por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 28 de abril de 2015

Crisálida


J. FLÁVIO VIEIRA

                                   A constatação tem a textura de uma rocha magmática: a árvore frondosa desabou e está ali estendida, inerme,  no meio da estrada. Os transeuntes obstacularizados pelos galhos volumosos se postam diante da catástrofe : menos interessados em entender os meandros da hecatombe e mais  perplexos ante o  simples impedimento  de seguir em frente. Certo que um dia , inevitavelmente, esperava-se o desabamento : destino de todos os corpos imantados pela gravidade do tempo. Mas  a queda nos toca profundamente , sempre, como se nos impingisse a certeza absoluta da impermanência , da fluidez dos minutos e das horas   escorrendo , inflexivelmente,  para o  ralo tenebroso da inexistência.
                            Hoje, a árvore, mesmo tombada,  ainda parece fazer parte da nossa perspectiva diária, como se seu reflexo ainda ali estivesse indelével no horizonte. Amanhã, no entanto, se juntará à paisagem pretérita. Caule, folhas, galhos , flores,  pouco a pouco serão mastigados pelos incansáveis operários do nada e o pó teimará em retornar a  pó , numa ubíqua e carnal comunhão com toda a natureza.
                            Os observadores da árvore mais próximos, talvez já nem a percebessem : fazia parte do gasto panorama cotidiano. Agora, no entanto, com a queda repentina e o vácuo no horizonte, se hão de perguntar perplexos : o que fica do tronco e suas incontáveis ramificações  que ontem ali estavam, dependurados na estampa do infinito ?
                            Ficam as incontáveis lembranças do seu apogeu. A sombra que acalentou e protegeu os dias não apenas dos seu frutos, mas de todos os insetos, passarinhos e  viandantes que dela se aproximaram. Também a  aparente aspereza do seu porte que precisou criar raízes fortes e profundas para suportar o peso dos galhos imensos  que lhe davam fortaleza. O despojamento de livrar-se das folhas , seu vestido de gala, nos períodos de seca e estiagem, projetando a flora  nas futuras primaveras. Ficam também  as flores com as quais inundou o mundo de cores e aromas e as serviu, copiosamente, sem distinção, a todos que por ali passaram. Permanecessem, intocados pelo tempo, os frutos estendidos  numa mesa imensa e   servidos, irmanamente,  num banquete opíparo e magnânimo,   para degustação de pássaros, borboletas e peregrinos. E , por fim, o pólen : espargido aos sete ventos , disseminando a opulência e o milagre da vida  floresta afora.
                            Tronco e  ramada ao chão são apenas uma mera metamorfose da árvore.  Ela faz-se , misteriosamente, crisálida  enquanto aguarda , pacientemente, no casulo,  a eclosão das tenras asas para  o novo voo nupcial.
                           

Crato, 24/04/15

segunda-feira, 27 de abril de 2015

OS DEUSES GRITARAM - José do Vale Pinheiro Feitosa

O Deus à imagem e semelhança do homem é pura psicologia humana. E não é à toa que fosse entendido na região do mundo afeta à agricultura e à pecuária. Pastores e agricultores necessitam de ordem para cumprir as fases das plantas e do rebanho. A ordem patriarcal é uma forma e por isso o monoteísmo tende ao Deus Pai.

Os deuses naturais refletem toda a relação temporária, intempestiva e incontrolável dos indivíduos e grupos com os fenômenos planetários e terrestres, que envolvem atmosfera, terra, água e a luz solar. Onde se diz adense-se no monoteísmo no outro se diz disperse-se pois muitos se salvarão das iras dos deuses.  

E assim minha perplexidade frente ao terremoto no Nepal, com mais de 3.700 mortos, 60 mil feridos, desaparecidos, soterrados, montanhas de escombros. Falta de recursos de sobrevivência, pessoas isoladas a serem resgatadas, vias incomunicáveis, levas humanas em fuga dos tremores secundários e em busca de sobrevivência onde os recursos faltam.

