por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 30 de abril de 2011

DORIVAL CAYMMI- Por Norma Hauer


Foi no dia 30 de abril de 1914 que Dorival Caymmi nasceu.
Falar dele é repetir o que todos sabem, mais gostaria de lembrar seu começo na Rádio Mayrink Veiga, em 1939.
Carmen Miranda o conheceu cantando amadoristicamente e percebeu que ali havia um gênio. Levou-o à presença de César Ladeira (Diretor artístico da emissora) que o aprovou e, com ele, ela se apresentou naquela rádio cantando "O Que é Que a Baiana tem?" e "A Preta do Acarajé".
Dai para as gravações foi "um pulo".
Na emissora havia uma cantora lírica, de bonita voz, que se apresentava no "Teatro de Operetas", que, aos domingos, era levado ao ar no Programa Casé, com os cantores Cândido Botelho, Marcel Klass e a cantora Stela Maris, que Dorival conheceu em uma pequena temporada na Rádio Nacional .
Embora ele a conhecesse na Nacional, pode-se dizer que foi na Mayrink que o amor nasceu.
Bonita, bem apessoada, Dorival Caimmy por ela se apaixonou e aquele teatro perdeu sua maior estrela, que foi brilhar na casa de um baiano, deixando a Mayrink "na mão" mas iluminando a casa de Caymmi, dando origem a mais três estrelas:Nana, Dori e Danilo.

Dorival Caimmy faleceu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos. 

Norma

Olhos de Farol


Olhos de Farol


Composição : Ronaldo Bastos - Flávio Henrique

Por que só vens de madrugada
E nunca estás por onde eu vou?
Somente em sonhos vi a luz
Da lua cheia
O canto da sereia
No breu da noite eu sei que
Reinas a me refletir
Olhos de farol
Porque tu és a lua e eu sou o sol
Porque só brilhas quando eu durmo
Sou condenado a te perder
Eu só queria ver andar na ventania
Luar do meio-dia
Na minha fantasia, ainda sou teu pierrô
E disfarço mal
A lágrima de amor no carnaval
Eu te vi em sonhos
A boiar no meu jardim
Lua de cetim entre os lençóis
E no céu sem nuvens
Podem as miragens
Se tornar reais e são dois sóis
Eu te vi rainha
Dona de nós
Imitar a voz dos rouxinóis
E no céu em chamas
Podem as miragens
Se tornar reais e são dois sóis

