por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 13 de julho de 2012

ALMINA ARRAES NOVAMENTE NA IMPRENSA

Minha mãe, Almina Arraes (88 anos), mais uma vez chamou a atenção da imprensa. Desta vez foi a Revista Continente, editada pela Cia Editora de Pernambuco – CEPE, número 139 – mês de julho/2012, na matéria “Redes – Ótimas para descanso”. Antes de D. Almina, a revista transcreve declarações do Médico e Escritor Ronaldo Correia de Brito, que viveu a infância e adolescência no Crato e dormiu exclusivamente em redes até os 19 anos.  Sobre D. Almina, a reportagem, informa: “...Aos 86 anos, Almina Arraes de Alencar, residente em Crato, é uma incentivadora do trabalho das artesãs estaduais, descrito por conhecedores como um dos mais requintados e elaborados entre os produzidos no Brasil.  Além de ser dona de uma coleção com dezenas de redes, uma delas centenária, herdada de sua mãe; e outra, parte do seu enxoval de casamento, ocorrido há 66 anos – Almina é responsável pela realização de  um inusitado consórcio: o de redes bordadas em ponto cruz, ponto estrela, amor perfeito, Brito Alves (assim batizada em homenagem ao advogado que defendeu o governador Miguel Arraes durante o golpe de 164) e outras preciosidades produzidas por artesãs do Sertão dos Inhamuns, de Várzea Alegre e de cidades vizinhas ao Crato.”Muitas destas redes levam até 6 meses para serem produzidas”, diz Almina, que não ganha um centavo na comercialização, apenas faz o papel de intermediária para ajudar as artistas populares. Desse consórcio, participam mulheres que muitas vezes esperam anos para receber um exemplar.”
 É assinada por Danielle Romani, que vem a ser neta do Manuel de Siqueira Campos, e fotos de Roberta Guimarães.   

Eu por mim (Linha tênue) por Vera Barbosa


Sou dengosa, até dramática, lírica, e exagerada na mesma proporção, fiel, apaixonada, invocada, mas alegre, intensa, muitas vezes tensa, mas leve como uma bolha de sabão, cúmplice, mas crítica, exigente, mas sei ser condescendente, implicante, mas carinhosa, nostágica, também trágica, melancólica, mas feliz, interessada, mas não menos interessante, carente, mas muito amada, impulsiva, compulsiva, mas tento me equilibrar, transparente, dizem que sou inteligente, errante, sou vermelha, sou quente, mas também sou divertida, ousada, atrevida, detesto despedida, sou chata muitas vezes, noutras indecente, louca, inocente?, chorona, mas também um tanto má, perversa se preciso, ingênua, mas não burra, criativa, e até por isso impaciente, provocante, chego a ser mesmo irritante, mas sei pedir desculpa, coerente, tenho argumentação, sou influente, justa, sigo meu coração, ciumenta, dedicada, vivo na contramão, sou mutante, mas não inconstante, controversa, mas sou ética, densa, dizem que não compensa, mas é assim que eu sou.

"Ou você me odeia descaradamente,
ou disfarçadamente me tem amor."

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Fernando Pessoa, a Era da Gnose, e o problema da modernidade

Escrito por Orlando Braga | 10 Julho 2012

A capacidade do homem comum e vulgar, em geral, de discernir o futuro mais próximo por intermédio da intuição de “probabilidades pesadas”, não existe no gnóstico devido a uma fé metastática que o possui e controla.

Ao estudar os textos em prosa publicados de Fernando Pessoa — porque eu não os li, apenas: estudei-os, literalmente —, cheguei à conclusão de que não concordo com a mundividência dele em mais de 50%, embora também reconheça que ele foi mudando substancialmente de opinião à medida que avançava na idade, e não posso deixar de lhe reconhecer muita originalidade e mesmo genialidade na forma como construiu o seus raciocínios, mesmo que, a espaços, ideologicamente opostos entre si.
E mesmo com a formação do partido de Hitler na década de 1920, e com a sua ascensão ao poder a partir do início da década de 1930, Fernando Pessoa — que faleceu em 1935 — não conseguiu prever ou intuir o horror da II Guerra Mundial que teve o seu início em 1939 [apenas quatro anos após a sua morte]. E mais: Fernando Pessoa, que criticou duramente D. Manuel I pela expulsão dos judeus, e sendo ele próprio descendente de judeus, sempre foi um germanófilo de boa cepa, defendendo por exemplo a posição dos alemães na I Guerra Mundial. O que diria Fernando Pessoa dos seus ilustres alemães se pudesse ter assistido ao horror do holocausto nazi?

