por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
sábado, 9 de janeiro de 2016
INGRATIDÃO -= José Nílton Mariano Saraiva
Por
uma questão de coerência não votamos no conterrâneo Camilo
Santana na última eleição para Governador do Estado, da qual
sagrou-se vencedor. É que, como já externamos aqui em mais de uma
oportunidade, nunca sufragamos e jamais o faremos, os Ferreira Gomes
e os Jereissati da vida, aí inclusos os seus coniventes e
convenientes “marionetes-afilhados-políticos”. Questão de
convicção. Inabalável e indestrutível.
No
entanto, com a sua vitória, como cratense fervorosamente torcemos
muito para que finalmente a nossa cidade merecesse um pouco de
atenção da sua parte e deslanchasse de vez, principalmente em razão
de ter-lhe dado uma votação estupenda, pra lá de superlativa
(foram quase 90% dos votos válidos).
É
que o Crato, de uns 40 anos até aqui (desde o tempo do competente e
austero prefeito Pedro Felício Cavalcante), desapareceu do mapa
político do Estado, abandonado que foi por sua própria população,
ao optar por pessoas sem a qualificação devida para a Prefeitura,
Câmara Municipal e Assembleia Legislativa Estadual e que, em lá
chegando, trataram apenas e tão somente em “se fazer”,
legislando em causa própria.
Assim,
Camilo Santana, se realmente tivesse alguma consideração pelo Crato
e em respeito a espetacular votação obtida na cidade, bem que
poderia tentar mudar o curso da história, lutar contra o “status
quo” vigente, que privilegia há muito uma única urbe ao sul do
Ceará (Juazeiro do Norte), carreando alguma obra de vulto para a
terra natal, já que o “dono da caneta” (e, quer queiram ou não,
a junção da “caneta” com a “decisão política” resulta em
um poder extraordinário, também conhecido por “componente
político”).
Lamentavelmente,
entretanto, o que se observa no dia a dia, desde a sua assunção na
chefia do executivo cearense, é que o cratense Camilo Santana não
está nem aí para a sua terra-berço, porquanto as grandes obras do
Estado continuam com o velho, manjado e viciado endereço: a cidade
vizinha. Tanto é vero que, agora mesmo, se divulga que a versão
interiorana do austero e respeitado Colégio Militar Cearense será
ali instalada, daqui a pouco (pra “compensar”, e de certa forma
enganar ou trouxas, no Crato será asfaltada a estrada que liga o
distrito de Santa Fé a algum subdistrito; e tome propaganda).
Mas,
os “instruídos e conscientes” eleitores do Crato não perdem por
esperar: o cratense Camilo Santana, num primeiro momento tentará
influenciar na eleição pra prefeito da cidade, no corrente ano; e,
posteriormente, como todos que detém o poder (“caneta” na mão),
tentará a reeleição no próximo pleito em 2018; e aí, sim,
lembrar-se-á de que o Crato existe, e lá se fará presente com
promessas mil e a conversa fiada de sempre; e é bem provável que
seus bovinos conterrâneos lhe entupirão de votos mais uma vez.
E
depois reclamam da vergonhosa condição de “cidade-dormitório”,
que é o que o Crato é hoje.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Karol Wojtyla - Demóstenes Ribeiro (*)
Por fim, a mulher convenceu o marido e a família
foi das últimas a migrar para a cidade. Ela se cansara da vida
difícil no campo e da promessa de emprego de professora. O prefeito, embora parente, mais
parecia um inimigo. O tempo passando e ele nada arranjava.
Na casinha da periferia, iniciariam uma bodega e
fosse como Deus quisesse. Mais inteligente do que os outros, ela
ouvia rádio e escutava com atenção a pregação do padre. Lia a
bíblia, a história dos santos e os filhos teriam nome de papa. O
primeiro, Eugênio Pacceli; o segundo foi Ângelo Roncalli; e o
terceiro, prematuro que faleceu logo ao nascer, escapou de se tornar
Rerum Novarum dos Santos Silva.
Viviam para a igreja e a mercearia satisfazia o
indispensável. Muitos anos depois, uma surpresa. De novo, ela estava
grávida. O bebê nasceu forte, robusto e alourado. A alegria voltou
e o sarará se chamou Karol Wojtila - nome por demais apropriado. Até
o berçário e a pré-escola, o polonês foi uma criança normal, mas
na alfabetização tornou-se agressivo, briguento e malcomportado.
Não adiantaram os conselhos da mãe e as tias não mais o
suportavam. Um dia, se explicou: era quieto, no seu lugar e prestava
atenção à aula, até lhe chamarem de Carolina - aí, o pau
cantava.
Ele batia a torto e à direita, virava carteiras,
rasgava mochilas e chutava canelas, deixando a professora apavorada.
Mudou de escola e o problema continuava. Galego sardento, mal entrava
na sala, no recreio ou jogando futebol, o coro ensurdecedor tudo
tomava: Carol, Carolina...
Encarou pai e mãe: – “não quero esse nome,
vou mudar de nome! ” A mãe tentou convencê-lo: – “meu filho,
um nome tão bonito, nome de papa, de homem santo...”