Tarrabufado em 2740 Khz


Em fins de 1973, o prefeito Sindé Bandeira enviou uma convocação urgente ao locutor Juju Gurgumilho de Veludo: queria vê-lo na prefeitura com máxima brevidade. Só para lembrar: o nosso Juju presidia a gloriosa Rádio Paranaporã de 2740 KHz sempre, segundo seu slogan , “ falando de Matozinho para até adonde Judas perdeu as botinas”. Nosso jornalista começara a vida como camelô, dali pulara para uma profissão bem mais nobre : animador de comício. Do palanque, infuluiu-se , sob a proteção de Sindé, para uma amplificadora na Praça da Matriz que terminou servindo de embrião para o primeiro veículo de imprensa de massa da pequena vilazinha. Primeiro e único, naqueles anos 70. A concessão da Paranaporã viera sob influência política de Sindé Bandeira e fizera-se uma Rádio chapa branca desde seu nascedouro. Juju era um mero testa de ferro do prefeito. O samango Gurgumilho, assim, recebeu a convocação como uma ordem e, de pronto, compareceu a presença do seu general.
Sindé , rápido, explicou a Juju sua preocupação. A Rádio precisava se antenar com o mundo. Não podia ficar apenas transmitindo as missas de domingo, as sessões da Câmara, as partidas de futebol entre Matozinho, Bertioga e Serrinha dos Nicodemos. A rádio não fazia jus ao seu lema : “Paranaporã AM 2740 : Um tarrabufado de audiência “. Havia um esporte que agora estava em voga: o automobilismo. Fittipaldi havia sido campeão mundial de Fórmula 1 em 1972 e tudo indicava tinha enorme chance de vencer novamente em 1974. Dali a uns dois meses haveria o Grande Prêmio Brasil e Sindé foi direto : queria que a Paranaporã transmitisse a corrida direto de São Paulo e com exclusividade para toda a região. Tinha um parente trabalhando na Rádio Gazeta paulista e que lhe prometera dar a logística mínima necessária à histórica transmissão. Juju fingiu entender do assunto e prometeu reunir os integrantes da “Rasga Goela”, sua equipe de jornalismo. Traria, depois, uma proposta para aquele feito que iria colocar, definitivamente, a Paranaporã como o mais importante veículo de mídia em todo interior do estado.
O entusiasmo de Juju começou a arrefecer já na porta do gabinete. A proposta de Sindé era mudança demais para a carroçazinha da Paranaporã. As atividades extramuros da rádio nunca se tinham afastado além dos municípios vizinhos. E mais, ninguém por ali presenciara uma corrida de carros, até porque todos existentes em Matozinho, naqueles tempos, não eram suficientes para preencher nem um grid de largada.Quem diabos lá tinha cacife para transmitir um troço daqueles? Não bastasse isso, ninguém da equipe havia ido sequer para a capital, quanto mais para São Paulo: aquela terra engolideira de gente. Pelo sim, pelo não, Gurgumilho reuniu sua equipe e expôs, ponto por ponto, a ordem que havia recebido do prefeito. Todo mundo refugou: ninguém entendia de corrida , São Paulo era uma selva e todos foram enfáticos : preferiam a demissão a se meter numa enrascada daquele tamanho.
Juju concordava com as aflições gerais, mas não podia levar uma resposta negativa ao dono do pedaço. Lembrou-se, então, de Garibaldo Jurubeba . Ele vivia transmitindo umas corridas de cavalos na redondeza, era locutor de vaquejada em Bertioga , marcador de quadrilhas e chamador oficial de bingos nas quermesses. Vivia atanazando Juju: seu sonho era trabalhar na Paranaporã. Além do mais morara por muitos anos em São Paulo, trabalhando no Brás, como vendedor ambulante, até retornar a Matozinho. Garibaldo apresentava-se como a única salvação de Gurgumilho.
Juju procurou-o e largou a lábia. O homem, no entanto, era liso como muçum , aprendera na selva urbana as técnicas de negociação. Deu uma de Cid Moreira, fez-se difícil e desinteressado. Esticou o mais que pôde as propostas do presidente. Só acedeu quando ficou garantido : seria, na volta, contratado, teria um programa de rádio só seu e passaria a ser diretor de todas as transmissões externas da Paranaporã a partir dali. Juju voltou meio chateado, mas, respirando com mais facilidade, procurou o prefeito e informou que tudo havia se resolvido. O Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 de 1974 seria transmitido diretamente de Interlagos pela Paranaporã , por “Gari Jurubeba : um balde de informação”.