O caso de Fernando Pessoa e a sua relação próxima com os alemães é sintomático da dificuldade de alguém, vivendo as circunstâncias do seu presente, poder prever sequer o futuro mais imediato. Karl Popper fala-nos nas “possibilidades pesadas” de acontecimentos futuros, comparando-as com a probabilidade quase certa de nos sair um determinado número em um jogo de dados viciado: se o peso de um dos lados dos dados estiver viciado com chumbo, a “probabilidade pesada” é a que o número viciado nos calhe sistematicamente em sorte.
Mas Fernando Pessoa não conseguiu intuir qualquer “probabilidade pesada” em relação à capacidade dos seus admiráveis alemães em exterminar os seus queridos judeus: morreu convencido de que o partido nazi alemão seria apenas uma insignificante corruptela germânica de Mussolini. E a razão pela qual Fernando Pessoa não conseguiu intuir um futuro tão próximo do seu presente, prende-se com a sua fé metastática gnóstica — a Gnose. Fernando Pessoa era um gnóstico.
Um gnóstico não é alguém que não tenha um senso firme da realidade. Pelo contrário, no caso de Pessoa, ele tinha um conhecimento imenso da História, e fazia análises políticas do seu presente muito bem fundamentadas e com um raro sentido crítico. O problema de Fernando Pessoa não era o passado e o presente, que ele conhecia muito bem: o problema dele era o futuro e a sua obsessão com o futuro.
E é com o futuro que os gnósticos se enredam e se vêem com “os burros na água”, porque perderam o sentido do senso-comum do homem vulgar. A capacidade do homem comum e vulgar, em geral, de discernir o futuro mais próximo por intermédio da intuição de “probabilidades pesadas”, não existe no gnóstico devido a uma fé metastática que o possui e controla.
Com o advento da revolução francesa e do Positivismo, entramos todos na Era da Gnose, o tempo de predomino cultural e social dos novos gnósticos, em que se misturou a Gnose da antiguidade tardia, com a nova Gnose cientificista. É assim, por exemplo, que Fernando Pessoa consegue ser um acérrimo defensor da ciência positivista e, simultaneamente, anunciar o seu místico apoio à maçonaria, por um lado, e por outro lado defender a veracidade absoluta das profecias do Bandarra e de Nostradamus — para além de se dizer, ele próprio, membro da Ordem dos Templários que, como sabemos, foi o esteio medieval da maçonaria operativa.
Portanto, a Gnose é no presente, como foi no passado, a confirmação absoluta do poder que Prometeu concedeu ao Homem.
No plano da ciência moderna, a Gnose passa pela afirmação da validade do cientismo. E na tipologia da religião moderna, a Gnose passa, por um lado, pela preponderância quase absoluta da imanência [seja nas religiões políticas, como por exemplo o marxismo, seja na imanência da Cabala ou do ocultismo, teosófico ou outro], herdada da tradição gnóstica antiga ou adotada pelos Templários; e, por outro lado, passa pela validação de uma visão maniqueísta do mundo — maniqueísmo entendido no sentido da religião de Mani, em que o Bem e o Mal são duas forças equivalentes — que adoptou de Heraclito a complementaridade dos opostos. Tudo isto se pode verificar, com uma cristalina clareza, nos textos em prosa de Fernando Pessoa.
A partir do momento em que o gnóstico moderno — seja ele cientista ou um místico imanente [o que em termos da Gnose vai dar no mesmo] — encara o futuro a partir de uma perspectiva prometeica — segundo o conceito de Protágoras do “homem como medida de todas as coisas” — e imanente — na medida em que prepondera nele o determinismo absoluto em relação à realidade, ou o absolutismo tirânico do Destino segundo Fernando Pessoa —, a sua capacidade natural de intuir o futuro próximo das “probabilidades pesadas” fica altamente comprometida. E esta é uma das razões, por exemplo, por que a maçonaria [imanência] tem falhado rotundamente em quase todas as “apostas de futuro” que fez no século XX.
O século XX pode ser classificado como a Era em que as apostas dos gnósticos modernos no futuro redundaram em hecatombes humanitárias indizíveis. Tentando “forçar” o futuro em determinado sentido, os eventos entraram em retroacção, e a imprevisibilidade que é característica do futuro traiu os sonhos e as utopias traduzidos pela fé metastática dos novos gnósticos, com consequências catastróficas para a humanidade.
Corolário: o problema do nosso tempo, e da nossa crise, não é só de 2008: o problema vem de trás, dos Idos do século XVII. E enquanto não tivermos todos, embora obviamente uns mais do que outros, consciência do problema complexo que nos trouxe a Nova Gnose, não iremos sair do delírio interpretativo colectivo que obnubila o espírito do Homem moderno.


Orlando Braga
edita o blog Espectivas.
UMA BOA IMAGEM PARA GUIAR SUA AUTOMASSAGEM NAS MÃOS




OS BENEFÍCIOS DA YOGA

 Existem dois tipos de estresse, um que faz bem, chamado de eustresse e o outro que faz mal a saúde, o distresse. O primeiro é sentido quando se passa por alguma situação que deixa a pessoa ansiosa ou com grande expectativa, como uma apresentação em público ou uma competição. Isso seria, digamos, um nervosismo salutar. Nesse nível, a excitação é necessária, pois aguça motivações importantes para fazer uma pessoa se sentir viva.

