por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Tão Pouco.
De tudo que é sentido, tão pouco é falado.
De tudo que sofrido, satisfeito...
Quase nada é dito na lágrima que cai
Pois, para cada uma delas há um turbilhão de silêncios,
Bem como a cada vez que teu riso escapa,
Teu olhar pousa as retinas sobre mim...
Também há a nota do riso vibrar no silêncio.
Pois nem tudo que é sentido de feliz
É possível ser expresso. É como o vento, o qual sentimos e não vemos.
Há nas paixões a violência do olhar, do lábio trêmulo do beijo, na ânsia do desejo algo de fugaz. Há no amor, tudo isso sob o compasso seguro da eternidade. A cada instante que teu riso entorna sobre mim, ecoa em toda eternidade.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Música: Conto de Fada
Autores: João Bosco & Aldir Blanc
Teu pescoço, ilha cercada de luz
no fulgor da gargantilha
que nem praias de brilhantes em teu colo
merecendo redondilhas...
Nesse baile em que você debutou
eu botei pra fora meu coração,
você riu, me olhou de esgelha,
empolgado te mordi a orelha.
E daí foi um conto de fadas:
nós casados de um dia pro outro,
você, lânguida, misteriosa
e eu vibrante como um potro.
A princesa hoje lava pra fora.
Eu esgrimo a brocha e o pincel
pra dar tudo aos sete herdeiros
no palácio lá do morro do Borel
- e quem quiser que conte outra.
Carta aberta aos artistas e intelectuais "do Crato"
Por Alexandre Lucas*
Vocês têm contribuindo de alguma forma com o Crato
1. Cacá Araújo
2. Jean Alex
3. Fatinha Gomes
4. Nívia Uchoa
5. Rafael Vilarouca
6. Franklin Larcerda
7. Josernir Lacerda
8. Bastinha
9. Luciano Carneiro
10. Allan Bastos
11. Yasmine Moraes
12. Wilson Bernardo
13. Carlos Rafael
14. Luiz Carlos Salatiel
15. Cleivan Paiva
16. Rosemberg Cariry
17. Stenio Lima
18. Lifanco
19. Luciano Francioli
20. Rita Cidade
21. Joaquina Carlos
22. Guto Bitu
23. Rodrigo Moura
24. Junior Errer
25. Diheson Mendonça
26. Auci Ventura
27. Saraiva
28. João Nicodemos
29. Claudio Reis
30. Mestra Zulene
31. Mestra Edite
32. Mestre Cirilo
33. Mestre Aldenir
34. Mestra Mazé
35. Edelson Diniz
36. Fidel
37. Janinha Brito
38. Aecio Ramos
39. Dane de Jade
40. José Flavio
41. Paulo Bento
42. Maercio Lopes
43. Joenio Alves
44. Josernany Ferreira
45. Kelyene Maia
46. Marlon Torres
47. Carlos Henrique
48. Christian Marques
49. Ana Paula Nogueira
50. Daniele Esmeraldo
51. Ingrid Alidiane
52. Françoi
53. Vinicius Pinho
54. Waslevicks Pinho
55. Jorge Carvalho
56. Tio Bibi
57. Wanderley Tavares
58. Felipe Tavares
59. Jackson Bantim
60. Jeferson de Albuquerque
61. Adriano Brito
62. Abidoral Jamacaru
63. Pachely Jamacaru
64. Yarley Brito
65. Flavio Rocha
66. Orleyna Moura
67. André Ferreira
68. Manel do Chico Gomes
69. Jessika Bezerra
70. Lilian Carvalho
71. Augusto Bezerra
72. Janinha Linard
73. Tyciane Lopes
74. Jorge Ney
75. Geovani Brasil
76. Laerto Xenofonte
77. Cartulo Teles
78. Ricardo Correia
79. Faeina Jorge
80. Edceu
81. Ricardo Alves
82. Jucimar
83. Ridalvo
84. Raul Lampião
85. Thales Eijan
86. Flauberto
87. Eber Torres
88. Jardas
89. Sandra Albano
90. Eveline Limarverde
91. Amanda Priscila
92. Janaina Guedes
93. Alexandre Xamex
94. Elionardo
95. Cleo do Vale
96. Junior Rivadávio
97. Cidinho
98. Wescley Sousa
99. Edilânia Rodrigues
100. Elizangela Nepomucena
101. Maria Gabriela Federico
102. Cristiano Ramos
103. Josilson Lobo
104. Carla Daniele
105. Caludia Rejane
106. Luiza Amaro
107. Erika Souza
108. Edgle Lima
109. Mariana
110. Mestre Galdino
111. Kaika
112. Eduardo Júnior
113. Renê
