que o principal ministro do senhor Bolsonaro, e agora seu colega de ministério Ônix Lorenzoni, não só confirma aos jornalistas que recebeu caixa 2 (e em duas oportunidades) como apresenta ao próprio um simplório pedido de desculpas; que Sérgio Moro,  cândida e pateticamente aceita e perdoa, sob o mambembe argumento que ele (Ônix) houvera “se arrependido e lhe pedido desculpas”. Simples assim.
Eis que hoje, ao apresentar na Câmara Federal seu badalado projeto de combate sem tréguas à corrupção, Sérgio Moro finalmente “bateu de frente” com os mafiosos políticos que lá habitam (quase todos respondendo processos) e, esquecendo suas convicções e achismos, sucumbiu humilhantemente ao revelar que a criminalização do Caixa 2 não é um crime tão grave assim e, portanto, apresentará um projeto separadamente, sobre.
Como o que não falta é ladrão e corrupto no governo Bolsonaro e entorno, a dúvida é se um simples pedido de “desculpas” (individual ou coletivo ???) será suficiente para ser perdoado por Moro, ou mesmo se esse tal projeto será algum dia votado pelos mafiosos.
Resumo: ou Sérgio Moro mostra que é inflexível em suas convicções e achismos, ou se deixa cooptar de vez, se acovarda e “esquece” rapidinho e mesmo que momentaneamente a abissal diferença entre corrupção e caixa 2, por ele explicitada categoricamente aos alunos de Harvard, menos de dois anos atrás (afinal, mesmo sem que haja logrado aprovação no exame da OAB, sua vaga no tal Supremo Tribunal Federal já está garantida em razão dos “relevantes serviços prestados”: colocar a corrupta família Bolsonaro no poder). 



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

"BABYCRACIA" - José Nilton Mariano Saraiva


E não deu nem para esperar pelos tradicionais 100 dias de arrego, normalmente concedidos a quem chega lá, a fim de que pudéssemos emitir algum juízo de valor. Com menos de dois meses de assunção do poder, muitos daqueles que sufragaram o atual inquilino do palácio do Planalto (Jair Bolsonaro) já mostram inequívocos sinais de arrependimento e desesperança ante a falta de comando e inaptidão para a função de Presidente da República, demonstrados pelo próprio.

É que, acostumado à inoperância e vadiagem reinante no baixo clero da Câmara Federal, onde passou 28 anos sem nada produzir (a não ser em benefício próprio), o truculento, despreparado e incompetente ex-capitão do exército já deve ter se perguntado o que está fazendo ali e como tantas pessoas tiveram a coragem de o sufragarem (é, literalmente, uma barata-tonta a zanzar sem rumo pelos corredores do palácio).

Já nós outros, estupefatos, descobrimos, da noite pro dia, que embora muitos militares hajam sido alocados em postos-chaves da estrutura presidencial como uma forma de escudo protetor ao descalabro que mais cedo ou mais tarde eclodiria (como está a ocorrer), constatamos que estamos a ser geridos por uma inédita “congregação-familiar”, a “babycracia”.  

Que nada mais é que a oportunista, perigosa e deslavada cessão do direito de governar, de Bolsonaro aos três filhos, todos “empregados” na política pelo próprio pai (vereador, deputado e senador) e, portanto, seus fiéis escudeiros.

Arrogantes, prepotentes e sem escrúpulos, os “babys” (Carlos, Eduardo e Flávio) em tão pouco tempo baldearam o coreto de uma forma tal que findaram por, inadvertidamente, “entregar o ouro”: é que, tal qual as tradicionais  famílias italianas  vinculadas à máfia, por aqui o clã Bolsonaro tem a proteção desabrida das perigosas milícias-militares estabelecidas no Rio de Janeiro (gente da pesada, que atira antes de perguntar).

A propósito, o atual Ministro da Justiça, o todo poderoso ex-juiz, Sérgio Moro, bem que poderia nos informar por onde anda o “motorista-milionário” do Flávio Bolsonaro, por cuja conta bancária transitaram milhões e milhões de reais ???  

Ante o exposto, a dúvida que nos assalta é se os “milicos”, já lá instalados, aceitarão passivamente que os “babys” irresponsáveis mandem e desmandem, casem e batizem, façam e desfaçam e, enfim, assumam de vez o poder, já que com carta-branca do pai, para tal.

O retrato emblemático de tal situação nos foi mostrado hoje, quando o presidente do partido, coordenador, tesoureiro da campanha e Ministro do governo de Bolsonaro (outro meliante) foi sumariamente escorraçado do Planalto em razão de divergência com um dos rebentos do presidente (Carlos).

Seria essa a senha para que os “estrelados” forcem a barra e assumam de vez o poder, na perspectiva que o estado de saúde de Bolsonaro inspira sérios cuidados ???  Ou prevalecerá, por cima de pau e pedra, a “babycracia” ???

A conferir.