por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 27 de março de 2021

"FORA DE CONTROLE" - José Nilton Mariano Saraiva

 “FORA DE CONTROLE” - José Nilton Mariano Saraiva

O bucéfalo genocida que está Presidente da República Federativa do Brasil, intimamente deve estar satisfeito com o estrago monumental provocado pela fulminante, progressiva e insaciável fome do coronavírus: em apenas um ano, 315.000 mortos, com tendência de crescimento diário sem precedentes (dia após dia o número de vítimas cresce, não em progressão aritmética, mas sim, geométrica – só ontem foram acrescidos 3.600).

Ou alguém tem alguma dúvida que o quadro atual tem tudo a ver com o seu (dele) recorrente, desumano, burro e teimoso estímulo a que o brasileiro o imitasse e o seguisse, NÃO usando máscara, NÃO mantendo o competente distanciamento social, NÃO tendo o cuidado com os seus idosos, e, SIM, aglomerando nas ruas e praças (e até entre familiares), porquanto a “gripezinha” era coisa passageira, não provocaria danos e logo iria embora ???

Segundo o cientista brasileiro Miguel Nicolelis (neorocientista e pesquisador da Universidade Duke, nos Estados Unidos), se tivéssemos adotado esse “kit básico” (acima citado) poderíamos ter evitado que 04 em 05 das mortes atuais ocorressem (ou seja, 80,0%).

Não esquecer, também, que cientistas e organizações internacionais dos mais diversos recantos alertaram com antecedência e clamaram por providências, ante a iminência do que poderia acontecer por aqui; debalde, ouvidos moucos prevaleceram.

E o mais sombrio e apavorante em tudo isso é que, definitivamente, a fera está “fora de controle”: já NÃO existem leitos hospitalares para atender aos milhares de infectados que dia a dia chegam aos hospitais; já NÃO temos UTIs, imprescindíveis para tal tipo de demanda; já NÃO temos seringas, respiradores e demais instrumentos necessários; já NÃO temos a medicação adequada aos procedimentos atinentes; e, principalmente, já NÃO temos o quantitativo de pessoal especializado (médicos, enfermeiros e intensivistas), e os que lá heroicamente estão já mostram compreensíveis sinais de esgotamento físico e mental, ante tanta ocorrência fúnebre, tamanha barbárie.

E como o idiota que está no poder em nenhum momento se preocupou em adquirir vacinas (porquanto, segundo ele, eram as farmacêuticas que tinham obrigação de vir oferecê-las) também não as temos em número suficiente e nem podemos adquiri-las com a urgência necessária, já que outros países ocuparam o nosso lugar na fila para tal, quando o Brasil não demonstrou interesse.

Em consequência, hoje estamos humilhantemente a “mendigar” pelo imunizante, conforme demonstrou o novo presidente do Senado Federal (não o Presidente da República) ao firmar de próprio punho um apelo humanitário à vice-presidente dos Estados Unidos (Kamala Harris), no sentido de nos fornecer a “sobra” ou o “resto” que certamente se dará por lá, já que previdentemente adquiriram quantidade mais que suficiente.

E aqui, temos de lembrar que o governo brasileiro, através da dupla Bolsonaro/Ernesto Araújo, foi um dos últimos a reconhecer a vitória de Joe Biden/Kamala Harris nas eleições americanas, porquanto adeptos da tese professada pelo troglodita Donald Trump de que a eleição teria sido roubada, só o fazendo por mera formalidade. Haverá retaliação ou prevalecerá o humanismo ???

Hoje, nossa realidade é que, a passo de tartaruga grávida, depois de um mês de vacinação conseguimos oferecer a primeira dose (são duas) a apenas 6,5% (seis e meio por cento) da nossa população e, se mantidas as condições atuais, necessários serão longos e intermináveis 03 anos para imunizar a população brasileira (se até lá não tiver sido implacavelmente dizimada).

Assim, assusta e estarrece a tragédia sanitária que estamos a vivenciar, e é até compreensível que governos de todo o mundo (que também têm problemas, embora não na mesma magnitude) comecem a “isolar” o Brasil, proibindo que os “seus” se dirijam pra cá e não permitindo que os “nossos” aportem por lá (por terra, espaço ou por mar). Nos tornamos um estorvo, um povo indesejado, um povo marginal, “pária” para o mundo (como aliás expressou tal desejo o desclassificado que ocupa o Ministério das Relações Exteriores, Ernesto Araújo).

E pensar que toda essa tragédia poderia ter sido evitada, se a população brasileira tivesse escolhido para dirigir a nação alguém preparado para enfrentar desafios, e fosse dotado do mínimo de senso humanitário e de responsabilidade para com o seu povo.