Tudo inútil. Não iria mais praquele colégio nem
para a escola nenhuma, se não mudasse de nome. Os pais conversaram
antecipadamente com o juiz. Foi em 94, Copa do Mundo e, na véspera
da audiência, o Brasil, com dez jogadores, vencera os Estados Unidos
num jogo dramático. O nosso lateral esquerdo foi expulso após uma
cotovelada no rosto de um adversário.
Sabendo de tudo, o magistrado, fanático por
futebol e de ressaca, foi breve: - “então
meu filho, você quer mudar de nome... como você quer se chamar?”
O garoto ficou de pé, engrossou a voz e falou: - “Meretríssimo,
eu não sou Karol Wojtyla, eu quero ser é Leonardo!”
O juiz, gordo e patusco, concordou e explodiu em
gargalhada.
***********************************
(*) Demóstenes Ribeiro é médico cardiologista,
natural de Missão Velha e na atualidade residente e exercendo o
ofício em Fortaleza-CE.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
A "FOLHA CORRIDA" DE UM ANO SUSPEITO - João Wady Cury (*)
Meia-noite de 31 de
dezembro. O “elemento” 2015 presta depoimento na delegacia.
Compareceu
a esta Delegacia de Polícia, na presente noite deste 31 de dezembro
de 2015, faltando poucos minutos para a meia-noite, também conhecida
por “zero-hora” ou “noite da virada”, diante de mim, delegado
de polícia, o elemento chamado “2015”, também conhecido pelo
vulgo “Ano de 2015”, depoente nesta Boletim de Ocorrência, em
companha de testemunhas e de alguns detratores com o objetivo
expresso e alguns omissos de relatar o que sabe e o que não sabe
sobre os acontecimentos correntes do ano; QUE o elemento 2015 alega
não conhecer seus genitores ou qualquer outro familiar; QUE o
referido depoente esclarece ter comparecido a esta delegacia por ter
uma vida breve de 365 dias, como a de um camundongo, agora prestes a
se encerrar em alguns minutos, para que fossem adotadas medidas
protetivas e de urgência à sua integridade física e psíquica por
alegado risco de vida ou, como querem alguns, de morte; QUE o
elementos acha possível ser aniquilado e varrido da história por
maus serviços prestados à Humanidade (com maiúscula, escrivão);
QUE eu, delegado de polícia, argumentei que muitas vezes na vida o
“quanto pior, melhor” pode nos levar a uma situação sem volta
necessária para a reformulação dos valores, guinadas históricas,
revoluções, etc; QUE, ao ouvir isso o elemento 2015 despejou
impropérios à minha pessoa e chorou desenfreadamente, alegando que
vem sendo acusado pelos viventes neste planeta, também conhecido
como Terra, que se referem a ele como “ano desgraçado”, “ano
de merda” e até “ano que nem deveria ter começado”; QUE o
elemento 2015 se dia magoado com todas essas qualificações
desabonadoras, lembrando que seu vizinho e colega de infortúnio 2014
foi bem pior para os humanos de um certo país da América Latina,
por conta de um placar dilatado em um jogo de semifinal de uma
determinada Copa do Mundo, que prefere não citar nominalmente o país
para não dar azar – no que imediatamente bateu três vezes com os
nós dos dedos no chão de taco de madeira desta delegacia. Difícil
mesmo foi o elemento 2015 se reerguer do chão, no que simbolicamente
ficou caracterizado seu envolvimento inequívoco com os fatos. E
dando continuidade ao depoimento, digo QUE o referido elemento 2015,
conhecido também por seu vulgo em numeração romana MMXV, alegou
ser um “ano comum” deste século XXI de acordo com o calendário
gregoriano; QUE o supracitado garante ter iniciado seu momento mais
glorioso no primeiro segundo de uma quinta-feira qualquer, quase
estúpida, banal mesmo, destas que não têm nada de mais nem de
menos, justificando o fato por não ter outras intercorrências a não
ser um foguetório histérico perpetrado por elementos alcoolizados
em movimentos erráticos e descontrolados; QUE o elemento 2015 não
suporta foguetórios e preferia estar assando em um templo budista
escondido em um país da Ásia, nas suas palavras “longe mesmo de
tudo aquilo”; QUE não tem qualquer relação com o fato chamado
“segundo intercalar”, ou “segundo bissexto”, em que recebeu
como bonificação das autoridades do tempo do planeta o acréscimo
de 01 segundo aos seus 365 dias, exatamente no dia 30 de junho do
presente ano, às 23h59 como forma de compensar uma deficiência de
nascimento; QUE não acredita ter sido esse o motivo de “todo o
peso que carrega”, como se referiu aos fatos que o acusam; QUE o
elemento 2015 também quis ressaltar não possuir qualquer relação
com o fato do elemento Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado
pelo evento chamado “mensalão”, ter virado pintor na cadeia em
que está confinado, nem que, como ano vigente, seria responsável
pelos quadros que o referido Valério tem pintado; QUE o elemento,
quando perguntado se tinha qualquer relação ou influência na
“passagem” de elementos como Antônio Abujamra, Inezita Barroso,
B.B.King, Içami Tiba, Manoel de Oliveira, Leonard Nimoy, Fernando
Brant e tantos outros, disse que preferia ser lembrado daqui a alguns
anos pelo nascimento de novos gênios e maravilhosas criaturas; QUE,
quando perguntado por esta autoridade policial como sabia que neste
ano nasceriam humanos da melhor qualidade, o dito 2015 ou “ano
corrente” disse que tudo na vida é incerto, começando pelo
nascimento; QUE, apesar de garantir que estar em completo equilíbrio
e controle de suas faculdades mentais, começou a demonstrar mudanças
de comportamento abruptas, espumando e girando seus números como se
participasse de um bingo de igreja; QUE, como não foi constatado
inteiramente o fim do decurso de tempo deste 31 de dezembro de 2015,
faltando poucos minutos pra seu encerramento, eu, autoridade
policial, pedi licença aos presentes para ir à toalete, devido ao
inchaço da minha bexiga por conta do excesso de armazenamento de
urina na mesma; QUE, ao retornar do referido evento, constatei o
desaparecimento do elemento 2015 do recinto, possivelmente tendo se
evadido do local em auto desconhecido e destino incerto e não
sabido. Nada mais foi dito nem lhe foi perguntado, encerro a oitiva
desta Lavratura de Ocorrência Policial e para, finalmente,
recebermos o próximo a ser ouvido, já aguardando no recinto, o
elemento 2016, conhecido pelo vulgo “a esperança é a última que
morre”.