No início de janeiro, Jurubeba embarcou na Sopa de Seu Duzentos , em busca de São Paulo. Levava todo o equipamento necessário para transmissão. Toda Matozinho estava presente na hora da saída e toda equipe da Paranaporã perfilou-se na praça para assistir à sua partida. Sindé pronunciou um discurso histórico de uma Matozinho antenada com o mundo e com os novos rumos da globalização. Chegando a São Paulo, Garibaldo procurou a casa de uns parentes e se aboletou com eles lá pras bandas de São Miguel Paulista. Entrou ainda em contato com parente de Sindé ,funcionário da Rádio Gazeta , que, na verdade, não negou fogo. Deu-lhe todo o material necessário para ele se ir inteirando da missão. Levou nosso locutor ainda em Interlagos para o cabra tomar pé do que encontraria pela frente. Só aí Jurubeba começou a entender o tamanho do pepino que comprara de Juju. E gelou . Entendeu logo que os nomes dos pilotos eram difíceis, tudo das estranja: Fittipaldi, Clay Regazzoni, Jody Scheckter, Niki Lauda, Ronnie Petterson. Era preciso traduzir aquilo tudo para a língua de Matozinho, se não ninguém entendia.
No dia 27 de Janeiro, cedinho, além de tudo chovendo, com a imprescindível ajuda da Gazeta, Gari se arrumou na cabine de imprensa e começou a transmissão, já com as notícias prévias. Todos os rádios de Matozinho se ligavam na transmissão histórica.
--- “Bom dia, mas muito bom dia mesmo, amigos de Matozinho, do Brasil e do Mundo! Aqui é Gari Jurubeba,montado nas ondas médias da sua Paranaporã, trazendo um balde de informações sobre o Grande Prêmio Brasil de corrida de carros, diretamente de São Paulo. Aqui tá um frio de matar sapo, parece em junho no alto da Serra da Jurumenha! Daqui a pouco vai começar a corrida e os corredores que têm mais chances de ganhar, são Emérson Fio do Padre, Clailton Vive na Zona, Josi da Xereca, Nico de Laura e Romildo Pé no Terço”.
Depois disso, Gari passou a encher lingüiça esperando o começo da corrida. Falou dos patrocinadores, agradeceu à Rádio Gazeta e lembrou que aquele feito só tinha sido possível por conta da atuação do grande prefeito Sindé Bandeira. Armado o GRID de largada, Gari percebeu a dificuldade que teria pela frente. De longe, de capacete, só aqueles pitoquinhos metidos dentro de carro preto, branco, verde, amarelo. Com chuva a visibilidade era ainda mais prejudicada. Enquanto os carros estavam estáticos, Gari com a lista na mão ainda deu uma de entendido. Dada a largada no entanto, misturou-se tudo, em meio à chuva e à velocidade. E a transmissão de Gari Jurubeba foi mais ou menos essa por duas horas seguidas:
---- Lai vem.... vruuummmm.... lai vai...... vrummmmm... Lai vem... vrummmmmmmmmmmm.... Lai vai...... vrummmmmmmm..... Tão anexo.....Vrummmmmm........ deu cangapé............vrummmmmmmmmmmm...... lai vem.......... vrummmmmmmmm... lai vai............. vrummmmmmmmmmm.... o amarelo.... vrummmmm...... o preto........ lai vem.... lai vai..... vrummmmmmmmm...
Quando terminou tudo, na bandeirada final, já exausto, Gari tomou novamente conta da situação.
---- É do Brasil ! Quem ganhou foi nosso Emérson Fio do Padre! E só podia ganhar mesmo, meu povo, ou bicho prá ter sorte é o tal do fi de padre !
De volta a Matozinho, nosso Gari foi recebido com festa pela gloriosa Banda Municipal. A cidade estava felicíssima com o momento histórico que vivenciava. Na praça, a população toda reunida esperando o retorno do jornalista, fogos riscando nos céus. De repente, a sopa de Duzentos aponta na rua trazendo o herói da raça : Gari Jurubeba. Vendo o ônibus aproximar-se um moleque grita da janela de casa:
---- Lai vem....
O povo até que se agüentou, mas quando a sopa passou, com um Jurubeba de dentes à mostra na janela, o moleque gritou para gargalhada geral:
---- Lai vai.... Vrummmmmmmmm....

