por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O momento tomando emprestado as lentes de Pachelly Jamacaru - José do Vale Pinheiro Feitosa


Escrevendo para alguns que ainda leem os blogs da cidade minha mente se atrai pelo território, que é sua geografia, mas, sobretudo gente. Faz calor, daqui a pouco vou à missa de um ano pelo ex-ministro da saúde Wilson Fadul. Sem religião e sem explicar tudo por uma causa única, tenho, no entanto, o comum entre nós como escala para minhas próprias medidas. Assim como uma carta de Einstein, denominada a Carta de Deus, isso por que objeto de leilão desfazendo toda religiosidade que diziam ser ele nestes “cavalos-de-pau” que mensagens dão sobre os fatos e a realidade.

Portanto sou tão religioso quanto não o sou. Assim como meus olhos brilham com a rebeldia, com a iconoclastia e exposição de certa luz sobre a falsa moralidade, igualmente se fixam na retidão moral de quem adota um caminho como marcha e mantém uma convicção honesta sobre a paisagem que se move neste seu caminhar. Sendo assim me é detestável, na medida das minhas próprias mediocridades, a manipulação de ideias em palavras e obras apenas para jogar fardo sobre os ombros dos outros. Abraço aos dois primeiros e tendo a espiar a vulnerabilidade moral destes terceiros.

Como a gravidade funciona neste momento a lembrança de um conterrâneo que me veio foi a de Pachelly Jamacaru. Atento ao outro, pacato no explicar-se e duro no expressar suas convicções. Não que seja impossível desconsiderar o conteúdo de suas mensagens, em outras palavras, debatê-las e com ou sem razão maior discordar delas. Não me refiro ao conteúdo, pois o importante do compreender o mundo não é a lavra do cascalho, mas a narrativa que se tem sobre a jornada. Pachelly expressa esta narrativa com tanta força em sua fotografia, na sua poesia e na sua canção que a fronteira provinciana de outros conterrâneos se falseia como a Linha do Equador.

Então a gravidade conterrânea se faz com o julgamento sobre o Julgamento do Mensalão. Muito pelos juízes e mais ainda pelos cínicos a jogar seus fardos sobre os ombros pesados de quem os juízes já condenaram. E como cito nomes passo à lista: Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Senador Dias como outros dias poderão vir ou tudo se resumir ao seletivo “mar de lama” do Lacerda com seu dique a proteger a UDN. A narrativa da jornada e o apreciar a paisagem não significa parar de julgar e apenar erros, mas ao contrário, abrir o leque para rever o processo que induz ao erro. A Justiça não existe para perseguir pessoas, categorias coletivas ou culturas, ela existe para sustentar os valores da civilização e isso se faz mudando processos, como, por exemplo, o enorme peso financeiro dos custos nas campanhas eleitorais. Ou nós os Cratenses estamos tão cegos que não acabamos de enxergar nas nossas ruas o volume descomunal de dinheiro gasto nesta recente campanha eleitoral?  

E quando entro no blog do Pachelly e a narrativa do seu mundo capturada momento a momento, associo ao volume descomunal da vida em suas incongruências e nos perigos da história. Noam Chomsky acaba de denunciar a omissão dos dois principais candidatos à presidência dos EUA: a destruição do meio ambiente, especialmente com o degelo irreversível do gelo de verão no ártico e a iminência de uma guerra nuclear na esfera tensa do Oriente Médio. O cinismo é parte da cegueira histórica desta era.

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