A produtora cultural, atriz e pesquisadora Dane de
Jane assimirá a partir de janeiro de 2013 a Secretaria de Cultura do Crato. Na
função de Secretária de Cultura da minha cidade natal, espero poder contribuir
para o alargamento das ações que buscam desenvolver o ser humano, na
perspectiva da construção de uma sociedade melhor. Ela destaca “Vamos analisar cada ponto da “Carta Compromisso
com a Cultura” e buscar junto às três esferas do poder público e a sociedade os
meios para honrar esse compromisso. A “Carta” trata-se de um documento político
assinado pelos quatro candidatos a prefeito do Crato que assumem compromissos
com politícias públicas para cultura. O documento foi elaborado a partir de uma
proposção nacional elaborada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da
Cultura.
Alexandre Lucas - Quem é Dane de Jade?
Dane
de Jade - Natural do Crato - Ceará, atriz-pesquisadora,
produtora, arte-educadora, radialista e gestora cultural. Graduada em Ciências
Biológicas pela Universidade Regional do Cariri - URCA, cursou também
arte-educação na URCA, pós-graduação em Gestão Estratégica nas Organizações de
Terceiro Setor na Universidade Estadual do Ceará – UECE e Doutoranda em
Turismo, Lazer e Cultura pela Universidade de Coimbra em Portugal. Dirigiu o
Departamento de Promoção, Difusão e Ação Sócio-Cultural da Fundação Cultural J.
de Figueiredo Filho em Crato-CE, fomentou a criação e gerenciou o Programa
Cultura do SESC Ceará por 14 anos, onde desenvolveu e coordenou, entre outros
projetos, a Mostra SESC Cariri de Culturas.
Foi a responsável pela curadoria do projeto “Traga
a França para os meus versos e leve os meus versos para França”, dentro da
programação do Ano França/Brasil na Universidade de Poitiers e criou a Mostra
SESC Luso-Brasileira, em Coimbra/Portugal. Por 13 anos foi a curadora
representante do Ceará nos projetos Palco Giratório - Rede Nacional de Difusão
e Intercâmbio das Artes Cênicas e Sonora Brasil - Formação de Ouvintes
Musicais.
Participou e atou em diversas peças de teatro no
Ceará, com indicação ao prêmio de melhor atriz pelo espetáculo “O Baile do
Menino Deus.” Atuou no monólogo “A Hora da Bruxa”, dirigida pela argentina
Vanina Fabiak e participou da fundação do Grupo Armazém de Teatro - GAT em
1996.
Como curadora, participa do Festival Cena Brasil
Internacional (Rio de Janeiro e São Paulo), da comissão de seleção do
Festival de Curitiba e do Edital Verão Cênico 2012 em Salvador/BA, integrou o
núcleo curador do Prêmio Myriam Muniz em 2009, a comissão do Programa Petrobras
Cultural 2010 e a delegação brasileira no Festival de Edimburgo/Escócia em
2011. É integrante da Rede de Programadores Conexões Latinas sediada em
Buenos Aires/Argentina.
Sócio-fundadora da Ong BEATOS - Base Educultural de
Ação e Trabalho de Organização Social. Realiza palestras e oficinas sobre
Gestão Cultural em diversas regiões do país. Vencedora do Prêmio Claudia 2012
(maior premiação feminina da América Latina realizada pela editora Abril) na
categoria Cultura. Membro do Conselho Estadual de Cultura do Ceará, consultora
da Associação Teatro da Boca Rica. Desenvolve trabalhos e pesquisa na área de
tradição popular, atualmente aceitou convite para assumir a secretaria de
Cultura do Crato.
Alexandre Lucas - Quando ocorreram seus primeiros
contatos com as artes?