J. Flávio Vieira

Um filme, uma música- " April Love " (1957)



Limbo literário, vida em sonoridade! - socorro moreira


Por amor, já morri e ressuscitei tantas vezes, que o meu conceito de eternidade firmou-se.
A vida emocional/sentimental renova-se, como o mundo material.
Chega um momento porém, em que enxergamos tudo a uma certa distância, sem  envolvimento...Aí apreendemos a amar , indistintamente.
Imagino que seja assim, na transcendência física. A gente passa a não fazer parte da realidade terrena, mas deixa os registros da nossa passagem, através dos filhos, e dos nossos afetos/construções. Cada tipo de relacionamento trabalha algo especial, em nosso espírito. Tudo tem a sua importância maior.Revela um caminho, nos impulsiona para novas aprendizagens. Quando interrompemos um dos nossos processos estamos apenas adiando novo embate.Daí é legal exaurir  possibilidades, alterando a qualidade de vida, numa postura melhorada.
Sinto-me numa estrada ora escura, ora iluminada. Não posso olhar para trás, mas posso continuar o passo, e descobrir outras luzes, e enxergar surpreendentes paisagens.
A morte é apenas um pulo, uma ponte, entre o presente vida e o futuro infinito.

Onde mora a beleza afinal?-Por: Rosemary Borges Xavier

A rosa (Rosa x grandiflora Hort.), foi escolhida como a mais bela flor, isto é inquestionável ou não. Embora todas as flores que existam em qualquer parte do mundo pode ser considerada como a mais bela, até mesmo as bem menores, onde na maioria das vezes para observar-lhe melhor os detalhes temos que espichar a vista. Temos flores sem aromas, as que desprendem aromas repugnantes (como cheiro de ovo podre, é isto, são adaptações para atrair a presa, os insetos).
Mas afinal onde reside a beleza desta que dentre todas foi escolhida para representar a formosura de todas?
Uns falam, está no aroma.
Mas temos tantas que exalam perfumes tão inebriantes.
Outras respostas sugerem que está na coloração.
E novamente surge outro questionamento:
Mas todas elas têm sua cor, nunca vi uma flor transparente, será que existe?
E mesmo se existir, certamente será bela.
Ah! mais um argumento se dá para desvendar a beleza, desta que foi selecionada entre as demais para simbolizar este nosso conceito tão relativo frente ao que não podemos ver com a luz destes globos que estão cravados em nossa face.
E aqui fazemos a colocação:
Encontramos o belo nas suas pétalas macias e tão bem dispostas, pois existem aquelas compostas apenas por uma pétala, logo, para muitos podem não encontrar beleza.
Estamos esquecendo que uma flor para ser sustentada necessita de algo, pois ela não paira sozinha no ar. Temos aí uma haste, e quando paramos para olhar, na rosa, temos mais que estes sustentáculos nela aparecem uma protuberância, que denominamos de espinhos.
Muitos têm pavor em tocar nesta flor, para não se ferir, pois ninguém quer sentir dor, mesmo que na maioria das vezes já tenhamos sentido alguma, de forma variável. Quando ela é física, amenizamos mais rapidamente com um simples comprimido analgésico ou outra substância mais forte, quando ela é mais intensa.
Pois bem, veremos o espinho, para fazer parte da beleza da rosa, ele está ali, pronto para defendê-la, portanto, podemos ver que seu sentimento é de zelo, e zelar por algo nos mostra carinho, sendo o carinho um sentimento belo. Portanto, até no espinho há perfeição, que é sinônimo de belo.
Chegamos ao final desta pequena descrição de onde podemos encontrar a beleza, seguramente surgirá mais elementos para compor a idéia, fiquem à vontade. E “Para não dizer que não falei das flores”(Geraldo Vandré), vamos admirar mais todas as coisas que nos cercam, afinal se não existir o que é natural por perto, vamos deixar de existir. Enxergar com os olhos do coração é estarmos desvendando a vida com os olhos do Criador.

MENINO DE RUA- Rosa Guerrera



Ei ! você aí de cara suja, calça rasgada nos fundilhos , olhar vivo,parado numa esquina observando quem passa ...Você que chegou até o centro da cidade pendurado na traseira de um coletivo com aquela sensação de vazio no estomago e no coração ...Você que ignora quem seja seu pai , sua mãe , que nunca ouviu falar o significado da palavra “ família” ... não imagina nunca que neste momento eu escrevo para você.
Isso mesmo ! Penso em você , porque o seu futuro eu vejo nítido na imagem do seu presente sem infância.
Quantas vezes você já não dormiu num Juizado de Menores , heim garoto? E adiantou de alguma coisa ? Lembra também que por outras vezes prometeu mudar de vida após algumas surras? Promessas que caíram no esquecimento, e logo depois tudo voltou a sua rotina . E recomeçaram as perseguições, as correrias loucas pelas avenidas , os furtos aos desprevenidos, algumas detenções e mais uma vez a rua como dormitório e refeitório .
E nessa infância adulta , você um dia quem sabe não partirá rumo às drogas ... e o caos se fará presente de uma vez por todas.
Depois ... ( e esse depois sempre acontece) ... a polícia , o tráfico, as sirenes , os assaltos ,e quando você não termina seus dias num presídio, o seu corpo tomba sem vida numa viela qualquer.
E como é duro a gente saber disso. Duro e ao mesmo tempo cruel sabermos que você não é único , mas apenas um a mais entre centenas de garotos que se espalham nas grandes cidades , no abandono e no desamor dos homens.
Sim , meu menino de rua , meu carinha suja , meu ladrão precoce , você não tem culpa alguma da sarjeta que lhe jogaram.Você não pediu para nascer, e quando nasceu precisou como todos nós , de um lar , de carinho , de diálogo e de compreensão.
Mas que lar você teve ? Onde o seu pai ? Sua mãe ?
Assim a fome o conduziu ao mundo ingrato que lhe assiste hoje. E veio o primeiro furto, o segundo , o terceiro, tudo se tornando lentamente uma maldita rotina...
Hoje nos encontramos por acaso numa esquina , e os nossos olhares se cruzaram. E confesso: segurei mais forte a bolsa. E errei ! Confesso que falhei dentro do meu medo ou do meu egoísmo. Eu poderia ter olhado para você como apenas um menino de rua , mas só consegui vê-lo como um “trombadinha” , ou talvez até como um futuro assaltante. Peço-lhe desculpas agora ! E tento dizer um pouco tarde a frase que bem poderia ter sido dita no momento do nosso esbarro. De qualquer maneira , onde você estiver nesse instante , faça de contas que estamos de novo cara a cara , e num gesto meigo passarei a mãos nos seus cabelos sujos e sorrindo lhe perguntarei : “ OI GAROTO, COMO VAI VOCÊ “?


