por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Busco no vazio a poesia perdida
Sentimentos enclausurados
Cansaram de viver sozinhos
2015 trouxe de volta
A vontade de  poder contar e cantar!

Quero risos  como
Se o carnaval acabasse de chegar
Sem fantasia...
Tudo ao natural!

Primeiro dia de janeiro

Que eu descubra a cada dia
Uma forma nova de viver com plenitude .
Compartilhar coisas boas com os meus amigos-
- Companheiros de jornada-
Vínculos que não se desgastam...
Carinho sem fim!
 


quarta-feira, 31 de dezembro de 2014



A gente se encontra em 2015.Vida feliz para todos!

 Ano de aprendizagens,Trabalhei intensamente o desprendimento. Fiz deveres de casa. Passei de ano. Momento de reorganizar a vida. Agradecer carinho e atenções recebidas. Ficar antenada .Torcer pela prosperidade.
Com a sensação de liberdade e leveza, despeço-me de 2014.

Abraço com muito afeto os amigos do Azul Sonhado!

Socorro e Víctor
 

RÉVEILLON - José do Vale Pinheiro Feitosa

Hoje à noite comemora-se! Um intervalo de tempo. Que por vezes adquire uma personalidade substantiva: o ano. Que assim se põe a receber qualificativos: ruim, bom, tomara que passe, o que virá, como será o outro ano?

O Réveillon dos franceses nos é um toque de impressão da dominância cultural. Na época em que a França nos influenciava. E a palavra Réveillon é uma composição de “retour a la veille”. Ou seja, o retorno à véspera. Acordar para o novo tempo.

Neste retorno os governos do Brasil e dos Estados assumirão um mandato eleitoral. Não é uma ruptura com o passado. É uma passagem, projetada, do que aconteceu nestes últimos momentos do dia 31 de janeiro.

Mas, então, esta unidade organizativa, que é o ano calendário, serve de marcação para que as remadas no barco da vida sigam um determinado ritmo. Uma determinada velocidade. Um curso definido.

Mas é apenas organização. A vida é um contínuo de tempo se é a ele que temos atenção. Um espaço de vida onde se faz nele o que chamamos tempo. De modo que a contagem é mera ilusão, enquanto o que fazemos, os sentidos e significados que imprimimos, as decisões e posturas que tomamos é quem de fato se encontra no espaço do tempo do sol.

E nesta ação, que envolve a consciência de cada um, temos o bate pronto ou aquilo que é muito refletido, a longa decisão, pois afinal é este intervalo entre o perceber e o agir e ele é relativo. De qualquer modo este intervalo (se demorado ou não) e o conteúdo da ação é quem entrará no contador da consciência de cada um.

Duas coisas são certas. A primeira: eu quero ser mortal. Num mundo em que tudo que amo o é, porque quereria me prolongar além delas. A mortalidade delas impregna-me de um suave caminho de igualmente seguir. Não por vontade própria. Mas por ser o curso necessário de igualar-me a elas. E o mais importante, mesmo mantendo a crítica ao diferente, sempre a gravidade da igualdade me aprisionou.

A segunda: entre os próximos se encontra o desejo de igualdade, de solidariedade, de dançar a mesma valsa da história. Não tem sentido qualquer a pregação do socialismo, do campo da liberdade, do amor ao próximo, se aqueles com quem dormimos e acordamos, parecem o tédio da existência.

Na pia onde as nossas escovas se cruzam, o acordar é o desejo de viver. A seguir na sala, na cozinha e de porta a fora onde houver gente e sentido da igualdade e da liberdade.

Assim neste contínuo entre 2014 e 2015 o desejo maior que posso anunciar é se tenha igualdade e liberdade. Não como moeda de valor, mas como essência desses segundos onde a capilaridade do nosso ser acontece.   

