Qualquer brasileiro tem garantido constitucionalmente o direito de se
cacifar ao cargo de mandatário maior da nação, via voto popular, bastando para
tanto que atenda à legislação pertinente. Além do que, recomenda o bom senso,
há que se ter uma vida pregressa que não comporte dúvidas e/ou despida seja de
nódoas comportamentais.
Tal reflexão é só pra lembrar que, na atual corrida sucessória, bastou o
comitê da concorrente (Dilma Rousseff) protocolar um simplório pedido de
investigação junto ao órgão competente (Procuradoria Geral da República)
objetivando saber sobre a renda obtida com as palestras que proferira, eis que
a candidata Marina Silva de pronto se lembrou de “retificar” as informações
originalmente encaminhadas àquele órgão.
É que ela “esquecera” (talvez por considerar irrelevante) de listar dois
investimentos mantidos no banco HSBC: uma aplicação em renda fixa no valor de
R$ 30.000,00 e uma caderneta de poupança de R$ 15.612,94. Feita as correções
devidas, o patrimônio da candidata subiu de R$ 135.401,38 para R$ 181.014,32, representando um acréscimo nada desprezível de 37,0%.
Constatar que
alguém que se disponha a candidatar-se à Presidência da República não tenha o
mínimo de cuidado com o que divulga e propaga (quer via programa de governo
e/ou dados pessoais à Justiça Eleitoral), advindo daí a necessidade de freqüentes
e apressadas "retificações" daquilo que fora originalmente veiculado
(como restou comprovado), é no mínimo constrangedor.
No mais, as
recorrentes “trapalhadas” cometidas pela candidata e seu comitê nos últimos
dias (o plano de governo já foi alterado várias vezes), revelam um
irresponsável descontrole com o que se passa à sua volta, daí sermos tentados a
imaginar quão arriscado seria se a ela delegássemos a tarefa de cuidar de um
organograma muito mais complexo e de estrutura muito mais pesada, como o é o da
Presidência da República.
Definitivamente,
amadores não deveriam ser habilitados a tal mister.