Dane
de Jade - Boa parte de nossa infância, minha e dos meus
irmãos, foi vivida dentro do Cinema da Rádio Educadora de Crato, mantido pela
Fundação Padre Ibiapina. Quando estavam em cartaz filmes que meu pai, Raimundo
Inácio, considerava “apropriados” para a nossa idade, assistíamos das
cadeiras, quando ele dizia que os filmes eram “proibidos”, ficávamos na cabine
de projeção vendo-o trabalhar e observando os rolos com as películas. Papai foi
operador cinematográfico e minha mãe, Luzanira, professora da Fundação, ela
ensinava corte e costura, era uma artista das mãos que além de excelente
costureira bordava, pintava e fazia artesanatos belíssimos. Meus pais sempre
foram, para mim, motivo de grande admiração: ele, pela honestidade, serenidade
e perseverança; ela, pela bondade, sabedoria e sensibilidade artística que
manifestava até em tarefas cotidianas como cozinhar, costurar, na relação
amorosa e afetiva com as pessoas, sem fazer distinção de posição social. Então
meu primeiro contato com a arte vem dessa educação que recebi de meus pais.
Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória.
Dane
de Jade - Quando muito pequena recebi de uma tia o apelido
que me acompanharia por toda a vida. Crianças que costumam fazer traquinagens
são chamadas de “danadas”. No meu caso, o nome passou por variações desde
“Danoca, Danada” até virar “Dane”, quando comecei a me iniciar no meio
artístico recebi o complemento “de Jade” batizada por João do Crato, devia ter
uns 15 anos. Iniciei meus estudos em uma escola municipal chamada Teodorico
Teles, onde fui alfabetizada por Tia Mariza. Estudei no Colégio Pequeno
Príncipe e Madre Ana Couto, em seguida, no Colégio Diocesano do Crato, ambos
ligados à Fundação Padre Ibiapina. Ainda na escola comecei a participar de
apresentações teatrais, musicais, grupos de lapinhas e quadrilhas juninas,
inicialmente era brincadeira, mas com o passar dos anos essas atividades foram
ocupando cada vez mais o meu tempo. Atuei em espetáculos teatrais como “O Belo
e a Fera”, “FM Histérica”, “Até que a morte me separe”, “TV Devora – A emissora
que traça todas”, “A Vingança do Carapanã Atômico”, “O Baile do Menino Deus”,
entre outros; participei de ações musicais como “Coral Boca de Sapo” e shows em
barzinhos, fiz vocal no cd de Hildelito Parente (eu e Auci Ventura). Em 1996
atuei, em comemoração ao Ano da Terceira Idade, no monólogo “A hora da bruxa –
o mito do corpo sempre jovem”, em que fui dirigida pela argentina Vanina
Fabiak.
Trabalhei sempre com ações culturais, em
instituições privadas, órgãos públicos ou produções independentes. Participei
das gestões do ator e diretor Fernando Piancó e do cineasta e poeta Rosemberg
Cariry na secretaria de Cultura de Crato, quando trabalhei em diversos
projetos: Festival CHAMA – Chapada Musical do Araripe, Encontro de Cultura
Popular do Nordeste, Auto da Malhação do Judas, Dia de Reis, entre outros. No
mandato de Rosemberg na gestão do prefeito Raimundo Bezerra iniciamos uma
articulação junto à Prefeitura para aquisição da propriedade onde se deu um
importante episódio histórico da região Cariri, o “Caldeirão da Santa Cruz do
Deserto”, movimento social liderado pelo Beato José Lourenço e cujas
características lembram Canudos, na Bahia. A partir desse momento me envolvi
mais diretamente com grupos de tradição popular: Reisados, Maneiro-Pau, Cocos,
Bandas Cabaçais, Lapinhas, Guerreiros e tantos outros que compõem o vasto
caldeirão de manifestações do nordeste.
Nesse mesmo período, mobilizamos a criação da
Fundação Mestre Elói. A proposta inicial encabeçada pelo Mestre Elói (poeta
popular, radialista e folclorista) era homenagear o rabequeiro Cego Aderaldo,
mas, com sua morte (Mestre Elói) a instituição passou a ser chamada Fundação
Elói Teles de Menezes, uma homenagem a esse baluarte da cultura popular com
quem tive a honra e a satisfação de conviver e aprender.