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A fala de DILMA (transcrição)

”O saudável empenho de justiça deve também nos permitir reconhecer que a PETROBRAS é a empresa mais estratégica para o Brasil e que mais contrata e investe no país. Temos que saber apurar e saber punir, sem enfraquecer a PETROBRAS, sem diminuir sua importância para o presente e para o futuro. Temos que continuar apostando na melhoria da governança da PETROBRAS, no modelo de partilha para o pré-sal e na vitoriosa política de conteúdo local. TEMOS QUE PUNIR AS PESSOAS, NÃO DESTRUIR AS EMPRESAS. Temos que saber punir o crime, não prejudicar o país ou sua economia. Temos que continuar acreditando na mais brasileira das nossas empresas, porque ela só poderá continuar servindo bem ao país se for cada vez mais brasileira. A PETROBRAS e o BRASIL são maiores do qualquer problema, do que quaisquer crises e, por isso, temos a capacidade de superá-las. E delas e deles, sair melhores e mais fortes”. (Dilma Rousseff)

domingo, 28 de dezembro de 2014

Quando Quando Quando

Música de Alberto Testa e letra de Tony Renis, "Quando Quando Quando", foi apresentada no famoso Festival de Santo Remo de 1962. O próprio Tony Renis a apresentou e gravou esta que foi o maior sucesso daquele ano na Itália.

Quando Quando Quando com Tony Renis

Esqueça a aparência. Mas as garotas como você, amava o mundo e o amor era paixão, se derretiam de emoção diante da tela dos cinemas ouvindo Pat Boone. E foi ele quem fez a versão para o o inglês de Quando Quando Quando com grande sucesso nos EUA.

Quando Quando Quando Pat Boone

No mesmo ano de sua apresentação em San Remo, Quando Quando Quando, teve uma versão Alemã cantada por Caterina Valente que também fez enorme sucesso no Alemanha.

Quando Quando Quando Caterina Valente

Quando Quando Quando teve uma versão em samba que é aqui cantada por Emílio Pericoli, aquele mesmo que encantou a moçada no dulcíssimo Al Di Lá. Escutem Quando Quando Quando ao ritmo de samba. 

Quando Quando Quando - Emilio Pericoli.

Esta é uma canção do tempo. Anos mais tarde na Austrália foi feita uma versão da música para o Vietnamita. Aqui a canção por dois cantores do Vietnã, em inglês e na fronteira entre a bossa nova e um pouco de jazz. E aqui a grande lição: a humanidade não é inimiga dela mesma. E nem o ser o humano é o lobo dele mesmo. Apenas temos disputa, e se nela as nossas almas se odeiam, também se encontram. Eis o Vietnã tão agredido, tão massacrado, há não muitos anos cantando em inglês. Como Cuba o fará e os EUA também o farão em Espanhol. 

Quando Quando Quando - Tuan Ngoc e Thai Thao

E existem outras versões pelo mundo, entre as quais uma com a cantora americana Connie Francis que fez muito sucesso no disco e no cinema também. Ela está no youtube 


O AMOR QUE NEGA A INTERPRETAÇÃO - José do Vale Pinheiro Feitosa

Os brasileiros tomaram conhecimento detalhado do assunto através do jornalista Fernando Morais que escreveu o livro “Os últimos soldados da Guerra Fria.” Foram onze agentes cubanos infiltrados nos EUA para, em Miami, vigiar os movimentos dos grupos anticastristas.

Em 1998, o FBI prendeu dez deles e um fugiu.

Dos dez restaram presos cinco, conhecidos como Lo Cinco. Eram Antonio Guerrero Rodríguez, nascido em Miami em 1958, engenheiro aeronáutico, poeta com 22 anos de prisão; Fernando González Llort, nascido em Havana 1963, graduado em relações internacionais com 18 anos de prisão; Ramón Labañino Salazar, nascido em Havana em 1963, economista sentenciado a 30 anos; René González Sehwerert, nascido em Chicago em 1956, piloto e instrutor de voo, sentenciado a 15 anos e o quinto é Gerardo Hernández Nordelo, nascido em Havana em 1965, graduado em relações internacionais, caricaturista e sentenciado a duas vezes a prisão perpetua e mais quinze anos.

É a Gerardo Hernández que o caso pertence. Originário de família cubana humilde, nasceu seis anos após o triunfo da revolução. Entre outras experiências em vida, participou, em 1989, de 54 missões de guerra durante a ajuda militar cubana a Angola.

