por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 11 de maio de 2015

QUEM CHORARÁ COM ELE? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Com os olhos marejados, nariz vermelho, a face de sofrimento um jovem, aqui em Paracuru, levantava uma questão central para o futuro do país. Uma questão que machuca mais do que nunca pois praticamente exonera o compromisso social com a demanda da família do rapaz.

A sogra, em franca insuficiência cardíaca, precisava de urgente troca de uma das válvulas do coração. Antes que imagine tudo de ruim, mire-se na explicação mais adiante. Ela demandava o direito dela à saúde dentro do Sistema Único de Saúde, de acesso universal, gratuito, igualitário e com participação social.

Depois de um périplo de empurra-empurra, incompatível com o conceito de sistema, era jogada de um lugar para outro que não resolvia e nem encaminhava a solução. Finalmente chegou a um hospital conveniado com o SUS na capital cearense.

Para espanto familiar, não havia quem recepcionasse a paciente, ninguém chamava um profissional e, finalmente, uma supervisora por pressão familiar descobriu que no andar dos médicos, nenhum sinal deles havia. E mais ainda, quando alguém apareceu não cuidou de encaminhar o caso. Simplesmente enrolou a família no seu desespero.

Como se tratava de gente com prestígio social e político um amigo foi acionado, telefonou para o “colega” no hospital que então partiu para a ação que até então enrolara.

Continue comigo.

Uma das figuras mais populares de Paracuru, aposentado como diretor da Universidade Federal, grande músico, detentor de enorme poder de comunicação tem igual problema numa válvula cardíaca. Aí pelos, também credenciados, Planos de Saúde.

O que aconteceu?

Um caso de estenose foi diagnostico há cinco anos e o médico simplesmente não operou e deixou o estreitamente evoluir até um estágio extremamente perigoso, com grande possibilidade de morte súbita. Em seguida não atendeu mais ao paciente, a secretária passou a avisar que ele estava em formação no exterior.

Na última revisão de imagem da lesão da válvula, ele ouviu o tal doutor trabalhando normalmente. Quando foi a um cirurgião mais consciente, este ficou perplexo com a atitude do “colega”. Francamente explicou que o plano paga pouco pelo procedimento e o cara havia fugido do problema. Mas no extremo da covardia e o espírito de ave de rapina jamais deixou claro para o paciente que procurasse outro profissional. Simplesmente deixou que ele evoluísse até o risco de morte.

 Fique mais um pouco.

O sogro do rapaz que, então, revelou todo o desespero do seu choro, aconteceu aqui mesmo em Paracuru. Um cirurgião que serve à cidade simplesmente adiou a extração de um câncer de pele (o tipo mais agressivo o espino-celular) para quarenta dias. E não adiantou o pedido de outro colega, pai do rapaz.

Qual, então, o denominador comum das três histórias. O SUS e Planos de Saúde foram tomados por um conjunto de abutres que no limite só pensa em negócio. Em ganhar rios de dinheiro numa fragmentação de procedimentos que reduzem a efetividade de qualquer tratamento e aumenta os danos à saúde.

Enfim, o modelo liberal e capitalista de exercício da medicina tem se mostrado perverso, tolhendo a liberdade, a segurança e o futuro da humanidade. Ou nos voltamos aos fundamentos do Controle Social verdadeiro, não chapa branca, que bebe suas lutas nas demandas da sociedade e que jamais se torna um capacho a serviço de prefeitos e vereadores, ou este modelo só produz choro e desespero.

Não precisamos entrar numa caça às bruxas e nem no andar meramente punitivo, mas precisamos antes de tudo colocar o interesse de todos à frente da exploração comercial da saúde pública. Não se trata apenas de desonestos profissionais de saúde, mas de um modelo que os estimula a isso. Já vimos isso no tempo do INAMPS e estamos novamente na linha deste comportamento.


Talvez não explique tudo, mas parte da revolta desses profissionais com o mais Médico venha desta antiética prática do negócio com a doença. Negócio que se alimenta nos doentes reduz a efetiva do tratamento e causa mais danos à saúde de mortalidade por causas evitáveis. 

domingo, 10 de maio de 2015

LIBERDADE ÀS MÃES - José do Vale Pinheiro Feitosa



Mãe toda vez que busco tua definição, apesar da maternidade que sou eu, encontro na raiz a mulher que me abriu a luz deste mundo. Mesmo matéria da fusão com a matriz linguística pater, sei que matriz é a mesma coisa que se manifesta em ti.

