por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Rir ainda é o melhor remédio! - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Nestes últimos dias, em que nossas emoções foram postas à prova de resistência e bem exploradas a quem interesse nelas tinham, nada melhor do que seguir o que recomendava nos anos pós-guerra a revista norte-americana Seleções do Reader's Digest. Então vamos lá...
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Um bêbado que vagava sem destino pelas ruas da cidade, entrou numa casa na qual verificou um "entre e sai" de pessoas. Aproveitou-se disso e também entrou indo até a sala de visita, no centro da qual repousava um defunto em requintada urna funerária. O bêbado acomodou-se numa cadeira e ficou observando aquela triste cena. Chegava um e exclamava: "Meus Deus, ele morreu feito um passarinho"! A outro visitante alguém que assistira aos últimos suspiros daquele morto repetia o refrão: "morreu como um passarinho". Numa determinada hora em que a sala se encontrava vazia, somente o bêbado a velar o morto, entrou uma senhora e perguntou a ele:
- "De que foi que ele morreu?" - E o "bebum" na maior naturalidade respondeu:
-"Não sei se foi por falta de alpiste, tiro de espingarda ou de uma pedrada certeira da baladeira de algum menino..."(1)
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 Um desses coronéis do sertão, semianalfabeto e ex-prefeito de uma cidade do interior do Piauí, foi conduzido a Chefe de Polícia do Estado. Todas as segundas-feiras os repórteres dos jornais vinham lhe perguntar: "Quantas pessoas foram assassinadas nesse final de semana?"
-"Que diabo é que vocês querem saber para darem notícias incompletas? Passem antes nas maternidades e procurem saber quantos meninos nasceram! Então vocês vão ver que é muito mais meninos nascendo do que gente morrendo!" (2)
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Em outro governo, esse "coronelzão" foi nomeado diretor de uma espécie de "Codagro" de lá. Um dos programas do órgão era a venda de arame farpado a preços subsidiados. Certo dia o coronel escutou pelo rádio um inflamado discurso de um deputado, a dizer que seria assassinado dentro de poucos dias  na sua cidade, onde tinha seu colégio eleitoral. "Estou certo que serei assassinado pelo ódio dos pessedistas da minha terra!"  Ao se retirar da Assembléia, procurou o coronel para solicitar arame farpado para sua fazenda. Munido da autorização, estranhou ter recebido apenas um rolo de arame. Então voltou ao "coronel" para se queixar:
- "Como é que você autorizou somente um rolo de arame?"
- "Ora você acabou de dizer que vai morrer. Um rolo dá para cercar o seu túmulo e ainda sobra!"(2)

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Na época da ditadura, aí pela metade da década de setenta, havia um senador cearense tão "voador",  que bem poderia integrar a lista da família do "Stanislaw Ponte Preta," personagem do jornalista e humorista Sérgio Porto, como  "Rosamundo, o distraído".  Ao visitar uma cidade do interior do Ceará, encontrou um ex-auxiliar, pessoa que gozou de toda sua confiança. Sem lembrar de onde o conhecia, emendou:
- "Mestre, como vai"? - Ao perceber que não fora reconhecido, o rapaz respondeu:
- "Senador, parece que o senhor não está me reconhecendo! É que estive na capital, passei uns quinze dias na praia e agora tou mais queimado"  - Ao que o senador emendou:
- "Ora Tomaz Queimado, como vai o teu velho pai, o meu grande amigo Júlio Queimado?" (2)
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De outra feita, nosso ilustre senador viajou de carro para Crateús em pleno mês de outubro. Foi acolhido na residência de um correligionário. Em dado momento, querendo puxar conversa, perguntou a uma rapaz que sentara-se ao seu lado:
- "E as chuvas? Tem chovido por aqui? - A essa pergunta o rapaz respondeu:
- Não posso responder Senador, porque fui eu que trouxe o carro que o senhor veio de Fortaleza até aqui. Sou o seu motorista. (2)

Por Carlos Eduardo Esmeraldo
(1) Conto de origem popular
(2) Extraídas e adaptadas de crônicas do jornalista Lustosa da Costa no jornal Diário do Nordeste 

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