114. Glauco Vieira
115. Sâmia Oliveira
116. Sâmia Xavier
117. Luiza Amaro
118. Jussiane Emidio
119. Jurandi Temoteo
120. Primo
121. Saraiva
122. Mãe Alice
123. Suyane Oliveira
124. Lidio
125. Diego Sidrim
126. Daniel Jackson
127. Nezite Tavares
128. Pedro Ernesto
129. Henrique Vidal
130. Leonardo Luna
131. Borracha
132. Junnior Pessoa
133. Ângelo Gomes
134. Julio
135. Camila Lima
136. Fábio Lemos
137. Adriana Botelho
138. Malan Amaro
139. Willyan Teles
140. Amilton
141. Ana Aline
142. Jonizia Fernandes
143. Joseany Ferreira
144. Charline Moura
145. Renata Marinho
146. Roberto Marques
147. Edson Martins
148. Roberto Siebra
149. Mestre Aldenir
150. Divani Cabral
151. Padre Ágio
152. B.Boy João Paulo
153. Manuel Fernandes
154. Zuleide Queiroz
155. Maria Iara Brito
156. Jairo Starkey
157. Ana Rosa
158. Norbelia Duarte
159. Paulo Fuisca
160. Joelmir Pinho
161. Saraiva
162. Tancredo Lobo
163. Carlos Henrique
164. Anderson Almeida
165. Rogério Canal
166. Marcelo Missão Miranda
167. Michel Macedo
168. Antônio Queiroz
169. Mabel
170. Batista
171. Jaquelina Rolim
172. Pâmela Soares
173. Alemberg Quindins
174. Talita Bac
175. Raquel Arraes
176. Constance Gonçalves
177. Aline Silva
178. Edival Dias
179. Seu Jesus
180. Roseane Limaverde
181. Eveline Limaverde
182. Kerollen Duarte
183. Eduardo Escultor
184. Diego Linard
185. Alvaro Holanda
186. Célia Dias
187. Daniel Peixoto
188. Didi Moraes
189. Elisa Moura
190. Fran Galdino
191. Maestro Galdino
192. Ibbertson Nobre
193. Jayro Starkey
194. Lamar
195. Maestro Bonifácio
196. Micaelson Lacerda
197. Corné Baruino
198. Eduardo Campos
199. Kélivia Maia
200. Edilma Saraiva
201. Samuka
202. Zada
203. Waldemar Arraes
204. Henrique Maia
205. Gessy Maia
206. Amanda Teixeira
207. Emerson Monteiro
208. Everardo Aguiar
209. Bebeto
210. Marcos Leonel
211. Socorro Moreira
212. Willian Brito
213. Fernando Garcia
214. Virginia Moura
215. José Wilton Conrado
216. Carlos Lourenço
217. Hugo Rocha
218. Adauto Garcia
219. Jardas
220. Queops Arsênio
221. Evandro Peixoto
222. Tânia Peixoto
223. Thibério Cesar
(Certamente esqueci-me de citar alguns nomes ( me perdoem), mas se sintam incluídos). Vivemos além das eleições. Pensamos a sociedade e produzimos arte independente das eleições, mas é preciso reconhecer as eleições como momentos importantes para o futuro e o bem estar das pessoas. Isso não é coisa de político! Isso é coisa de seres humanos.
Severamente o ato de pensar a sociedade ou de produzir arte tem uma dimensão de escolha, de perspectiva, ou seja, de ação política.
Os artistas e intelectuais desempenham importante papel na vida pública. No Crato, nestas eleições provocamos o debate sobre políticas públicas para cultura e conseguimos que as quatro candidaturas a Prefeitura do Crato/CE assinassem a CARTA COMPROMISSO COM A CULTURA, a qual foi assinado pelos Candidatos Marcos Cunha e Pedro Lobo (Candidato a prefeito e vice), Cícero França e George Marcário (Candidato a prefeito e vice), Raimundo Filho (Candidato a vice-prefeito) e Mauricio Almeida (Candidato a vice-prefeito).
Essa carta é um compromisso político assumido pelas quatro candidaturas, que representam uma conquista não para os artistas e intelectuais do Crato, mas para a humanidade, tendo em vista a dimensão progressista e humanizadora do documento que compreende a cultura e a arte, além do entretenimento e da mercantilização. A carta compreende cultura como vetor de desenvolvimento humano, social, econômico, ambiental e de diversidade cultural e artística.