Em março do ano passado estive no Vale de Katmandu, viajei por terra até a fronteira da China (na região do Tibete). O vale é denso de população. Uma época seca, o rio sagrado Bagmati era, então, um esgoto fétido e cheio de lixo, as pessoas costumavam usar máscaras de pano devido à poeira levantada pelo trânsito nas ruas.

Esta densidade está na raiz do desastre. O Vale de Katmandu fica exatamente nos limites da placa indiana e eurasiana, aquelas mesmas que, em choque, formaram o Himalaia. Uma região de grande risco de abalos sísmicos não deveria concentrar gente, como os deuses naturais revelaram.

Os animais, incluindo os humanos, recebem recados de que os desastres estão por acontecer. Recados históricos como este aspecto da junção de gente à beira de rios, oceanos, em montanhas, em locais de possíveis desastres. Mas recebem recados da própria natureza.

Estudo recente demonstra que animais pressentem um iminente terremoto. Quando as placas tectônicas começam a se atritar existe ionização das camadas mais altas da atmosfera que afetam o comportamento dos animais. Os humanos ficam agitados e confusos, mas não têm condições de mudar suas vidas imediatamente.

As agências de notícias dizem que o Nepal foi avisado por estudiosos que um terremoto era iminente. Até mesmo o Primeiro Ministro nepalês mostrou preocupação exatamente sobre este aspecto há poucos dias. No entanto o desastre do povo vivendo em prédios sem estrutura para abalos e correndo atrás da vida não pode ser evitado. A realidade do povo não pode ser modificada. Apenas o desastre, a morte e destruição podem acontecer.  

E por isso mesmo um dos destaques das matérias do jornalismo ocidental, profundamente comercial foi a morte de um executivo da Google na base do Everest. Fotos do jovem executivo, à frente de dois companheiros, com óculos espelhados, manchas branca nas maçãs do rosto e um porte destemido e enfrentador.

Um olhar de executivo de grande sucesso. Que tem uma performance descomunal no mundo aleatório da acumulação. Que precisa mostrar alto impacto a quem aposta em seus negócios. O olhar de desafio que precisa ser mantido para que o seu mito se mantenha visível na constelação das grandes estrelas da Bolsa Nasdaq.


Os deuses naturais avisam bem.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Será que a liberdade de imprensa é apenas a liberdade das empresas privadas fazerem o que lhes dá na gana? Ou a liberdade de imprensa também teria de compreender o que diz a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos, ou seja: o direito das pessoas receberem informação de muitas fontes, e de terem a oportunidade de se juntarem, de gerar e produzir informação a partir de muitas fontes?

Noam Chomsky

A SEDE DO TERRORISMO GLOBAL - José do Vale Pinheiro Feitosa

Quando se adota uma ideia do mundo o normal é que tomemos referências para orientar tais concepções. Uma parte de nós tenta refletir, busca se informar em fontes independentes e até checa os seus conceitos preliminares até formular a sua ideia de mundo. Mas há uma parte, no meu entender significativa, que não reflete, segue trilhas que demonstram tendências familiares e pessoais e apenas aprofunda este vício de origem.

Uma parte dos que desfilaram nas ruas com o descontentamento ao governo Dilma, era desta natureza obtusa, irrefletida. Vale salientar que existe uma matriz ideológica a fomentar tais obtusidades e por isso frases em inglês, defesa do estilo de vida Miami, frases contra Cubas, Venezuela e até a Bolívia.

Pesquisas feitas com esta parte dos desfilantes mostraram um quadro desolador de preconceitos, aversão a tudo que não se oriente pelos EUA, protestam contra as políticas de proteção social, negam o poder legítimo dos eleitores nordestinos, perseguem a luta por igualdade de gênero, a luta pela liberdade de opção sexual. E o pior de tudo, acreditam linearmente no que os seus canais de formulação ideológica dizem.

Nesta semana o pensador americano Noam Chomsky ao ser entrevistado num encontro internacional trouxe informações fundamentais para se entender o papel político e terrorista dos EUA ao citar três exemplos: Nicarágua, Honduras e Cuba. Vale salientar que o Brasil, mesmo de forma não muito firme, sempre esteve ao lado dos países agredidos desde que se instalou a democracia no país. E até mesmo quando na ditadura militar as lideranças adotaram políticas externas mais independentes do mando americano.

