Metade
 do mundo e a outra banda sabem que a tal Operação Lava Jato, na
 perspectiva do seu arquiteto e executor, o deslumbrado juiz de
 primeira instância, Sérgio Moro, pretendia assemelhar-se e ser uma
 cópia fiel da Operação Mani Pulite (Mãos Limpas), levada a
 efeito na Itália em meados da década 90 e que, no entendimento do
 dito cujo, fora a redenção daquele país (na verdade, Mani Pulite
 quase destruiu a Itália). 
 
 Procuramos
 mostrar isso na postagem “O Catecismo do Moro”, de nossa lavra
 (quase dois anos atrás), onde destrinchamos, item por item, o
 trabalho de autoria do respectivo (“Considerações a respeito da
 Operação Mani Pulite”), onde Moro delineia, pari passu, o que
 pretendia executar depois do retumbante fracasso que houvera
 experimentado anos atrás quando da operação “Contas CC5” do
 Banestado, no Paraná (coincidentemente envolvendo o mesmo
 doleiro-bandido Alberto Yousseff, à época vergonhosamente
 absolvido por Sua Excelência).
 Basicamente,
 a ideia era se valer de um tema de imenso apoio popular (no caso, o
 pretenso combate à “corrupção”) para, a partir daí,
 desencadear uma demolidora ofensiva contra partidos políticos e
 seus principais líderes, exterminando-os (só que, no caso, um só
 partido político (o PT) foi alvo, com o objetivo de impedir, por
 cima de pau e pedra, que o seu principal líder, Lula da Silva,
 retornasse ao poder, nos braços do povo).
 Para
 tanto, pelo roteiro elaborado por Moro, a principal providência
 seria obter o necessário apoio das principais corporações
 midiáticas (claramente refratárias ao PT/Lula) como forma de
 convencer a população da necessidade de “passar por cima” da
 própria Carta Maior (Constituição Federal), a fim de atingir o
 objetivo colimado.
 E
 aí, tivemos um verdadeiro “festival de abusos” de Moro e sua
 equipe, que, contando com o beneplácito e a inexplicável
 conivência dos frouxos e prolixos integrantes do Supremo Tribunal
 Federal (STF), desandaram a exorbitar das suas funções: prisões
 preventivas alongadas e sem necessidade de provas (objetivando
 forçar o detido a “dedurar” os demais), conduções coercitivas
 sem a antecipada notificação judicial, interceptações
 telefônicas ilegais (e a posterior criminosa divulgação do seu
 conteúdo para a grande mídia), censura dos processos aos
 defensores do acusado (impedindo-os de “advogarem”), e por aí
 vai.
 A
 destacar, o encarceramento abusivo de "supostos" suspeitos
 e a posterior obtenção, a fórceps, das tais “delações
 premiadas” (que, por lei, deveriam ser voluntárias)
 principalmente envolvendo “portentos” da construção civil e
 outros “empresários bandidos” que se locupletavam com o
 dinheiro público, num ilusório aviso de que “dessa vez a coisa
 vai”. Só que “esqueceram” do efeito colateral daí
 resultante: que sem um prévio acordo de leniência, as grandes
 empresas nacionais envolvidas tenderiam a rapidamente “ir pra onde
 a vaca vai" (pro brejo). Por conta disso, desde então o
 desemprego campeia nas áreas atingidas, e está aí pra todos
 verem. 
 
 Fato
 é que, guindado à condição de pop-stars e de
 figurinhas-carimbadas das principais revistas, jornais e TVs, Sérgio
 Moro e seus procuradores, ao contrário do que recomendam os
 manuais, abandonaram de vez a discrição, recato e prudência
 necessárias e exigidas de um magistrado e passaram a pulular em
 eventos de qualquer natureza: sociais, políticos, midiáticos e por
 aí vai (holofotes e bajulação, não lhes faltam).
 No
 mais recente (internacional), com Sérgio Moro e seus procuradores
 agora na plateia, eis que o inusitado se fez presente: o principal
 convidado, o italiano Gherardo Colombo, um dos magistrados que
 participaram da Operação Mani Pulite (Mãos Limpas) na Itália,
 inquirido a traçar um paralelismo das duas operações,
 contundentemente vociferou: “SE TIVÉSSEMOS FEITO O MESMO QUE A
 LAVA JATO, NÓS É QUE ESTARÍAMOS PRESOS” e, ainda, asseverando
 que “olhando retrospectivamente hoje, podemos entender que a
 corrupção na Itália não diminuiu, absolutamente”. Portanto,
 desmoralização pública e explícita do modus operandi adotado por
 Moro e cupinchas.
 Assim,
 talvez a única certeza nisso tudo é que, se na Itália, por conta
 da Operação Mani Pulite, emergiu no cenário político o mafioso
 Sílvio Berlusconi, que acabou de destroçar com o país, no Brasil
 temos a temporária e perigosa ascensão do comprovadamente
 despreparado ultraconservador Jair Bolsonaro, que, na perspectiva da
 inviabilização da candidatura Lula da Silva (“objeto de desejo”
 de Sérgio Moro e seus procuradores), pode, sim, atingir o poder,
 conforme mostram as pesquisas. 
 
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