por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

REALIDADE DOLOROSA (Frei Ambrósio Bezerra Lôbo)

Passei pelo jardim
Em manhã de primavera
Um encanto, uma beleza
Aquilo que vi ali
Rosas, cravos, jasmins
Tudo em profusão,
A embelezar a vida.
Veio o verão
Um sol de fogo
A queimar tudo.
Passei pelo jardim
Uma desolação
Foi o que vi ali
Malgrado o esforço
De alguém dedicado
A cuidar só dele.
Em tudo que vi
Logo descobri
Certa semelhança
Com minha vida
Minhas amizades,
Minha felicidade
De outrora
Hoje se acham
Parecidas ao jardim.
Que doloroso pensar
Que triste sentir
Esta realidade
Que arrasa a gente.
Esperava frutos
Que dessem vida,
Entusiasmo à luta,
Encontro apenas
Dentro de mim
A triste lembrança
Do tempo passado
Que fora tão feliz.

3 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Ângela,
Poderia nos dizer mais do Frei? Agora retorno ao poema e vejo o quanto esta expressão é tão vasta como o mundo e nós nele. A poesia não se resume a técnicas, ela é o mundo nos expandindo ou nos oprimindo. Este poema reflete um espírito otimista como o mundo e já com a idade intimado a novas considerações. Quando a liberdade da danação do trabalho chega à velhice, os espíritos já não se acham dispostos a muitos vôos. O Sol do tempo queimou-os como o sol físico à flores.

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Ângela,
Poderia nos dizer mais do Frei? Agora retorno ao poema e vejo o quanto esta expressão é tão vasta como o mundo e nós nele. A poesia não se resume a técnicas, ela é o mundo nos expandindo ou nos oprimindo. Este poema reflete um espírito otimista como o mundo e já com a idade intimado a novas considerações. Quando a liberdade da danação do trabalho chega à velhice, os espíritos já não se acham dispostos a muitos vôos. O Sol do tempo queimou-os como o sol físico à flores.

Ângela Lôbo disse...

O Frei era o filho caçula de Cícero Lôbo, foi destinado a Jesus quando nasceu, através de uma promessa feita por Mãe Bilica. Aos doze anos seguiu para o convento em Alagoinhas (BA), só voltando ao Cariri para celebrar sua primeira Missa, após ter estudado na Itália e em Londres.
Ele sentia bastante a falta do convívio familiar, mas, apesar de não ter escolhido o caminho, era um vocacionado e cumpriu sua missão. Descansou em solo italiano e lá estão seus restos mortais.
Gostava muito de escrever, fez algumas traduções, e muitos dos seus textos e poemas estão comigo. No intuito de preservar esse material, estou digitalizando o que foi escrito de próprio punho, escolhi este poema para colocar aqui. Posteriormente, trarei mais.
Ah, boas férias, boas festas. Sentiremos a lacuna, mas estaremos contentes pelo seu merecido descanso.