por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 4 de novembro de 2017

...NÓS É QUE ESTARÍAMOS PRESOS”- José Nílton Mariano Saraiva


Metade do mundo e a outra banda sabem que a tal Operação Lava Jato, na perspectiva do seu arquiteto e executor, o deslumbrado juiz de primeira instância, Sérgio Moro, pretendia assemelhar-se e ser uma cópia fiel da Operação Mani Pulite (Mãos Limpas), levada a efeito na Itália em meados da década 90 e que, no entendimento do dito cujo, fora a redenção daquele país (na verdade, Mani Pulite quase destruiu a Itália).


Procuramos mostrar isso na postagem “O Catecismo do Moro”, de nossa lavra (quase dois anos atrás), onde destrinchamos, item por item, o trabalho de autoria do respectivo (“Considerações a respeito da Operação Mani Pulite”), onde Moro delineia, pari passu, o que pretendia executar depois do retumbante fracasso que houvera experimentado anos atrás quando da operação “Contas CC5” do Banestado, no Paraná (coincidentemente envolvendo o mesmo doleiro-bandido Alberto Yousseff, à época vergonhosamente absolvido por Sua Excelência).


Basicamente, a ideia era se valer de um tema de imenso apoio popular (no caso, o pretenso combate à “corrupção”) para, a partir daí, desencadear uma demolidora ofensiva contra partidos políticos e seus principais líderes, exterminando-os (só que, no caso, um só partido político (o PT) foi alvo, com o objetivo de impedir, por cima de pau e pedra, que o seu principal líder, Lula da Silva, retornasse ao poder, nos braços do povo).


Para tanto, pelo roteiro elaborado por Moro, a principal providência seria obter o necessário apoio das principais corporações midiáticas (claramente refratárias ao PT/Lula) como forma de convencer a população da necessidade de “passar por cima” da própria Carta Maior (Constituição Federal), a fim de atingir o objetivo colimado.


E aí, tivemos um verdadeiro “festival de abusos” de Moro e sua equipe, que, contando com o beneplácito e a inexplicável conivência dos frouxos e prolixos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), desandaram a exorbitar das suas funções: prisões preventivas alongadas e sem necessidade de provas (objetivando forçar o detido a “dedurar” os demais), conduções coercitivas sem a antecipada notificação judicial, interceptações telefônicas ilegais (e a posterior criminosa divulgação do seu conteúdo para a grande mídia), censura dos processos aos defensores do acusado (impedindo-os de “advogarem”), e por aí vai.


A destacar, o encarceramento abusivo de "supostos" suspeitos e a posterior obtenção, a fórceps, das tais “delações premiadas” (que, por lei, deveriam ser voluntárias) principalmente envolvendo “portentos” da construção civil e outros “empresários bandidos” que se locupletavam com o dinheiro público, num ilusório aviso de que “dessa vez a coisa vai”. Só que “esqueceram” do efeito colateral daí resultante: que sem um prévio acordo de leniência, as grandes empresas nacionais envolvidas tenderiam a rapidamente “ir pra onde a vaca vai" (pro brejo). Por conta disso, desde então o desemprego campeia nas áreas atingidas, e está aí pra todos verem.


Fato é que, guindado à condição de pop-stars e de figurinhas-carimbadas das principais revistas, jornais e TVs, Sérgio Moro e seus procuradores, ao contrário do que recomendam os manuais, abandonaram de vez a discrição, recato e prudência necessárias e exigidas de um magistrado e passaram a pulular em eventos de qualquer natureza: sociais, políticos, midiáticos e por aí vai (holofotes e bajulação, não lhes faltam).


No mais recente (internacional), com Sérgio Moro e seus procuradores agora na plateia, eis que o inusitado se fez presente: o principal convidado, o italiano Gherardo Colombo, um dos magistrados que participaram da Operação Mani Pulite (Mãos Limpas) na Itália, inquirido a traçar um paralelismo das duas operações, contundentemente vociferou: “SE TIVÉSSEMOS FEITO O MESMO QUE A LAVA JATO, NÓS É QUE ESTARÍAMOS PRESOS” e, ainda, asseverando que “olhando retrospectivamente hoje, podemos entender que a corrupção na Itália não diminuiu, absolutamente”. Portanto, desmoralização pública e explícita do modus operandi adotado por Moro e cupinchas.


Assim, talvez a única certeza nisso tudo é que, se na Itália, por conta da Operação Mani Pulite, emergiu no cenário político o mafioso Sílvio Berlusconi, que acabou de destroçar com o país, no Brasil temos a temporária e perigosa ascensão do comprovadamente despreparado ultraconservador Jair Bolsonaro, que, na perspectiva da inviabilização da candidatura Lula da Silva (“objeto de desejo” de Sérgio Moro e seus procuradores), pode, sim, atingir o poder, conforme mostram as pesquisas.


E aí, que Lúcifer tenha pena do nosso Brasil.


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