Em 1998, o Serviço Social do Comércio, o SESC,
estava reinaugurando sua Unidade no Crato e abriu seleção para coordenador de
Cultura. Participei da seleção, fui aprovada e ocupei este cargo por dois anos,
quando pudemos trazer iniciativas desenvolvidas nacionalmente como os projetos
“Dramaturgia – Leituras em Cena”, “Palco Giratório” e “Sonora Brasil”, entre
outras ações capitaneadas por Sidnei Cruz e Wagner Campos, ambos do
Departamento Nacional do SESC, foi nesse período que encaminhamos a reforma do
auditório do Sesc Crato para ser adequado e estruturado como espaço cênico, o
Teatro-Auditório Adalberto Vamozi.
Logo me identifiquei com os ideais do Sidnei Cruz
(grande amigo) e passamos a pensar, sonhar, executar e organizar ações para
região Cariri, uma delas a elaboração do projeto “Desenvolvimento e
Consolidação do Teatro no Cariri”, que dividimos em três eixos: (1)
“Um Teatro Atrás do Outro”, (2) “Banco de Textos Teatrais” e (3) “Mostra SESC
Cariri de Teatro,” cuja primeira edição foi realizada em 1999 em Crato, apesar
da programação relativamente tímida, já continha, no seu embrião, a
possibilidade de expansão que veio a se concretizar nos anos seguintes.
Com o apoio e incentivo da direção do SESC
Ceará, Presidente Luiz Gastão Bittencourt e a diretora Regina Leitão, geramos
uma grande efervescência cultural na região Cariri com desdobramentos e
reverberação em todo o país. Convidada a assumir a gerência regional do
Programa Cultura do SESC-CE, em 2001 me transferi para Fortaleza com minhas
filhas Jade e Clara. Desempenhei as funções relativas a esse cargo até 2011,
regularizando, nesse período, o Programa Cultura do SESC em nível
estadual, buscando promover maior articulação entre as programações das
unidades SESC no Ceará. Para isso estruturamos uma equipe capacitada para
sistematizar, formatar, elaborar e acompanhar ações e atividades no âmbito do
programa cultura.
Atualmente estou envolvida em ações de curadoria
junto a festivais nacionais como Festival Cena Brasil Internacional (Rio de
Janeiro e São Paulo) e Festival de Teatro de Guaramiranga, participo de
comissões de seleção de mostras em Fortaleza, Aracaju, Bahia, Curitiba, entre
outras cidades. Realizei na cidade de Antônio Cardoso/BA o Festival Bule Bule –
Um Conto de Poesia, em homenagem ao grande poeta, cantador e repentista Mestre
Bule Bule.
Integrei a curadoria do projeto Palco Giratório, do
programa Petrobras Cultural e FUNARTE.
Em nível internacional, participei da curadoria do
Festival de Edimburgo e coordenei a Mostra Luso Brasileira de Culturas na
cidade de Coimbra, Portugal. Participei do Festival Del Caribe, em Santiago de
Cuba, do intercâmbio em Pontedera na Itália e do Encontro de Programadores em
Buenos Aires na Argentina.
Ao final do ano de 2011, fui convidada pela
presidente a assumir a Consultoria Institucional de Cultura no SESC Ceará,
função que desempenhei até o final de 2012, quando recebi o convite do prefeito
Ronaldo Gomes de Matos e seu vice Raimundo Filho para assumir a Secretaria de
Cultura do Crato.
Alexandre Lucas - Como você ver a produção
artística na região do Cariri?
Dane
de Jade - Percebo um momento de elevados níveis de
consciência artística, quando as pessoas estão em busca de maiores e melhores
critérios para organização dos seus trabalhos, uma vontade coletiva de cada vez
mais de qualificar as suas ações.
Entretanto, percebo também que, apesar dos esforços
investidos, as dificuldades continuam limitando a expansão do setor,
dificuldades que estão presentes em todo o país e se expressam com maior
ou menor intensidade nos lugares.
Implementar políticas culturais no Brasil, diante
de tanta riqueza e diversidade, é sempre um desafio. Temos poucos históricos de
políticas sistematizadas e regularizadas no âmbito da cultura.
O campo da cultura ainda está em ajustes. Os
orçamentos disponíveis são restritos para dar conta de todas as demandas, o que
termina por fortalecer a indústria cultural protagonizada pela grande mídia.
Precisamos pensar a cultura a partir de outra
lógica que não a economicista. O retorno dos investimentos em cultura não se
traduzem, nem podem se traduzir, em lucros financeiros. São investimentos na
transformação humana com fins sociais.
