por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 20 de abril de 2021

A "FRUSTRAÇÃO" COM A IGREJA - José Nilton Mariano Saraiva

 A “FRUSTRAÇÃO” COM A IGREJA – José Nilton Mariano Saraiva


Particularmente, não compactuamos com o velho adágio popular que, de forma equivocada, medrosa e inconsistente, prega que “política, religião e futebol” não se discutem, já que considerados temas por demais polêmicos. Advogamos, sim, que se existem argumentos convincentes e consistentes, devam ser brandidos e utilizados na elucidação de dúvidas e querelas a respeito.

Assim (com o devido respeito a quem pensa diferente), e partindo-se do pressuposto de que reportar-se à “instituição Igreja” é necessário, permitimo-nos exibir a opinião de alguém que a vivenciou em toda a sua plenitude, porquanto por muitos anos um dos seus principais e badalados pastores: Leonardo Boff.

José Nilton Mariano Saraiva

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IGREJA, A GRANDE “MADRASTA” – Leonardo Boff

“O padre, o seminarista, é educado para ter um “VERDADEIRO CASAMENTO" com a instituição Igreja; assim, aquilo que a pessoa dá em termos de libido, de amor à sua companheira, à sua mulher, ele é educado a dar à sua Igreja.

Agora, há uma fase em que o padre desperta. Geralmente quando “cai na vida real”, como pároco, como agente de pastoral, aí ele se dá conta de que essa Igreja é UMA GRANDE MADRASTA. Que usa a força dele, sua libido, sua inteligência em favor dos interesses institucionais dela e não das pessoas humanas. Que ela, Igreja, não se interessa muito pelos problemas do homem da rua, que tem problema com limitação de natalidade, com eventual aborto, com fracasso no matrimônio e a vontade de começar um outro. Ela, a Igreja, não se interessa, ela é fria e sem piedade e aplica a doutrina.

E AÍ O PADFRE ENTRA EM CRISE, fica entre o pastor que sente o próximo, e a subjetividade que foi criada nele de ser o representante da instituição, da doutrina; e entra num conflito onde muitos sucumbem: ou ele abre e entra num novo estado de consciência e é um pastor que viola as doutrinas, ou ele se enrijece, recalca aquele mundo e fica o homem da instituição, do poder, da palavra rígida e até se transfigura. Ou, então, a terceira alternativa: MUITOS ABANDONAM.

E aí vão atrás das causas profundas que podem ser, digamos, O ENCONTRO COM UMA MULHER. Não é apenas o encontro com uma mulher, quer dizer, ao encontrar a mulher e descobrir o mundo da intimidade, da ternura, da compreensão, do companheirismo, da vida como todos os mortais vivem, que é carregada de valores, e que isso foi tolhido a ele, conclui: "Puxa, mas Deus não pode ser inimigo disso, Deus tem de ser pensado como um prolongamento disso ao infinito e não como corte disso". E aí, muitos então saem, profundamente FRUSTRADOS COM A INSTITUIÇÃO IGREJA.

Então, a educação é levada nesse sentido; POR FORÇA DO CELIBATO você não pode ter o intercurso sexual. Então, a mulher se torna a tentação próxima. E você é educado a não olhar nos olhos da mulher, porque ela é tentadora, de nunca conversar com ela sozinho, mas sempre acompanhado de outros”.


segunda-feira, 19 de abril de 2021

DE SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E VERBOS (autor desconhecido)

 DE SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E VERBOS (autor desconhecido)


Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.


O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém para ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.


Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.


Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo; todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.


Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa.


Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.


Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.


Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício.


O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.


O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."


(Autor desconhecido)

domingo, 18 de abril de 2021

FORMAR UM FILHO... "DOUTOR" - José Nilton Mariano Saraiva

 FORMAR UM FILHO... “DOUTOR” – José Nilton Mariano Saraiva

Durante o pavoroso regime nazista comandado por Adolf Hitler (e evidentemente que sem entender da profundidade do tema), muitas mães implicitamente incorriam na traumática “escolha de Sofia”: aquele horripilante e pavoroso lance em que uma mãe judia prisioneira era literalmente obrigada a “sacrificar” um dos rebentos em detrimento de outro, porquanto, se não o fizesse, ali, na hora, ao invés de um (o menino ou a menina ???) os dois, seriam “premiados” com um banho letal de cianureto, nas câmaras de gás.

Pois bem, a reflexão é só pra lembrar que, desde tempos imemoriais, principalmente no seio de famílias menos favorecidas do “interiozão brabo” desse nosso Brasil varonil, principalmente na área rural (e temos parentes que aqui se incluem), o desejo acalentado e inconteste de pais e mães sempre foi o de ... “FORMAR UM FILHO DOUTOR” (aqui entendido como o graduar-se em Medicina). Para tanto, estavam a praticar a “escolha de Sofia”.