Tu mulher. Mesmo que minha voz seja feminina é a tua condição de gênero, nesta divisão do trabalho, da renda, dos bens, do acesso aos parâmetros desta civilização, que posso dizer: eis aí uma civilização desgraçada. Aquela que discrimina a ti, mulher.

E não adiante toda esta ternura, por um dia apenas, se do meu amor não surgir uma forte ação permanente para superar o rebaixamento das mulheres em relação aos homens. É disso que falamos no dia das mães. Da condição relativamente discriminada.

E quando canto o amor por ti mãe, preciso ouvir o acompanhamento da melodia, entender os ruídos que a cercam. De outro modo o encanto musical me aliena da tua condição. A tua condição de mulher.

O que do teu corpo fazem como mercadoria de consumo erótico. Como suporte para o fetiche de roupas, joias, cremes e produtos gourmet. Do teu útero que alugam para fazer crescer os delírios genético das classes endinheiradas.

Tu mulher, quanto mais pobre, mais discriminada, usada e descartada. Vítima de abusos. Atacada por uma moral que dizem religiosa e que parecem retornar às pedras lançadas sobre o corpo frágil de Madalena.

E por ti, mãe, que medra até mesmo nas pedras, eu sei que tudo isso nada tem a ver com qualquer fragilidade inerente. Jamais, em momento algum, tive o menor indício de que esta discriminação tenha a ver contigo. Por um mínimo traço que seja do teu ser de mulher a justificar o que esta civilização desgraçada faz de ti.


E sei, mãe, é da tua coragem que a revolução onde se diz igualdade às mulheres nascerá. Da tua luta. Da tua denúncia. Da tua liberdade. Onde nenhum padrão de consumo, de negócio ou moral patriarcal irá tracejar o teu destino.    

sábado, 9 de maio de 2015

Belíssimo texto




As Profissões de Minha Mãe
Minha mãe foi, com certeza, a mulher que mais profissões exerceu em toda sua longa vida, sem ter sequer concluído o curso fundamental.
Tudo que ela aprendeu foi nas primeiras quatro séries que cursou, quando criança. Contudo, era de uma sabedoria sem par.
Descobri que minha mãe era uma decoradora de grandes qualidades, à medida que eu crescia e observava que ela sempre tinha um local no melhor móvel da casa, para as pequenas coisas que fazíamos na escola, meu irmão e eu.
Em nossa casa, nunca faltou espaço para colocar os quadrinhos, os desenhos, os nossos ensaios de escultura em barro tosco.
Tudo, tudo ganhava um espaço privilegiado. E tudo ficava lindo, no lugar que ela colocava.
Descobri que minha mãe era uma diplomata, formada na melhor escola do mundo (nosso lar), todas as vezes que ela resolvia os pequenos conflitos entre meu irmão e eu.
Fosse a disputa pela bicicleta, pela bola, pelo último bocado de torta, de forma elegantemente diplomática ela conseguia resolver. E a solução, embora pudesse não agradar os dois, era sempre a mais viável, correta, honesta e ponderada.
Descobri que minha mãe era uma escritora de raro dom, quando eu precisava colocar no papel as ideias desencontradas de minha cabecinha infantil.
Ela me fazia dizer em voz alta as minhas ideias e depois ia me auxiliando a juntar as sílabas, compor as palavras, as frases, para que a redação saísse a contento.
Descobri que minha mãe era enfermeira, com menção honrosa, toda vez que meu irmão e eu nos machucávamos.
Ela lavava os joelhos ralados, as feridas abertas no roçar do arame farpado, no cair do muro, no estatelar-se no asfalto.
Depois, passava o produto antisséptico e sabia exatamente quando devia usar somente um pequeno band-aid, o curativo ou a faixa de gaze, o esparadrapo.
Descobri que minha mãe cursara a mais famosa Faculdade de Psicologia, quando ela conseguia, apenas com um olhar, descobrir a arte que tínhamos acabado de aprontar, o vaso que tínhamos quebrado.
E, depois, na adolescência, o namoro desatado, a frustração de um passeio que não deu certo, um desentendimento na escola.
Era uma analista perfeita. Sabia sentar-se e ouvir, ouvir e ouvir. Depois, buscava nos conduzir para um estado de espírito melhor, propondo algo que nos recompusesse o íntimo e refizesse o ânimo.
Era também pós-graduada em Teologia. Sua ciência a respeito de Deus transcendia o conteúdo de alguns livros existentes no mundo.
O seu era o ensino que nos mostrava a gota a cair da folha verde na manhã orvalhada e reconhecer no cristal puro, a presença de Deus.
Que nos apontava a fúria do temporal e dizia: Deus vela. Não se preocupem.
Que nos alertava a não arrancar as flores das campinas porque estávamos pisando no jardim de Deus. Um jardim que Ele nos cedera para nosso lazer, e que devíamos preservar.
Ah, sim. Ela era uma ecologista nata. E plantava flores e vegetais com o mesmo amor. Quando colhia as verduras para as nossas refeições, dizia: Não vamos recolher tudo. Deixemos um pouco para os passarinhos. Eles alegram o nosso dia e merecem o seu salário.
Também deixava uns morangos vermelhinhos bem à mostra no canteiro exuberante, para que eles pudessem saboreá-los.
Era sua forma de manifestar sua gratidão a Deus pelos Seus cuidados: alimentando as Suas criaturinhas.
Minha mãe, além de tudo, foi motorista particular. Não se cansava de ir e vir, várias vezes, de casa para a escola, para a biblioteca, para o dentista, para o médico, para o teatro e de volta para casa.
Também foi exímia cozinheira, arrumadeira, passadeira, babá. E tudo isto em tempo integral.
Como ela conseguia, eu não sei. Somente sei que agora ela está na Espiritualidade. E Deus, como recompensa, por tantas profissões desempenhadas na Terra, lhe deu uma missão muito, muito especial: a de anjo guardião dos filhos que ficaram na bendita escola terrena.
Redação do Momento Espírita
Autor: Momento Espíritak