A carta é resultado das resoluções da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO, da Conferencia Nacional de Cultura, dos Encontros Nacionais dos Pontos de Cultura do Brasil e das bandeiras defendidas pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura, além da observância das resoluções da Conferência Municipal de Cultura do Crato. Ou seja, essa carta representa um anseio planetário de intelectuais e artistas.
Esse documento não foi pensado para beneficiar candidatura Vermelha, Amarela, Verde ou Azul, mas o conjunto multicolor das candidaturas. É preciso que os candidatos tenham um norte do que queremos. É preciso que cada candidatura entenda que para pensar políticas publicar para cultura, não basta de uma pessoa para executar, é necessário antes de tudo de ter propostas e clareza política do que se quer executar.
Uma etapa nós já ultrapassamos: ASSINATURA DA CARTA COMPROMISSO COM A CULTURA. Após as eleições precisamos partir para segunda etapa EXIGIR DO CANDIDATO ELEITO que seja honrado o compromisso público.
Então, acredito que somente misturados e mobilizados vamos conquistar políticas públicas duradouras para cultura. É preciso que cada coletivo, companhia, ONG, artista, ativista, intelectual, brincante, tenham conhecimento do teor do documento assinado pelas candidaturas e possam se somar numa frente de diálogo com o candidato eleito para pensar o Crato como a “capital de desenvolvimento de políticas pública para cultura” para serem copiadas e recriadas pelo povo brasileiro.
A nossa disposição é de luta e acreditamos que investir na cultura é desenvolver de forma intersetorial cidades mais humanas.
Saudações com anseio de revolução cultural!
* Alexandre Lucas - Artista/educador, Pedagogo, integrante do Instituto Centro Universitário de Cultura e Arte – CUCA, do Programa Nacional de Interferência Ambiental – PIA, do Coletivo Camaradas, Coletivo Desmascarados, do Conselho Municipal de Cultura do Crato, do Coletivo Estadual de Cultura do Partido Comunista do Brasil – PCdoB e da Rede Misturados.
Conteúdo da Carta Compromisso com a Cultura
CARTA COMPROMISSO COM A CULTURA
Eu XXXXXX , candidato a prefeito do município do Crato pelo Partido XXX, assino esta carta compromisso ao pleito eleitoral de 2012.
Considerando:
1. A Convenção da UNESCO sobre a proteção e a promoção da Diversidade das Expressões Culturais, ratificada pelo Brasil por meio do Decreto Legislativo 485/2003;
2. A Agenda 21 da Cultura (Barcelona 2004), que diz “As cidades e os espaços locais são ambientes privilegiados da elaboração cultural em constante evolução e constituem os âmbitos da diversidade criativa, onde a perspectiva do encontro de tudo aquilo que é diferente e distinto (procedências, visões, idades, gêneros, etnias e classes sociais) torna possível o desenvolvimento humano integral”;
4. As resoluções aprovadas na II Conferência Nacional de Cultura, sistematizadas no Plano Nacional de Cultura, sancionado em dezembro de 2010;
5. As resoluções aprovadas na Conferência Municipal de Cultura do Crato-CE, realizada em 2010, sistematizadas no Plano Municipal de Cultura;
6. As propostas elaboradas pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura no Congresso Nacional;
Assumo o compromisso público, em sendo eleito:
A Cultura deve ser tratada como prioridade estratégica, através de mecanismos permanentes que visem sua consolidação como política de Estado e compreendida como dimensão fundamental para o desenvolvimento humano e econômico, social e ambiental;
A Cultura deve ser valorizada em seus múltiplos aspectos, considerando a diversidade cultural do nosso povo. Desta forma, integrar e fomentar tanto as culturas tradicionais como as indústrias criativas e todas as cadeias produtivas do setor, sem hierarquizar estas dimensões complementares.
As políticas públicas de cultura devem ser pensadas como elementos de aproximação entre o Estado e a sociedade. Neste sentido, as administrações municipais devem compreender a cultura como elemento de democratização desta relação. Políticas culturais emancipatórias contribuem para a criação de uma nova cultura política.
A política cultural deve facilitar e permitir o acesso ao território e ao espaço público, garantindo o direito à cidade, ressignificando e reapropriando estes espaços.
Cultura, Educação e Comunicação Democrática ou democráticas são elementos indissociáveis e indispensáveis em uma administração municipal e para formação cidadã.
