A “FRUSTRAÇÃO” COM A IGREJA – José Nilton Mariano Saraiva
por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
terça-feira, 20 de abril de 2021
A "FRUSTRAÇÃO" COM A IGREJA - José Nilton Mariano Saraiva
segunda-feira, 19 de abril de 2021
DE SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E VERBOS (autor desconhecido)
DE SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E VERBOS (autor desconhecido)
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém para ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo; todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa.
Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício.
O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."
(Autor desconhecido)
domingo, 18 de abril de 2021
FORMAR UM FILHO... "DOUTOR" - José Nilton Mariano Saraiva
FORMAR UM FILHO... “DOUTOR” – José Nilton Mariano Saraiva
Durante o pavoroso regime
nazista comandado por Adolf Hitler (e evidentemente que sem entender da
profundidade do tema), muitas mães implicitamente incorriam na traumática “escolha
de Sofia”: aquele horripilante e pavoroso lance em que uma mãe judia prisioneira
era literalmente obrigada a “sacrificar” um dos rebentos em detrimento de outro,
porquanto, se não o fizesse, ali, na hora, ao invés de um (o menino ou a menina
???) os dois, seriam “premiados” com um banho letal de cianureto, nas câmaras
de gás.
Pois bem, a reflexão é só pra
lembrar que, desde tempos imemoriais, principalmente no seio de famílias menos
favorecidas do “interiozão brabo” desse nosso Brasil varonil, principalmente na
área rural (e temos parentes que aqui se incluem), o desejo acalentado e
inconteste de pais e mães sempre foi o de ... “FORMAR UM FILHO DOUTOR” (aqui
entendido como o graduar-se em Medicina). Para tanto, estavam a praticar a “escolha
de Sofia”.
É que, por absoluta carência
de recursos necessários à contemplação de mais de um (e como à época vigorava o
conceito de que “onde come um comem dez” e o tal “controle da natalidade” era
uma miríade distante), o “fazer filhos” era a regra de uma família paupérrima, na
maioria das vezes objetivando uma futura e decisiva ajuda na luta pela
sobrevivência, ali, na roça, no cabo da enxada (excetuando-se, como explicitado
acima e restou comprovado a posteriori, aquele a quem se destinaria o “olimpo”,
na cidade grande).
Mas aí, em muitas oportunidades,
o próprio rebento “premiado”, depois de ralar muito e ser aprovado no mais
concorrido dos vestibulares, depois de encher os pais de orgulho, depois de
seis anos de dedicação “full time” visando tornar realidade o sonho dos pais, pois
bem, não mais que de repente descobre não ter vocação para a coisa e que havia,
sim, um meio mais fácil de “se fazer na
vida”: o ingresso na corrupta atividade política.
Assim, e lamentavelmente
(devido à carência de profissionais numa área ainda tão prioritária) muitos dos
que se formaram “DOUTOR” à custa do esforço sobre-humano dos
pais, nunca fizeram um simples curativo, sequer manipularam uma seringa, jamais
prescreveram qualquer medicação a algum paciente e - quem sabe - jamais
adentraram em um hospital ou posto de saúde, se mudaram de mala e cuia para o “eldorado” mafioso da política carreirista.
E para tanto, aí sim, passaram a usar e abusar da patente de “Doutor”, a fim de
“abrir portas” (o vistoso e reluzente “anel no dedo” em muito contribuía).
Adstringindo-se à nossa praia
(o Ceará) na capital e interior temos “doutores” em profusão no exercício dos
cargos de vereador, prefeito e deputado (todos ricos), sem que nunca tenham
exercitado a “atividade-fim” da formação acadêmica (e os filhos são
encaminhados para tal).
Assim, o sonho dos pais,
acalentado durante anos e anos, jaz esquecido e deixado para trás, por obra e
graça dos “encantos” e da facilidade que a atividade política oferece de “se
fazer na vida” rapidamente (mesmo que por métodos heterodoxos). Definitivamente,
os tempos são outros.
Alfim, há que se destacar, sob
pena de não o fazendo injustiçá-los, que os vocacionados para o mister, aqueles
que realmente “vestiram a camisa” desde o ingresso na faculdade e até a
pós-formatura não medem esforços, são, sim, dignos e merecedores de encômios e
de reconhecimento público, pelo verdadeiro “sacerdócio” no dia-a-dia de uma
atividade estressante e sofrida. Afinal, além de não os frustrarem, se
mantiveram fiéis ao sonho dos pais de um dia... “FORMAR UM FILHO DOUTOR”.
Poderão, mais à frente, após “passados na casca-do-alho” de uma longa experiência no “laboratório da vida” (o exercício diuturno da Medicina) ingressar na arena política objetivando melhorar a vida dos menos favorecidos, aos quais acompanharam “pari-passu”.