(*) João
Wady Cury é jornalista, escritor e autor da biografia não
autorizada de Nizan Guanaes.
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
SOBRE FAMÍLIA, AMIGOS E AVIÕES - Jornalismo WANDO (*)
“A
culpa não é minha. Eu votei no Aécio”.
A
frase estampava a camiseta de Ronaldo Fenômeno em um desse
carnaprotestos que animaram o terceiro turno instalado no país. A
ideia refere-se aos escândalos do governo Dilma e à crença de que
tudo seria diferente com a eleição do netinho de Tancredo – o
político diferenciado, detentor de honestidade franciscana, o
idealista que encarna a ética como poucos, enfim, quase um Mujica
mineiro.
A
culpa pela corrupção, portanto, é dos que ousaram não votar nesse
bibelô de retidão moral. Eleitores do PT seriam corresponsáveis
pela corrupção no país, enquanto os iluminados aecistas estariam
automaticamente absolvidos. Um conceito maravilhoso de democracia.
No
ano eleitoral, a antes inabalável ética do senador passou a ser
questionada. Detratores andaram dizendo que ela invariavelmente
escorrega quando se trata de amigos, família e tráfego (eu disse
tráfego) aéreo. Tremenda injustiça. O aeroporto público de
Cláudio (MG), por exemplo, foi construído pelo governador mineiro
dentro da fazenda do seu tio, o seu Múcio, que, por sua vez, deixava
as chaves com seus sobrinhos. É a meriTIOcracia. É a tradicional
família brasileira tomando conta do patrimônio do Estado,
demonstrando seu apreço pela coisa pública. Um case de sucesso de
Parceria Público-Privada.
Recentemente,
novas turbulências surgiram no céu de brigadeiro da ética aecista.
E são inúmeros problemas com as vias aéreas. Enquanto governador,
Aécio usou aeronaves oficiais 1.430 vezes, muitas para fins
particulares. Só no aeroporto do Tio Múcio foram mais de cem pousos
e decolagens. Em pelo menos 198 viagens, Aécio nem estava presente.
Quietim, com discrição mineira, ofereceu caronas para parentes,
empresários e parças de balada. Êta avião bão, sô !!!
Conheça
alguns brothers que viajaram nas aeronaves semiprivatizadas: Ricardo
Teixeira (CBF), Ray Whelan (FIFA), Roberto Civita (VEJA), Luciano
Huch (Globo), Alexandre Accioly (padrinho de casamento de Aécio e
parceiro das nights), Boni (ex-Globo). Além dessa gente boa, o povo
mineiro também pagou viagens de Sandy e Júnior, Milton Gonçalves,
Ze Wilker, FHC, Roberto Irineu Marinho e a ex-mulher de Aécio. Mas
eles não têm culpa. Eles só voaram com Aécio.
Num
vídeo em que convoca os brasileiros pra uma micareta antipetista,
Aécio adaptou uma frase de Castro Alves e bradou emocionado: “A
rua é do povo, como o céu é do avião”. Mas a adaptação
poderia ter sido mais completa e fidedigna à realidade: “O céu é
do avião, o avião é meu, o aeroporto é do meu tio, assim como o
dinheiro é do povo”.
Como
se vê, a ética do tucano pode ser contada a partir desse recorte
que abrilhanta sua biografia de bom moço: família, amigos e aviões.
Não falemos de helicópteros.
(*)
É um perfil de humor criado na web pelo cientista social e
jornalista João Filho (artigo publicado na Revista Carta Capital).
A PALAVRA DO NOBEL DE ECONOMIA
Na Folha de hoje, em entrevista em que diz que a situação da ECONOMIA GLOBAL patina num ” crescimento baixo, pressões deflacionárias e desempenho decepcionante”, o economista Paul Krugman, Prêmio Nobel de 2008, diz que o Brasil, apesar da “bagunça política”, tem fundamentos econômicos que não estão “nem perto” das condições em que estiveram em outras crises vividas pelo país.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
VOLTARÁ ou VOARÁ ??? - José Nílton Mariano Saraiva
Tida
no meio “judiciário prisional” como um revolucionário
instrumento no combate à criminalidade, porquanto capaz de permitir
o monitoramento diuturno daquele marginal liberado da prisão
propriamente dita (o cárcere), para cumprir “prisão domiciliar”
(em casa), a tal da “tornozeleira eletrônica” já provou que não
passa de um colossal embuste (e, por extensão, desmoralizante da
prisão domiciliar).
