“FORA DE CONTROLE” - José Nilton Mariano Saraiva
O bucéfalo genocida que está
Presidente da República Federativa do Brasil, intimamente deve estar satisfeito
com o estrago monumental provocado pela fulminante, progressiva e insaciável
fome do coronavírus: em apenas um ano, 315.000 mortos, com tendência de
crescimento diário sem precedentes (dia após dia o número de vítimas cresce,
não em progressão aritmética, mas sim, geométrica – só ontem foram acrescidos
3.600).
Ou alguém tem alguma dúvida que o
quadro atual tem tudo a ver com o seu (dele) recorrente, desumano, burro e
teimoso estímulo a que o brasileiro o imitasse e o seguisse, NÃO usando
máscara, NÃO mantendo o competente distanciamento social, NÃO tendo o cuidado
com os seus idosos, e, SIM, aglomerando nas ruas e praças (e até entre
familiares), porquanto a “gripezinha” era coisa passageira, não provocaria
danos e logo iria embora ???
Segundo o
cientista brasileiro Miguel Nicolelis (neorocientista e pesquisador da
Universidade Duke, nos Estados Unidos), se tivéssemos adotado esse “kit básico”
(acima citado) poderíamos ter evitado que 04 em 05 das mortes atuais ocorressem
(ou seja, 80,0%).
Não
esquecer, também, que cientistas e organizações internacionais dos mais
diversos recantos alertaram com antecedência e clamaram por providências, ante
a iminência do que poderia acontecer por aqui; debalde, ouvidos moucos
prevaleceram.
E o mais sombrio e apavorante em
tudo isso é que, definitivamente, a fera está “fora de controle”: já NÃO
existem leitos hospitalares para atender aos milhares de infectados que dia a
dia chegam aos hospitais; já NÃO temos UTIs, imprescindíveis para tal tipo de
demanda; já NÃO temos seringas, respiradores e demais instrumentos necessários;
já NÃO temos a medicação adequada aos procedimentos atinentes; e,
principalmente, já NÃO temos o quantitativo de pessoal especializado (médicos,
enfermeiros e intensivistas), e os que lá heroicamente estão já mostram
compreensíveis sinais de esgotamento físico e mental, ante tanta ocorrência
fúnebre, tamanha barbárie.
E como o idiota que está no poder
em nenhum momento se preocupou em adquirir vacinas (porquanto, segundo ele,
eram as farmacêuticas que tinham obrigação de vir oferecê-las) também não as
temos em número suficiente e nem podemos adquiri-las com a urgência necessária,
já que outros países ocuparam o nosso lugar na fila para tal, quando o Brasil
não demonstrou interesse.
Em consequência, hoje estamos
humilhantemente a “mendigar” pelo imunizante, conforme demonstrou o novo
presidente do Senado Federal (não o Presidente da República) ao firmar de
próprio punho um apelo humanitário à vice-presidente dos Estados Unidos (Kamala
Harris), no sentido de nos fornecer a “sobra” ou o “resto” que certamente se
dará por lá, já que previdentemente adquiriram quantidade mais que suficiente.
E aqui, temos de lembrar que o
governo brasileiro, através da dupla Bolsonaro/Ernesto Araújo, foi um dos
últimos a reconhecer a vitória de Joe Biden/Kamala Harris nas eleições
americanas, porquanto adeptos da tese professada pelo troglodita Donald Trump
de que a eleição teria sido roubada, só o fazendo por mera formalidade. Haverá
retaliação ou prevalecerá o humanismo ???
Hoje, nossa realidade é que, a
passo de tartaruga grávida, depois de um mês de vacinação conseguimos oferecer
a primeira dose (são duas) a apenas 6,5% (seis e meio por cento) da nossa
população e, se mantidas as condições atuais, necessários serão longos e
intermináveis 03 anos para imunizar a população brasileira (se até lá não tiver
sido implacavelmente dizimada).
Assim, assusta e estarrece a
tragédia sanitária que estamos a vivenciar, e é até compreensível que governos
de todo o mundo (que também têm problemas, embora não na mesma magnitude)
comecem a “isolar” o Brasil, proibindo que os “seus” se dirijam pra cá e não
permitindo que os “nossos” aportem por lá (por terra, espaço ou por mar). Nos
tornamos um estorvo, um povo indesejado, um povo marginal, “pária” para o mundo
(como aliás expressou tal desejo o desclassificado que ocupa o Ministério das
Relações Exteriores, Ernesto Araújo).
E pensar que toda essa tragédia
poderia ter sido evitada, se a população brasileira tivesse escolhido para
dirigir a nação alguém preparado para enfrentar desafios, e fosse dotado do
mínimo de senso humanitário e de responsabilidade para com o seu povo.