Já o maléfico é aquele que interfere na estima da pessoa. Ela perde a autoconfiança, suas extremidades (como as mãos) ficam frias, come demasiadamente, começa a roncar, apresenta dificuldade para dormir ou levantar da cama e há presença de suor na hora do descanso à noite, por exemplo. O causador disto pode ser uma demissão, a perda de um ente querido, divórcio; enfim, algo grave que aconteceu.
Nesta fase, percebe-se a diminuição da variedade cardíaca do indivíduo, o coração fica incoerente e bate de forma fixa (o que não é o ideal). À medida em que se envelhece ou fica estressado, essa variabilidade de frequência vai caindo e há uma predisposição a se ter infarto, derrame, câncer, arritmia, entre outras doenças. A Organização Mundial de Saúde declara que mais de 90% de todas as enfermidades crônicas possuem um componente de estresse associado.
“Todas as vezes em que há uma alteração o corpo sabe, então libera o hormônio cortisol, produzido pela suprarrenal, para facilitar a vida da pessoa. Ela vai levar açúcar, dando mais energia a esse indivíduo que está sob tensão. Mas quando o distresse é acentuado e com frequência, esta glândula não “aguenta” mais a produção elevada de cortisol para deixar o individuo bem e entra em exaustão”, explica o cardiologista Lair Ribeiro.
Daí, então, quando o cortisol acaba, o indivíduo chega ao estresse máximo, mudando o andamento de sua vida. Por exemplo, pede demissão do trabalho e tem um burn out, síndrome que em português é entendida como “chutar o pau da barraca”. A pessoa fica sem energia, não quer fazer nada e nem ver ninguém. Segundo o especialista, muitos psiquiatras confundem a reação com depressão e os medicam com antidepressivos, o que pode piorar o quadro. Logo, ele recomenda levar o doente, inicialmente, a um endocrinologista.
Para prevenir a doença é preciso encontrar maneiras de fazer o que gosta. Essas são peculiares a cada indivíduo. Podem ser atos como rezar, escutar música, praticar esportes, entre muitas outras atitudes. A secretária Eliane Alves escolheu a yoga para relaxar. Ela diz que seu nível de estresse é alto e aumentou bastante quando perdeu a sogra e, também, quando precisou se mudar para a casa do sogro, onde não se adaptou por um tempo. “Eu me preocupava demais, reclamava de tudo e somatizei de tal forma que sentia dores no corpo. Cheguei a desenvolver um tumor benigno no crânio” ,revela.

Segundo a instrutora Leopoldina Alencar, do Espaço Quintessência, a prática de exercícios físicos libera hormônios como a endorfina, dopamina e serotonina, proporcionando uma sensação de prazer. “A yoga ensina a pessoa a relaxar e possibilita um desaceleramento do corpo. Assim, descansamos a mente, o que é fundamental para o combate ao estresse”, afirma.

            (Folha de Pernambuco - Pesquisa na internet)




quarta-feira, 11 de julho de 2012

Agostinho dos Santos



Agostinho dos Santos (São Paulo, 25 de abril de 1932 — Paris, 12 de julho de 1973) foi um cantor e compositor brasileiro. Seu maior sucesso foi cantando músicas da peça e depois do filme Orfeu Negro, como Manhã de Carnaval e Felicidade. Participou da apresentação de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova Iorque (1962). Faleceu, em 1973, em trágico desastre aéreo nas imediações do Aeroporto de Orly em Paris, no Voo Varig 820.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Mercedes Sosa



Mercedes Sosa (San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935 — Buenos Aires, 4 de outubro de 2009) foi uma cantora argentina de grande apelo popular na América Latina. Com raízes na música folclórica argentina, ela se tornou uma das expoentes do movimento conhecido como Nueva canción. Apelidada de La Negra pelos fãs devido à ascendência ameríndia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), ficou conhecida como a voz dos "sem voz".



Vinicius de Moraes



Vinícius de Moraes] (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 — Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.

Poeta essencialmente lírico, também conhecido como "poetinha"], apelido que lhe teria atribuído Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e suas esposas foram, respectivamente: Beatriz Azevedo de Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso.

Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.



Índice

domingo, 8 de julho de 2012

Domingueiras

Visitei "O Relicário" feira que  se tornará tradicional, idealizada por Glauco e Cláudio Reis. Que outras pessoas se acheguem com objetos interessantes para trocas, vendas...
Depois passei na garagem da Pedro II. Hoje a roda estava grande. Presença do cantor Peixoto, Gilbertinho, alem  dos seresteiros de sempre. Um programa cultural sem nenhum apoio...Apenas alimentado pela vontade de tocar e cantar. Quem quiser conferir passe por lá nas manhãs de domingo.
A boa nova é o CD de Tiago Araripe em parceria com Zeca Baleiro. Essas coisas especiais não chegam no Crato.Por que será?
Temos grande músicos e artistas...Não são lembrados, nem convidados.
O povo do Crato e visitantes gostam mesmo da programação que lhes é imposta?
Graças a Deus não sei quem é o produtor, nem tão pouco quem ganha com isso.
_ O desencanto fica disperso.
-Quem sabe um dia seja diferente?

Artistas do Ceará unidos contra o descaso de Cid Gomes com a Cultura


Baião de Nós


CD de Tiago Araripe, com produção de Zeca Baleiro e Tiago Araripe, gravado em fevereiro e março de 2012 nos estúdios Muzak (Recife) e Outra Margem (São Paulo). Lançamento da Candeeiro Records.