Incrustada
no tornozelo daqueles bandidos de maior “prestígio” (grana) e/ou
dos que apresentam “bom comportamento” (estratégia enganadora,
mas às vezes eficaz), teoricamente a tal “tornozeleira eletrônica”
seria capaz de fazer com que o não cumprimento do castigo por parte
do bandido (ficar dentro de casa durante todo o dia) de pronto o
trouxesse de volta à prisão, porquanto facilmente localizável na
transgressão do que fora pactuado.
Como,
no entanto, na nossa estrutura prisional a área de “recursos
humanos” é por demais pobre e deficitária, faltam agentes para
acompanhar o “monitoramento eletrônico” ou mesmo para se fazer
presente (por falta de recursos materiais) numa possível detecção
de fuga por parte dos “privilegiados usuários” da tal
tornozeleira. Como consequência, a imprensa já flagrou (e filmou),
bandidos de “prestígio” (grana) que dela fazem uso, “melando o
bico” (enchendo a cara) em plena orla da badalada praia de Ipanema,
sem serem importunados; também, já tivemos bandidos que foram
liberados por “bom comportamento” (usando a respectiva), sendo
presos em flagrante na prática de assalto e retornando ao “lar
doce lar”. Na Internet, então, já há “didáticas lições”
(um autentico e pormenorizado manual) de como se livrar da malfadada
(e inútil) tornozeleira.
Tal
reflexão é só pra lembrar que, depois de ter feito a tal “delação
premiada”, onde incriminou meio mundo e mais a outra banda, o tal
Nestor Cerveró (vulgo “farol baixo”, para os íntimos) acaba de
ser liberado para passar o Natal e Final de Ano em casa, no aconchego
do lar, junto aos familiares. Evidentemente que usando a
“tornozeleira eletrônica” (serão cerca de 10 dias de “folga”,
antes do possível retorno à prisão).
Mas,
aqui pra nós, uma dúvida atroz (e que ninguém nos interprete
erroneamente): com vultosos e comprovados depósitos em bancos do
exterior (oriundos da propina na Petrobras), com a família e uma
legião de amigos dispostos a protegê-lo (por cima de pau e pedra),
e já condenado em um dos processos (e com perspectiva de condenação
em outros), será que a “tornozeleira eletrônica” se constituirá
intransponível obstáculo para, ao invés de “VOLTAR” (à
prisão) Nestor Cerveró preferirá “VOAR” (para a liberdade,
mesmo que bandida) ??? Afinal, o próprio advogado de Cerveró,
atualmente preso pela Operação Lava Jato, já declinou para um dos
seus filhos (que gravou a conversa), que “cansou” de ilegalmente
transportar bandidos, via terrestre, para o Paraguai, de onde se
mandaram rumo à Europa. Ou restará ao “farol baixo” uma nesga
de dignidade e honestidade, para pagar pelos malfeitos aqui
praticados ???
E então, Nestor
Cerveró VOLTARÁ ou VOARÁ, essa é a pergunta que todos se fazem.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Parabéns aos aniversariantes José Flávio Vieira( dia 20.12) e José do Vale P.Feitosa(21.12).
Agradecemos o alimento intelectual, que recebemos de vcs, ao longo dos dias.Admiro-os como comunicadores, e abraço vocês como amiga.
domingo, 20 de dezembro de 2015
OS VENDEDORES DE
GARRAFADAS DO GLOBO.
O Jornal O GLOBO, da família Marinho,
faz um editorial sobre o petróleo brasileiro e afirma que toda a pose
nacionalista dos brasileiros sobre esta fonte de energia não é nada. Que melhor
seria ter vendido tudo antes do preço cair. Ter embolsado alguns bilhões e
esquecido o problema para as imbecis do petróleo por terem doado a “dinheiramente”
toda ao povo brasileiro e ao final tomarem redondo prejuízo.
Além do mais, alega o editorial: “Há, ainda, o
sinal de alerta da COP-21 de que a era dos combustíveis fósseis pode ter
entrado na reta final. O Brasil, país cuja população envelhece sem que tenha
ficado rica, pode ter chegado ao pré-sal tarde demais, até por preconceitos
ideológicos. Perda histórica dupla.”
O editorial é como
aquele vendedor de garrafadas na feira nordestina, que traziam cobras dentro do
vidro, peixes do Amazonas e outras bizarrices para a abrir o bolso do
comprador. Não vendiam o que mostravam, vendiam panaceias para quem tinha todos
os problemas do mundo.
A técnica central
destes vendedores é a enganação. O malandro gritando para todo mundo ouvir: “Não se chegou à autossuficiência, apesar de toda a propaganda
político-eleitoral em torno do tema...” Parei a frase por aqui porque a técnica
editorial é emendar uma frase como se tivesse apresentando toda a verdade, quando
o início da frase é o que ficará na cabeça do leitor. Em qual proporção não se
chegou à autossuficiência?