O primeiro se referia à Nicarágua, ainda no tempo do governo Reagan:

Por exemplo, em 1985, o presidente Ronald Reagan invocou a mesma lei (se referia às medidas de Obama contra a Venezuela) dizendo: “O Estado da Nicarágua é uma ameaça à segurança nacional e à sobrevivência dos Estados Unidos”. Mas nesse caso era verdade. Porque ocorria um momento em que o Tribunal Internacional de Justiça tinha ordenado aos EUA que pusessem fim aos seus ataques contra a Nicarágua através dos chamados “Contras” que agrediam o governo sandinista. Washington não o levou em conta. Por sua vez o Conselho de Segurança das Nações Unidas também adotou, nesse momento, uma resolução de que pedia, a “todos os Estados”, que respeitassem o direito internacional. Não mencionou ninguém em particular, mas todo mundo sabia que se estava a referir aos EUA. O Tribunal Internacional de Justiça tinha pedido aos Estados Unidos que pusessem fim ao terrorismo internacional contra a Nicarágua e que pagassem reparações muito importantes a Manágua. Mas o Congresso dos EUA o que fez foi aumentar os recursos para as forças financiadas por Washington que atacavam a Nicarágua. Isto é, a administração Reagan opôs o seu método à resolução TIJ e violou o que este lhe estava a pedir. Nesse contexto, Reagan pronunciou um célebre discurso dizendo que “os tanques da Nicarágua estão apenas a dois dias de marcha de qualquer cidade do Texas”. Ou seja, declarou que havia uma “ameaça iminente”.

Depois Chomsky falou sobre o caso Honduras:

Por exemplo, Obama é praticamente o único líder que deu apoio, em 2009, ao golpe de Estado em Honduras, que derrubou o governo constitucional (de Manuel Zelaya) e que instalou uma ditadura militar que os EUA reconheceram. Isto é, podemos deixar de lado a conversa sobre a democracia e os direitos humanos; não têm nada a ver: o esforço era para destruir o governo.

E agora Chomsky fala sobre os EUA e Cuba frente às iniciativas americanas para distender a situação até então praticada por eles:

Não se trata de “normalização”. É, primeiro, um passo para o que poderia ser uma normalização. Ou seja que o embargo, as restrições, a proibição de viajar livremente de um país a outro etc., não desapareceram...Mas efetivamente constitui um passo para a normalização, e é muito interessante ver qual é a retórica atual da análise de Obama e da sua apresentação. O que disse é que cinquenta anos de esforços “para levar a democracia, a liberdade e os direitos humanos a Cuba” fracassaram. E que outros países, infelizmente, não apoiam o nosso esforço, de tal maneira que temos de encontrar outras formas de continuar a nossa dedicação à imposição da democracia, liberdade e direitos humanos que dominam as possas políticas benignas com o mundo. Palavra mais, palavra menos, é o que disse. Quem leu George Orwell sabe que quando um governo diz alguma coisa, é preciso traduzi-la para uma linguagem mais clara. O que disse Obama significa o seguinte: durante cinquenta anos fizemos um terrorismo de grande escala, uma luta econômica sem piedade que deixaram os EUA totalmente isolados; não pudemos derrubar o governo de Cuba nesses cinquenta anos, portanto, tudo bem se encontramos outra solução? Essa é a tradução do discurso; é o que realmente quer dizer ou o que se pode dizer tanto em espanhol quanto em inglês. (...) Efetivamente, os EUA fizeram uma campanha grave de terrorismo contra Cuba sob a presidência de John F. Kennedy; o terrorismo era extremo naquele momento. Há um debate, às vezes, sobre as tentativas de assassinato de Fidel Castro, e fizeram-se ataques a instalações petroquímicas, bombardeamento de hotéis – onde sabiam que havia russos alojados – mataram gado, etc. Ou seja, foi uma campanha muito grande que durou muitos anos. E mais, depois de os EUA terminarem o seu terrorismo direto apareceu o terrorismo de apoio, digamos, com base em Miami nos anos 1990. Além da guerra econômica, iniciada por Eisenhower, ganhou realmente impulso durante a era Kennedy e intensificou-se depois. O pretexto da guerra econômica não era “estabelecer a democracia” nem “a introdução de direitos humanos” era castigar Cuba por ser um apêndice do grande Satã que era a União Soviética. E “tínhamos que proteger-nos”, da mesma maneira que “tínhamos de nos proteger” da Nicarágua e de outros países...”