Para
tanto, adquiriram ao longo do caminho o competente “know-how”.
sábado, 17 de abril de 2021
O DESESPERO DO "CORONÉ" - José Nilton Mariano Saraiva
O DESESPERO DO “CORONÉ” – José Nilton Mariano Saraiva
Arrogante, prepotente e
falastrão, definitivamente o “coroné” entrou em desespero.
“Ex” íntimo de Lula da Silva, que
o tornou Ministro de Estado quando exerceu a Presidência da República, bem que o
“coroné” poderia se achar em melhor situação nos dias atuais, se tivesse aceito
o convite para figurar como vice na chapa encabeçada pelo próprio Lula da
Silva, na última eleição presidencial.
Fincou pé, porque pra ele só
servia a “cabeça de chapa”, daí o PT lançar Fernando Haddad. Que, face a previsível
impossibilidade do titular em concorrer, acabou guindado a “cabeça de chapa” do
partido e (apoiado por um Lula da Silva preso), quase chega lá (o tempo de
campanha foi muito curto).
O “coroné”, como é de
conhecimento público, de novo, outra vez, novamente ficou pelo meio do caminho (pela
terceira vez) e, derrotado, preferiu ir lamber suas feridas em Paris,
omitindo-se na hora decisiva do pleito e com isso colaborando sobremaneira pra
que hoje tenhamos essa excrescência na cadeira presidencial. Sim, o Bozo lhe deve
muito e, intimamente, lhe é grato.
Retomando o fio da meada.
Com a prisão irregular e
arbitrária de Lula da Silva (antes da eleição), e já visando concorrer na
eleição seguinte, o “coroné” tratou de detratá-lo, de ofendê-lo, de humilhá-lo,
de gozar com o infortúnio dos seus simpatizantes e da cúpula do PT (“o Lula tá
preso, otário”, não cansou de repetir), na perspectiva de criar uma imagem
negativa do próprio ante os direitistas e desavisados e, pois, preencher o vácuo
provocado pela sua ausência.
Assim, no arraiá do “coroné”, havia
uma única e cristalina certeza: as suas chances, com Lula da Silva fora da
disputa, seria passar até com certa facilidade para o segundo turno, onde, na
condição de bom tribuno (mesmo que mentindo muito) “trucidaria” e faria “picadinho”
do Bozo, em razão do seu despreparo e incompetência.
Mas, eis que o Supremo Tribunal
Federal, revendo as decisões/condenações que haviam sido impostas a Lula da
Silva pela quadrilha de Curitiba (sob o comando do juizeco de piso Sérgio Moro),
houve por bem, ante as irregularidades constatadas, anular todas elas,
tornando-o “elegível” e apto a concorrer à próxima eleição presidencial, em 2022.
E aí, o desespero do “coroné”
emergiu em todo o sem esplendor, porquanto ciente que: a) não tem a mínima
chance se Lula da Silva entrar no páreo, e b) de que, quem “está” Presidente tem
como se garantir no segundo turno (face os 30.0% de votos cativos).
A partir daí, o alvo é Lula da
Silva e o PT, e a artilharia vai ser pesada nesses quase dois anos que faltam
para a próxima eleição (até porque Lula da Silva não lhe deu ouvidos quando,
pateticamente, implorou que ele desistisse de candidatar-se em seu favor).
Temos, agora, um problema[U1]
sério: como o Brasil está sendo isolado do mundo em razão de ter-se tornado uma
“bomba relógio” próxima a explodir e espalhar o vírus letal a torto e a direito
(isso face o Bozo não ter tomado as providências devidas no combate à pandemia),
o “coroné” talvez não consiga viajar mundo afora pra afogar suas mágoas.
A não ser que se mande pra Sobral,
onde manda e desmanda, casa e batiza, faz e desfaz.
quarta-feira, 7 de abril de 2021
A "CIDADE MARAVILHOSA" - José Nilton Mariano Saraiva
A “CIDADE MARAVILHOSA” - José Nilton Mariano Saraiva
terça-feira, 6 de abril de 2021
O "CORONÉ" TÁ LELÉ" ??? - José Nilton Mariano Saraiva
O “CORONÉ” TÁ “LELÉ” ??? – José Nilton Mariano Saraiva
sábado, 3 de abril de 2021
SIM À MORTE, NÃO À VIDA - José Nilton Mariano Saraiva
SIM À MORTE, NÃO À VIDA – José Nilton Mariano Saraiva
sábado, 27 de março de 2021
"FORA DE CONTROLE" - José Nilton Mariano Saraiva
“FORA DE CONTROLE” - José Nilton Mariano Saraiva
O bucéfalo genocida que está
Presidente da República Federativa do Brasil, intimamente deve estar satisfeito
com o estrago monumental provocado pela fulminante, progressiva e insaciável
fome do coronavírus: em apenas um ano, 315.000 mortos, com tendência de
crescimento diário sem precedentes (dia após dia o número de vítimas cresce,
não em progressão aritmética, mas sim, geométrica – só ontem foram acrescidos
3.600).