 por rosa guerrera


Dorival Caymmi


Dorival Caymmi (Salvador, 30 de abril de 1914 — Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008) foi um cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro.

Compôs inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano. Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica. Morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em casa, às seis horas da manhã, por conta de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos em consequência de um câncer renal que possuía há 9 anos..[2] Permanecia em internação domiciliar desde dezembro de 2007. Poeta popular, compôs obras como Saudade de Bahia, Samba da minha Terra, Doralice, Marina, Modinha para Gabriela, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena.

Filho de Durval Henrique Caymmi e Aurelina Soares Caymmi, era casado com Adelaide Tostes, a cantora Stella Maris. Todos os seus três filhos são também cantores: Dori Caymmi, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.

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Nelson Motta



Nelson Cândido Motta Filho (São Paulo, 29 de outubro de 1944) é um jornalista, compositor, escritor, roteirista, produtor musical e letrista brasileiro. Filho de Maria Cecília Motta e Nelson Cândido Motta.

Nasceu na capital paulista, mas foi morar no Rio de Janeiro com os seus pais quando tinha apenas seis anos de idade.

Em 1966, venceu a fase nacional do I Festival Internacional da Canção (FIC), com sua canção Saveiros (com Dori Caymmi), interpretada por Nana Caymmi.

Participou da bossa nova junto com nomes como Edu Lobo e Dori Caymmi. Ajudou no desenvolvimento do rock brasileiro, através de seu trabalho como jornalista em O Globo e no programa Sábado Som, pela Rede Globo. No final da década de 1980 foi responsável pelo lançamento de Marisa Monte e pela produção do festival Hollywood Rock. Idealizou e formatou programas como Chico e Caetano (1986) e Armação Ilimitada (1985). Fez palestras nas Universidades de Harvard (2000), Oxford (Inglaterra, 2005), Roma (2002) e Madri (2004) e em quase todas as capitais brasileiras.

É autor de mais de 300 músicas e entre os seus parceiros estão Lulu Santos, Rita Lee, Ed Motta, Guilherme Arantes, Dori Caymmi, Marcos Valle, Guinga, Max de Castro, Erasmo Carlos, João Donato e a banda Jota Quest. Autor de sucessos musicais como Dancing Days (com Ruben Barra), Como uma Onda (com Lulu Santos), Coisas do Brasil (com Guilherme Arantes), "Bem que se quis", primeiro sucesso de Marisa Monte, além da canção de final de ano da Rede Globo "Um Novo Tempo" (com Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle. Motta já dirigiu espetáculos no Brasil e no exterior e produziu discos de grandes astros e estrelas da MPB tais como Elis Regina, Marisa Monte, Gal Costa, Daniela Mercury, dentre outros.

Foi diretor artístico da gravadora Warner Music, produtor da Polygram e também participou do programa Manhattan Connection (canal GNT), com Lucas Mendes e Paulo Francis, entre 1992 e 2000.