As crianças, adolescentes e jovens devem ser considerados prioritariamente na elaboração, formulação e implementação das políticas culturais. Dar ênfase à primeira infância.
Cujas metas são:
ESTRUTURA E GESTÃO:
• Fortalecer a Secretaria Municipal de Cultura, desmembrando-a do Esporte e Juventude e aperfeiçoando seu núcleo operacional;
• Otimizar a implementação/funcionamento do Sistema Nacional de Cultura na esfera municipal - conselho, plano e fundo municipal de cultura;
• Democratizar a gestão cultural e a destinação de seus recursos criando instrumentos de participação direta da sociedade nas definições de políticas, fiscalização, controle e execução das mesmas;
• Implementar a cartografia sociocultural urbana: conhecer a cidade e sua gente, sua cultura, sua religiosidade, suas cadeias produtivas artesanais e industriais na cultura;
• Valorizar o trabalhador da cultura, estimulando a formalização e regularização previdenciária do mesmo.
• Criar uma política permanente de ocupações dos equipamentos culturais, através de editais públicos.
FINANCIAMENTO:
• Apoio à imediata aprovação da PEC 150/2003, que estabelece que 1% dos recursos do orçamento do município deva ser aplicado na Cultura;
• Independentemente desta aprovação, que seja garantido no mínimo este percentual para os recursos destinados à Cultura, na lei municipal do Plano Plurianual, das Leis de Diretrizes Orçamentárias e das Leis Orçamentárias, já a partir do orçamento municipal elaborado para o ano de 2014;
• Criar editais de fomento direto para todas as linguagens e expressões artísticas fortalecendo a produção independente;
• Incentivar o mecenato a partir da criação de leis de incentivo via ICMS, ISS E IPTU;
• Estimular a criação de parcerias públicas e privadas;
• Desburocratizar os contratos de repasse de recursos, sem comprometer os mecanismos de fiscalização e controle;
• Isenção de ISS para artistas e associações culturais sem fins lucrativos.
COMUNICAÇÃO E CULTURA DIGITAL:
• Criar TV pública municipal, fortalecer e reconhecer as rádios comunitárias;
• Criar gabinete digital junto ao Prefeito;
• Documentação e modernização tecnológica para o acesso do povo ao conhecimento;
• Implantar e/ou manter, através de apoio financeiro da administração municipal, as rádios e as TVs Comunitárias, geridas por associações de entidades usuárias;
• Ampliar o já existente programa de acesso gratuito à internet – Banda larga Para Todos, criado por Lei Municipal
EDUCAÇÃO E CULTURA:
• Criar um Segundo Turno Cultural nas escolas em tempo integral através de ações voltadas para a cultura e o esporte;
• Incentivar a educação ambiental e patrimonial na rede municipal de ensino;
• Fiscalizar a implementação do ensino de música na rede municipal de ensino, conforme determinado pela legislação vigente;
• Fazer valer a lei Federal que garante o ensino da cultura afro brasileira nas escolas, ampliando-a para as culturas indígenas, conforme determinado pela legislação vigente;
• Fazer valer a Lei Municipal nº que determina a obrigatoriedade do ensino da história do Crato na rede municipal de ensino.
• Criar escola municipal de artes/cursos formação nas artes e produção cultural;
• Formação de gestores culturais;
• Construir ampla campanha nacional e local de erradicação do analfabetismo;
• Incentivar o cineclubismo e a exibição de filmes nacionais nas escolas.
• Apoiar à imediata aprovação pelo Congresso do Projeto de Lei 7.507/10 (PLS 185/2008) que torna obrigatório a exibição de produções audiovisuais brasileiras na rede municipal de educação, e compromisso com a sua posterior implantação;
• Cumprimento da Resolução nº 411/2006 do Conselho Estadual de Educação, que fixa normas para o componente curricular Artes, no âmbito do Sistema de Ensino do Estado do Ceará.