É que, por absoluta carência de recursos necessários à contemplação de mais de um (e como à época vigorava o conceito de que “onde come um comem dez” e o tal “controle da natalidade” era uma miríade distante), o “fazer filhos” era a regra de uma família paupérrima, na maioria das vezes objetivando uma futura e decisiva ajuda na luta pela sobrevivência, ali, na roça, no cabo da enxada (excetuando-se, como explicitado acima e restou comprovado a posteriori, aquele a quem se destinaria o “olimpo”, na cidade grande).

Mas aí, em muitas oportunidades, o próprio rebento “premiado”, depois de ralar muito e ser aprovado no mais concorrido dos vestibulares, depois de encher os pais de orgulho, depois de seis anos de dedicação “full time” visando tornar realidade o sonho dos pais, pois bem, não mais que de repente descobre não ter vocação para a coisa e que havia, sim, um meio mais fácil  de “se fazer na vida”: o ingresso na corrupta atividade política.

Assim, e lamentavelmente (devido à carência de profissionais numa área ainda tão prioritária) muitos dos que se formaram DOUTORà custa do esforço sobre-humano dos pais, nunca fizeram um simples curativo, sequer manipularam uma seringa, jamais prescreveram qualquer medicação a algum paciente e - quem sabe - jamais adentraram em um hospital ou posto de saúde, se mudaram de mala e cuia  para o “eldorado” mafioso da política carreirista. E para tanto, aí sim, passaram a usar e abusar da patente de “Doutor”, a fim de “abrir portas” (o vistoso e reluzente “anel no dedo” em muito contribuía).

Adstringindo-se à nossa praia (o Ceará) na capital e interior temos “doutores” em profusão no exercício dos cargos de vereador, prefeito e deputado (todos ricos), sem que nunca tenham exercitado a “atividade-fim” da formação acadêmica (e os filhos são encaminhados para tal).

Assim, o sonho dos pais, acalentado durante anos e anos, jaz esquecido e deixado para trás, por obra e graça dos “encantos” e da facilidade que a atividade política oferece de “se fazer na vida” rapidamente (mesmo que por métodos heterodoxos). Definitivamente, os tempos são outros.

Alfim, há que se destacar, sob pena de não o fazendo injustiçá-los, que os vocacionados para o mister, aqueles que realmente “vestiram a camisa” desde o ingresso na faculdade e até a pós-formatura não medem esforços, são, sim, dignos e merecedores de encômios e de reconhecimento público, pelo verdadeiro “sacerdócio” no dia-a-dia de uma atividade estressante e sofrida. Afinal, além de não os frustrarem, se mantiveram fiéis ao sonho dos pais de um dia... “FORMAR UM FILHO DOUTOR”.

Poderão, mais à frente, após “passados na casca-do-alho” de uma longa experiência no “laboratório da vida” (o exercício diuturno da Medicina) ingressar na arena política objetivando melhorar a vida dos menos favorecidos, aos quais acompanharam “pari-passu”. 

Para tanto, adquiriram ao longo do caminho o competente “know-how”.  

 

sábado, 17 de abril de 2021

O DESESPERO DO "CORONÉ" - José Nilton Mariano Saraiva

 O DESESPERO DO “CORONÉ” – José Nilton Mariano Saraiva

Arrogante, prepotente e falastrão, definitivamente o “coroné” entrou em desespero.

“Ex” íntimo de Lula da Silva, que o tornou Ministro de Estado quando exerceu a Presidência da República, bem que o “coroné” poderia se achar em melhor situação nos dias atuais, se tivesse aceito o convite para figurar como vice na chapa encabeçada pelo próprio Lula da Silva, na última eleição presidencial.

Fincou pé, porque pra ele só servia a “cabeça de chapa”, daí o PT lançar Fernando Haddad. Que, face a previsível impossibilidade do titular em concorrer, acabou guindado a “cabeça de chapa” do partido e (apoiado por um Lula da Silva preso), quase chega lá (o tempo de campanha foi muito curto).

O “coroné”, como é de conhecimento público, de novo, outra vez, novamente ficou pelo meio do caminho (pela terceira vez) e, derrotado, preferiu ir lamber suas feridas em Paris, omitindo-se na hora decisiva do pleito e com isso colaborando sobremaneira pra que hoje tenhamos essa excrescência na cadeira presidencial. Sim, o Bozo lhe deve muito e, intimamente, lhe é grato.