O déficit ente exportação e importação de Petróleo foi de 4% em
2014. A produção de petróleo cresce 51% a mais do que o consumo, portanto,
agora no final de 2015 já devemos nos encontrar superavitário. Argumento de
enganador.
Daí em diante o editorial usa o Petróleo apenas para combate
ideológico do nacionalismo brasileiro histórico, desde o estabelecimento do
monopólio nacional do petróleo e de outras autonomias. O editorial comemora os baixos preços do
petróleo.
Não porque o preço baixo do petróleo seja bom para todo mundo,
mas porque a euforia do “bilhete premiado” com o pré-sal não corresponde à realidade
e os brasileiros ficaram pobres antes de serem ricos. E seguindo os vendedores
de feira perdemos o caminho para o futuro porque não vendemos logo tudo antes dos
EUA virarem campeões em extração de Petróleo de xisto e a China diminuir o
consumo. Resultado: os preços do Petróleo despencaram.
E aí a garrafada que querem vender não é petróleo é essa aqui: “Confirma-se
que foi erro crasso do lulopetismo, movido a ideologia, suspender por cinco
anos os leilões, a fim de instituir o modelo de partilha no pré-sal, com alta
intervenção do Estado. Assim, o Brasil
perdeu importante janela para atrair bilhões de dólares.”
Enfim o produto amargo para você se curar da sua eterna pobreza.
Venda tudo que puder, entregue tudo que tem, junte dólares, porque esta moeda é
dos compradores também e depois empreste para eles que sua paz tumular será
eterna. Eis o que dizem: não acreditem em você (ideologia), não acredite nos
seus líderes (lulopetismo), descarte seu Estado Nacional (estatismo), venda
tudo à petroleiras (que pagam os comerciais).
Bom como não é mesmo sobre petróleo, compreenda que os “corretores”
da venda do petróleo brasileiro e da Petrobrás por brinde, estão insatisfeitos
com a queda dos preços. Assim como um dono de imóvel brasileiro que se achava
dono de um imenso patrimônio e hoje não acha nem a metade para vender.
E sobre a produção de petróleo de xisto e suas contradições ambientais
e alto custo eles não falam nada. E sobre a COP-21 eles não falam de outras
coisas: a matriz do transporte público que implica num setor que fez a glória
das grandes economias, os carros individuais. Enfim enganação de vendedor de
garrafada.
APESAR DE VOCÊ AMANHÃ HÁ DE SER OUTRO DIA.
Poucos tomaram conhecimento. Quando Castelo Branco tornou-se Presidente, foi simpático ao governo Americano que estava junto ao golpe, mas não levou a unanimidade das Forças Armadas, especialmente do Exército.
A rigor ele sofreu uma deposição branca, na falta de um conceito melhor. Costa e Silva, comandante do Exército juntou todo o descontentamento com Castelo, desde militares cassados até Chateaubriand, passando por vários comandantes de regiões militares.
Castelo apenas cumpriu a tabela do fim de mandato. Não mandava mais nada. O Costa e Silva assumiu, governou junto com o levante mundial da juventude. Foi uma explosão de manifestações nas ruas, ao lado de intensa repressão.
Costa e Silva sofreu um acidente vascular cerebral, morreu e uma junta Militar assumiu o governo. Isso com o AI5 e uma série de decretos para controlar as ruas, especialmente estudantes. A repressão teve um crescimento enorme.
Os grupos secretos das Forças Armadas e até mesmo oficiais de alta patente ficaram soltos para explorar seus ódios e desafetos. Não havia governo. Cada arma prendia e arrebentava como queria. Destacou-se com uma sanha enlouquecida o brigadeiro Bournier, que planejava fazer o que se fez na Argentina em larga escala: jogar de aviões no alto mar o que ele classificava como inimigo.
Fato curioso. Um grande amigo, militar, político, conservador, mas um nacionalista, cassado e sem direitos políticos. Era da Aeronáutica. Bournier mandou buscá-lo. Por sorte ele não estava em casa, os soldados seguiram o filho mais velho e assim ele soube da perseguição. Foi para o Comando Militar do Exército e se entregou. Lá sua vida foi salva, pois o Bournier fazia aquilo por conta própria, na desagregação do Governo durante a Junta Militar.
Garastazu Médici foi nomeado Presidente com a divisão do poder entre o grupo ligado ao Castelo e o grupo do Costa. A rigor ele não mandava em nada, apenas distribuía os assuntos segundo o acordo entre os dois grupos.
Nesta época a repressão, a tortura e morte, a censura e a perseguição a qualquer cidadão, sob suspeita, de qualquer membro do grande esquema de repressão. Se fosse um desafeto a questão pessoal logo evoluía para uma questão de Segurança Nacional.
E assim Chico Buarque fez uma música chamada "Apesar de Você" que passou pela censura como se fosse uma questão entre duas pessoas. Uma mulher como era comum nos sambas. A música foi gravada e divulgada.
Foi na exibição pública que a censura percebeu o real sentido da música e ele chamava-se Emílio Garastazu Médici. A cantora Leila Silva gravou a canção em 1971 e seus discos, também, foram recolhidos.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
MARINGÁ
E por estes dias. Andei lendo
sobre a dinastia política da família Barros de Maringá. Sucessão há três
gerações dos poderes públicos que emanam do povo e em nome dele deveria ser
exercido.
