Uma política de submissão aos EUA, como promete o candidato
Aécio Neves é apenas isso. Submissão. O Brasil continua com grandes
dificuldades, todas superáveis, e não precisa tirar os sapatos para passar nos
controles da fronteira produtiva imperial.
Não precisa porque nossos problemas poderão ser superados.
Seja pelo camponês, pelo empregado da indústria, pelo professor, pelo taxista,
pelo profissional da atenção básica da saúde e até por especialistas bem
formados em alguma universidade do exterior. Seja por qual longitude ou
latitude habite neste grande país habite e lá tenha suas famílias.
Aliás ao contrário do que pensa FHC não somos nordestinos
apenas porque estamos em alguma posição geográfica. Somos nordestinos porque
temos descendência, temos história, temos vida e não precisamos tomar lições de
quem quer que seja para compreendermos que o mundo é aqui e dessa maneira.
Que os EUA não sejam confiáveis como modelo para nós isso é
pacífico. Não para Aécio Neves e para o empregado de George Soros, Armindo
Fraga porque aí o negócio é outro. Não é bem sermos o que somos com nossas
dificuldades e até nossas capacidades de superar.
Para sentirmos o modus operandi do Estado americano tomemos
a estratégia adotada contra o Camboja supostamente uma rota de abastecimento
dos vietcongues. Richard Nixon manda bombardear e Kissinger diz: “Tudo que voe,
contra tudo que se mova”. Ou seja bombardeio massivo. E não esqueçamos que os
bombardeios sobre as cidades alemães no final da Segunda Grande Guerra foram de
uma violência equivalente aos da Luftwaffe.
Sobre uma zona rural atrasada do Camboja os EUA lançaram
bombas equivalentes a cinco Hiroshima. Arrasaram tudo que ficava embaixo,
destruíram vila a após vila, deixando cadáveres à mostra visto do alto das
aeronaves. Iam até à base, reabasteciam, e voltavam para jogar mais bombas
sobre ruinas e cadáveres. Aí o tal do Kmer Vermelho foi o efeito colateral.
Basta comparar a história do Vietnã e do Camboja para compreender a diferença.
Não precisamos entregar nosso futuro a este modelo de
civilização. Ao contrário temos que compreendê-lo muito bem para tomarmos as
nossas próprias decisões. O ódio estimulado pela campanha de Aécio Neves contra
nordestinos, que atingiu alguns siderados de jaleco branco é a imagem exata
deste horror imperial pensando na “castração química dos nordestinos” ou em “jogar
uma bomba atômica para que por lá não nasça nada por setenta anos.”