Perambulando nas ruas do Crato
Andei nas ruas do Crato pra lá e pra cá, entrando e saindo de filas , pagando as contas do mês.Sol pegando fogo.Senti vontade de usar sombrinha, como o povo de antigamente.
De repente comecei a dar defeito. .. Cadê nossa gente ?
Joaquim Patrício, Bantim; a roda dos literários , na porta da Livraria Católica ; Seu Ramiro Maia; o menino que eu flertava; meu pai...cadê meu pai ? Seus registros na porta do Cassino, anunciando o filme em cartaz. Minha avó com sua mantilha de viúva , caminhado apertadinho, rumo à casa de Tia Ivone. Tá lá a casa, na Rua Santos Dumont. Olhei para o interior, e escutei o pedalar da sua máquina de costura .Meu vestido da festa de Setembro, e das noites de novena , no final dos dias de Agosto.
Fico danada da vida, quando me deixo viajar nas lembranças boas, e acabo chorando.
Entrei em Hamilton, comprei mais um CD do Dihelson, e fiz um lanchinho na padaria : um sonho !
Arrastei as sandálias até em casa . Deparei-me com o sorriso do Victor : "Onde você foi ?"
-Eu fui em tantos anos , a procura de mim mesma e, perdendo a viagem, voltei pro nosso endereço.
Telefonei pra minha mãe, e aconcheguei-me na sua voz amorosa. Não falei do meu pai. Ela pareceu-me tão bem !
Liguei o computador , e vivi as alegrias desse ponto de encontro. Aqui é sede do passado e do presente.
Que o futuro nunca chegue - essa é a nossa esperança !
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