E lembrei-me de Maria do Ingá,
aquela retirante das perdidas vidas dos sertões nordestinos. Aquela retirante
que mais dava o que falar e em levas pelos caminhos distantes, na solidão de
todas as perdas, o esmagamento do peso do destino dos desamparados, sem
solidariedade, desprezados como um bago de laranja chupado na beira da estrada.
Como aqueles ombros caídos, a
cabeça baixa, o rosto carregado do amargo adeus entrando em ônibus empoeirados,
com o assento impregnado de antigos suores. E pelos solavancos da estrada
seguiam dias sem fim, pouco para comer, horas na piçarra da estrada deserta
enquanto a mecânica da condução se consertava.
Longas estiradas pelos lugares
postados na paisagem imensa e deserta. Assim como a navegação sem fim doutras
vagas de gente em busca da sobrevivência, no contra fluxo do Amazonas, tomando
afluentes do Juruá e debulhados nas margens desertas e vizinhas das
seringueiras.
Maria do Ingá, como todos aqueles
que subiram nos ônibus da Varzealegrense em destino das terras roxas do Paraná.
Derrubar as florestas. Plantar café. Tornarem-se adereços nos criadouros de
dinastias.
Esta sequência de pai para filho,
sem consciência alguma dos braços suados, respirando o ar como se a vida fosse
uma dádiva divina. Como se tudo já estivesse escrito e tudo que lhes sucede é
mero merecimento da ordem maior.
Do retrato severo do patriarca
até a caçula da dinastia, há uma arrogância sobre o destino dos demais. Uma arrogância
que nunca ensinou ninguém a pescar. Ao contrário sonegou-lhes o peixe da fé e
da existência, deu-lhe uma única vara de açoite, plantar e colher café.
E Maringá, esta terra de
dinastias, sabe que tudo veio de uma canção de Joubert de Carvalho e Olegário
Mariano. Maria do Ingá se encontra em teu nome enquanto postas vitupérios
contra os que lá ficaram. Os que continuam no Nordeste.
Continuam sabendo daqueles
apartamentos luxuosos da Aldeota que batem panelas contra o prato de comida dos
pobres. Que, de tão culpados, possuem um exército de pistoleiros a proteger os
filhos dos assaltantes que infestam toda a cidade.
Uma reflexão chata de saudade- socorro moreira
A cidade do Crato não contém o Crato antigo, salvo em poucos aspectos físicos: a casa das Arraes, a Escola Técnica de Comércio, a cor da igreja, que era de S.Vicente, o prédio que foi o Bco Cacheiral, a Igreja da Sé, o Palácio do Bispo, o Colégio Sta Tereza, a quadra Bi-centenária, o prédio da Rádio Educadora, o Crato Tênis Clube...Alguns escombros, e pronto? Nem tanto...
Eu respiro uma cidade do passado.Não é tão somente saudosismo,mas a falta que ela me faz.Ela e as pessoas que partiram ou morreram, que um dia a personalizaram ,e se eternizaram, na minha visão sempre verde.
Nas festas de dezembro estes sentimentos são mais fortes.Busco a noite feliz, nas luzes natalinas, e o encantamento humano, em cada sorriso que encontro.A felicidade não escapou no tempo...A felicidade escapou pra dentro da gente.De boba, ainda a seguro, e dela nunca me canso.
A realidade é que estamos na terceira idade, com vontade de adotar mágicas, que nos mantenham vitais,em todos os sentidos.
Falta em mim um pouco de tudo.Sobra em mim uma memória de elefante que as vezes chora, e lembra do hilariante ou poético, dos riscos que se tornaram dramas, e dos dramas que se tornaram risos.
De cabelos brancos, sem terço entre os dedos, poderia até acompanhar uma procissão de velas acesas, mas as pernas me trairiam...Ou não?
Tenho um amigo próximo, justo da minha geração.Imaginei-me vendo e mostrando-lhe um Crato novo com muita admiração.Mas não.Nossos olhos entristecidos, corações minados, se intimidam, se recolhem, e esperam, só com colírio, limpar a vista , enxergar o tudo mudado, sem a dor do passado, e receber do presente boas manifestações.
Juro que não queria voltar, em 2000.Voltei perambulando pelas ruas, buscando resíduos , que o tempo apagou.E fui me acostumando a viver estoicamente, contando com o amor.
De repente, queria que todos voltassem, pelo menos, numa simples informação.
Aí criaram esse tal FB, que vem cumprindo a missão.
Faltam 7 dias pra noite de Natal.Vamos catar alegrias.Elas estão escondidas dentro da gente.Que encontremos na paz, tudo que julgamos perdido, e ainda vive!
Eles se foram, mas a gente continua aqui.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
VINÍCIUS: O ANARQUISTA.
Anarquista medular. Não precisa
nem raciocinar. Ele é. E muito superior a este pessoal do curvar-se ao poder do
Mercado. O Deus Mercado, provedor de sonhos, vitórias e escárnio aos
perdedores.
Vinícius nasceu numa ilha, mas
desenvolveu-se no continente. Especialmente entre a Cidade e Ipanema. Os bares
nunca tiveram tempo de senti-lo ausente. Sem saudades. Numa esquina, na metade
do quarteirão e um grande desejo de fundir-se ao Rio enquanto a eternidade
durasse.