Mas o caso começa agora. Em 1988, vindo de uma história da adolescência, Gerardo casa-se com Adriana Pérez O´Connor. Vai para a guerra. Retorna a Cuba como herói e logo a seguir é enviado em missão secreta a Miami onde trabalha em artes gráficas numa revista. Adriana ficou morando em Havana.

Em 1998 os cubanos são presos, entre eles, Gerardo e este recebe a pior sentença e fica incomunicável. Adriana Pérez se torna uma potência a denunciar a situação do marido e reivindicar sua libertação. Manifesta-se na televisão pelo mundo, vai falar com autoridades diplomáticas de muitas nações. Chega aos EUA, visita até mesmo a Casa Branca para tentar ver o marido.

Impossível até de um encontro através de portas de vidro. Adriana jamais conseguiu ver o marido. Dois dos cinco terminam suas sentenças, são soltos e retornam a Cuba. Não havia qualquer esperança para Gerardo que não fosse a solidão e perpétua cadeia. Mas Adriana é um personagem da liberdade.

Aí chegam estes últimos meses de 2014 (16 anos passados), Gerardo que fora preso com 33 anos, já tem 49 anos e Adriana que tinha 28 anos, tem 44 anos. Numa surpreende manobra, o Presidente Obama dos EUA abre negociação com Raul Castro e todos são libertados. De um lado e outro. Do outro lado, Gerardo Hernández Nordelo volta a pisar o solo de Havana.

E a sentir o calor do corpo abraçado de Adriana, seus beijos latinos, sua história de solidariedade e no limite das possibilidades. Cuba faz uma festa para o retorno dos prisioneiros. O grande Silvio Rodriguez canta com eles em praça pública. Adriana e Gerardo, o caso de amor, estão juntos na cena pública.

Uma pausa narrativa. O amor que é este senso de ter o outro no presente e no futuro é a constituição da reprodução dos tempos neste processo sorvedouro de aconteceres. Por isso o amor é a prova acabada da solidariedade histórica. Na fragilidade, a viga que sustenta, é a história dos dois.

Agora retornando. Eis que surge nas imagens de programas de televisão um casal amoroso, com o marido passando a mão sobre a barriga grávida de Adriana. Uma gravidez de mais de seis meses. E eles a espera do fruto deste amor.

Pronto. A trilha de interpretações e perplexidade se espalha. Quem é o verdadeiro pai do filho de Adriana? Gerardo, este afastado do corpo de Adriana até bem próximo do mês de dezembro, não poderia ser. Um caso de amor aceito como a decisão no limite da idade de Adriana? Aos 44 anos a reprodução lhe era cada vez mais impossível. Então Gerardo tinha um acordo tácito de dar sentido ao útero fértil da mulher?

Nada disto.

Tudo pertencia às negociações secretas entre Cuba e os EUA. Um senador americano, Patrick Leahy (do Comitê de Defesa) teria sido parte de uma ação de inseminação artificial com o sêmen de Gerardo. A implantação do embrião foi feita no Panamá às expensas do governo cubano.

Agora o filho de Adriana restabelece o elo na história.  

ESCOLHA A HISTÓRIA AO INVÉS DA FARSA - José do Vale Pinheiro Feitosa

Nilton Mariano tem levantando aqui no blog um ponto de vista político que é histórico. Tem substância conceitual e é válido para as análises do presente.

Não faz parte deste antepositivo grego “néo” que inunda um pensamento, igualmente histórico, mas com enormes perdas conceituais. A exemplo dos neoliberais e neoconservadores.

O liberalismo, por exemplo, mostrou-se, historicamente, um desastre social e humano e esteve na raiz de duas guerras mundiais. Além, é claro, de criar o império Americano que espertamente se aproveitou das destruições na Europa e na Ásia para criar suas bases.

Ou alguém imagina que enquanto a Inglaterra, a Alemanha, a Itália, a França e a União Soviética (Rússia), China e Japão, eram destruídos, os EUA não estivessem lançando mão de reservas estratégicas, mercados e domínio geopolítico?

