Eike Batista está
quebrando. A frase não expressa a realidade: quem está quebrando são todas as
pessoas que aplicaram seus capitais nos projetos de Eike. Projetos que estão
indo para o fosso financeiro e junto com eles os capitais das pessoas que
acreditaram neles ou não acreditaram mas os bancos onde depositaram suas
reservas acreditaram.
Os derivativos deram
água e os bancos faliram. Errado, além dos impostos de todos que salvarem os
bancos da bancarrota, a poupança de muita gente foi para o ralo. Com ela a
aposentadoria dos americanos e europeus, além dos empregos dos netos.
Um operador do mercado
financeiro italiano teve uma grande sacada. Tornou-se padre e foi operar os
seus “conhecimentos” na contabilidade analítica da Sé Apostólica e como membro
destacado no instituto que administra o grande patrimônio imobiliário do
Vaticano. Resultado a polícia acaba de prendê-lo como um grande lavador de
dinheiro e como proprietários de imobiliárias e operador de negócios ilegais.
Indo do capitalista em
busca de ampliar seus capitais, passando pelo mundo material das famílias em
suas poupanças até o domínio físico do reino dos céus o jogo com os fundos
financeiros é uma irracional atividade predatória. É como um depósito de queijo
infestado por ratazanas. Não importam as ratoeiras, o roedor sempre estará
subtraindo materialidade ao queijo.
Os depósitos desde o
início da revolução agrícola sempre foram alvo de comensais de todas as
espécies. Por incrível que pareça é o mesmo com a coisa mais subjetiva que
existe a que todos chamam dinheiro. Que aliás podia até ser alvos de traças e
cupim, mas agora no meio eletrônico é pura virtualidade.
Trocou-se o projeto da
ação coletiva e contínua, por cifras que externamente determinam esta ação. Ao
invés do convencimento e da vontade extraída do trabalho (que é a ação) criaram-se
mecanismo de poder para extrair deste trabalho uma parcela virtual sobre a
forma de capital e assim determinar o comportamento geral de todos. Ao se
tornar um poder determinante do trabalho, transformou a espontaneidade e
alegria em obrigatoriedade e sofrimento. Fez do trabalho uma danação.
Este é o ciclo imoral,
corrupto, predatório, anti-humano que atuar sobre a história neste momento e a
ele por sua natureza cumulativa, privada e concentradora chama-se capitalismo.
Não é um demônio, não é um ícone, é apenas a forma de organização da produção
que existe nesta fase e que todos precisam analisar para melhor compreender e
superar.