por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 1 de maio de 2012

Memórias de Abril. Liduina Vilar.

Não devo nada a Abril,
a não ser o que aconteceu de bom.
Se chorei, já esqueci,
se sofri, já passou...
As vezes que a tristeza chegou,
o amor recebido compensou.
Tenho muito que agradecer
 a Deus, Criador do mundo,
ás maravilhas do mês quatro:
Todos os abraços e beijos recebidos
e ao trabalho realizado.
Aos sorrisos recebidos
e aos olhares, estes, inesquecíveis!

Feliz mês de Maio, queridos e queridas.

FAZENDO AS PAZES COM UMA TANGERINA – por Stela Siebra
Sabe aquela história de procurar uma coisa e achar outra? Na bagunça suportável de uma estante, encontrei hoje um livro do monge budista Thich Nhât Hanh , que tenho desde 1989. Eu procurava um dos meus livros de Astrologia e eis que “O Milagre da mente alerta” se apresenta para mim, como me dizendo: ‘nesse momento você precisa reler minhas lições’. Bom, como eu sempre estou precisando aquietar minha mente... fui reler o livro, cuja base é o ato de respirar consciente, é o foco na ação que se está fazendo, como caminho para a unidade, para a percepção da realidade como um todo e não compartimentos estanques. Parece simples, mas o pensamento gosta de voar, é preciso disciplina para se chegar à concentração. Pelo menos para mim é assim. E lá vem aquela música que diz “o pensamento parece uma coisa à toa/ mas como é que a gente voa/ quando começa a pensar”.
Hum... mas onde é que entra a tangerina nessa história? No livro, Thich Nhât Hanh conta o fato de que um amigo seu estava chupando uma tangerina com toda sofreguidão, colocando um gomo atrás do outro na boca, sem mastigar, enquanto falava empolgado de seus planos para o futuro. O monge, então, chama sua atenção, pois se não saboreava um gomo de cada vez, não conseguiria tampouco saborear a tangerina inteira. Lembra-lhe que ele não está presente na ação, e que junto com a tangerina está engolindo seus planos.
Quando li o livro pela primeira vez lembrei-me de um fato semelhante que acontecera comigo: estávamos eu e uma prima saboreando umas tangerinas, quer dizer...minha prima saboreava, mas eu devorava as tangerinas, sem me dar conta que estava perdendo o melhor daquele momento. De repente, minha prima percebeu minha avidez e falou: “Oxe, que agonia é essa, menina? Tu nem respira!”. E começou a rir; também ri, porque nesse tempo eu tinha fama de estabanada, alvoroçada. Bom... ainda hoje essa fama me acompanha um pouquinho. A partir daí sempre que tenho uma tangerina em mãos, recordo-me da história e escolho saboreá-la com vagar, sorvendo seu sabor com prazer, lembrando-me do ensinamento recebido.
“Se você não está presente, você olha e não vê, escuta mas não ouve, come mas não saboreia”.

Resistência (Luiz Oswaldo Santiago Moreira de Souza)

Ele se derramou no telhado,
buscou a fresta nas telhas
e escorreu quente
                          quente
                                   sobre
                                            a
                                               sua
                                                     cama.
Envolveu-a com carinho,
percorreu-lhe o corpo inteiro
e lhe foi beijar os olhos
com seu afeto agressivo.

E ela, incomodada,
já se sentindo estuprada,
cobriu os olhos com as mãos
e as costas lhe voltou.

    - Por que um pouco de luz
      violenta sempre os olhos
      de quem dorme sossegada?
Brasília (DF), 26/02/87

"Luiz Oswaldo tem a ternura e a sensibilidade dos poetas e a tenacidade dos revolucionários. É um apaixonado." (Glória Diógenes)

De dom Pedro ao Cachoeira (Revista Carta Capital)

Como são os "pequenos detalhes" que fazem a história, a origem do “Jogo do Bicho” nos traz a surpreendente revelação que a sua implementação no Brasil deu-se por decisão do então imperador dom Pedro II, lá pelos anos 1800. É o que nos relata o respeitabilíssimo jurista Wálter Fanganiello Maierovitch, integrante do corpo editorial da revista Carta Capital (edição 695, de 02.05.12, página 32). Aos fatos.
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"A historiografia nos revela que o imperador Dom Pedro II havia ficado frustrado pela falta de empolgação da população com o recém-inaugurado jardim zoológico. Para atrair visitantes, o imperador apostou então todas as fichas no projeto do mineiro João Batista Viana Drummond, que há havia administrado a Estrada de Ferro Pedro II. O projeto Drummond, implantado em 1880, teve pleno êxito, com os visitantes a apostar nos bichos do zoológico, ou melhor, em 25 grupos de animais e em combinações a alcançar o número 100. Logo cedo à entrada do jardim zoológico, colocava-se uma caixa com um bilhete numerado dentro. Então, a caixa ia para o alto de um poste. No final da tarde, abria-se a mesma para divulgação do número e o vencedor apresentava o seu bilhete comprado para levar um premio em dinheiro. E assim Drummond, que virou barão só em agosto de 1888, povoou de humanos o zoológico do imperador."
Wálter Fanganiello Maierovitch (Jurista, Ex-Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, colunista da revista Carta Capital)
 

Força maior do Universo - Emerson Monteiro


Há, sim, novidades entre o céu e a Terra, dentre as quais uma grandiosa, que se destaca por seu valor descomunal. Maior que tudo, de todas, e maior das imaginações; amálgama e poder agregador infinito nas composições dos ingredientes; o Amor, que nutre as engrenagens desse fluir imenso e monumental Universo.
Na concepção da poesia, das religiões, dos calendários, o Amor bem representa nas palavras esse termo do que não pode ser dito, porém muitos se aventuram no propósito da ânsia incontida do dizer indizível. A porta das tradições, revela o panorama dessa força poderosa, transformadora, que neutraliza inutilidades e contradições dessa raça de sábios impacientes. Amor, luz das emergências, alimento dos deuses, sonho dos profetas. 
Andasse na sombra dos laços e das armadilhas deste mundo, e o Amor sacralizaria o palmilhar das estradas. Salvaria qual nenhuma outra poção por mais mágica fosse e panacéia que servissem de curar todos os males. Viajaria o tempo e mergulharia os mares, transmitindo a vitalidade das vidas, o ordenamento dos sistemas, revelando capacidade indestrutível dos heróis e o carinho abençoado das mães.
Amor, que sobreviverá aos milênios das fugas, na absoluta serenidade dos crentes, e penetrará a órbita dos derradeiros astros das galáxias, sem fronteira que lhe contenha a sede insaciável das distâncias, foco maravilhoso dos sóis. 
Amor, assim, claridade exponencial, perfeita e verdadeira. Esse hálito que envolve as crianças, os anciões e as manhãs da pura transcendência dos santos no instante das iluminações. Fala dos pássaros, perfume das flores, cores maviosas dos nasceres e pores do Sol sempre belo e perfeito. Amor dos seres, das moléculas, do eterno abraço do movimento das marés inesgotáveis.
Algumas frases que só tornariam suficiente contar a história da geração das tantas pessoas, nesse caudal das vivências e suas experiências imortais, caminho das famílias e dos grupos na escola das eras. 
Sentir, por isso, a lembrança do paladar dos melhores sabores, o gosto auspicioso desse alimento Maior de todos eles. O sentimento da excelência, do sucesso. Amor que rompe os inevitáveis e eleva a Esperança nos dias supremos que chegam suaves pelas malhas deliciosas do vento. Simplesmente o Amor, rei das emoções e Senhor dos amores, seus filhos queridos.