Retratos de Mães...Não dá para postar tantas, que nesse momento, também lembradas...

2011








 Dona Almina e filhos- 2011

Dona Salvina- uma m ãe cratense!


Minha Tia Auri e filha, aos 92 anos




Fossa em tom de bossa, samba, bolero, baião e rock and roll

por Vera Barbosa

Dor de cotovelo, com estilo, é outro papo! Sofrer com elegância faz toda a diferença. Letras densas e doídas, com uma pitada de charme da voz que mais se gosta de ouvir na vida, são alento para a alma. E, quando arranjos se modernizam e têm o tom vibrante e a entrega da intérprete, a lágrima vira festa! Noutro momento, o palco transforma-se em cabaré e a vontade é rasgar-se todo por dentro, afogando-se num copo de cachaça. Aí, é quando a gente se sente lá, com Lupi, em um de seus momentos de profunda mágoa - e o choro é incontido.  Vou brigar com ela! Vingança? Nunca, isso é Loucura! Gal Costa e músicos brindaram-nos com momentos de raro prazer, o prazer da dor de amor. E, nesse contraditório, é que a gente entende que a Felicidade é breve. Mas existe.


Ela disse-me assim
Gal Costa canta Lupicinio Rodrigues
HSBC São Paulo - 08/05/15


De Camarote!

sexta-feira, 8 de maio de 2015

E toda a história começa assim: um líder operário tenta conciliar as classes sociais num projeto de governo. Logo de cara encontra o preconceito de madame, mas ele grava um samba enaltecendo o amor acima da luta de classes.



Mas madame tem mais do que preconceito de cor. Ela tem medo da proximidade dos pobres. Mas madame não sabe que os grandes líderes de sua classe pensam assim nela e nas panelas: “Aqui tem a chave do meu barracão, pode voltar quando quiser, as panelas já estão reclamando a falta de uma mulher”.



E madame bate panela para mostrar que o som da sua inoxidável é mais metálico que o da vizinha. Só que madame não conhece Kathy Calvin, presidente e Chief Executive Officer da United Nations Foundation. Tal fundação foi criada em 1998 por contribuição particular, especialmente de Ted Turner (ex-marido de Jane Fonda) para apoiar causas e atividades da ONU. O trabalho da fundação está focado em diminuir a mortalidade infantil, o empoderamento das mulheres e meninas, criação de energia limpa.