Jovem. Ousado. Andou nas areias
das praias, na aspereza das pedras, embora úmidas do mar, nos tapetes macios e ajoelhou-se
em êxtase com os olhos fervendo de desejo ao corpo delas. Amou. Principalmente
tinha a maldição do amor eterno.
E fez-se em roda de música. Com o
fluir das palavras em sonoridade, das revelações profundas do ser, da explosão
emotiva das contemplações, da denúncia ferina das traições e dos éditos
ditatoriais. Tornou-se o símbolo de uma época. Uma trilha para se transitar.
Mas Vinícius sumiu de cena.
Ninguém mais o viu. No centro, em Ipanema, nalgum restaurante de Copacabana, em
qualquer bar do Leblon. Nas tocas edificadas da civilização a ausência
permanente. Tornou-se lenda dos desaparecidos. Quem sabe na “Curva do Calombo”
na Lagoa.
E por acaso tive acesso ao
sumidouro do Vinícius. Depois da Fonte da Saudade, na subida da Sacopã.
Apartamento de fundos. Virado para a mata. Úmido e penumbroso. Pela janela a
sabiá canta na mata e os macacos pulam de galho em galho e chegam às janelas
por um pedaço de vida qualquer.
- Caramba! Que sumiço!
- Não existe eclipse algum. É a
vida. Vivo a felicidade de ter envelhecido. A liberdade do meu corpo seguir os
estímulos constantes do mundo. Sem regras. Controles. Clareamentos. Defesas.
Atento ao discurso de Vinícius.
- A velhice é uma adolescência
radical. Infinitamente mais radical. Todos os órgãos começam a funcionar na própria
regra. Ninguém obedece mais à ditadura da totalidade. Partes abandonam o corpo
por vontade própria, dentes, cabelos, a tesão, o fluxo da urina, o ritmo
digestivo. As regulações perdem os roteiros, ritmos, regularidades,
compensações e toda esta lei de mercado e vivem uma anárquica e bela arritmia,
elevam-se os níveis tensionais, afrontam-se os órgãos reguladores. E a beleza de
todas as belezas, as células deixam a escravidão fisiológica e se multiplicam
em outras formas, em funções fora da regra, invadem o lugar daquelas ainda
escravizadas. Há uma linda e incomensurável afrontamento deste corpo burguês. O
refúgio dos covardes.
Os olhos acesos à beleza da
anarquia em estado puro.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
UMA CANTINA NO TOPO DA LEMBRANÇA.
E no centro da cidade. Rua Santos Dumont em Crato, um município que não pertence a nenhum Estado, é o umbigo de toda uma macrorregião. Qualquer ponto no litoral nordestino fica distante em torno de 700 quilômetros. O seu corpo físico é um abraço ao Piaui, Pernambuco e Paraíba. O Maranhão é num amanhecer, o Rio Grande do Norte num Entardecer e Alagoas na metade da noite.
A Bahia é num território mítico da cultura e Sergipe a ancestralidade. Como diploma de sucesso na civilização pós-valor da terra, os lustre as luzes se encontrava em Recife. No Recife como dizem. A Bahia uma lembrança de ser médico. O Rio o destino da política e da arte. Fortaleza o lugar para o qual os políticos eleitos se diplomavam.
Melhor não podia descrever o Crato. Agora falta a Cantina. E não espere algo italiano no sentido da refeição pronta. Mas no sentido do mercadinho, da mercearia, da bodega e, portanto, já se destacava pelo nome. Mas fique no terreno da Mercearia como adereço, a que falo é sobre refeição, inclusive.
E qual refeição? No campo o prazer de acordar com leite recém chegado do curral, café moído e feito na hora, um pedaço de queijo coalho assado na brasa e cuscuz. Com leite, encharcado de leite. Colheradas num e gole no outro.
Então vou ao Crato, aluno das pernas arranhadas por garrancho na beira da caminhada e ao encontro do mundo de gente que descobre novos mundo. Entre eles, dois irmãos, Wilson e Veím, a falar sobre os desassombros da vida urbana. Das horas que se esticam no entremeado de vidas e domicílios. Nos cinemas, nas praças, nas calçadas, no rádio e até numa radiadora.
Então na hora do recreio. Uma novidade. Na Cantina Oliveira tem uma "merenda" especial. E não era perto do colégio. Mas íamos. Um grupo até o burburinho da grande freguesia. O enche e seca pratos. O ocupa e desocupa banco em enormes mesas.
E ali algo tão normal nos tempos de comida a quilo, de buffets, destas misturebas de tudo com tudo. Um tempo em que as associações alimentares eram verdadeiramente canônicas. Um tempo em que o que estivesse em certas panelas não se somada ao conteúdo de outras.
E na Cantina Oliveira uma mistura com a força da cultura local, mas nunca antes experimentada, pelo menos para o jovem comensal. Ambas fumegantes dos recipientes que a cozinharam diretamente ao nosso prato: uma base de cuscuz daquele milho da cor intensamente alaranjada e com uma carne moída cuja receita ficou lá no topo da lembrança.