"Convenções realizadas, candidaturas postas, tem início o grande jogo da sucessão cratense. Os candidatos são: Sineval Roque com Mauricinho Almeida na vice. Marcos Cunha com Lobinho como companheiro de chapa. Cicero França tendo ao seu lado o suplente de vereador George Macário. Ronaldo Muniz tendo Raimundo Filho como companheiro de jornada."

sábado, 7 de julho de 2012

O sopro do verbo.


O sopro de Deus que caiu sobre a terra
Em forma de verbo, de vero, de verdade
Caiu sobre ti qual arte,
Cinzel sobre o mármore cortado e polido.

Fizeste portanto a arte em vida em ti personalizada,
"Zatema", minha busca existencial
Face de ângelus, carne em êxtase sincopada
O trêmulo do gozo pecaminoso
Contra o giro da alma sedenta por luz.

Fizeste viva em dedos rafaelescos,
Em risos arquitetônicos,
Em carnes e músculos divinos e perecíveis,
Em cútis trigueira e olhos em fogo
E face de pluma que leve (quase metafísica) levita,
Espetáculo para quem antes arrumou o próprio palco
Dentro de si.

Antonio Sávio 

Cazuza



Cazuza, nome artístico de Agenor de Miranda Araújo Neto, (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1958 — Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990) foi um cantor e compositor brasileiro que ganhou fama como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho. Sua parceria com Roberto Frejat foi criticamente aclamada. Dentre as composições famosas junto ao Barão Vermelho estão "Todo Amor que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Bilhetinho Azul".

Cazuza é considerado um dos maiores compositores da música brasileira. Dentre seus sucessos musicais em carreira solo, destacam-se "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte do meu Show", "O Tempo não Pára" e "O Nosso Amor a Gente Inventa". Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo declarado em entrevistas que era bissexual. Em 1989 declarou ser soropositivo e sucumbiu à doença em 1990, no Rio de Janeiro.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pra todos os gostos!


26/06/2012 14h10 - Atualizado em 26/06/2012 14h16
Festival de Inverno de Garanhuns, PE, tem programação com 300 shows
Elba Ramalho e Dominguinhos estarão na abertura, dia 12 de julho.
Programação conta também com apresentações de teatro, dança e circo.

Katherine Coutinho Do G1 PE

O Festival de Inverno de Garanhuns chega a sua 22ª edição prometendo dez dias de arte e cultura em homenagem ao eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga. A abertura do festival acontece no dia 12 de julho, com shows de Elba Ramalho, Dominguinhos, Família Gonzaga, Mourinha do Forró e o projeto Viva Gonzagão, com 12 artistas. As novidades foram anunciadas em coletiva de imprensa no Recife, nesta terça-feira (26).

A programação segue até o dia 21 de julho, com uma extensa programação. Serão 300 shows, com nomes como Milton Nascimento, Lulu Santos, Zélia Duncan, Ney Matogrosso, Zizi Possi, Erasmo Carlos, Alcione, Jorge Vercilo, Renato Teixeira, Xangai, Lenine, entre muitos outros artistas. Além disso, 67 oficinas e 34 espetáculos de artes cênicas fazem parte da programação.

Ao todo, o festival vai contar com 12 polos, espalhados por toda a cidade de Garanhuns. Cinema, fotografia, literatura e todos os tipos de artes devem estar representados no festival. “É um festival de cultura, não só de música. É um festival da ordem de R$ 15 milhões, que já marca o calendário do estado. Neste ano, não podíamos ter outro homenageado que não Luiz Gonzaga", afirma o presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, Severino Pessoa.

O secretário de Cultura de Pernambuco, Fernando Dutra, ressalta a importância de se homenagear o 'pernambucano do século'. "Todas as homenagens a Gonzaga neste ano vão ser poucas, dada a importância dele para a música brasileira. É como se Luiz Gonzaga fosse um ritmo que tem seguidores. Se pudéssemos dizer que ele é um gênero musical, diria que ele é o que tem mais seguidores", acredita.


Como parte das homenagens, a programação vai ter também uma exposição sobre o Rei do Baião, além de uma aula concerto sobre sua obra com mestre Camarão, que esteve presente na coletiva e deu uma prévia do que vai fazer no festival. "É um orgulho poder dizer que somos discípulos de Luiz Gonzaga", afirma Camarão, que foi acompanhado do filho, Salatiel D'Camarão.

Além de homenagear Gonzaga, o festival tem neste ano o foco em sustentabilidade, acessibilidade e empreendedorismo. "As lonas que produzirmos no festival, como testeiras [identificadores dos palcos], por exemplo, vamos recolher e produzir arte com eles, como bolsas, carteiras", avisa o coordenador geral do evento, André Frank.

Outra novidade é o Ambiente Criativo, no Polo Euclides Cunha. "É o nosso espaço voltado para o empreendedorismo, nesse ano, estamos mais do que nunca focados em sustentabilidade", ressalta André.

Sucesso nas outras edições, a programação circense deste ano terá duas sessões para cada espetáculo. "Assim, esperamos atender mais as famílias. Vimos ano passado muita fila para conferir as apresentações, inclusive com pessoas que acabaram não conseguindo assistir", justifica o coordenador.