E madame que vive no varandão do seu apartamento batendo panela contra o PT e Lula não sabe que Kathy foi identificada em 2012 pela Newsweek entre as 150 mulheres que balançam o mundo, isso sem falar nas referências do New York Times em 2011. Bem Kathy não tem nem um fio de cabelo que possa lembrar a madame que seja uma marxista, bolivariana, petista ou coisa assemelhada. Antes da ONU ela foi presidente da AOL Time Warner Foundation, Vice-Presidente Sênior e Diretora de Comunicações da America Online, Diretor Gerente Sênior da Hil and Knowlton que é uma empresa global de relações públicas e foram muitos os cargos desta americana típica.

Agora madame, que bate panela e quer um fora Dilma e que leve o PT junto vai ficar perplexa. Olha o que a Kathy disse sobre o governo destes corruptos do mensalão e do petróleo. Disse isso após uma visita à Presidente Dilma:

Estamos particularmente felizes de ver e aprender sobre o progresso que o Brasil fez em termos de reduzir a fome e a mortalidade materna, a mortalidade infantil, melhorando a cobertura para meninos e meninas. Melhorando a equidade de gênero e assegurando que há uma inclusão no trabalho que tem sido feito para cidadãos brasileiros. ”

A Kathy raspa o fundo da panela de madame:

Estamos impressionados com o trabalho que já vem sendo feito no País para garantir que você tenha um futuro com energia sustentável. Isso é algo que poder ser compartilhado pelo mundo e onde o Brasil é uma grande liderança. ”  


quinta-feira, 7 de maio de 2015

always in my heart


E a criatividade, por onde anda? - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Tenho o costume de entrar no carro e ligar imediatamente o rádio. E o que ouço? Músicas antigas dos decênios de 1950, 1960, 1970 e até 1980 regravadas por outros cantores que passam a anos luz de distância do autores originais. Roberto Carlos é a principal vitima dos aproveitadores. Possui o maior número de seguidores que nada tendo para criar, usam a criatividade alheia. Até o cearense Belchior com seus "galos, noites e quintais" já teve suas belas músicas regravadas por outros cantores que preferem a comodidade de "nada criar e tudo aproveitar", seguindo a máxima do grande sábio Lavoisier.*
 
Tenho feito solitárias observações com a certeza de não serem elas frutos de alucinações. Acontece que nos dias atuais, eu vejo em tudo uma grande falta de criatividade. Na arte, na música, na cultura, na economia e na política.
   
Se abro um jornal de qualquer cidade, vejo cópias fieis dos grandes jornais do Rio e São Paulo repetindo a mesma cantilena de mais de meio século atrás. O medo do comunismo "ateu e comedor de criancinhas" está timidamente sendo ressuscitado por alguns desavisados. Voltaram as passeatas nas ruas, nos moldes da desnecessária e inócua "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" e há até aqueles que na falta de algo mais original, clamam por uma imediata intervenção militar. Insensatos! Jamais souberam o que é a vida debaixo do tacão de uma ditadura.
  
Os jovens que viveram nos 21 anos da última ditadura não puderam exercer e desenvolver seu pensamento político. Foram reprimidos e muitos deles exilados, quando não vítimas de cruel tortura e até morte.
 
Saibam que foi desse meio que surgiram nossos políticos atuais. Copiadores das idéias reinantes na época do IBAD, da "Aliança para o Progresso" e submissos aos interesses da grande nação do norte. Daí a grande dificuldade de entenderem a democracia e respeitar a escolha da maioria. Provavelmente o ódio reinante de parte a parte seja a principal crise que é cantada e decantada em prosas, versos e reversos. 
 
Agora o perigo é muito maior. O jogo dos interesses está mais forte, com o aumento das grandes reservas energéticas do nosso país, principalmente o petróleo sob nosso mar continental. Se não acordaram ainda, pensem na razão do grande bombardeio para condenar a Petrobrás, quando o montante ali desviado pela corrupção é bem inferior à perda de impostos pela Receita Federal dos recursos clandestinamente enviados para a Suissa via HSBC por destacados políticos, ricaços e alguns atores globais. 
 
No Brasil, nossa imprensa está a serviço dos seus donos, que são capitalistas, cujo amor à pátria já jogaram na lata do lixo desde quando amealharam o primeiro tostão. E isso sim, é a criatividade que alimenta a lucratividade deles. O resto que "exploda", como bem dizia o genial Chico Anísio na pele do locutor "Roberval Taylor".    


Por Carlos Eduardo Esmeraldo


*Antoine de Lavoisier *1743; +1794: ("Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.")

.Ninguém sai do nosso coração...