Esta é a tragédia do liberalismo, que retornou com o antepositivo do novo, para ter como principal resultado (até agora) a maior concentração de renda jamais vista na história da humanidade. E concentração de renda neste nível é um desastre anunciado.

Concentração de capital nas mãos de poucos e organizado numa rede articulada, que se pretende lógica, de lógica não tem nada. Primeiro porque concentração é feita de capital já realizado. Este estoque não cria nada de novo apenas se marca posição de futuras gerações (os herdeiros estroinas) na fila do futuro. Segundo apaga as decisões democráticas e realça a arrogância destrutiva oligarca.

O componente conservador acrescido do antepositivo néo é um verdadeiro nonsense de ideias. Junta fragmentos de valores que não podem se sustentar porque o mundo todo se transforma e pouco se conserva. Se abraçam a uma religiosidade ou espiritualidade ritualística, formada por frases rígidas e geladas, e muito pouco de transcendência filosófica. A grande vantagem do cristianismo, até mesmo sobre a narrativa bíblica do velho testamento, foi o humanismo filosófico de sua bem aventurança.

A tradição histórica com a qual Nilton Mariano raciocina é válida porque consoante a realidade. A realidade da maioria e não das minorias. Faz parte de um projeto de Nação, quando os impérios e as nacionalidades estão atuantes como nunca. Não caiu no conto da sereia da inevitável sujeição globalizada e luta pela liberdade possível.


Nós que gostamos de ler. De comentar. Analisar. Temos muito a ganhar com as bases bem conceituadas da história.     

sábado, 27 de dezembro de 2014


Contos de Everardo Norões recortam a realidade social - Cultura - Estadão
Poesia do cearense flagra a perversidade humana
cultura.estadao.com.br
 

"A PETROBRAS É NOSSA" - José Nilton Mariano Saraiva

Após 60 anos da sua criação (Lei 3004, de 03.10.1953, sancionada pelo então Presidente da República, Getúlio Vargas), a PETROBRAS continua alvo da cobiça dos insaciáveis e grandes conglomerados internacionais que atuam no setor. Com uma diferença ímpar: agora, a PETROBRAS não só é uma empresa de ponta, de indiscutível qualidade técnica, como detém o “know how” de exploração do petróleo em águas ultra-profundas, que lhe possibilita o que antes parecia inimaginável – atingir as portentosas reservas de óleo e gás aprisionadas à camada do pré-sal, a nada menos que assombrosos sete mil metros de profundidade, em alto mar (e os céticos, descrentes e pessimistas já devem ter tomado conhecimento de que a extração já começou – atualmente são 600 mil barris/dia, só no pré-sal - e que se vem confirmando aquilo que os técnicos já tinham anunciado: o produto é de primeira qualidade e as jazidas “IMEDÍVEIS”... mas não “IMEXÍVEIS”). 
  
E como o pré-sal num primeiro momento é o nosso indiscutível “passaporte-garantidor” de um promissor futuro, em termos de suporte à educação e à saúde, porquanto as significativas verbas dali advindas já estão comprometidas por lei para tais áreas, teoricamente todos os brasileiros deveriam valorizar e se orgulhar da PETROBRAS.

E, no entanto, já há tempos um pequeno grupo de “entreguistas” com interesses contrariados (e essa “cambada” tá em todo canto) trata de querer transferir por cima de pau-e-pedra e de mão beijada todo esse manancial para os “gringos”; primeiro, lá atrás, quando durante o comprovado corrupto governo tucano de FHC pensou-se até em mudar o próprio nome da empresa para PETROBRAX, conquanto tal sufixo soaria melhor a ouvidos nobres (temos aqui o famoso “complexo de vira-lata”) num futuro processo de privatização; agora, aproveitando-se do fato de que alguns desonestos políticos (e os temos aos borbotões) lá imiscuíram agentes mafiosos (e em postos-chaves) objetivando desviar vultosas quantias para fins particulares, isso a partir da retirada de um determinado percentual  quando da assinatura de contratos milionários com grandes corporações que prestavam serviço à instituição (no entanto, para desespero da “tucanalhada”, um dos principais delatores do esquema – o bandido Paulo Roberto Costa - tratou de confirmar o óbvio ululante: os presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff de nada sabiam e de nada compactuaram).