Toda política pública deveria ser, acima de tudo,
uma política cultural, e, nesse sentido, uma politica social.
O campo da cultura, sobretudo aquele que se
manifesta por meio dos princípios e das formas artísticas, possui o que
se costuma chamar de fecundidade. Ele é capaz de dar origem, de propiciar algo,
de instigar, de transformar.
Precisamos avançar na salvaguarda do patrimônio
cultural brasileiro, revigorando e fortalecendo o diálogo permanente com as
nossas manifestações tradicionais. É também por meio dessas tradições, enquanto
espaço aberto para a reflexão e a consciência, que a cultura pode contribuir de
maneira significativa para o engrandecimento humano e para o desenvolvimento
social sustentável.
Alexandre Lucas - Você foi uma das idealizadoras da “Mostra
Sesc” no Cariri que ao longo dos anos recebeu vários nomes e é um evento
que vem se consolidando na Região Metropolitana do Cariri. Qual a importância
da Mostra?
Dane
de Jade - Ainda na Fundação Cultural eu pensava numa proposta
que abraçasse a realização de um festival no Crato, uma ideia que pude dar
forma concreta depois que ingressei no SESC em 1998. Apresentei a
proposta e ela foi melhor estruturada por meio do projeto Desenvolvimento e
Consolidação do Teatro no Cariri, que elaborei em parceria com Sidnei Cruz (na
época, técnico em teatro do Departamento Nacional do SESC).
Inicialmente, o principal objetivo era estimular a
produção teatral na região, proporcionando o desenvolvimento dos artistas e a
participação do maior número possível de grupos, espetáculos, artistas, estilos
e visões distintas no fazer cênico. A proposta era incentivar a troca de
informações, ampliar o campo de referências e contribuir para a comunhão dos
que fazem teatro no Ceará, acabamos por ampliar as linguagens e trazer
para Mostra ações nos diversos segmentos que compõem o programa cultura do Sesc
como literatura, música, tradição, cinema e artes visuais.
A partir desse conceito surgiu a Mostra Sesc Cariri
de Teatro, passando à Mostra Sesc Cariri de Artes, numa parceria com a SECULT
Ceará e em seguida, à Mostra Sesc Cariri de Culturas, que hoje abrange essa
diversidade de linguagens e ações que se espalham por toda a região.
A Mostra se constitui como uma ação fundamental
para o Cariri, irrigando a região com o que há de mais instigante no panorama
artístico nacional.
Nesse sentido, ela oportuniza o intercâmbio das
artes, dos artistas e das comunidades locais, proporcionando formas de difusão
e valorização das culturas, fomentando as práticas e os saberes locais. Ela
assume o desafio de se inserir nos diversos municípios que compõem e região,
mantendo a sua capacidade de renovação com o compromisso de atrair, cada vez
mais, investimentos e esforços que possam se traduzir em políticas de cultura.
Alexandre Lucas - Você vem desenvolvendo no Crato
um trabalho na ONG Beatos. Fale desse trabalho.
Dane
de Jade - A ONG BEATOS - Base Educultural de Ação e Trabalho
de Organização Social, é um espaço coletivo com ações integradas voltadas para
os saberes de tradição oral, a troca de ideias e a pesquisa. Ela se constitui
como uma organização da sociedade civil criada com o intuito de defender e
promover os direitos humanos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e
simbólicos das comunidades onde se insere. A Beatos é uma associação sem
fins lucrativos que reúne pessoas atuantes na preservação, melhoria e revigoramento
das tradições populares. Uma proposta em cultura, patrimônio e educação voltada
para o desenvolvimento das pessoas, construída a partir do sentimento de
coletividade e comunhão, fundamentada no pensamento dos beatos, como por
exemplo, Pe. Ibiapina e José Lourenço, idealizadores de uma civilização
para um mundo melhor.
Dentre os seus objetivos estão o fortalecimento da
democracia e a busca do desenvolvimento social, a preservação ambiental, o uso
de tecnologias sustentáveis, o respeito e salvaguarda da memória e do
patrimônio cultural dos povos. No seu conjunto de ações podemos destacar o
Centro de Referência, Transmissão, Pesquisa e Memória das Culturas do Cariri
recentemente certificada pela Gaia Education.