Ou alguém tem alguma dúvida que o
quadro atual tem tudo a ver com o seu (dele) recorrente, desumano, burro e
teimoso estímulo a que o brasileiro o imitasse e o seguisse, NÃO usando
máscara, NÃO mantendo o competente distanciamento social, NÃO tendo o cuidado
com os seus idosos, e, SIM, aglomerando nas ruas e praças (e até entre
familiares), porquanto a “gripezinha” era coisa passageira, não provocaria
danos e logo iria embora ???
Segundo o
cientista brasileiro Miguel Nicolelis (neorocientista e pesquisador da
Universidade Duke, nos Estados Unidos), se tivéssemos adotado esse “kit básico”
(acima citado) poderíamos ter evitado que 04 em 05 das mortes atuais ocorressem
(ou seja, 80,0%).
Não
esquecer, também, que cientistas e organizações internacionais dos mais
diversos recantos alertaram com antecedência e clamaram por providências, ante
a iminência do que poderia acontecer por aqui; debalde, ouvidos moucos
prevaleceram.
E o mais sombrio e apavorante em
tudo isso é que, definitivamente, a fera está “fora de controle”: já NÃO
existem leitos hospitalares para atender aos milhares de infectados que dia a
dia chegam aos hospitais; já NÃO temos UTIs, imprescindíveis para tal tipo de
demanda; já NÃO temos seringas, respiradores e demais instrumentos necessários;
já NÃO temos a medicação adequada aos procedimentos atinentes; e,
principalmente, já NÃO temos o quantitativo de pessoal especializado (médicos,
enfermeiros e intensivistas), e os que lá heroicamente estão já mostram
compreensíveis sinais de esgotamento físico e mental, ante tanta ocorrência
fúnebre, tamanha barbárie.
E como o idiota que está no poder
em nenhum momento se preocupou em adquirir vacinas (porquanto, segundo ele,
eram as farmacêuticas que tinham obrigação de vir oferecê-las) também não as
temos em número suficiente e nem podemos adquiri-las com a urgência necessária,
já que outros países ocuparam o nosso lugar na fila para tal, quando o Brasil
não demonstrou interesse.
Em consequência, hoje estamos
humilhantemente a “mendigar” pelo imunizante, conforme demonstrou o novo
presidente do Senado Federal (não o Presidente da República) ao firmar de
próprio punho um apelo humanitário à vice-presidente dos Estados Unidos (Kamala
Harris), no sentido de nos fornecer a “sobra” ou o “resto” que certamente se
dará por lá, já que previdentemente adquiriram quantidade mais que suficiente.
E aqui, temos de lembrar que o
governo brasileiro, através da dupla Bolsonaro/Ernesto Araújo, foi um dos
últimos a reconhecer a vitória de Joe Biden/Kamala Harris nas eleições
americanas, porquanto adeptos da tese professada pelo troglodita Donald Trump
de que a eleição teria sido roubada, só o fazendo por mera formalidade. Haverá
retaliação ou prevalecerá o humanismo ???
Hoje, nossa realidade é que, a
passo de tartaruga grávida, depois de um mês de vacinação conseguimos oferecer
a primeira dose (são duas) a apenas 6,5% (seis e meio por cento) da nossa
população e, se mantidas as condições atuais, necessários serão longos e
intermináveis 03 anos para imunizar a população brasileira (se até lá não tiver
sido implacavelmente dizimada).
Assim, assusta e estarrece a
tragédia sanitária que estamos a vivenciar, e é até compreensível que governos
de todo o mundo (que também têm problemas, embora não na mesma magnitude)
comecem a “isolar” o Brasil, proibindo que os “seus” se dirijam pra cá e não
permitindo que os “nossos” aportem por lá (por terra, espaço ou por mar). Nos
tornamos um estorvo, um povo indesejado, um povo marginal, “pária” para o mundo
(como aliás expressou tal desejo o desclassificado que ocupa o Ministério das
Relações Exteriores, Ernesto Araújo).
E pensar que toda essa tragédia
poderia ter sido evitada, se a população brasileira tivesse escolhido para
dirigir a nação alguém preparado para enfrentar desafios, e fosse dotado do
mínimo de senso humanitário e de responsabilidade para com o seu povo.
quarta-feira, 24 de março de 2021
"LULA LIVRE" REQUER SEGURANÇA MÁXIMA - José Nilton Mariano Saraiva
“LULA LIVRE” REQUER SEGURANÇA MÁXIMA - José Nilton Mariano
Saraiva
Adstringindo-se tão única e exclusivamente aos “autos” (as conversas
aéticas e escabrosas de Moro e sua quadrilha, interceptadas por hackes,
aconteceram muito depois de lavrada a
reclamação), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal houve por bem reparar a
tendenciosa decisão do ex-juiz de primeira instância Sérgio Moro, que houvera
condenado sem nenhuma prova o ex-presidente Lula da Silva, no tocante ao tal
triplex de Guarujá, tanto que o fez sob o hipócrita argumento do cometimento de
“atos de ofício indeterminado” (algo absolutamente inédito e inusual em nosso receituário
jurídico, porquanto, se “indeterminado”, inexistente).