O secretário de Cultura ressalta ainda a presença de grandes nomes não só da música, como da dança. "O Balé de Londrina vem pela primeira vez ao Nordeste e vai estar no FIG, esse é um ponto muito importante, mostra como estamos nos consolidando ano após ano", defende Fernando.

Um portal sobre o cinema pernambucano também será lançado durante o festival deste ano. “O cinema já é parte obrigatória do FIG, tendo uma programação muito especial, que foi feita em parceria com a Secretaria de Cultura”, explica André Frank.

Entre as novidades deste ano está também a Praça da Palavra, na Praça Souto Filho, em memória ao escritor Luiz Jardim, de Garanhuns, com um mini auditório e um café. "Vamos ter recitais, oficinas, é um espaço realmente dedicado à palavra", explica o coordenador do festival.

Infraestrutura
Para receber melhor os visitantes, a estrutura do festival vai realizar algumas mudanças, como a ampliação da praça de alimentação, projeto de sinalização, ampliação de alguns espaços e criação de espaços de convivência, como o café. “Vamos ter também um mapa do FIG, para facilitar o turista que vier para se guiar pelos polos”, explica André.

Além disso, como um dos focos do festival é a acessibilidade, os espetáculos de artes cênicas vão contar com tradução em libras e áudio-descrição, além de legendas nos filmes para surdos e programação do festival em braile. Nos palcos Guadalajara e Forró/Pop, rampas e camarotes adaptados para cadeirantes e com dificuldade motora serão montados.

Alguns polos só terão a programação divulgada a partir do dia 2 de julho, no site do festival. Confira a programação musical já divulgada pela organização do FIG:

Palco Guadalajara:
Quinta feira (12)
20h30 – Mourinha do Forró
21h30 – Família Gonzaga
22h30 – Elba Ramalho
23h30 – Dominguinhos
00h30 – Projeto Viva Gonzagão

Sexta-feira (13)
20h30 – Escravo
21h30 – Deolinda
22h30 – Bixiga 70
23h30 – Zélia Duncan
00h30 – Zizi Possi

Sábado (14)
20h30 – Hercinho
21h30 – Orquestra Popular da Bomba do Hemetério
22h30 – Academia da Berlinda
23h30 – Roberta Miranda
00h30 – Alcione
Jorge Vercilo (Foto: Divulgação)Jorge Vercilo faz show no dia 15. (Foto: Divulgação)

Domingo (15)
20h30 – La Pietá
21h30 – Neli Lisboa
22h30 – Siba
23h30 – Lira
00h30 – Jorge Vercilo

Segunda (16)
20h30 – Lucar Notaro e os Corajosos
21h30 – Di Melo e Madeira Delay
22h30 – Mombojó
23h30 – China
00h30 – Roberta Sá

Terça-feira (17)
20h30 – Rogério os Cabra
21h30 – Maciel Salu
22h30 – Herbert Lucena
23h30 – Lula Queiroga
00h30 – Renato Teixeira, Xangai e Maciel Melo

Quarta-feira (18)
20h30 – Karla Rafaella
21h30 – Gerlane Lops
22h30 – Karynna Spinelli
23h30 – Péricles
00h30 – Fundo de Quintal

Quinta-feira (19)
20h30 – Banda Flash
21h30 – Volver
22h30 – Ortinho
23h30 – Reginaldo Rossi
00h30 – Erasmo Carlos

Sexta-feira (20)
20h30 – Lux Time
21h30 – Antúlio Madureira
22h30 – Marcelo Jeneci
23h30 – Lenine
00h30 – Milton Nascimento

Sábado (21)
20h30 – Andréa Amorim
21h30 – N’Zambi, Buguinha Dub e convidados
22h30 – Edgard Scandurra
23h30 – Ney Matogrosso
00h30 – Lulu Santos

Palco Forró
Sexta-feira (13)
0h – Zezinho de Garanhuns
0h40 – Família Gonzaga
1h40 – Quinteto Violado
02h40 – Genival Lacerda

Sábado (14)
0h – Dema do Forró
0h40 – Agostinho do Acordeon
1h40 – Gena de Altinho
02h40 – Oswaldinho

Domingo (15)
0h – Forró Pesado
0h40 – Valdir Santos
1h40 – Ferrugem e Pandeiro do Mestre
02h40 – Rogério Rangel

Segunda-feira (16)
0h – Ronaldo César e a Tropicana
0h40 – Josildo Sá
1h40 – Mazinho de Arcoverde
02h40 – Azulão

Terça-feira (17)
0h – Nando Azevedo
0h40 – Joãozinho de Exu
1h40 – Clã Brasil
02h40 – Liv Moraes

Quarta-feira (18)
0h – Djair Banda
0h40 – João Silva
1h40 – Trio Nordestino
02h40 – Cristina Amaral

Quinta-feira (19)
0h – Carlos Magno
0h40 – Luciano Magno
1h40 – Beto Hortis
02h40 – Fim de Feira

Sexta-feira (20)
0h – Fogo de Menina
0h40 – Orquestra Forrobodó
1h40 – Petrúcio Amorim
02h40 – Anastácia