Retomando o fio da meada.

Com a prisão irregular e arbitrária de Lula da Silva (antes da eleição), e já visando concorrer na eleição seguinte, o “coroné” tratou de detratá-lo, de ofendê-lo, de humilhá-lo, de gozar com o infortúnio dos seus simpatizantes e da cúpula do PT (“o Lula tá preso, otário”, não cansou de repetir), na perspectiva de criar uma imagem negativa do próprio ante os direitistas e desavisados e, pois, preencher o vácuo provocado pela sua ausência.

Assim, no arraiá do “coroné”, havia uma única e cristalina certeza: as suas chances, com Lula da Silva fora da disputa, seria passar até com certa facilidade para o segundo turno, onde, na condição de bom tribuno (mesmo que mentindo muito) “trucidaria” e faria “picadinho” do Bozo, em razão do seu despreparo e incompetência.

Mas, eis que o Supremo Tribunal Federal, revendo as decisões/condenações que haviam sido impostas a Lula da Silva pela quadrilha de Curitiba (sob o comando do juizeco de piso Sérgio Moro), houve por bem, ante as irregularidades constatadas, anular todas elas, tornando-o “elegível” e apto a concorrer à próxima eleição presidencial, em 2022.

E aí, o desespero do “coroné” emergiu em todo o sem esplendor, porquanto ciente que: a) não tem a mínima chance se Lula da Silva entrar no páreo, e b) de que, quem “está” Presidente tem como se garantir no segundo turno (face os 30.0% de votos cativos).

A partir daí, o alvo é Lula da Silva e o PT, e a artilharia vai ser pesada nesses quase dois anos que faltam para a próxima eleição (até porque Lula da Silva não lhe deu ouvidos quando, pateticamente, implorou que ele desistisse de candidatar-se em seu favor).

Temos, agora, um problema[U1]  sério: como o Brasil está sendo isolado do mundo em razão de ter-se tornado uma “bomba relógio” próxima a explodir e espalhar o vírus letal a torto e a direito (isso face o Bozo não ter tomado as providências devidas no combate à pandemia), o “coroné” talvez não consiga viajar mundo afora pra afogar suas mágoas.

A não ser que se mande pra Sobral, onde manda e desmanda, casa e batiza, faz e desfaz.  

 


 [U1]