Aliás, ironicamente foi graças à sanção de uma lei pela presidente Dilma Rousseff, dando autonomia de atuação à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, que pela primeira vez por essas bandas temos tido a imensa e grata satisfação de assistir grandes empresários (corruptores) sendo detidos, trancafiados e no aguardo dos julgamentos respectivos.

No momento, a expectativa volta-se não só para a divulgação por parte do Supremo Tribunal Federal dos nomes dos agentes (corruptos) que se beneficiaram do esquema (dezenas de políticos de destaque, com assento no Congresso Nacional) como, principalmente, pelas penalidades que lhes serão impostas, e que todos esperamos sejam prá lá de rigorosas, independentemente das agremiações políticas às quais se achem vinculados, obrigando-os a devolver o que foi surrupiado e mantendo-os em “cana” por um tempo, um bom tempo.  

Assim, como o governo depois de tomar conhecimentos dos malfeitos já iniciou uma ampla assepsia e faxina rigorosa na PETROBRAS, extirpando as células cancerosas que a ameaçavam de metástase, resta a certeza que à educação e à saúde estão garantidos os recursos necessários a catapultar de vez o Brasil rumo ao desenvolvimento (a propósito, não custa lembrar que até no “sagrado (?) recinto do  Vaticano”, localizado no coração da desenvolvida Europa, o matuto hermano Papa Francisco não só confirmou a existência de uma “quadrilha de corruptos” que há tempos solapava seus abarrotados cofres, como também não titubeou em afastar os “ladrões de batina” para bem longe; mas, por qual razão não prende-los ???).

E, sem que haja aqui nenhuma intenção de se fazer qualquer proselitismo e/ou apologia à corrupção ou malfeitos em organizações governamentais (longe disso), mas tão somente mostrar a endemicidade que representa tal chaga, não custa lembrar que recentemente o governo da poderosa China, ante a impossibilidade de acabar com os corruptos dentro do governo, houve por bem estabelecer um “limite-aceitável” (?) de 10% (dez por cento) de corrupção na máquina estatal. Difícil de acreditar, não ???

Mas, retornando ao fio da meada, independentemente da situação criada por aqui, de uma coisa tenhamos certeza: se nos seus primórdios o lema usado para forçar (literalmente) a criação da PETROBRÁS foi o de que “O PETRÓLEO É NOSSO”, agora, que maus brasileiros e muitos especuladores estrangeiros tentam desvalorizá-la para dela se apossar a preço de banana, o recado do Governo é curto e grosso: “A PETROBRÁS É NOSSA”.

Xô, gringalhada !!!
 
Post Scriptum,

Durante muito tempo (até recentemente), o “ex-quase-futuro” ministro da fazenda do “playboy do Leblon” (Aécio Neves), senhor Armínio Fraga, funcionou como um dos principais assessores do mega-investidor húngaro-americano George Soros - aquele que não dá murro em ponta de faca – que vive de especular no mercado financeiro. Pois não é que de repente o referido senhor se danou a adquirir milhões de ações da PETROBRAS. Por qual razão fazê-lo, se a empresa não tem futuro ???. Dá pra imaginar quem o aconselhou, a respeito ??? Ou o que aconteceria à PETROBRAS se o “ex-quase-futuro” chegasse a ministro da fazenda ???


Elementar, meu caro Watson.   




O Natal  descansa suas festas.
Oxalá que sejam felizes  futuros  novos dias!
Não posso deixar de reverenciar  os maiores colaboradores de 2014:
José Nilton Mariano, Jose Flávio Vieira e José do Vale Feitosa, entre outros.
Agradecemos a convivência, mesmo silenciosa,  dos encontros neste AZUL, que  nasceu  pra ser marinho( ou de um tom clarinho...) mas sempre criado por todos!






quarta-feira, 24 de dezembro de 2014


Gostaria de desenhar um árvore de natal com velinhas acesas. Desejar ao mundo de paz. Uma eterna paz que nos garanta a vida sobre a terra. A vida que é esta forma mais dinâmica da matéria. 