"`Perdido no deserto de ti,
no espaço sem dimensões.
no tempo sem movimentos.
em que estrela me encontrarei?"
(José do Vale P.Feitosa)



Não vim trazer a paz, mas a espada - José do Vale Pinheiro Feitosa

Não tem futuro uma humanidade que entende o progresso como um faça-se você mesmo, de modo egoísta e com argumentos de uma meritocracia que justifica a exclusão. Este bate panelas que apenas estão vazias porque as empregadas domésticas já as lavaram e as guardaram.

Há uma fonte permanente de desastres e morte no sistema de acumulação de riquezas que explora outros povos de modo colonial e imperial, extraindo seus potenciais e deixando milhões na miséria. Que após o desespero de verdadeiros campos de concentrações e desgraça, como acontece na África, ainda deixa que se afoguem nas águas do Mediterrâneo.

E quando a humanidade é vítima deste vício destrutivo é preciso a revolução. Uma revolução que separe, que divida, que não pregue a paz quando a espada é necessária para superar o veneno que corre no braço que bate na panela, antes cheia, como se batesse nos pobres.

E há uma oração, de uma fonte tão universal no pensamento dos brasileiros que é preciso escutá-la para situar-se. Alguém já ouviu o que segue?

Não julgueis que vim trazer paz a Terra; não vim trazer-lhe paz, mas espada; porque vim separar o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e os inimigos do homem serão os seus mesmos domésticos.

Ou dito de outra maneira:

Eu vim trazer fogo à Terra, e que que eu, senão que ele se acenda? Eu, pois, tenho de ser batizado num batismo, e quão grande não é a minha angústia, até que ele se cumpra? Vós cuidais, que eu vim trazer paz à Terra: Não, vos digo eu, mas separação; porque de hoje em diante haverá, numa mesma casa, cinco pessoas divididas, três contra duas e duas contra três. Estarão divididas: o pai contra o filho, e o filho contra seu pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra.

Pois como já se deduz pelo estilo, quem não conhecia esta oração logo sabe a origem. Jesus Cristo sabia que mudar os homens gera resistência. Os privilegiados da ordem corrompida não querem mudanças, os acostumados a que nada mude não acredita nela, os que sofrem a opressão temem mais açoites.

Então Jesus sabia desde dois mil anos passados, que a mudança virtuosa gera oposição e um enfrentamento inerente. Toda revolução, enfim, busca a paz, mas intimida enquanto se realiza.  E não resta qualquer dúvida que Jesus, na qualidade judaica do Messias, aquele que redime, sabe que o saber é evolutivo e que a sua negação é causa de corrupção humana. Em outras palavras redimir, é usar o conhecimento da realidade das pessoas para oferecer-lhe uma nova ordem social de paz, de justiça e liberdade.

Se você não pensa assim, mas se diz cristão, precisa mergulhar em águas batismais. Leiam sobre estes dados:

Atualmente 3,3 bilhões de pessoas vivem em regiões com transmissão ativa de Malária. Isso compreende as América, África, Ásia e Oceania. Países mais ao sul e ao norte, incluindo a calha do Mediterrâneo não têm transmissão da malária.

Em torno de 1,2 bilhões de pessoas vivem em territórios com risco elevado de pegar malária. Existem países na África onde para cada mil habitantes 100 têm malária.

Estima-se que 198 milhões de pessoas pegaram malária em 2013 e 584 mil pessoas morreram da doença. A concentração de casos e mortes se verifica na África – 82% do total de casos mundiais e 93% das mortes.


E tem mais: quanto mais pobre é o país e sua população mais alto é a incidência de malária. A população mais vulnerável à doença: pobres, crianças, mulheres gestantes, pessoas infectadas pelo HIV. A malária se tornou a doença da exploração colonial e do avanço do capitalismo.  

Ressuscitando uma música lindinha de João Bosco e Aldir


quarta-feira, 6 de maio de 2015


O JUIZ E O RÉU - José do Vale Pinheiro Feitosa

Comecemos pela religiosidade. A maioria dos brasileiros se declara religioso. A principal corrente é judaico-cristã. Portanto há um Deus pai, onisciente, onipresente, onipotente cuja única exigência às suas criaturas é que o compreendam.

Nesta visão o princípio de todas as coisas é Deus e ele se manifesta pela bondade (sem fim acrescentou o poeta do sertão) a tudo que nos faz e decide. E a bondade é necessariamente compreensível. Ou seja, Deus explica a bondade e a compreendemos.