Um Desastre Aguardado - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Voltamos repetir o que afirmamos no dia 1° de fevereiro de 2011, há mais de quatro anos portanto,  quando a população cratense enxugava a lama que tomou conta das ruas e de várias residências e prédios comercias, devido ao transbordamento do Rio Grangeiro. Ontem em chuva de menor intensidade do que a daquela época, as noticias revelam que a situação nada mudou. E quem são os culpados?

Dessa vez não podemos de modo algum responsabilizar a extrema pobreza da nossa subdesenvolvida região. Como vem ocorrendo há mais de sessenta anos, o Crato vive órfão de liderança. A população depositou toda a sua expectativa de dias melhores nessa última eleição para prefeito. Na minha modesta opinião, naquela eleição o povo do Crato não escolheu simplesmente um candidato, mas deu um recado claro, direto e gritante de que precisava mais do que um prefeito, precisava de liderança. Não adianta procurar culpados. Cada um de nós, cratenses somos culpados pelas nossas escolhas.

Mas se serve de ajuda, é claro que devemos ajudar, então vamos delinear algumas linhas de ação para solucionar esse grave problema das inundações, antes que de acordo com a crença indígena, a pedra da Batateira arraste o Crato.  
  
 Em primeiro lugar, o canal do Rio Grangeiro deverá ser redimensionado. A municipalidade deverá se apoiar em estudos presumivelmente existentes sobre os índices pluviométricos da bacia do Rio Grangeiro a montante da cidade do Crato. Quais são os registros dos volumes das cheias máximas? Será necessário aumentar a calha do canal? Caso positivo, cair em campo em busca dos recursos necessários. A população cratense a uma só voz deverá pressionar todos os deputados federais e estaduais que se lembraram do Crato nas últimas eleições. Todos aqueles que obtiveram expressiva votação em nossa terra, muitos dos quais, sem o voto dos cratenses, jamais teriam sido eleitos. 

Entretanto devemos olhar para o futuro. Existem recursos para demolir o atual canal e refazer outro, com melhor dimensionamento? Se tal resposta for negativa, busquemos outras soluções para evitar o pesadelo das inundações. Particularmente, eu vejo com bons olhos uma idéia externada pelo ex-prefeito do Crato, pela construção de duas pequenas represas para barrar o leito do Rio Granjeiro, a montante da cidade, com barragens de concreto armado, bem dimensionadas e, construídas criteriosamente para evitar danos ainda piores. Além de barrar as cheias, tal providência serviria para reforçar o abastecimento d’água da cidade, além de despoluir o canal e propiciar a irrigação dos canaviais a jusante da cidade do Crato nas estações secas.   

Enfim, lembrar que pela primeira vez na sua história, o Crato possui um governador eleito com o voto de mais de 83% dos seus eleitores, mais do que uma prova de confiança, uma súplica, salve-nos jovem Camilo. Seja a nossa recompensa e o líder que falta ao Crato.


Por Carlos Eduardo Esmeraldo 

Pérola da MPB


quinta-feira, 23 de abril de 2015


A ATLÂNTIDA AFUNDA NO MEDITERRÂNEO - José do Vale Pinheiro Feitosa

A certeza de nossas posições sempre estará no deslocamento da história, criando contradições, oxidando verdades, introduzindo novas coordenadas. Um dos temas jornalísticos mais dramáticos do momento é a tragédia da migração clandestina africana para a Europa, especialmente no Mediterrâneo.