Gostaria de abraçar todas as coisas com as quais não concordo. Mas não posso. Elas são conformadas com arrogâncias, soberba e exclusão. Uma aderência a privilégios vis que não têm a menor importância quando um de nós abraça ao outro.

Gostaria de ter um natal diferente de guerras. Das promessas de um império que se desintegra e pela qual nada podemos. Que se desintegra com um navio afundando, arrastando tudo que flutua em sua volta.

Gostaria de muito mais do que tenho e posso. Pois sermos história, termos o que contar, o que traduzir, é como a edição destas imagens que acompanham esta música de John Lennon.

Gostaria que nenhum ser que admirei, admiro e admirarei se imagine um Ícaro com as penas desmanchando. Pois sei dos seus vôos exuberantes no planisfério das nossas contradições. E sei que sol nenhum descolou os móveis de sua evolução.

Gostaria que a minha terra se transforme numa marca inconfundível da história do seu povo. Pois entre erros e acertos, apegos e desapegos, é a experiência pela qual o que acontece é o que tem por acontecer. Mas tudo que é afinal a conclusão, pode ser previsto. E por previsto ser revisto. 

Quintal

E os anos se vão sucedendo,  sem que a gente nem perceba. As primeiras décadas parecem a lenta subida de uma rampa: dá para curtir a paisagem, prazerosamente dividir com os companheiros de jornada as sensações da viagem. De repente, chegamos a um  topo que é sempre imprevisível  e é como se o carro disparasse , ladeira abaixo. As imagens passam estroboscopicamente, os amigos se dispersam, como por encanto,  e a vida segue num estranho frenesi, enquanto esperamos  a beira do precipício e o ruflar inconsequente das débeis asas do Ícaro.   
                                   Pouco a pouco, ante a perspectiva do voo, nossa viagem vai se tornando mais e mais solitária. Os companheiros tomam estradas paralelas, seguem cursos inesperados, buscando todos um inexistente Shangri-lá. Como Fernão Dias Paes Leme, acabaremos cedo ou tarde descobrindo que eram falsas as almejadas esmeraldas. O tesouro terá ficado , talvez, espalhado pelas trilhas :  no bem que possamos ter partilhado, nas lágrimas que por ventura ajudamos a enxugar, nos etéreos momentos de simples e cristalina felicidade que dividimos com os que estavam no caminho,  ao nosso lado. Quando levantarmos o voo final, logo ali, na plataforma do despenhadeiro que nos aguarda   à frente, essas certamente serão as imagens que brilharão nos nossos olhos,   antes do impacto derradeiro nos imperceptíveis rochedos pontiagudos  do fundo do abismo.
                                   Abaixo, a visibilidade é pouca, a bruma feroz. O que nos espera naquelas abissais regiões , quando as asas se partirem e o remanso último   nos venha a sorver para  goela do tempo ? Alguns imaginam que , lá embaixo, exista um éden nos esperando, como conforto final do nosso mergulho : cascatas, música inebriante, paz.  Uns até garantem que nos será permitido voltar e tentar outras trilhas mais amenas e menos penosas, para outros  mergulhos menos turbulentos e  outras aterrisagens mais dóceis. Asseguram até que exista uma grande Torre de Controle invisível e poderosa ( com um estranho e enviesado censo de justiça)  que controla todos  percursos aéreos e decide sobre pousos, decolagens e colisões. Difícil compreender  as reais regras e objetivos  desse rali vital com partida “no nada” e fim “no coisa nenhuma”: sem louros, sem prêmios aos vencedores. À beira do pélago, são meros sonhos todas as conjecturas: apenas o vórtice é real.