quarta-feira, 7 de abril de 2021

A "CIDADE MARAVILHOSA" - José Nilton Mariano Saraiva

A “CIDADE MARAVILHOSA” - José Nilton Mariano Saraiva

Cidade litorânea, agraciada com uma “beleza natural” ímpar, por anos a fio o Rio de Janeiro funcionou como a “capital” do Brasil e, portanto, sede do Governo Federal, com toda a sua estrutura ministerial, administrativa e de segurança reforçada e, por conta disso, recepcionadora de delegações do mundo inteiro, advindo daí uma economia pulsante e pujante.
Embora à época o marketing não tivesse ainda uma atuação tão determinante como nos dias atuais, a verdade é que a inexcedível “beleza natural” da cidade se impôs por si só, e os “alienígenas” que lá aportaram exerceram papel decisivo na sua propagação mundo afora, quando da volta às respectivas origens. Assim, o Rio de Janeiro tornou-se uma cidade segura, cosmopolita e logo (re)batizada de “cidade maravilhosa” (tantas eram as opções ofertadas, em qualquer segmento/atividade).
Mas, como todo processo desenvolvimentista tem seus ônus e bônus, no Rio de Janeiro não foi diferente; assim, descobriu-se que à beleza natural da cidade poder-se-ia acrescer um handicap poderosíssimo, que decerto atrairia mais e mais gente: surgiu então um tal “carnaval”, festa profana, de produção cinematográfica, com suas estonteantes mulheres seminuas, capazes de atrair e deixar a “gringarada” endinheirada de queixo caído e no mais alto e perene estado orgástico. Tanto é, que passou a figurar e tornou-se opção obrigatória nos “cardápios” das agências de turismo do mundo inteiro (era algo imperdível, garantiam os experts). E assim, ano após ano, eles nos propiciaram suculentas divisas (bônus).
Em contrapartida, tal enxame de turistas estrangeiros cheios do vil metal (que lhes permitia extravagâncias sem fim), potencializou o complexo de inferioridade de boa parte dos seus habitantes e propiciou um profundo sentimento de revolta dos “excluídos da festa”, oriundos não só da sua paupérrima periferia, mas, também, de outros estados brasileiros; iniciava-se ali a gestação do “ovo da serpente”, que mais tarde se materializaria em todo o seu terrificante e apavorante esplendor: as milícias (ônus).
Mas eis que, cumprindo promessa de campanha de que se vencedor do pleito presidencial “relocalizaria” a capital do Brasil para o centro do seu território continental, Juscelino Kubitschek (eleito) do nada erigiu no planalto central do Brasil uma bela, nova, planejada e moderna cidade, Brasília, que desde então tornou-se a capital de todos os brasileiros e, também, admirada por gregos e troianos.
Em decorrência, toda a estrutura governamental (e seus milhares de funcionários e respectivas famílias) tiveram que se mandar da “cidade maravilhosa”, a fim de assegurar a manutenção do emprego na nova capital. O Rio de Janeiro dançou solenemente (principalmente no tocante ao quesito segurança) e aí, literalmente, os “milicianos” tomaram de conta do pedaço, decretando o começo da decadência da outrora “cidade maravilhosa”.
Frustrados e talvez por vingança (perderam o status de capital do Brasil e a “segurança reforçada” da qual desfrutavam), os moradores da cidade decidiram (equivocadamente) que não mais se preocupariam quando das eleições do executivo e legislativo; e, assim, passaram a eleger figuras menores e medíocres, tais quais Negrão de Lima, Moreira Franco, Eduardo Cunha, Eduardo Paes, Sérgio Cabral, o índio Juruna, Pezão, Agnaldo Timóteo e, mais recentemente, os Bolsonaros.
Expulso do Exército por insubordinação e terrorismo, o paulista Jair Bolsonaro viu na atividade política a oportunidade para “se fazer” na vida, e assim, apoiado por periféricos, elegeu-se Vereador pelo Rio de Janeiro; antes de concluir o mandato virou Deputado Federal, repetindo a dose em sete oportunidades, a partir de então (durante esse tempo, pulou de galho em galho, demonstrando nenhuma fidelidade partidária), já que transitou por 08 agremiações: PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e PSL.
Nesse ínterim (e aqui podemos constatar a irresponsabilidade do eleitor carioca) , conseguiu com que três dos filhos fossem eleitos e ingressassem para o legislativo (municipal, estadual e federal) aos quais repassou “nobres ensinamentos” da atividade política (dentre os quais as famosas “rachadinhas”, hoje por eles exercitadas com vigor e entusiasmo).
Conclusão: paradoxalmente, o processo de decadência do Rio de Janeiro (“cidade abençoada por Deus” no dizer dos poetas) parece ter servido de rampa de lançamento para a ascensão do não abençoado clã Bolsonaro.
Lamentável, sob todos os aspectos.

terça-feira, 6 de abril de 2021

O "CORONÉ" TÁ LELÉ" ??? - José Nilton Mariano Saraiva

 O “CORONÉ” TÁ “LELÉ” ??? – José Nilton Mariano Saraiva

Eleito (em 2002) e reeleito (em 2006), Lula da Silva governou com estrondoso sucesso o Brasil por 08 anos (2003 a 2010), tanto que ainda hoje é considerado o maior presidente do Brasil até os dias atuais.

À época, em reconhecimento ao trabalho por ele desenvolvido na campanha, privilegiou o senhor Ciro Gomes convidando-o para compor sua equipe e fazendo-o Ministro de Estado.

Como a Constituição Federal não permitia (e ainda hoje não o permite) que um mesmo candidato se submeta ao escrutínio popular por três vezes seguidas, durante o exercício do último mandato (2007/2010) Lula da Silva, após criteriosa análise das potencialidades de cada um dos que pretendiam concorrer (dentre os quais o senhor Ciro Gomes), resolveu que à sua sucessão seria lançada a também Ministra de Estado, Dilma Rousseff, mercê da sua dinâmica, profícua e ilibada atuação como Ministra-Chefe da Casa Civel do Governo.

Foi o bastante para que o senhor Ciro Gomes se rebelasse contra Lula da Silva (porquanto achava-se o favorito) e protagonizasse o maior “auê” do mundo ao dirigir-se às principais emissoras de TV do país (Globo, Record, Band, SBT, Cultura e por aí) e, no espaço nobre dos telejornais noturnos, “baixasse o malho” sem dó nem piedade na ex-colega de ministério, rotulando-o de despreparada, inexperiente e inapta a substituir o chefe.

Então, matreiro e vivido, Lula da Silva orientou sua candidata que procurasse o senhor Ciro Gomes e lhe oferecesse a coordenação da sua campanha na Região Nordeste do país; foi o bastante e suficiente a que ele desdissesse e engolisse tudo o que havia dito e se integrasse “full time” à campanha.

