ATÉ QUE ENFIM (UFA !!!) – José Nílton Mariano Saraiva
Até
que enfim (ufa !!!) conseguimos concluir a leitura das 884 (oitocentos e
oitenta e quatro páginas) do Relatório da Polícia Federal, tratando sobre a
tentativa de Golpe de Estado engendrada por Jair Messias Bolsonaro e seu
séquito de “generais(zinhos) de estimação”.
Minucioso
e detalhista, ali se encontram todas as provas necessárias à prisão da cambada
de milicos insurgentes (Jair Messias Bolsonaro, Braga Neto, Augusto Heleno, Cesar
Cid, Alexandre Ramagem, Mário Fernandes e por aí vai).
Vejam
abaixo alguns detalhes do Relatório:
Página 359 de 884: Ao
ler o referido documento, o General FREIRE GOMES confirmou que o conteúdo da
minuta de Decreto apreendida na residência do ex-ministro da Justiça ANDERSON
TORRES era o mesmo das minutas apresentadas nas reuniões no palácio da Alvorada
pelo Presidente da República JAIR BOLSONARO e no ministério da Defesa, pelo
General Paulo Sérgio, no dia 14/12/2022.
Página 370 de 884 - QUE em uma das reuniões dos
Comandantes das Forças com o então Presidente da República, após o segundo
turno das eleições, depois de o Presidente da República, JAIR BOLSONARO,
aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de algum
instituto previsto na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de
Sítio), o então Comandante do Exército, General FREIRE GOMES, afirmou que caso
tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República;
PAGINA 425 DE 884 - Nesse contexto, a investigação, com base nas medidas cautelares
probatórias deferidas pelo juízo, avançou em identificar que a organização
criminosa planejou e executou ações clandestinas para prender/matar o ministro
ALEXANDRE DE MORAES. A ação final foi realizada no dia 15 de dezembro de 2022,
data em que a consumação do golpe de Estado ficou mais próxima de se
concretizar. Além disso, o planejamento operacional previu o assassinato do
então presidente da República eleito LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, por
envenenamento, e do vice-presidente eleito, GERALDO ALCKIMIN, com a finalidade
de extinguir a chapa vencedora das eleições presidenciais de 2022.
Página 845 de 884 - Na manhã seguinte - 07
de dezembro de 2022-, após ter realizado pessoalmente ajustes
na minuta do decreto presidencial, JAIR BOLSONARO convocou os Comandantes das
Forças Militares no Palácio da Alvorada para apresentar o documento e
pressionar as Forças Armadas a aderirem ao plano de abolição do Estado Democrático
de Direito. Os comandantes do Exército e da Aeronáutica se posicionaram
contrários a aderirem a qualquer plano que impedisse a posse do governo
legitimamente eleito. Já o comandante da Marinha, ALMIRANTE GARNIER, colocou-se
à disposição para cumprimento das ordens. Diante da recusa dos então
comandantes do Exército e da Aeronáutica em aderirem ao intento golpista, o
então presidente JAIR BOLSONARO, no dia 09
de dezembro de 2022, reuniu-se com o General ESTEVAM
THEÓPHILO, comandante do COTER, que aceitou executar as ações a cargo do Exército e capitanear as tropas
terrestres, caso o então presidente JAIR BOLSONARO assinasse o Decreto.
PAGINA 880 DE 884 - As ações descritas no documento denominado “PUNHAL VERDE AMARELO”
evidenciam que os investigados estavam dispostos a ir além da simples detenção
do ministro. Os métodos que seriam empregados na ação clandestina demonstram
que o resultado morte era quase inevitável e aceito pelos criminosos. Ademais,
o planejamento ainda acresceu de forma direta a previsão de ações para
assassinar o presidente LULA por envenenamento e o vice-presidente GERALDO
ALCKMIN para extinguir a chapa vencedora.
PAGINA 881 DE 884 - No entanto, apesar de todas as pressões realizadas, o general FREIRE
GOMES e a maioria do Alto Comando do Exército mantiveram a posição
institucional, não aderindo ao golpe de Estado. Tal fato não gerou confiança
suficiente para o grupo criminoso avançar na consumação do ato final e, por
isso, o então presidente da República JAIR BOLSONARO, apesar de estar com o
decreto pronto, não o assinou.