Agora vamos a um canal de Diálogo durante depoimento entre um preso da Lava Jato e o Juiz Sérgio Moro:

Cerveró – “Eu estou preso há cinco meses, sem nenhuma culpa provada. Nenhuma acusação que o senhor fez foi provada. ”

Juiz Moro – “Eu não fiz nenhuma acusação senhor Nestor, foi o Ministério Público. ”

Cerveró – “Mas o senhor aceitou a denúncia, baseado em ilações do Ministério Público”.

Juiz Moro – “Não vou discutir com o senhor aqui as provas, vou avalia-las na sentença”.

Cerveró – “Mas qual é o sentido de eu estar cinco meses preso, por que eu não posso responder em liberdade ou em prisão domiciliar? Isso não pode ser analisado antes?”

Juiz Moro – “Não, o processo está encerrado, praticamente”.

Cerveró – “Mas já me custou cinco meses de cadeia. Qual foi o critério que o senhor usou para me colocar preso preventivamente”?

Juiz Moro – Eu não vou ficar discutindo minhas decisões judiciais com o senhor. O interrogado aqui é o senhor, e não o juízo”.

Para os espíritos exaltados que se encontram na primeira fila do apedrejamento, não custa lembrar que se um Juiz não pode se explicar a quem acusa ou penaliza, ele pode tudo. Inclusive contra os exaltados, seus antepassados ou descendentes.

A base da violência institucional (ditadura, achaques, agressões, tortura etc.), que normalmente esconde outras intenções, é o biombo de quem não se explica escondendo suas decisões e atos. Se Generais tão estúpidos tivessem, no combate aos adversários da Ditadura o cuidado de prestar contas ao menos institucional, agentes não teriam cometido as barbaridades inclusive decorrentes da psicopatologia do torturador.


Então num e noutro caso, as Forças Armadas então e o Juiz de Direito agora, adicionam outro  atributo a Deus: prepotência. 
Para quem ainda não assistiu Travesthriller, vá até o Crato neste sábado dia 09 de maio de 2015 e confira a Feira Cariri Criativo que reúne empreendedores criatívos, grupos e coletivos de cultura e arte e organizações ligadas ao tema da Economia Criativa no Cariri.
Local: RFFSA
Rua Ratisbona, 63100-140 Crato-CE
Programação:
07/05 (quinta-feira):
19h - Show Arajazz (UFCA)
08/05 (sexta-feira):
19h - Show Cleivan Paiva
20h - Show Banda Nazirê
09/05 (sábado):
17h às 19h - Oficina de arranjos florais de fibra de bananeira, com Têca Sales
18h - Cine Arte Clube (exibição dos curtas "Amor" e "Travesthriller", seguido de bate papo com os realizadores)
19h - Show Geraldo Junior e Os Virtuais
(Part de Beto Lemos e Dudé Casado)

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Por acreditar no espelho narcísico do sucesso. Talvez por admirar os EUA e sua vasta capacidade de lucrar. Quem sabe por repetir apenas o que os aduladores dizem na mídia. Mas a verdade é que Bill Gates e Steve Jobs é o ícone de uma certa idiotice acrítica do mundo empresarial. Nada como um empresário para desnudar a falsidade. Ricardo Semler, empresário brasileiro, filiado ao PSDB, bem traduz os dois personagens da religiosidade empreendedora:

Acho difícil esperar que tenham uma posição altruísta ou idealista em relação ao resto da humanidade. Figuras como Steve Jobs ou Bill Gates, por exemplo, não são muito diferentes dos grandes empresários americanos do fim do século 19, que expandiram as redes de eletricidade e ferrovias do país. São monopolistas, tentam quebrar os concorrentes, têm um ego enorme.

Pelas cicatrizes dos professores do Paraná - José do Vale Pinheiro Feitosa



Hoje é o dia de uma pessoa que amamos- Fabiana!


Parabéns, Faby !
Você que nos tem dado o presente da sua presença e que nos tem preenchido a vida de luz, de rios e cachoeiras. Você é que tem transformado, dia a dia, o pálido nanquim das nossas vidas numa ofuscante aquarela. Por tudo isso te amamos tanto e nem conseguimos imaginar como seria a paisagem dessa existência sem teu sorriso e tua doçura. Beijão !