Numa prova inconteste do prestígio obtido por sua atuação à frente da nação (quando o país voltou a ser respeitado e partícipe ativo dos grandes fóruns mundiais) e, ainda, por conseguir catapultar da pobreza absoluta milhões e milhões de patrícios, Lula da Silva conseguiu eleger e reeleger, com folga, Dilma Rousseff. O povo, definitivamente, estava feliz e o país, mudado.

O resto da história todo mundo já sabe: “sacaneada” por políticos corruptos com assento no Congresso Nacional (por se negar a participar de falcatruas mil), a presidenta, durante o segundo mandato, acabou por enfrentar um processo de “impeachment” (com cartas marcadas), já que por supostamente praticar “pedaladas fiscais” (nunca comprovadas).

Impedida Dilma Rousseff e obedecendo o script detalhadamente traçado, o “inferno astral” de Lula da Silva (que à época as pesquisas já apontavam líder na corrida presidencial de 2018) foi detonado por uma tal Operação Lava Jato (2014), comandada por um provinciano e desonesto juizeco de primeira instância e seus procuradorizinhos raivosos, de Curitiba, ao lhe acusarem – sem nenhuma prova – de comandar uma quadrilha que atuava na Petrobras.

Insuflado por uma mídia tendenciosa e desonesta (rádios, jornais, revistas, TVs e blogs da Internet) e, contando com o apoio dos políticos corruptos do Congresso Nacional, Assembleias Legislativas Estadual e Municipal, o povo se deixou levar e, num crescendo incontrolável, até aplaudiu quando Lula da Silva foi condenado e preso, a mando do juizeco de Curitiba (com a inexplicável chancela do próprio Supremo Tribunal Federal, que por isso mesmo tornou-se partícipe ativo, sim, do golpe).

E aí chegamos ao tenebroso e impensável: um medíocre Deputado Federal (o Bozo), integrante do baixo clero e com 30 anos de nenhuma produtividade, lança-se e é eleito Presidente do Brasil (com o apoio, mesmo que indireto, de Ciro Gomes, porquanto, mais uma vez derrotado no primeiro turno, se negou a apoiar o candidato de Lula da Silva, viajando para Paris).

Desde que o Bozo assumiu, o caos logo se fez presente devido ao despreparo e incompetência, assim como pelas más companhias que convocou para assessorá-lo em Palácio: uma ruma de generais de pijama, anacrônicos, raivosos e igualmente incompetentes, além dos filhos arrogantes, desonestos e metidos com a milícia carioca. Um caldeirão fervilhante próximo a explodir.

Um retrato emblemático do desgoverno é o momento epidêmico que atravessamos, que comprovadamente chegou a tal ponto em razão da sua posição negacionista e genocida no trato da questão, porquanto desde o princípio fez pouco caso do recomendado pela ciência para um embate tão crucial, assim como deliberadamente prolongou a procura por vacina, impedindo o povo de ser imunizado, lá nos primórdios. Hoje, o Brasil causa pavor ao mundo todo por ter-se transformado num celeiro do vírus letal.

Mas, retomando o fio da meada.
Depois de fracassar em mais uma tentativa de chegar ao Palácio do Planalto (já se candidatou em 03 oportunidades), Ciro Gomes tenta aproveitar o vácuo deixado pela detenção de Lula da Silva, tanto que, junto com o irmão, Cid Gomes, não cansaram (os dois) de repetir quando o inquiriam se não temia a entrada do ex-presidente no embate: “Lula está preso, seu babaca”.

Com as voltas que o mundo dá, eis que os processos contra o ex-presidente e comandados pelo juizeco (em Curitiba) são anulados e redirecionados para a vara competente (Brasília), o próprio juizeco é considerado suspeito por comandar a quadrilha de procuradorizinhos raivosos de Curitiba e, pois, tem suas decisões anuladas e Lula da Silva volta a ser “elegível” em 2022.

Como que atingido por um míssil nuclear (mas sempre legislando em causa própria) ontem, 05.04.21, de público e pateticamente Ciro Gomes apela para que Lula da Silva não se candidate em 2022:

Ipsis litteris: “A gente devia pedir generosidade a quem tá teve oportunidade, como o Lula, que é um grande líder da história brasileira” e que... “tal qual Cristina Kirchner fez na Argentina, desse “um passo atrás” (na sua intenção de candidatar-se), porquanto... “ao contrário do que estão dizendo, a tarefa não é derrotar o Bolsonaro, que é uma tarefa muito grande; são duas tarefas: a segunda grande tarefa, mais difícil, que pede muita reconciliação, é botar uma coisa nova nesse ambiente de terra arrasada” (aqui pra nós, a “coisa nova”..... seria o Ciro Gomes ???).