Sábado (21)
0h – Genaro
0h40 – Flávio Leandro
1h40 – Waldonys
02h40 – Danilo Pernambucano

Palco Instrumental
Sexta (13)
17h – Roberto Lima
18h – Camerata Brasilis
19h – Sério Ferraz
20h – The Raulis

Sábado (14)
17h – Marcos Cabral
18h – Trio Baru
19h – Saracotia
20h – Moda de Rock

Domingo (15)
17h – Fahrenreit
18h – Cacau Verde
19h – Benjamin Taubkin (Trio+1)
20h – Antônio Loureiro

Segunda (16)
17h – Orlito Blues Jazz Band
18h – Marcelo Monteiro
19h – Jorginho Neto
20h – Alex Madureira

Terça-feira (17)
17h – Duo Bass
18h – Adelmo Arcoverde
19h – Antônio de Pádua
20h – Camarones Orquestra Guitarrística

Quarta-feira (18)
17h – Gaimálgama
18h – Rivotrill
19h – Chimpanzé Clube Trio
20h – Jaguaribe Carne

Quinta-feira (19)
17h – O Sam3a
18h – Baobá Stereo Club
19h – Anjo Gabriel
20h – Sguep Trio

Sexta-feira (20)
17h – Kleber Blues Band
18h – Henrique Annes
19h – Ademir Araújo
20h – Trio 363

Sábado (21)
17h – Claudio Lins
18h – Camerata Brasileira
19h – Luiz Brasil e Banda
20h – Roger Canal

Palco Pop
Sexta-feira (13)
18h – Dead Lover’s Twhister Heart
19h – Babi Jaques e Os Sicilianos
20h – Daniel Beleza
21h – Dr Sin

Sábado (14)
18h – Sonic Júnior
19h – Lucas Santana
20h – Silvério Pessoa
21h – O Pirata (Marco Polo)

Domingo (15)
18h – Still Living
19h – Sérgio Cassiano
20h – Ska Maria Pastora
21h –Anelis Assumpção

Segunda-feira (16)
18h – A Nata
19h – Maquinado
20h – Arraial da Pavulagem
21h – Sambê

Terça-feira (17)
18h – Catarina Dee Jah
19h – Tiê
20h – Caçapa
21h – Junio Barreto

Quarta-feira (18)
18h – Zé Manoel
19h – Márcia Castro
20h – Alessandra Leão
21h – 5 a Seco

Quinta-feira (19)
18h – Terreiro Cibernético
19h – Curumin
20h – Renata Rosa
21h – Felipe Cordeiro

Sexta-feira (20)
18h – PE 5
19h –Ylana Queiroga
20h – La Viajerita
21h – Funk Como Le Gusta

Sábado (21)
18h – Daniel Peixoto
19h – Rimocrata
20h – Tibério Azul
21h – Cascabulho

Madrugada

Sob o insonoro firmamento,
as luzes confrontam o sono,

contorção de sonhos acanhados
na música do relógio.

Rompe-se o silêncio com arranhões,
perfura-se a carne das horas

com nota única, o que passa
e já não é, senão sombras misturadas
à noite, na avenida lá embaixo.
O céu menor que a solidão.
O frio veste o corpo,

faz-se luvas nas mãos inábeis
em tecer encantos, galopar
a suavidade das teclas.
Mãos alheias à vibração

de cordas que alcançam
o coração
em melancólicos acordes.
Barulho de mar não tem aqui.
Um choro amargo de novo

em suas moradas? Não sabemos.
Seres cativos dessa noite,
cercados, sem brecha,
aguardamos a manhã saltar

sem clamores, nem temor

Aguardem!




16 de agosto, no teatro SESC do Crato acontecerá um show carinhosamente sonhado e ensaiado:
"CONVERSA DE BOTEQUIM"
- Uma homenagem do compositor Abidoral Jamacaru ao grande Noel Rosa. Parceiros musicais, brevemente serão definidos.
Esperem maiores detalhes, e agendem este programa que promete ser memorável!

Recomendamos!

Revista CON
TI
NEN
TE!

Lamentável!


Louis Armstrong


Louis Daniel Armstrong (Nova Orleans, 4 de agosto de 1901 — Nova Iorque, 6 de julho de 1971) foi um cantor, compositor, instrumentista, trompestista, cornetista, saxofonista, escritor, letrista, arranjador, produtor musical, dramaturgo, artista plástico, ator, tenor, maestro e ativista político e social estadounidense, considerado "a personificação do jazz". Louis Armstrong é famoso tanto como cantor quanto como solista, com seu trompete.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Fótons