Impetrado pela defesa do ex-presidente, o julgamento da “suspeição”
do ex-juiz houvera sido iniciado nos primórdios de 2018 e já apontava um placar
de 2 x 0 favorável àquele magistrado, (votos de Edson Fachin e Carmen Lúcia) quando
o ministro Gilmar Mendes solicitou “pedido de vistas” em novembro daquele ano.
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Nesse meio tempo, surpreendentemente o ministro Edson Fachin
(logo ele, que sempre demonstrou ojeriza ao ex-presidente), em decisão
monocrática opta por “anular” todas as decisões tomadas pelo ex-juiz Sérgio
Moro em relação aos processos envolvendo o ex-presidente, porquanto a Vara de
Curitiba seria incompetente para julgá-los, remetendo os autos para Brasília
(onde tudo recomeçará do começo).
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Voltando ao fio da meada: retomado no final de 2019 o processo
da suspeição do ex-juiz, Gilmar Mendes e Roberto Lewandowski, VALENDO-SE
APENAS DE DADOS CONTIDOS NOS “AUTOS”, (nada sobre as interceptações dos
hackes, é bom que se repita, já que estas aconteceram muito depois) decidiram-se
favoráveis à defesa do ex-presidente, igualando o placar em 2 x 2, deixando que
o voto decisivo (que seria dado pelo decano Celso de Melo, hoje aposentado) fosse
proferido pelo “novato” Nunes Marques (piauiense), que houvera sido escolhido a
dedo e nomeado meses antes pelo bucéfalo que está Presidente da República.
Coincidentemente, na véspera da retomada do julgamento do
pedido de suspeição de Moro, indagado pela imprensa se temia um confronto com o
ex-presidente Lula nas eleições de 2022, o “traste” que ocupa a Presidência da
República, sarcástico e arrogante, arrotou que Lula da Silva era “inelegível”,
como que anunciando antecipadamente qual seria o voto do seu indicado: ou seja,
Nunes Marques proferiria o voto que seria a pá de cal e definitivamente inviabilizaria
o ex-presidente de concorrer. Dito e feito, e assim, aos 45 minutos do segundo
tempo o placar aponta 3 x 2 para o ex-juiz (e, pois, Lula da Silva inelegível).
Surpreendentemente (mas de forma legal) já nos acréscimos do julgamento
Carmen Lúcia pede para se manifestar e, de forma incisiva e contundente (logo
ela, que sempre votou contra o ex-presidente) decide rever seu voto, em razão
de “dados novos apensados aos autos”: 3
x 2, agora pela suspeição do ex-juiz e, consequentemente, pela anulação da pena
imposta a Lula da Silva.
Resumo de tudo isso: em
duas frentes, o ex-presidente Lula da Silva tem de volta o passaporte homologatório
à sua candidatura na próxima eleição, enquanto Sérgio Moro e a quadrilha de procuradorizinhos
raivosos de Curitiba são desmascarados de vez (agiram, sim, e de forma
tendenciosa, ao arrepio da lei e merecem ser julgados pelo crimes cometidos).
Quanto ao “novato” Nunes Marques, que no seu “debut” em
grandes causas no Supremo Tribunal Federal, proferiu seu voto equivocadamente (já
que claramente em obediência ao seu tutor), porquanto baseado unicamente nas
interceptações dos hackes (que a defesa, Gilmar Mendes, Roberto Lewandowski e
Carmen Lúcia não usaram) mostrou que ainda tem muito que aprender (aliás, o próprio
lembrou a quem dele discordou, que tenham paciência porque ele ainda tem 26
anos como ministro daquela corte).
No mais, não custa lembrar: como o assassinato da vereadora
Marielle Franco, no Rio de Janeiro, foi comprovadamente obra de “milicianos” de
aluguel, seria de bom alvitre que O PT E LULA DA SILVA REFORÇASSEM DE
IMEDIATO A SEGURANÇA DO EX-PRESIDENTE, porquanto Fabrício Queiroz (apesar
de tudo o que fez) está livre e solto para servir de elo entre a família
Bolsonaro e a “nata” da criminalidade que habita não só morros, mas até
condomínios luxuosos no Rio de Janeiro (lembremo-nos que o provável assassino
da vereadora Marielle Franco, o tal do Lessa, era morador e vizinho de
condomínio da família Bolsonaro).