Alfim, urge indagar: O “CORONÉ” TÁ “LELÉ” ???
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sábado, 3 de abril de 2021

SIM À MORTE, NÃO À VIDA - José Nilton Mariano Saraiva

 SIM À MORTE, NÃO À VIDA – José Nilton Mariano Saraiva

Detendo atualmente a impressionante e assustadora marca de 4.000 mortes diárias e 320.000 no total (vítimas da Covid), nossa sofrida pátria amada Brasil tende a se superar (negativamente) nos próximos dias, já que as previsões (sombrias) são de que atingiremos os 5.000 óbitos/dia já lá pra meados de junho, com tendência de chegarmos aos 500.000 brasileiros desaparecidos (no interstício de um ano). Um ultrajante recorde mundial.

E o mundo todo sabe e tem consciência plena que tão horripilante e incompreensível cortejo fúnebre por essas bandas é resultante do descaso com que o governo federal, comandado por um mentecapto, tratou a questão desde os seus primórdios, já que não mostrou nenhum interesse em combater o inimigo de frente e com a única arma capaz de obstar sua trajetória: a vacina.
O resultado é que hoje, com uma assiduidade que incomoda sobremaneira, muitos países já se negam a nos receber e proíbem os seus de por aqui aparecerem. Assim, as fronteiras com os povos vizinhos nos foram subtraídas e por lá não podemos transitar – Uruguai, Paraguai, Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela e até a Argentina, enquanto que os voos internacionais da Europa e outras partes do mundo progressivamente estão sendo cancelados.

É que, literalmente esgrimindo de forma irresponsável a bandeira do “SIM À MORTE, NÃO À VIDA”, esse idiota que aí está desafiou toda a comunidade científica mundial ao não aceitar as recomendações da Organização Mundial da Saúde no tocante à necessidade de se adotar o protocolo padrão de conhecimento e uso do mundo: o distanciamento social, o uso contínuo de máscaras, e o “ficar em casa”, até que aparecesse a vacina salvadora tão desejada.
Navegando na contramão disso tudo, o psicopata que infelizmente está a nos dirigir sempre fez questão de não só contrariar o imprescindível bom senso e clarividência, como ainda tratou (e trata) de estimular seus adeptos e evanjegues (igualmente idiotas) a o imitarem, a o seguirem, pari-passu.

Além disso, lhes recomenda uma espécie de “tratamento preventivo”, (algo inédito nos compêndios que tratam sobre) e, para tanto, o laboratório do Exército recebeu ordem expressa de produzir milhões e milhões de caixas de cloroquina (medicamento não recomendado pelas autoridades competentes, por seus efeitos danosos, a posteriori). Milhões de reais foram gastos e o resultado é que o estoque tá lá encalhado.

Para um melhor vislumbre da situação, só no Palácio do Planalto, onde despacha o traste, foram dezenas e dezenas de pessoas/servidores a contrair o vírus, tendo em vista que o simples ato de USAR a máscara seria entendido pelo chefe como insubordinação e desrespeito (o vírus, agradecido, circulava no ar sorrateiramente).

Nas recepções palacianas (e mesmo fora do palácio), a recomendação sempre foi a de não contrariar o chefe, a partir dos ministros de estado (teoricamente pessoas esclarecidas), de sorte que o que víamos era aquele ruma de baba-ovos e puxa-sacos se expondo sorridentes (embora, intimamente, “cortando prego”). Muitos devem ter contraído o vírus.

Evidentemente que ninguém pode prever o futuro, mas aqueles que conseguirem sobreviver hão de registrar aos seus pósteros e à própria História, que no Brasil dos anos 2020/2021 um genocida demoníaco foi o principal responsável pelo tremendo estrago provocado pelo Coronavírus, ao adotar e praticar o lema “SIM À MORTE, NÃO À VIDA”.

Aos que se negarem a acreditar em tão pavoroso quadro, nos cemitérios de todo o Brasil os milhares de mortos, resignados e silentes, serão a prova inconteste de tanta desgraça.

sábado, 27 de março de 2021

"FORA DE CONTROLE" - José Nilton Mariano Saraiva

 “FORA DE CONTROLE” - José Nilton Mariano Saraiva

O bucéfalo genocida que está Presidente da República Federativa do Brasil, intimamente deve estar satisfeito com o estrago monumental provocado pela fulminante, progressiva e insaciável fome do coronavírus: em apenas um ano, 315.000 mortos, com tendência de crescimento diário sem precedentes (dia após dia o número de vítimas cresce, não em progressão aritmética, mas sim, geométrica – só ontem foram acrescidos 3.600).

