por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 28 de junho de 2024

 

A COPA AMERICA E O “CAVALO PARAGUAIO” – José Nilton Mariano Saraiva

 

Teoricamente, os brasileiros se acostumaram a tratar pejorativamente os paraguaios, em razão, principalmente, da existência de uma zona franca de livre comércio numa cidadezinha paraguaia (Cidad Del Este) vizinha à nossa Foz do Iguaçu, onde os produtos comercializados são de procedência duvidosa (falsificados), daí o preço pra lá de convidativo.

 

Mais tarde e por via oblíqua, e já na base da gozação, nas competições de “turfe” realizadas no Rio de Janeiro, quando o animal teoricamente tido como favorito fracassava, de pronto recebia a alcunha de “cavalo paraguaio”, a fim de expressar o NÃO SER verdadeiro, ou o SER de qualidade duvidosa, falso.

 

Posteriormente, citada expressão difundiu-se por outros segmentos do cotidiano tupiniquim, dentre os quais o futebol. Assim, quando um determinado time inicia uma competição com todo o gás e, paulatinamente, começa a “descer a ladeira” rumo à rabeira, se convencionou trata-lo de um “cavalo paraguaio”.

 

Pois bem, como está em andamento mais uma edição da Copa América de futebol, a reflexão acima procura mostrar que a nossa seleção de futebol, desde aquela época, não mais que de repente resolveu incorporar o “espírito da coisa”. Tornamo-nos, sim senhores, um “cavalo paraguaio”, apesar de alguns experts relutarem em admitir.

 

Tanto é verdade que, no decorrer de uma das recentes edições da tal Copa América, na partida de futebol em que a seleção paraguaia “genérica” (a nossa) findou por ser merecidamente desclassificada pela seleção paraguaia “original” (a deles), o locutor global, com a jactância que lhe é peculiar, passou o tempo todo conjecturando sobre a próxima fase da competição, quando nos defrontaríamos com a já classificada seleção argentina; ou seja, aquele jogo com o Paraguai já estava ganho com facilidade até, e, portanto, não deveríamos alimentar maiores preocupações, guardando-as para o confronto com os “hermanos” portenhos, aí, sim, um jogo de arrebentar, um jogo de alto nível e, enfim, onde existia a real chance ou possibilidade de chegarmos à final da tradicional competição.

 

Além do que, passando, como passaríamos, pelos paraguaios, os dois jogos seguintes (semifinal e final) serviriam para que a punição merecidamente imposta ao indisciplinado e irresponsável jogador Neimar cai-cai fosse “paga” e, assim, nas eliminatórias para a próxima Copa do Mundo o jogador pudesse atuar desde o princípio.

 

Perdemos (sem jogar absolutamente nada) e, como “prêmio”, nem da Copa das Confederações, realizada na Rússia, participamos (coisa nunca antes acontecida, desde os seus primórdios). Além do que, dúvidas surgiram, naquela época, sobre se teríamos condições de ultrapassar as eliminatórias a fim de participar da Copa do Mundo de 2018, também na Rússia (mas, chegamos lá, aos trancos de barrancos).

 

É que os adversários já não se assustam com o futebol brasileiro, que se metamorfoseou num sofrível, banal e simplório “cavalo paraguaio”. É o preço que continuamos a pagar em razão da mídia esportiva “endeusar” jogadores da estirpe de um “Neimar cai-cai” que, milionário em razão do futebol, não está nem aí para o que possa ocorrer com a seleção brasileira.

 

Teremos o repeteco, neste ano ??? Apesar de tudo, é difícil acreditar.