por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

UM PONTO DE APOIO QUE MOVA O MUNDO - José do Vale Pinheiro Feitosa

Vamos tocar um assunto diferente. Aquela história do “dê-me um ponto de apoio e moverei o mundo.” Ou seja, dê-me uma fonte de energia limpa e interminável que moverei a sociedade humana. Quer dizer: o centro da discussão sobre o futuro é a geração de energia.

A questão é tão importante que não se pode usar a noção de investimento em moeda para se obter o retorno. Em energia a equação é: a energia gasta para gerar outra energia deve ser muito inferior à gerada. Por exemplo: partindo de uma energia limpa como a eólica ou termo solar a pergunta é quanto de energia se gasta para montar as usinas e as placas solares. O retorno é em energia.

Outra questão fundamental é a chamada ignição. Ou seja, criar um processo tal que a partir do momento em que ele é posto para funcionar esta função se sustente com a própria energia gerada no processo. Mesmo a eólica e termo solar precisa de ignições que nesse caso pode ser o sistema como um todo e a partir das fontes iniciais de energia os ventos ou a luz solar.

Aí retornamos ao início. Uma fonte de energia limpa e interminável. Já existe um horizonte teórico para tal. Chama-se fusão nuclear. Ao contrário da fissão que é a atual energia nuclear, perigosa e geradora de um lixo terrível, na fusão este processo é infinitamente mais limpo e o combustível mais variável e praticamente inesgotável.

Acontece que a revista Nature acaba de publicar os resultados de experimento de cientistas americanos no qual pela primeira vez a energia usada para gerar a fusão foi menor do que a energia liberada (acréscimo entre 41 e 55%). Mesmo assim ainda se necessita fazer um longo caminho: aproveitar mais energia no processo, pois no experimento apenas uma parcela ínfima da energia usada foi absorvida pelo combustível (aplicou-se 1,9 milhão de joules e a energia absorvida foi entre 9 mil e 12 mil joules).

Nesse estágio ainda não é possível fazer-se a esperada ignição. Ou seja, manter o processo regular de geração de energia. O processo não se sustenta. Mas os próprios cientistas sabem que iniciaram um caminho que parece ser alentador.

A consequência é uma sociedade inteiramente modificada a partir de um ponto central que é a energia. Com energia pode-se imaginar um salto qualitativo no avanço da ciência, na transformações de materiais, inovação tecnológica e manutenção de sistemas de vida mesmo em situações mais adversas.


Um energia com essa característica muda todas as forças produtivas, inclusive no sentido de processo menos agressivos à natureza e geradores de mais paz, solidariedade e igualdade entre as pessoas. Seria como o Alfaiate de Ulm (veja postagem de ontem) que imaginou o voo e não soube voar, mas antecipou o que ocorreria.    

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