Ou alguém tem alguma dúvida que o quadro atual tem tudo a ver com o seu (dele) recorrente, desumano, burro e teimoso estímulo a que o brasileiro o imitasse e o seguisse, NÃO usando máscara, NÃO mantendo o competente distanciamento social, NÃO tendo o cuidado com os seus idosos, e, SIM, aglomerando nas ruas e praças (e até entre familiares), porquanto a “gripezinha” era coisa passageira, não provocaria danos e logo iria embora ???

Segundo o cientista brasileiro Miguel Nicolelis (neorocientista e pesquisador da Universidade Duke, nos Estados Unidos), se tivéssemos adotado esse “kit básico” (acima citado) poderíamos ter evitado que 04 em 05 das mortes atuais ocorressem (ou seja, 80,0%).

Não esquecer, também, que cientistas e organizações internacionais dos mais diversos recantos alertaram com antecedência e clamaram por providências, ante a iminência do que poderia acontecer por aqui; debalde, ouvidos moucos prevaleceram.

E o mais sombrio e apavorante em tudo isso é que, definitivamente, a fera está “fora de controle”: já NÃO existem leitos hospitalares para atender aos milhares de infectados que dia a dia chegam aos hospitais; já NÃO temos UTIs, imprescindíveis para tal tipo de demanda; já NÃO temos seringas, respiradores e demais instrumentos necessários; já NÃO temos a medicação adequada aos procedimentos atinentes; e, principalmente, já NÃO temos o quantitativo de pessoal especializado (médicos, enfermeiros e intensivistas), e os que lá heroicamente estão já mostram compreensíveis sinais de esgotamento físico e mental, ante tanta ocorrência fúnebre, tamanha barbárie.

E como o idiota que está no poder em nenhum momento se preocupou em adquirir vacinas (porquanto, segundo ele, eram as farmacêuticas que tinham obrigação de vir oferecê-las) também não as temos em número suficiente e nem podemos adquiri-las com a urgência necessária, já que outros países ocuparam o nosso lugar na fila para tal, quando o Brasil não demonstrou interesse.

Em consequência, hoje estamos humilhantemente a “mendigar” pelo imunizante, conforme demonstrou o novo presidente do Senado Federal (não o Presidente da República) ao firmar de próprio punho um apelo humanitário à vice-presidente dos Estados Unidos (Kamala Harris), no sentido de nos fornecer a “sobra” ou o “resto” que certamente se dará por lá, já que previdentemente adquiriram quantidade mais que suficiente.

E aqui, temos de lembrar que o governo brasileiro, através da dupla Bolsonaro/Ernesto Araújo, foi um dos últimos a reconhecer a vitória de Joe Biden/Kamala Harris nas eleições americanas, porquanto adeptos da tese professada pelo troglodita Donald Trump de que a eleição teria sido roubada, só o fazendo por mera formalidade. Haverá retaliação ou prevalecerá o humanismo ???

Hoje, nossa realidade é que, a passo de tartaruga grávida, depois de um mês de vacinação conseguimos oferecer a primeira dose (são duas) a apenas 6,5% (seis e meio por cento) da nossa população e, se mantidas as condições atuais, necessários serão longos e intermináveis 03 anos para imunizar a população brasileira (se até lá não tiver sido implacavelmente dizimada).

Assim, assusta e estarrece a tragédia sanitária que estamos a vivenciar, e é até compreensível que governos de todo o mundo (que também têm problemas, embora não na mesma magnitude) comecem a “isolar” o Brasil, proibindo que os “seus” se dirijam pra cá e não permitindo que os “nossos” aportem por lá (por terra, espaço ou por mar). Nos tornamos um estorvo, um povo indesejado, um povo marginal, “pária” para o mundo (como aliás expressou tal desejo o desclassificado que ocupa o Ministério das Relações Exteriores, Ernesto Araújo).

E pensar que toda essa tragédia poderia ter sido evitada, se a população brasileira tivesse escolhido para dirigir a nação alguém preparado para enfrentar desafios, e fosse dotado do mínimo de senso humanitário e de responsabilidade para com o seu povo.

 

 

quarta-feira, 24 de março de 2021

"LULA LIVRE" REQUER SEGURANÇA MÁXIMA - José Nilton Mariano Saraiva

“LULA LIVRE” REQUER SEGURANÇA MÁXIMA - José Nilton Mariano Saraiva

Adstringindo-se tão única e exclusivamente aos “autos” (as conversas aéticas e escabrosas de Moro e sua quadrilha, interceptadas por hackes, aconteceram  muito depois de lavrada a reclamação), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal houve por bem reparar a tendenciosa decisão do ex-juiz de primeira instância Sérgio Moro, que houvera condenado sem nenhuma prova o ex-presidente Lula da Silva, no tocante ao tal triplex de Guarujá, tanto que o fez sob o hipócrita argumento do cometimento de “atos de ofício indeterminado” (algo absolutamente inédito e inusual em nosso receituário jurídico, porquanto, se “indeterminado”, inexistente).