PROTAGONISMO SOCIAL:
• Apoiar a aprovação pelo Congresso Nacional do Projeto de Lei 757/2011 que cria a Política Nacional Cultura Viva (Pontos de Cultura) e compromisso com a sua implantação na esfera da administração municipal;
• Fortalecer a Rede dos Pontos de Cultura – Criando um ponto para cada 15mil habitantes;
• Incentivar o fomento à manifestação e criação de protagonismo local;
CULTURA E CIDADE
• Cultura no planejamento urbano - desenvolvimento com preservação, design público, memória;
• Implantar e/ou manter e fortalecer as políticas públicas de preservação de patrimônios históricos materiais e imateriais, bem como de patrimônios naturais e ambientais;
• Valorizar espaços de ensaios, de criação, produção e apresentação;
• Criar, equipar e manter: cinemas, bibliotecas públicas, teatros e outros espaços destinados à arte e a cultura;
• Implantar e/ou manter e fortalecer de Bibliotecas Públicas Municipais (inclusive através da ampliação e atualização de acervos) e Tele Centros;
• Apoiar e fortalecer o programa de ação “Cine+Cultura”, através da implantação de cineclubes e especialmente nas localidades com menos de 100mil habitantes nas quais não existam salas comerciais de exibição;
• Implantar salas de cinemas utilizando a lei 12.599/2012, que cria o programa “Cinema Perto de Você”;
• Promover a ocupação dos espaços públicos e a valorização do artista da Rua;
• Criar polos de cadeia produtiva e estimular a Economia Criativa Local: design, artesanato, moda;
• Estimular a criatividade, conhecimento local que fazem a diferença;
• Incentivar a produção, circulação do artesanato com criação de um polo para comercialização;
• Recenhecer os saberes e fazeres tradicionais: incorporar nas diversas ações de saúde, meio ambiente e ensino regular;
• Apoiar a aprovação do Projeto de Lei 1786/2011 que institui a Política Nacional de proteção e fomento à transmissão da Tradição Oral - Lei Griô;
• Estimular a integração para experimentações: linhas de pesquisa, universidades, movimentos culturais;
• Incentivar prêmios municipais;
• Gerar acessibilidade física à leitura e outras formas de comunicação;
• Primar pela sustentabilidade socioambiental na utilização, distribuição e comercialização de matérias primas e produtos relacionados às atividades artísticas e culturais.
• Equipar e adequar o Cine-Teatro Salviano Arraes Saraiva.
Crato-CE, 27 de agosto do ano 2012.
XXXX XXXX
Candidato a Prefeito – Candidato a Vice-Prefeito
domingo, 16 de setembro de 2012
USINAS EÓLICAS UM CRIME COM CARA DE BONDADE ECOLÓGICA - José do Vale Pinheiro Feitosa
Confesso que ao retornar à minha cidade por meio de alguns
blogs gostaria de falar sobre flores. Afinal, tanto tempo faz que a deixei e
deveria vir apenas com um sentimento líquido a regar a vida. Mas não pude. A
minha cidade continua linda e sua paisagem muda, porém mantendo a mesma personalidade
daquela linha horizontal demarcatória de sua identidade: a Chapada do Araripe.
Pois não É que fantasmas assombram esta paisagem. Antes um
fato: a Constituição Federal diz no Art. 23. É competência comum da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios - proteger os
documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais
notáveis e os sítios arqueológicos. Posso ter um engano brutal sobre o que
sejam paisagens naturais notáveis, mas como cidadão: afirmo que a limpeza da
paisagem da Chapada do Araripe é um dever público.
Agora
aos fantasmas. Existem esforços econômicos, jurídicos e de engenharia prontos
para implantarem usinas Eólicas na Região. Energia limpa! Todos exultarão. Mas só
quem sentiu a quebra sistemática promovida por tais usinas na paisagem do litoral
cearense sabe o que isso significa.
Em
conversa há pouco mais de um ano com o Arquiteto Fausto Nilo (que é compositor
musical) ele garantiu-me ser possível preservar as paisagens naturais notáveis
e implantar tais usinas em outros ambientes. Não fazem por mera questão
econômica dos investidores: teriam que fazer torres mais altas. Mas o prejuízo
econômico é coletivizado e o lucro dos novos “usineiros” é privatizado.
Vamos
ao notável na paisagem. Isso se encontra na cultura, na música, na poesia, no
romance, na narrativa, nos cartões postais e assim por diante. O que tínhamos
de belo nas praias cearenses: o mar, o vento, os coqueirais, as dunas, a
planura do seu território. Aí criaram mostrengos dignos de Guerras nas Estrelas
a engolir as paisagens litorâneas do Ceará.
Em
Fortaleza, na Taiba e agora em Paracuru os aproveitadores e oportunistas
plantaram usinas eólicas nas dunas e à beira mar. A naturalidade e notabilidade
da nossa paisagem foi esmagada por patas gigantes e pás a girar como a desejar
novos Quixotes a enfrentar moinhos. Paracuru, plana e pouco vertical se
encontra emoldurada por gigantes a dominar sua paisagem até mesmo da distante
ponta da Lagoinha, já em Paraipaba. É um crime feito sob a batuta de advogados,
juízes e órgãos ambientais além duma municipalidade a imitar espelhos e pentes
trocados por Pau Brasil pela ingenuidade mercantil dos nossos índios.