A notícia da semana , amigos, diz respeito à caça de um bicho esquisito , vasqueiro , mais escondido que laranja de bicheiro e falcatrua de político. A mídia pipocou nos ares que tinham capturado o elemento escorregadio, nas Europas, onde foi armado  um alçapão que apelidaram de Acelerador de Partículas. Há já alguns anos,  perseguem o bicho que ninguém nunca viu, não se sabe o jeitão dele. Existem só fofocas e disse-me-disse em torno da estrovenga que carrega um nome estranho e pomposo: Bóson de Higgs. O Higgs foi o primeiro caçador que espalhou, mundo afora, a história sobre a existência desse bicho quase mitológico, parente da Caipora e  do Pai-da-Mata. O certo é que até o presente momento, a coisa parece mais potoca de caçador: ninguém trouxe o rabo do bicho, uma pena do gogó, uma foto, nada: só lero-lero.
                        Como, sempre, em toda Mitologia,a importância do  ser mitológico é vultosíssima. O Bóson, amigos, seria uma pequena partícula que deve existir dentro do núcleo do átomo. Ela serviria como uma espécie de cola para outras 12 partículas aí existentes e um tipo de mensageiro entre elas. Acredita-se que tenha provindo ainda do Big-Bang e seria responsável, na sua primariedade, por dar massa a todos os componentes do Universo. É , na realidade, uma possibilidade teórica, criada dentro de um modelo de Física Atômica que procura, desesperadamente, avançar na compreensão da intimidade da Matéria.De tamanho ínfimo e de uma instabilidades extrema -- rapidamente se transforma em energia-- sua captura é um desafio tremendo.  Há quarenta anos se busca confirmar a sua existência, nestes dias divulgaram-se evidências, embora ainda preliminares,  de que de fato existe. Seria como se tivéssemos capturado a Baleia acorrentada abaixo do altar de Nossa Senhora da Penha, aqui no Crato.  Dizem ter matado a cobra, mas ainda não mostraram o pau, nem o couro do ofídio.
                        Impressionante os avanços da Ciência nos últimos séculos. Conseguiu sobreviver em meio às trevas, à perseguição religiosa, à fé cega e à faca amolada. Degrau após degrau foi fundamentando a escada do conhecimento, tantas e tantas vezes usando como argamassa a cinza de cientistas queimados nas fogueiras da inquisição. A curiosidade, a desconfiança venceram as trevas da fé cega, das pseudoverdades inquestionáveis. A Metodologia Científica pouco a pouco foi substituindo crenças arcaicas, lendas, superstições  empurradas goela abaixo por  gerações e mais gerações de sacerdotes das mais variadas  Mitologias. Darwin reescreveu o Gênesis, a Medicina desmistificou as pragas como castigo divino, a Genética, a cada dia, substitui o sopro primal. Até do Apocalipse a Energia Atômica já se apoderou.
                                   Mais dia, menos dia, capturaremos, por fim, o Bóson de Higgs e teremos em mãos a semente primária donde tudo começou. O leitor pode até replicar que a Ciência não explica tudo, que ficam buracos imensos em toda teoria. Tudo bem, mas a Religião, amigos, explica bem menos. Sempre precisamos de alguns mistérios , como os da Santíssima Trindade ou similares e mais: acreditar, cegamente, em potocas bem mais cabeludas que as dos Bósons . Não vale perguntar, não vale questionar se não as espadas flamejantes nos aguardam para a expulsão do Paraíso.
                                   Percebo, no  entanto, que, se o Bóson , uma vez capturado, nos possa explicar muito da nossa presença física no Universo, falta-nos ainda descobrir uma partícula ( inexistente nos Livros Sagrados e nos Compêndios da Física) que nos desvende essa viagem fugaz,  etérea, profundamente emocional  e que ante a imensidão do Universo, tem a durabilidade de fóton do Bóson de Higgs: a Vida. 

J. Flávio Vieira
Recife

Você é um envelhescente? (Mário Prata)

Se você tem entre 45 e 65 anos, preste bastante atenção no que se segue. Se você for mais novo, preste também, porque um dia vai chegar lá. E, se já passou, confira.
Sempre me disseram que a vida do homem se dividia em quatro partes: infância, adolescência, maturidade e velhice. Quase correto. Esqueceram de nos dizer que entre a maturidade e a velhice (entre os 45 e os 65), existe a ENVELHESCÊNCIA.
A envelhescência nada mais é que uma preparação para entrar na velhice, assim com a adolescência é uma preparação para a maturidade. Engana-se quem acha que o homem maduro fica velho de repente, assim da noite para o dia. Não. Antes, a envelhescência. E, se você está em plena envelhecescência, já notou como ela é parecida com a adolescência? Coloque os óculos e veja como este nosso estágio é maravilhoso:
- Já notou que andam nascendo algumas espinhas em você? Notadamente na bunda?
- Assim como os adolescentes, os envelhescentes também gostam de meninas de vinte anos.
- Os adolescentes mudam a voz. Nós, envelhescentes, também. Mudamos o nosso ritmo de falar, o nosso timbre. Os adolescentes querem falar mais rápido; os envelhescentes querem falar mais lentamente.
- Os adolescentes vivem a sonhar com o futuro; os envelhescentes vivem a falar do passado. Bons tempos...
- Os adolescentes não têm idéia do que vai acontecer com eles daqui a 20 anos. Os envelhescentes até evitam pensar nisso.
- Ninguém entende os adolescentes... Ninguém entende os envelhescentes... Ambos são irritadiços, se enervam com pouco. Acham que já sabem de tudo e não querem palpites nas suas vidas.
- Às vezes, um adolescente tem um filho: é uma coisa precoce. Às vezes, um envelhescente tem um filho: é uma coisa pós-coce.
- Os adolescentes não entendem os adultos e acham que ninguém os entende. Nós, envelhescentes, também não entendemos eles. "Ninguém me entende" é uma frase típica de envelhescente.
- Quase todos os adolescentes acabam sentados na poltrona do dentista e no divã do analista. Os envelhescentes, também a contragosto, idem.
- O adolescente adora usar uns tênis e uns cabelos. O envelhescente também. Sem falar nos brincos.
- Ambos adoram deitar e acordar tarde.
- O adolescente ama assistir a um show de um artista envelhescente (Caetano, Chico, Mick Jagger). O envelhescente ama assistir a um show de um artista adolescente (Rita Lee).
- O adolescente faz de tudo para aprender a fumar. O envelhescente pagaria qualquer preço para deixar o vício.
- Ambos bebem escondido.
- Os adolescentes fumam maconha escondido dos pais. Os envelhescentes fumam maconha escondido dos filhos.
- O adolescente esnoba que dá três por dia. O envelhescente quando dá uma a cada três dia, está mentindo.
- A adolescência vai dos 10 aos 20 anos: a envelhescência vai dos 45 aos 60. Depois sim, virá a velhice, que nada mais é que a maturidade do envelhescente.
- Daqui a alguns anos, quando insistirmos em não sair da envelhescência para entrar na velhice, vão dizer:
- É um eterno envelhescente!
Que bom.