Escreveu os best-sellers "Noites Tropicais" e "Vale Tudo – O som e a fúria de Tim Maia" (ambos pela editora Objetiva), que, juntos, venderam mais de 300 mil cópias; seus romances "Ao Som do Mar e à Luz do Céu Profundo" (editora Objetiva), "O Canto da Sereia" (editora Objetiva) e "Bandidos e Mocinhas", além do livro de histórias "Força Estranha" (2010 - editora Objetiva), que mistura ficção e realidade, permaneceram na lista dos livros mais vendidos por semanas. Também escreveu "Nova York é aqui" (editora Objetiva), "Memória Musical" (editora Sulina), dentre outros.

Foi colunista dos jornais Última Hora (1968), O Globo (1973 a 1980 e depois de 1995 a 2000) e Folha de São Paulo (2003 a 2009). Desde 2009 escreve colunas semanais nos jornais O Globo e O Estado de São Paulo.

Nelson mantém o programa musical Sintonia Fina , que toca em várias rádios do país. Atualmente está escrevendo a biografia de Glauber Rocha, "A Primavera do Dragão", que será lançada pela editora Objetiva no primeiro semestre de 2011, e o roteiro do musical baseado no seu livro "Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia", com previsão de estreia para abril de 2011. Nelson mantém, também, uma coluna sobre cultura que vai ao ar às sextas-feiras no Jornal da Globo.

Nelson tem três filhas (Joana, de seu primeiro casamento, Esperança e Nina, que teve com a atriz Marília Pêra), quatro ex-mulheres (além de Marília, Mônica Silveira, a empresária Costanza Pascolato e a publicitária Adriana Penna) e três netos, duas meninas e um menino.
wikipédia

"A música- trilha sonora da vida" (Nelson Motta)


São quase 3 h da manhã.Por que ainda não dormi?
Esperava "Som Brasil", num especial, em homenagem a Nelson Motta.
Belíssimas interpretações!
Acompanho o seu trabalho desde o tempo em que foi jurado do programa de Flávio Cavalcante, na extinta  Tupi.
Quando compôs "De onde vens" com  Dori Caymmi , elegi esta canção como uma das minhas preferidas - trilha de vida!






De Onde Vens
(Nelson Motta e Dori Caymmi)



Ah, quanta dor vejo em teus olhos
Tanto pranto em teu sorriso
Tão vazias as tuas mãos
De onde vens assim cansada
De que dor, de qual distância
De que terras,de que mar
Só quem partiu pode voltar
E eu voltei prá te contar
Dos caminhos onde andei
Fiz do riso amargo pranto
No olhar sempre teus olhos
No peito aberto uma canção
Se eu pudesse de repente te mostrar meu coração
Saberias num momento quanta dor há dentro dele
Dor de amor quando não passa
É porque o amor valeu


Vida Real
(Nelson Motta/Arturo Castro)
Quem sabe assim
Você vai aprender que amar
Não é brincar de amor e sofrer
Faz parte do querer
Mais uma vez
Você só quis amar à você
E agora compreende porque
Amar é
perigoso demais
A vida ensina que
não se aprende a viver
Senão vivendo
entre o não e o sim

Agora chora e a quem querias
Não te ama e foi embora
Seca tuas lágrimas e olha prá mim
Me diz o que é que eu posso dizer
Se é noite em nossa vida real
O sonho que não teve final

Quem sabe assim
Você vai aprender que amar
Não é brincar de amor e sofrer
Faz parte do querer

Mais uma vez
Você só quis amar à você
E agora compreende porque
Amar é
perigoso demais


SAMBA ENREDADO - UM GIL DE UM TAO BRASIL - por Ulisses Germano



SAMBA ENREDADO
(Letra e Música: Ulisses Germano)

Um dia um Gilberto Gil
Que nasceu num tal Brasil
Surpreendeu-se com o que viu
Escuro azul-céu de anil
Da cor do sangue que ungiu
A África que sumiu
O banzo não redimiu
A música lhe ressurGIL
Foi ele, Gilberto Gil
Que nasceu num tal Brasil..
Vira-mundo
QUANTA gente
Veio ou mundo 
pra compor sem torpor
pra cantar melodias
de melhorias sobre a dor
Sem tirar nem por
 perguntator perguntou:
-QUANTA gente veio ao mundo
pra cantar do íntimo profundo:
"Cá na terra isso tem que se acabar?"
Ulisses Germano
Crato, trinta411


"A Ciência não avança/a Ciência alcança a Ciência em si!"
Gilberto Gil (QUANTA)