O
fantasma a apontar o dedo tenebroso para a Chapada do Araripe é um fato e as preparações
andam céleres. Dizem que até candidato com chances de se eleger na cidade faz
parte do negócio. Já possui território para levar o seu quinhão no escambo de nossa
paisagem.
Aos
nossos bravos cratenses: proteger uma paisagem natural notável de um antolho é
mais sutil e complexo do que simplesmente a defesa da APA Araripe. O negócio,
dizem, é na Chapada, foram da área de proteção. Aí aquela linda, histórica e eterna
linha horizontal da Chapada estará para sempre tomada pelas torres imensas a
corromper seu patrimônio visual.
Bom, posso não ter falado de flores, mas falei de paisagem
Urariano Mota: Mídia, uma assassina da formação do povo - Portal Vermelho
Durante sua participação, ele rememorou a época em que o Rádio tocava Noel Rosa, Ismael Silva, João Gilberto. Segundo ele, isso foi uma primeira fase, uma fase rica. O segundo momento do rádio passou por um processo de deteriorização profunda, e cita como umas das causas a influência do modelo que vinha dos Estados Unidos.
Urariano, que também é jornalista, lembrou que "o Brasil tinha um modelo próprio de fazer rádio. Tínhamos radionovela, radioteatro, programas de humor fantásticos, como por exemplo PRK-30. E afirmou com convicção, o grande rádio formador de opinião, formador de cultura, praticamente não existe mais. E o Golpe de 64 contribuiu muito para essa perda de qualidade, seja através de perseguição aos grandes artistas daquela época, como exemplo Mario Lago, seja pela influência na queda dos níveis da educação”. CONTINUAR LENDO:
A força da fé - Por Carlos Eduardo Esmeraldo
A nossa fé é um dom quase que inexplicável. É a ausência absoluta de qualquer tipo de dúvida. A certeza inabalável da existência do divino e dos dons que todos nós dele recebemos, sem que para isso nada precise nos ser provado. Algo semelhante a quando desejamos encontrar uma determinada rua ou o caminho para chegarmos a uma cidade desconhecida e indagamos a um estranho como encontrá-la. Não duvidamos da informação que nos foi prestada e seguimos em frente com toda confiança, sem a menor suspeita de que o informante poderia estar nos dizendo algo que nos levaria a um precipício ou a uma emboscada.
Às vezes já me perguntaram como sendo eu um professor de matemática, ciência para qual as propriedades necessitam de provas, poderia viver a minha fé. Se não me ocorria nenhum tipo de dúvidas. Respondo que até na matemática, que se rege pelo raciocínio lógico, há verdades axiomáticas para as quais acreditamos sem nenhum questionamento. Afirmações que todo o universo tem como verdadeiras sem necessidade de demonstração.
Para vivência da fé é indispensável a virtude da humildade. Reconhecermos que somos um pequenino grão de areia na imensidão do universo. É por isso que as pessoas mais simples e humildes possuem uma grandiosa fé.
Conta-se que um pobre lenhador vivia sozinho no meio de uma mata trabalhando sem interrupção durante todos os dias. E encontrava uma forma simples de entrar em contato com Deus para que tivesse forças para o trabalho e suportar as agruras da vida e da solidão. Em sua humilde oração ele tinha a mais absoluta convicção de que era atendido. Sua reza era apenas essa: "Senhor, eu sou Joaquim, o resto o senhor já sabe."
Certa vez, uma emissora de rádio, num de seus programas populares, colocou uma de suas ouvintes no ar. A mulher dizia estar passando muita fome, e por isso quase prestes a morrer, acrescentava. Mas tinha certeza que Deus a livraria daquela situação. Haveria de ser atendida e receberia seu alimento por alguém de bom coração. Um rico capitalista que se deslocava para sua casa com o rádio do carro ligado, ouvindo aquele apelo murmurou: "Quanta ignorância! Quero ver se essa mulher tem a fé que ela diz ter diante da prova que lhe farei". E ordenou aos seus empregados que enchessem o bagageiro do carro com uma grande feira, os mais diversos tipos de alimentos e levassem para ela com uma recomendação. Quando a mulher perguntasse quem lhe mandou aquelas compras, eles lhe dissessem que foi o demônio. E assim foi feito. A pobre mulher, posta diante de tantos mantimentos agradecia a Deus por ter escutado a sua voz. Mas os empregados daquele ricaço, insistiram:
- "A senhora não vai perguntar quem lhe mandou essas compras?"