Corinthians conquista a Libertadores pela primeira vez

Para Ismênia Maia - por socorro moreira



amiga,
aquele poema que o vento levou,
que de tão leve deixastes escapar
era tua alma clamando o amor
lembrando-te que a razão
também em vãos, às vezes se distraí!

eu também tenho dessas fases
dá um branco, no papel em branco
as letras se escondem de mim
e os sentimentos confusos,
ficam resfriados,
e enrouquecidos,
não sabem falar.

amiga,
que informava a melodia
que solfejava o canto italiano,
e sem dizer o nome da matéria,
anotava no caderno
máximas de filosofia

não entendia tudo,
na tua letra minúscula,
que ocupava blocos e aerogramas...
eram cartas de amor
que seguaim pelos ares,
esperando a respostas

também peguei a mania de escrever...
um dia era um bilhete
outro dia uma encíclica...
noutros tempos viraram memorandos
depois silenciaram,
e exigiram vida !

(socorro moreira)


A poesia de Rabindranath Tagore - José do Vale Pinheiro Feitosa


Rabindranath Tagore recebeu a denominação de Gurudev que associa a palavra Guru (professor, o maior, o mestre, o orientador, etc.) a Dev(a) que significa mente grande. Em 1969 a palavra composta Gurudeva (que é a mesma coisa de Gurudev) ficou conhecida mundialmente pela canção Across the Universe de John Lennon e lançada no álbum dos Beatles em dezembro daquele ano com o título No One´s Gonna Change Our World. A frase que carrega a palavra: Jai Guru deva om.

Tagore foi o maior poeta moderno da Índia e o gênio mais criativo da renascença indiana. Ele reformulou a literatura e a música “bengole”, no final do século XIX e início do século XX.

“Se não falas”

Se não falas, vou encher o meu coração
Com o teu silêncio, e agüentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
Em sua vigília estrelada,
Com a cabeça pacientemente inclinada.

A manhã certamente virá,
A escuridão se dissipará, e a tua voz
Se derramará em torrentes douradas por todo o céu.

Então as tuas palavras voarão
Em canções de cada ninho dos meus pássaros,
E as tuas melodias brotarão
Em flores por todos os recantos da minha floresta.


“Verdades”

Roubo do hoje a força
Fazendo nascer o amanhã.
Da janela acompanho com olhar
As nuvens do céu.
De novo a sombra sinistra
Tolda tristemente meus sonhos.

Tua imagem me acompanha
Por todos os lugares por onde ando.
E em todos os momentos
É a tua presença que espanta
As brumas do desconhecido.

Não faço perguntas.
Tenho medo das respostas que já sei.
Liberta do invólucro físico
Devolverei a matéria ao pó do que fora feito.

Vivi meus três caminhos na terra.
Purgatório. Inferno. Céu.
Tudo de acordo com meus projetos,
Minhas atitudes,
Procurando não cair nos mesmos erros.

Agora – vago e espero
Entre tropeços e flagelos
O ressurgir da verdade.

“Se me é negado o amor”

Se me negado o amor, por que, então, amanhece;
Por que sussurra o vento do sul entre as folhas recém nascidas
Se me é negado o amor, por que, então,
A noite entristece com nostálgico silêncio as estrelas?

E por que este desatinado coração continua,
Esperançado e louco, olhando o mar infinito?

“Flor de Lótus

No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu em mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de Saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente do verão, procurando completar-me
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração.


“Meditação”

O amanhã pertence a nós!
Ó Sol, levanta-te sobre os corações que sangram
E desabrocharam como flores na manhã,
E também sobre o banquete do orgulho,
Ontem iluminado por tochas, e hoje reduzido a cinzas...