Na Cantina Oliveira.
sábado, 12 de dezembro de 2015
É POUCO, MUITO POUCO - José Nilton Mariano Saraiva
Até
que enfim o Procurador Geral da República Rodrigo Janot se
manifestou.
Falta,
porém, o mais importante: colocar Eduardo Cunha atrás das grades.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
“PALHAÇOS-ENGRAVATADOS”
– José Nílton Mariano Saraiva
Porque
comprovadamente foram cooptados por uma “merreca”, subtraída do
vultoso e ilegal valor que o meliante Eduardo Cunha recebeu de
“propina” dos bandidos que assaltaram a Petrobras, os
“palhaços-engravatados” que o apoiam (dizem ser quase duas
centenas), não têm o mínimo de pudor e escrúpulo em protagonizar
a chanchada deprimente que atualmente levam a cabo no plenário da
casa, bem como no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, da Câmara
dos Deputados.
Assim,
obedecendo cega e bovinamente ordens do “chefe” (Eduardo Cunha),
transformaram os respectivos ambientes em um picadeiro de circo
mambembe de periferia, onde reina a palhaçada de quinta categoria e,
por consequência, o desrespeito aos mínimos princípios da
moralidade, da ética e da seriedade, que ali deveriam se fazer
presentes. Daí, a procrastinação ad eternum do andamento do
processo de cassação do mandato de Eduardo Cunha, por falta de
decoro parlamentar (roubou, mentiu e sonegou), já por seis vezes
levado a plenário.
O
escárnio é tamanho, que o país literalmente encontra-se parado
simplesmente porque o bandido Eduardo Cunha resolveu “peitar” a
corte maior do país (Supremo Tribunal Federal) por ter esta cometido
a suprema “ousadia” de barrar o rito processual que ele houvera
imposto de forma aleatória, imperial e absoluta, na tentativa de
(junto com sua quadrilha) viabilizar o impeachment da Presidente
Dilma Rousseff; assim, o legislativo federal somente reunir-se-á
para decidir sobre qualquer coisa (e a pauta é extensa) após o STF
determinar como deverá se processar a querela, daqui a uma semana.
Até lá, os “palhaços-engravatados” estarão livres para
transgredir e conspirar.
O
mais estranho nisso tudo, contudo, é que, apesar das muitas e
contundentes provas em seu poder (documentais, telefônicas e
verbais) de repente a “agilidade” do Procurador Geral da
República Rodrigo Janot, esvaiu-se; a “coragem” do juiz Sérgio
Moro, escafedeu-se: a “determinação” do ministro Teori Zavaschi
desapareceu, porquanto assistem passivamente ao festival de
arbitrariedades perpetradas por um reconhecido e audacioso bandido de
alta periculosidade (até ameaça de morte já foi denunciada).
Estariam
tais sumidades receosas de que contra elas Eduardo Cunha acionasse
alguma resquício-comprometedor da sua “pauta-bomba” ??? Teriam
rabo-preso ??? Ou simplesmente torcem para que ele toque fogo no país
de vez, acabando com a normalidade democrática tão duramente
conquistada faz tão pouco tempo ???
Por
qual razão o Poder Judiciário não se manifesta, determinando a
César o que é de César ???
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
O "EXTERMINADOR"
Relator que contrariou Cunha diz que foi ameaçado e teve medo de morrer
POR FERNANDO BRITO · 09/12/2015
Do Valor, agora há pouco, sobre o país do faroeste legislativo:
“Eu cheguei a pensar que eu poderia morrer, sim”.
Assim o deputado Fausto Pinato (PRBSP), em seu primeiro mandato, resume as pressões que passou a sofrer desde que foi escolhido como relator do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDBRJ), no Conselho de Ética da Casa.
Nesta quartafeira, quando o parecer de Pinato pela abertura do processo iria ser votado no conselho, Cunha fez uma manobra junto à mesa diretora para destituir o deputado do cargo. Pinato afirmou que sofreu ameaças de morte e registrou um boletim de ocorrência confidencial junto à Secretaria de Segurança de São Paulo.
Diz que também fez uma representação ao Ministério da Justiça. Segundo ele, sua família estava usando um carro blindado e um policial militar passou a dormir em sua casa para fazer sua proteção.
“Fui abordado em aeroporto, o meu motorista foi abordado, recebi alguns recados em aeroporto de pessoas desconhecidas. Sofri todo tipo de pressão que você pode imaginar”, disse em entrevista à imprensa. E detalhou: “Falaram para pensar na minha família, que eu tinha filho pequeno, filha pequena, irmão pequeno”. Segundo ele, foi por causa das ameaças que o deputado resolveu apresentar antes do prazo seu parecer a favor da admissibilidade do processo contra Cunha. “Eu protocolei, sim, antes, porque eu fiquei com medo de morrer”, afirmou.
Ele declarou, contudo, que não tem como dizer de onde partiram as ameaças. Pinato disse ainda que os aliados de Cunha na Câmara, sem citar nomes, também lhe pressionaram, sugerindo “aconselhamentos” em favor do arquivamento. “Recebo recados dia e noite de que estaria brigando com um exército de 200 e tantos deputados”, contou.
A conclusão de Pinatto: “o único relator que consegue sobreviver hoje no Conselho de Ética é um relator que arquive o processo”
Viva a “normalidade institucional”, não é , Dr. Temer? Não é, Dr. Janot?
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