- "Não me interessa. Deus ouviu o meu clamor."
Então os homens disseram:
- "Olhe, quem lhe mandou essa rica feira foi o diabo!"
- "Como o meu Deus é grande! Até o diabo obedece a Ele!" Respondeu a fé daquela humilde mulher.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Às vezes já me perguntaram como sendo eu um professor de matemática, ciência para qual as propriedades necessitam de provas, poderia viver a minha fé. Se não me ocorria nenhum tipo de dúvidas. Respondo que até na matemática, que se rege pelo raciocínio lógico, há verdades axiomáticas para as quais acreditamos sem nenhum questionamento. Afirmações que todo o universo tem como verdadeiras sem necessidade de demonstração.
Para vivência da fé é indispensável a virtude da humildade. Reconhecermos que somos um pequenino grão de areia na imensidão do universo. É por isso que as pessoas mais simples e humildes possuem uma grandiosa fé.
Conta-se que um pobre lenhador vivia sozinho no meio de uma mata trabalhando sem interrupção durante todos os dias. E encontrava uma forma simples de entrar em contato com Deus para que tivesse forças para o trabalho e suportar as agruras da vida e da solidão. Em sua humilde oração ele tinha a mais absoluta convicção de que era atendido. Sua reza era apenas essa: "Senhor, eu sou Joaquim, o resto o senhor já sabe."
Certa vez, uma emissora de rádio, num de seus programas populares, colocou uma de suas ouvintes no ar. A mulher dizia estar passando muita fome, e por isso quase prestes a morrer, acrescentava. Mas tinha certeza que Deus a livraria daquela situação. Haveria de ser atendida e receberia seu alimento por alguém de bom coração. Um rico capitalista que se deslocava para sua casa com o rádio do carro ligado, ouvindo aquele apelo murmurou: "Quanta ignorância! Quero ver se essa mulher tem a fé que ela diz ter diante da prova que lhe farei". E ordenou aos seus empregados que enchessem o bagageiro do carro com uma grande feira, os mais diversos tipos de alimentos e levassem para ela com uma recomendação. Quando a mulher perguntasse quem lhe mandou aquelas compras, eles lhe dissessem que foi o demônio. E assim foi feito. A pobre mulher, posta diante de tantos mantimentos agradecia a Deus por ter escutado a sua voz. Mas os empregados daquele ricaço, insistiram:
- "A senhora não vai perguntar quem lhe mandou essas compras?"
- "Não me interessa. Deus ouviu o meu clamor."
Então os homens disseram:
- "Olhe, quem lhe mandou essa rica feira foi o diabo!"
- "Como o meu Deus é grande! Até o diabo obedece a Ele!" Respondeu a fé daquela humilde mulher.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
sábado, 15 de setembro de 2012
teu rosto
no meu pensamento
às vezes se esfumaça
passa por tantas idades
que eu nunca sei
como estás
lembro rostos de "Cinema"
rostos belos
expressivos ...
depois descobri que a tela
inventa sempre histórias
de rosto triste, infeliz
prefiro a cara lavada
com rugas,desidratada
mas que espressa o real:
o rosto que a vida fez
o fim que a vida traz !
socorro moreira
Baião com tempero caririense
O Baião de Nós ainda não foi servido, mas já dá pra sentir o cheiro. Página publicada hoje no Caderno 3 do Diário do Nordeste, dá notícia do meu novo CD.
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quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Negando fogo

Passaram-se os anos e o
arruadozinho permanecia exatamente o mesmo , motivo de inúmeras chacotas em
Matozinho. Dizia-se que ali só se abria nova rua quando caía uma casa.
Apelidaram de “Cabo” um anão da
Vila. E tome-lhe potoca: “Mais atrasado
que o Cabo”! “Esse menino num cresce não, é empererecado danado , parece o
Cabo”! “O Cabo é tão atrasado que não
muda nunca de patente: não sobe nem prá sargento!” Todos estes chistes precisavam
ser ditos à boca miúda, sob pena de algum cabense infiltrado, tomar as dores e
resolver a pendenga à força de facão rabo-de-galo.
