por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Tempestade - por Socorro Moreira
Colibri - por Socorro Moreira
Você chega sem barulho,
nas asas dos sonhos.
Pousa na pira do enlace
Traz no bico o mel da flor,
e nas penas o cheiro do amor.
Cheiro de mato, malva, alecrim ...
Preciso incensar a vida
O amor sempre chega nas horas ( im) previstas !
A carta da saudade tem naipe em copas.- por Socorro Moreira
socorro moreira
Capa de herói- por Rejane Gonçalves
Suporto o calor
A ausência do amor
Alegria de existir,
enquanto a vida se escoa,
e o dia não chega de partir.
.
Tenho a inquietude
Das almas perdidas
Tenho a tolerância
Das almas vadias
Espero a noite
Estrelas do dia
As que o céu esconde
Guardam fantasia
.
Meu amor tá pronto
Pra qualquer instante
Fugaz e estranho
É meu desencanto
Mas por um instante,
Meu momento vive!
.
Espero um trem,
Na estação vazia
Um vôo atrasado,
Um pneu furado
Um galope louco,
Num cavalo bravo...
.
E as noites teclam
Desesperançadas
Alegrias, festas
Já mortificadas
.
E o meu coração que saiu do peito?
E cadê a morte que não vi primeiro?
Estou aqui nesse santuário
Esquecendo os sonhos
(Os que eu não alcanço...)
Dentro de mim
Vivem sem descanso
E você em mim,
Vive por inteiro!
A poesia de Cacaso
Trovinhas despretensiosas - por Socorro Moreira
Tomara que chegue Maio
Pra Julho chegar também
Enquanto isso eu me escondo
De mim, e de ti também !
.
Se antes eu não te via
Agora te vejo bem
Somos velhos conhecidos
Agora te quero bem !
.
Passado a gente discute
Presente quer se dar bem
Futuro é sempre o novo
Do velho que se deu bem !
.
Não choro a minha tristeza
Tão ligeira , sempre passa
Comemoro a alegria
De te encontrar por acaso
.
Os amores bem lembrados ...
São sempre os aventurados
No "Auto da Compadecida"
Permanecem os consagrados !
.
Aqui termino esses versos
Na fumaça , na tragada
Tua lembrança é clara
Não duvides, tá na cara !
Sebastião Salgado
Parabéns, Dedê !
Hélder Câmara
wikipédia
Clementina de Jesus
Clementina de Jesus da Silva (Valença, 7 de fevereiro de 1901 — Rio de Janeiro, 19 de julho de 1987) foi uma cantora brasileira de samba. Também era conhecida como Tina ou Quelé.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Agora... vai !!! - José Nilton Mariano Saraiva
Foi o vitalino e religioso “Branxu”, um dos grandes filósofos gregos, que já vaticinara, séculos atrás: eleições para cargos executivos deveriam realizar-se invariavelmente todos os anos, a bem das respectivas comunidades.
Explica-se: em ano de eleição, o ocupante da função de prefeito, mesmo que da mais indigente prefeitura (do interior mais recôndito) há de achar um jeito de desenterrar alguma botija, descobrir algum tesouro pirata escondido no quintal e, enfim, meter com vontade as duas mãos na bufunfa, a fim de realizar alguma obra que deleite a abirobada platéia.
E como 2012 é o ano em que se realizarão eleições pras prefeituras municipais dos quase 6.000 municípios brasileiros, dúvidas não tenham que vai “rolar a festa” (aliás, a festa já começou), quer através do pagamento de contas de energia dos descamisados residentes numa determinada comunidade, quer via doação de alguma dentadura postiça, ou de uma consulta ao oculista preferido (por parte dos candidatos a vereador) e - por que não ??? - da derrubada do que já está feito, pra construir o novo de novo (mesmo que a preço superfaturado), por parte do candidato ao executivo.
Na sonolenta e quase parada cidade do Crato, por exemplo, onde na maior parte do tempo impera uma modorrenta rotina, o marasmo, a acomodação, a falta de iniciativa, a impotência e o descaso, o clima já é outro desde o começo do ano.
É que, como o prefeito da cidade e o governador do Estado de há muito não rezam pelo mesmo catecismo (enquanto a cidade é uma decrepitude total e se afunda dia a dia), deverão protagonizar o famoso “duelo de titãs” (e o pobre que se exploda), na tentativa de viabilizar a candidatura do preferido de cada um.