Enquanto sócia-fundadora da ONG, tenho atuado
na articulação de projetos e propostas como a implantação do Programa de
Fortalecimento do Centro de Referência de Cultura para Sustentabilidade da
Região do Cariri Cearense – Gaia Cariri com o intuito de promover,
permanentemente, o envolvimento, o compromisso e a participação das comunidades
locais no manejo e aproveitamento dos recursos naturais, de acordo com os
critérios de sustentabilidade.
Buscamos focar em ações culturais que possam
contribuir para o fortalecimento das nossas identidades, para a transmissão das
culturas e saberes de tradição oral e para a preservação do meio ambiente.
A proposta da BEATOS é ser um espaço coletivo com
ações integradas, focadas nas trocas simbólicas e afetivas, que possam envolver
as comunidades e a região do Cariri.
Alexandre Lucas - Nos últimos meses os artistas do
Crato vêm se mobilizando e discutindo políticas públicas para a cultura. Você é
uma das pessoas que tem participado dessas discussões. Na sua avaliação o que
representa para o Município o desenvolvimento de políticas públicas ao invés de
política de gestão?
Dane
de Jade - Na verdade uma coisa não está dissociada da outra;
políticas públicas e políticas de gestão podem ter um sentido de
complementaridade.
O que realmente considero necessário para a
elaboração e implementação de políticas públicas de cultura é o dialogo
permanente. É a partir desse diálogo que poderemos perceber e compreender as
demandas socioculturais. Entendo a cultura como algo que não
necessariamente está relacionada ao puro entretenimento. Acima de tudo ela tem
uma função sociopolítica. A sua proposta deve estar relacionada ao
desenvolvimento humano, à “ampliação da esfera de presença do ser”, nas
palavras de Teixeira Coelho.
Alexandre Lucas - A indicação do seu nome para
Secretaria de Cultura do Crato é avaliada como positiva por diversos segmentos
da cultura. Como você encara esse desafio?
Dane
de Jade - Como você bem coloca, encaro como um desafio,
entretanto, numa perspectiva bastante otimista, por saber que estarei contando
com o apoio das pessoas, dos artistas e dos gestores municipais, o Prefeito
Ronaldo Gomes e do Vice Raimundo Filho.
Gestão cultural é a minha área de afinidade, de
paixão. Sou militante da cultura e busco sempre, enquanto cidadã, levantar a
bandeira da Cultura, destacando a sua importância fundamental para os
processos de desenvolvimento das sociedades.
Na função de Secretária de Cultura da minha cidade
natal, espero poder contribuir para o alargamento das ações que buscam
desenvolver o ser humano, na perspectiva da construção de uma sociedade
melhor. É um prazer e uma honra poder fazer isso a partir do Crato, a
partir do Cariri.
Alexandre Lucas - A “Carta Compromisso com a
Cultura” foi assinada pela candidatura do Prefeito eleito. Como você
pretende honrar esse compromisso?
Dane
de Jade - Assumiremos no dia 01/01/2013. Inicialmente,
a nossa intenção será nos debruçar sobre o planejamento, considerando as
realizações e projetos de gestões anteriores.
Vamos dar continuidade ao que merece ser
continuado. Vamos analisar cada ponto da “Carta Compromisso com a Cultura” e
buscar junto às três esferas do poder público e a sociedade os meios para
honrar esse compromisso, inscrevendo as ações no Plano Municipal de Cultura
definindo com democracia e transparência estratégias de desenvolvimento para o
Crato que queremos viver.
Alexandre Lucas - Como pretende manter o diálogo
como os artistas e demais segmentos da cultura?
Dane
de Jade - Esse é o maior dos desafios. Compreendo a
construção da cultura como algo que se constitui por meio do diálogo. Meu
gabinete estará aberto para todas e todos, quero estabelecer e
institucionalizar canais de participação para que a sociedade tenha o
protagonismo na construção das politicas publicas e nas decisões a respeito dos
destinos da cidade no âmbito da cultura. Vamos realizar a conferencia de
cultura e espero sair da conferencia com os canais de participação devidamente
formalizados.