Pois
bem, situado bem nosso arruado, voltemos à nossa Matozinho que vivia, naquele
momento, em período eleitoral, nas vésperas de eleições para deputado, senador
e presidente. Ao contrário do pleito para escolha de prefeito e vereador,
aquele não dava muito solavanco nos ânimos matozenses, não ! A coisa permanecia
meio morna, meio em banho-maria. Talvez, por isso mesmo, Giba, o dono do Bar mais famoso da Vila, estivesse, naquele dia preocupado com razões
outras bem distantes de Chapas e Urnas. É que havia combinado , desde a semana anterior, com o velho
Atanásio Jovelino, para mandar
emprestado o jumento de lote de Giba para o distrito do Cabo, com o fito de
cobrir algumas éguas . O dono do bar
estava meio agoniado, primeiro porque se
tratava de dia de Feira em Matozinho e, depois, porque mandara Tõin Catingueira , seu fiel escudeiro numa fazendola nas
cercanias da Vila, na dura missão de pegar o jerico e trazer para cidade. Dali,
Zezé da D20, um pegador de frete, já havia lavrado contrato para levar o
jumento até às mãos de Atanásio. E aí vem a segunda razão do vexame de Giba: Zezé havia combinado a viagem para as oito da
matina, já passara duas vezes no Bar e, até aquele momento, mais de onze , Tõin
Catingueira, que tinha fama de lerdo e macio, não tinha aparecido com a
encomenda.
Pois
bem, para que se entenda bem a história, neste momento, entra em cena uma outra
trama. Giba nem lembrava, mas, na semana
anterior, um primo o havia escrito da Capital, pedindo sua ajuda num
empreita. É que um amigo dele era
candidato a Deputado Estadual e estava indo para Matozinho na semana seguinte,
com fins de fazer campanha e carrear alguns votos. O primo havia recomendado
Giba como cicerone:
--- Dono de Bar, Giba
conhece todo mundo! Ele vai te levar aos melhores cabos eleitorais da região !
No
azáfama do dia a dia, Giba já nem mais lembrava o pedido do primo. Pois não é
que o homem resolveu chegar exatamente naquele dia : em meio à feira,
imprensado entre o jumento, Zezé e Catingueira? Apresentou-se ao dono do
botequim e este foi muito cordial. Pediu-lhe apenas um tempinho e ficou naquela
aflição danada, aguardando a chegada de Tõin que não vinha e a insistência
periódica de Zezé que, passando por ali já pela quarta vez, tinha ameaçado
cancelar o contrato.
O candidato esperou um pouco, enquanto
conversava com a clientela matutina do bar: os bêbados mais inveterados e que
precisavam tomar a primeira, para parar
aquela tremedeira . Ante o stress de Giba , andando de lado a lado e
resmungando :
--
Como é que pode uma coisa dessas ? Tõin não chega! Lerdo ! Abestado ! Tratante
!
O
candidato imaginou, com seus santinhos, que a figura aguardada com tanta
ansiedade só podia ser um importante cabo eleitoral da região. Tõin que vinha
tangendo o jumento de lote, por sua vez, sabia apenas quem alguém transportaria
o bicho até o distrito do Cabo e, ciente do atraso, preparava-se para o esporro do patrão.
Quando
apontou, por fim, nosso vaqueiro na extremidade da rua, um Giba ,já suando em
bicas, gritou:
--
Finalmente o pomba-lesa do Catingueira
chegou !
Ao
ouvir o abre-te-sésamo , o deputado, acreditando tratar-se do detentor de uma mina
de votos, saiu correndo em desabalada carreira e abraçou nosso vaqueiro
efusivamente:
---
Bem vindo Catingueira ! Ainda bem que você chegou , rapaz!
Catingueira,
meio confuso, imaginou que aquele era o homem do frete e que ia transportar
nosso jegue até à lua de mel em terras de Atanásio ! Dirigiu-se diretamente ao
candidato e entregou-lhe o jumentão de lote que, animado, excitado, já pressentia as futuras noites de núpcias:
---
Pronto ! Taqui o que o sinhô tava esperando! Vossimicê já pode levar esse jumento até o cabo !
O
deputado, ante a ameaça , afastou-se rápido, ainda ouvindo as ritmadas batidas
do falo jeguiano no bucho, e negou fogo
:
---
Que conversa é essa, seu Catingueira? Não meta as pernas pelas mãos não, homem
de Deus ! Quem leva jumento até o cabo é eleitor e não político ! Tesconjuro, desgraçado !
J. Flávio Vieira
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