Para tanto, atuando em duas frentes distintas, o governo do Estado parece ter incorporado o espírito de um denodado corredor de “Fórmula 1”, tomando as seguintes providências: 1) acelerou (e bote aceleração nisso) a construção da tal
“escola profissionalizante” (erigida na rua Teodorico Teles,e que estava parada há mais de ano), de sorte que agora os operários se revesam em 3 turnos: manhã, tarde e noite e num ritmo alucinante; 2) já concluiu o tal calçadão da rua João Pessoa, aproveitando para “dinamitar” o que havia sido “reformado” na Praça Siqueira Campos há menos de dois anos (teria pedido licença ao nobre Deputado que a reformou ???) e, agora, máquinas, tratores, retroescavadeiras e o descambau também varam a noite pra levar o tal calçadão até o antigo “parque municipal” (cuja praça, recentemente também reformada, será posta a pique).
O poder municipal não deixa por menos: quem não lembra que dois anos atrás, às vésperas das festas do Natal e Fim de Ano, a Prefeitura do Crato demitiu, sem dó nem piedade, choro ou vela, quase trezentos pais de família, sob o argumento de que necessitava “enxugar a folha” (diminuir as despesas) e que todos ficassem tranqüilos porque os serviços não sofreriam solução de continuidade (donde se conclui que todo esse contingente estaria “sobrando”).
Pois agora (parece coisa surreal, mas não é), a Prefeitura descobriu que há exatas trezentas vagas ociosas em seus quadros e que necessita preenche-las e com urgência; daí o Edital apressado pra realização de um concurso (no final do ano), a realização das provas, vapt-vupt (em janeiro), de forma que o resultado final e a convocação dos aprovados seja homologado 90 dias antes das eleições, como prevê a legislação eleitoral (só não nos foi dito como o futuro ocupante do trono – quer da situação ou da oposição – arranjará verba pra pagar mais 300 funcionários, já que não houve nenhuma fonte de renda nova).
E aí, o grande “Branxu” tinha ou não razão em seu (apocalíptico) vaticínio ???
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Onda de frio na Europa - Emerson Monteiro

O clima da Terra mudou a olhos vistos. Fenômenos já surpreendem populações inteiras nos mais diversos lugares, no entanto, com explicações plausíveis para tamanhas transformações nos acontecimentos, verdadeiras ameaças à sobrevivência e bem estar das espécies. Em 2010, por exemplo, houve mais terremotos na face do Planeta do que em todos os anos anteriores, causando apreensão e prejuízos, abrindo espaço às preocupações humanas com relação ao que sujeita ocorrer nas próximas décadas.
Em dias recentes deste princípio de ano (2012), a Europa atravessa grave crise climática diante das excessivas temperaturas verificadas, ocasionando, pelo menos, duas centenas de mortes em países de baixas temperaturas. Além das vidas em perigo, devido o abastecimento de gás natural e outras energias sofrerem drástica redução entre os mercados, gerando ainda mais deficiência nos instrumentos de reversão do quadro verificado.
Fortes indícios dos males de uma selvageria predatória longe de controle apontam, pois, à irregularidade racional de uso dos meios existentes para viver. Regiões reconhecidas pelo regime de chuvas regulares e fartas agora defrontam estiagens e secas de causa dó, fora mesmo das previsões, motivo de perdas sucessivas nas safras.
As razões das consequências, no entanto, crescem nas principais causas, dentre essas o desperdício dos recursos naturais a pontos jamais imaginados, pela ganância agressiva e perversa, em detrimento da Humanidade como um todo. Fome agressiva do domínio gratuito de bens preciosos a tudo justifica, febre doentia de esbanjamento e supérfluos que parece ilimitada, sobretudo das nações ricas, fora dos escrúpulos necessários à sustentação, imposição da própria miséria ética desse tempo do salve-se quem puder.
E nisso claudica o sistema da produção mundial, aberto à livre competição dos acúmulos desmedidos. O interesse dos grupos de poder predomina sob a justiça coletiva, peso comprometedor que e a quase ninguém sensibiliza para respostas proporcionais ao problema.
Milênios de desmatamento, guerras, testes nucleares, exploração incontrolada e poluição em massa só de longe cobram o preço impagável de tudo o que o amadorismo apocalíptico ora transforma em alertas extremos da Natureza mãe, em gritos de atenção surdos e valiosos.
Tratado Social - por José do Vale Feitosa
Tratado social
Rio, 1979
Venho da data perdida,
o arroio seco da prisão,
qual ferida cindida,
inunda meu coração.
Nem prisão ou perdão.
Atitudes de Salomão.
Sou cara ou coroa;
trocado e guardado,
dinheiro, direito escrito,
órfão qual papel no vento.
Em povo ou socialização.
atitudes de subversão.
Minhas obrigações traídas.
Os tratados sociais da aldeia,
tal qual carnes moídas,
se perdem nesta cadeia.
Nem acordo ou tratados.
Povos mal acabados.
Venho da data perdida.
O governo fechado e palaciano,
Debulha o meu feijão.