                                   Dentro de cada piloto, no meio da vertigem, no entanto, existe um menino, escondido em algum cantinho do bólido. É preciso, na disparada, encontrar esse garoto. Ele nos reensinará  que a essência de tudo reside na brincadeira de hoje e não na perspectiva do Papai Noel que poderá ou não vir no Natal. Ele mostrará que  alegria está aqui ao alcance das nossas mãos: na simplicidade do pião de goiabeira e da bola de meia. Papai do céu está longe  a cuidar das suas estrelas, pouco nos interessa o que existe do outro lado do muro. Deixemos lá a vida com seus bichos-papões.  A felicidade está segura aqui no nosso quintal, brincando conosco de esconde-esconde .

J. Flávio Vieira

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A SÍNTESE DOS FESTIVAIS E A MORTE DE JOE COCKER - José do Vale Pinheiro Feitosa

A música sempre entremeou-se na malha cultural do mundo ocidental a partir da produção industrial em massa. É que se tornou um produto de massa de uma produção voltada para atender o universo social.

Após a segunda guerra mundial o cinema, o rádio e depois a televisão deram abrangência continental à música produzida em estúdio e depois multiplicada em cópias individuais. Os aparelhos eletrônicos produzidos em massa e vendidos às residências deram realidade ao efeito multiplicador.

Mas houve um momento em que esta infiltração generalizada deu um salto e passou a representar, de modo quase nucleado, toda uma época histórica, especialmente a dinâmica cultural e política. Isso aconteceu com os festivais entre os anos 60 e 70.

No início dos anos 80, os festivais ou assemelhados, já começavam a se diluir novamente no tecido cultural e se transformaram em show business. O exemplo mais clássico é o que vem acontecendo com Rock in Rio. Enfim os festivais deixaram de nuclear um tempo, um momento da história.

No Brasil os festivais tiveram papel igual ao que aconteceu em todo mundo. Os festivais da Record e depois da Globo colimaram a mudança comportamental da sociedade e politizaram a questão social e econômica do país. Especialmente foram políticos na insurgência contra o regime militar. Mas também trouxeram vários ensaios culturais que chocaram plateias e segmentos da sociedade.

O festival mais badalado dos EUA, aquele que mais representou este sentido nuclear de uma época foi o de Woodstock. Um grito contra a velha sociedade do pós guerra. De mulheres do lar, do papai trazendo o pão no final do dia, descendo do seu Cadilac, entrando na casa de subúrbio, beijando mamãe e todos felizes assistindo à televisão aos goles de Coca-Cola.

Woodstock foi um grito contra a guerra do Vietnã e os políticos conservadores de então, especialmente o governador da Califórnia um conhecido do futuro: Ronald Reagan. Foi um momento de junção de criatividade pura. In extremis. A criatividade no limite do corpo e de sua perenidade.  

Woodstock foi além dos ensaios musicais que até então haviam galvanizado os jovens. Foi além do “make love not war”. Muito depois da paz e da flor. Foi um ensaio de inserção musical pura. Onde as palavras e as notas musicais se fundiam numa sonorização experimental que elevava os músicos e A assistência a um estado isolado e desprovido de tudo mais que há no mundo.

Por isso as drogas e o álcool foram veículos tão possantes naqueles experimentos sobre o palco num terreno rural no interior americano, onde todos acampavam e viviam numa coletividade sem partes. As três figuras que mais sentido deram a este componente de Woodstock foram Janis Joplin, Jimi Hendrix e Joe Cocker. Os dois primeiros foram tragados pela overdose.

Joe Cocker teve uma janela de sobrevivência. Apenas ontem morreu. De câncer do pulmão, muito provavelmente decorrente de algum dos hábitos que teve. Joe Cocker em Woodstock fez com With a little help of my friends dos Beatles o que Karl Marx fez com a filosofia de Hegel, a girou de ponta cabeça.


Aí é que vem o sentido colimador de uma época. Que arrasta para o núcleo tudo que já existe e neste denso senso o funde e o expele como a terra faz com suas rochas ao engolir a crosta e a devolve-la em formato metamórfico. Joe Cocker marcou um momento que, por certo, muitos iguais a história ainda terá.  

With a little help of my friends - Joe Cocker em Woodstock - canção do Beatles.

You can leave You hat On - Joe Cocker - trilha do filme 9 e 1/2 semanas de amor.

Up Where we Belong - Joe Cocker.