Na semana um barco com 850 pessoas a bordo naufragou no estreito da Sicília. O comandante do barco, um Tunisiano, é acusado pelos passageiros de ter fechado as pessoas que vinham no porão e no estágio inferior do barco. Aprisionados, eles se afogaram.

Este drama leva nossas posições num sentido, para logo a seguir mudar de rumo frente a como se manifestam as autoridades europeias.

No primeiro sentido nos posicionamos contra este tipo de pirataria que carrega a mão-de-obra barata de um continente para outro em condições tão desumanas quanto os navios negreiros. O artista plástico Bruno Pedrosa, que vive na Itália, disse-me alguns meses passados que o nível de desumanidade tinha chegado ao ponto em que os tais agentes punham as pessoas em pequenos barcos, orientavam o rumo do leme em sentido do continente europeu e diziam: é por aí. E os barcos, sem piloto, levavam os desesperados de mar a dentro.

Mas em seguida, mudamos o rumo de nossas posições. A chamada à responsabilidade dos governos Europeus sobre o assunto representa o que exatamente? Aumento da vigilância aérea, marítima e por satélites e radares sobre o mediterrâneo? Ampliação de uma rede de informação secreta nos países africanos para detectar os movimentos? A rápida devolução dos migrantes? A perseguição estilo CIA da raia miúda dos contrabandistas de gente?

Afinal vamos tender a ficar contra os piratas e ao mesmo tempo contra os governos? É contradição tremenda em nossos espíritos (uma ressalva: na televisão estas coisas só têm um lado e a posição se resume à condenação dos piratas e, por tabela, dos migrantes).  Mas o que efetivamente temos?

Temos um sistema econômico e político desigual. Fazedor de misérias e supressor de oportunidades. Além desta inerência, é um mundo que cresce numa velocidade descontrolada como fetiche consumista, onde as pessoas se tornam peças performáticas e vivem numa eterna incompletude diante das ofertas inatingíveis.

Segundo análises prospectivas, em 2020 apenas 1% da população mundial controlará mais riquezas do que 99% da população. Esta riqueza organizada em redes de influência carregará a história num sentido mecânico consumista e degradante. Dados da ONU estimam que de cinco pessoas no ano de 2050, quatro estariam vivendo em regiões com problemas de abastecimento de água. Isso sem contar com esgotamentos naturais, danos ambientais, desflorestamentos, poluição dos mares e do ar.

A questão energética será mais crítica do ponto de vista de sua distribuição do que de sua geração. Quem tem acesso às fotografias da terra à noite já pode observar, pela iluminação dos países, como esta distribuição é brutalmente desigual. Este modo de distribuição do lúmen produzido pelo trabalho humano é o molde plástico ao olhar de como a sociedade ultra-capitalista atual funciona.

A questão da desgraça no Mediterrâneo é uma questão de consciência política, de organização e mobilização, refletida com o conhecimento até agora adquirido pela humanidade para que se possa, com escala de danos mais reduzida, se transformar e superar o estágio atual do sistema econômico e político. Existem muitas formulações políticas dedicadas a compreender os fatos históricos e lhes dar uma condução racional, normalmente revolucionária.


Não acredito que a dimensão destas contradições possa ser resolvida pelo consumismo, uma vez que ele mesmo é parte daquelas contradições anteriormente apontadas (concentração de riquezas, esgotamento da natureza, desigualdade e conflitos). 

Quero tanto!
No cotidiano apressado
Seu riso leve, o abraço apertado
Vales, luas, montanhas
Viajar
Café na cama
A delicadeza das flores no jardim
Ou enfeitando a sala
Pássaros no quintal
Quero o mar
Chuva no telhado e beijo no portão
Filme com pipoca, vinho no jantar
Amigos, violão, cerveja gelada
O brilho do olhar ao pôr do sol
Namorar
Quero as miudezas essenciais:
Afago nos cabelos, dançar abraçadinha
Ler poesia
Ouvir nossas músicas
Viver simplicidades com você

segunda-feira, 20 de abril de 2015