por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 26 de maio de 2012

Recordações- por Ignês Olivieri



Estava eu sem fazer nada em casa nessas férias e então resolvi visitar com alma de saudosista o bairro onde passamos parte da nossa infância, o Engenho de Dentro.

Peguei o ônibus 606 e como não pago passagem fica mais "prazeiroso" o passeio. Desci em frente ao Super Mercado Guanabara que eu não conhecia ainda e fiz algumas comprinhas leves (mulher adora supermercados). Como fica quase no começo da Rua Adolfo Bergamini, perto da linha do trem, resolvi voltar a pé para recordar um pouco e voltar a ver a casa onde morávamos, número 275.

Há alguns anos estive lá como já lhe contei e ela era uma escolinha. Entrei e visitei a casa onde alguns cômodos, como os quartos, eram salas de aula. Era tudo bem conservado, quase sem modificações, até a ampla cozinha, onde mamãe passava a maior parte do tempo estava lá daquele mesmo jeitinho com a janela aberta para o quintal cheio de árvores e então me transportei para o passado durante alguns minutos.

Hoje quando passei em frente ao 275 fiquei triste. A casa me parece abandonada ou com moradores sem capricho. Não é mais uma escolinha.

O que mais me chamou a atenção foram os portões que são os mesmos de quando morávamos lá. há + ou - 60 anos. Estão enferrujados e pixados por vândalos, mas são os mesmo. Sabe Rogério, acho que até a corrente é a mesma com cadeado e os elos grossos e pesados, os mesmos elos que faziam barulho quando você "fugia"...
O tempo também a deixou toda enferrujada e acho que se o portão ainda é o mesmo, a corrente também pode ser a mesma.

A varanda continua lá com alguns poucos azulejos portugueses originais. O piso mudou, passaram uma espécie de vermelhão por cima do piso português, imagina!

A entrada de carro, está diferente como se vê na foto. À direita da entrada, mamãe tinha um jardinzinho perto do muro em toda extensão.Sumiu com a camada de cimento.

Não pude entrar dessa vez mas já fiquei satisfeita vendo um pedacinho da nossa história de vida mesmo com as marcas do tempo evidentes.
Mas nós também estamos marcados pelo tempo...


Ignez.

Um comentário:

socorro moreira disse...

Eu tenho tantas casas para lembrar.Meu sentimento se irmana com o teu.
Parece que somos donos do nada.É sem nada que regressamos para o lugar de origem...
Queria esticar a vida pra plantar mais flores, e queimar os dedos no cabo das panelas.
Esse cheirinho de comida nos mantém vivos...Mas o tempero da vida é o amor!

Vc escreve com clareza e sentimentos, Ignez querida!

Um grande abraço.