Impetrado pela defesa do ex-presidente, o julgamento da “suspeição” do ex-juiz houvera sido iniciado nos primórdios de 2018 e já apontava um placar de 2 x 0 favorável àquele magistrado, (votos de Edson Fachin e Carmen Lúcia) quando o ministro Gilmar Mendes solicitou “pedido de vistas” em novembro daquele ano.

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Nesse meio tempo, surpreendentemente o ministro Edson Fachin (logo ele, que sempre demonstrou ojeriza ao ex-presidente), em decisão monocrática opta por “anular” todas as decisões tomadas pelo ex-juiz Sérgio Moro em relação aos processos envolvendo o ex-presidente, porquanto a Vara de Curitiba seria incompetente para julgá-los, remetendo os autos para Brasília (onde tudo recomeçará do começo).

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Voltando ao fio da meada: retomado no final de 2019 o processo da suspeição do ex-juiz, Gilmar Mendes e Roberto Lewandowski, VALENDO-SE APENAS DE DADOS CONTIDOS NOS “AUTOS”, (nada sobre as interceptações dos hackes, é bom que se repita, já que estas aconteceram muito depois) decidiram-se favoráveis à defesa do ex-presidente, igualando o placar em 2 x 2, deixando que o voto decisivo (que seria dado pelo decano Celso de Melo, hoje aposentado) fosse proferido pelo “novato” Nunes Marques (piauiense), que houvera sido escolhido a dedo e nomeado meses antes pelo bucéfalo que está Presidente da República.

Coincidentemente, na véspera da retomada do julgamento do pedido de suspeição de Moro, indagado pela imprensa se temia um confronto com o ex-presidente Lula nas eleições de 2022, o “traste” que ocupa a Presidência da República, sarcástico e arrogante, arrotou que Lula da Silva era “inelegível”, como que anunciando antecipadamente qual seria o voto do seu indicado: ou seja, Nunes Marques proferiria o voto que seria a pá de cal e definitivamente inviabilizaria o ex-presidente de concorrer. Dito e feito, e assim, aos 45 minutos do segundo tempo o placar aponta 3 x 2 para o ex-juiz (e, pois, Lula da Silva inelegível).

Surpreendentemente (mas de forma legal) já nos acréscimos do julgamento Carmen Lúcia pede para se manifestar e, de forma incisiva e contundente (logo ela, que sempre votou contra o ex-presidente) decide rever seu voto, em razão de “dados novos apensados aos autos”:  3 x 2, agora pela suspeição do ex-juiz e, consequentemente, pela anulação da pena imposta a Lula da Silva.

Resumo de tudo isso:  em duas frentes, o ex-presidente Lula da Silva tem de volta o passaporte homologatório à sua candidatura na próxima eleição, enquanto Sérgio Moro e a quadrilha de procuradorizinhos raivosos de Curitiba são desmascarados de vez (agiram, sim, e de forma tendenciosa, ao arrepio da lei e merecem ser julgados pelo crimes cometidos).

Quanto ao “novato” Nunes Marques, que no seu “debut” em grandes causas no Supremo Tribunal Federal, proferiu seu voto equivocadamente (já que claramente em obediência ao seu tutor), porquanto baseado unicamente nas interceptações dos hackes (que a defesa, Gilmar Mendes, Roberto Lewandowski e Carmen Lúcia não usaram) mostrou que ainda tem muito que aprender (aliás, o próprio lembrou a quem dele discordou, que tenham paciência porque ele ainda tem 26 anos como ministro daquela corte).

No mais, não custa lembrar: como o assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, foi comprovadamente obra de “milicianos” de aluguel, seria de bom alvitre que O PT E LULA DA SILVA REFORÇASSEM DE IMEDIATO A SEGURANÇA DO EX-PRESIDENTE, porquanto Fabrício Queiroz (apesar de tudo o que fez) está livre e solto para servir de elo entre a família Bolsonaro e a “nata” da criminalidade que habita não só morros, mas até condomínios luxuosos no Rio de Janeiro (lembremo-nos que o provável assassino da vereadora Marielle Franco, o tal do Lessa, era morador e vizinho de condomínio da família Bolsonaro).