por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Monsueto
Xico Sá, o Greco-Cratense
Mais estranho que a ficção III: O analfa político
Deveria volver aos 17 e ser um comuna à moda Brecht (bem aí na foto) por excelência. É o que a bola da realidade pede.
Como hoje é quinta, porém, a clássica quinta dos infernos, é dia de mais um episódio da série “Mais estranho que a ficção”, justíssima homenagem semanal ao mr. Chuck Palahniuk e o seu livraço homônimo de crônicas.
Palahniuk, para quem não lembra, é o cara que escreveu “Clube da Luta”, livro porreta filme idem. Sem mais lengalenga, direto no miocárdio, vamos nessa, sempre tentando falar aos corações aflitos:
I- O Brasil, SOS, o Brasil, SUS, o Brasil... é o único país do mundo onde a pequena burguesia, também conhecida como burguesia-gabiru, carece politizar o câncer de um ex-presidente para discutir saúde pública.
II- O pior analfabeto político, título de poema do velho Brecht, é aquele capaz de politizar a multiplicação desordenada das células.
III- Não é preciso ler Norberto Bobbio (* Turim, 18 de outubro de 1909 + Turim, 9 de janeiro de 2004) para saber que não há doença grave de direita nem de esquerda.
Doença leve, óbvio, é de centro, como resfriado e ressaca moral de colunista político ou comentarista de redes sociais.
IV- Meu particularíssimo respeito às doenças graves devo tão-somente à educação e solenidade adquirida na infância greco-cratense. Até a palavra câncer era proibida. Falava-se “aquela doença” e outros paliativos lacanianos.
V- Mas já que resolveram botar a mãe e a ideologia no meio, politizemos de vez a dengue, a varíola, a febre amarela, a caxumba (na minha terra é papeira), a febre do rato, a peste bubônica, o istampô-calango e outras febres da selva.
VI- Real-politik! Donde o mosquito da dengue, por exemplo, é municipal; a gritaria é estadual e o remédio da Sucam é federal.
VII- Vamos politizar, com todo panfleto & fúria, as mortes no trânsito, a poluição atmosférica, o colesterol.
VIII- Sou repórter do tempo em que câncer e suicídio não eram notícia, seus mal-educados. Eram respeito e silêncio.
IX- Mas sobretudo sou do tempo de hoje, entonce, bora ao bom-combate. Viva o contraditório, o esperneio geral da nação, esculhambem, mas, pô, vocês não tiveram pais ou simplesmente ainda não fizeram o primeiro exame de próstata?
X- Que vossos diagnósticos nunca sejam positivos, amém.
Escrito por Xico Sá às 23h23
GEORGE MACÁRIO 2 - SOBRE ALMINA ARRAES
GEORGE MACÁRIO- CAMARA MUNICIPAL -18.10.2011
ELES NASCERAM EM NOVEMBRO- Norma Hauer
ROSITA GONZALES ELA VENCEU NA VIDA E NO RÁDIO- por Norma Hauer
Nana Caymmi
Frases que não dizem
O silencio q diz tudo
Cada dia mais difícil de entender
Só ficaram restos
De um amor que era lindo
Uma luz que é impossível de esquecer
Porque existem tantos desencontros
Se eu te amo e é tão fácil de dizer
Soletrando as letras do silencio
Nas frases tão extensas do prazer
Não me lembre de esquecer
Não e esqueça de lembrar
Que ate mesmo acordado é bom sonhar
A vida é coisa seria
Cuidado com a razão
Senão quem vai sofrer é o coração
Como alguém transforma em brincadeira
Sentimentos necessários como o ar
Entre a burrice e a besteira
Não da pra comparar
Quem sabe um dia gente volta
E acende a nova velha chama
Pegando fogo na cidade com poucos bairros pra quem se ama
O nosso amor conta uma historia
Que teve inicio e não tem fim
Agonizando nessa hora
Ele só quer ser, sobreviver.
O vídeo de George Macário atacando Almina Arraes na Câmara de Vereadores para defender a Administração Samuel: José do Vale Pinheiro Feitosa
Geraldo Júnior – Um caboclo de asas
Alexandre Lucas - Quem é Geraldo Júnior?
Geraldo Junior - Sou um Cariri, filho de Geraldo Freire e Zilmar Batista! Sou um privilegiado por ter nascido nessa região tão rica e bela e sou muito feliz pelos amigos que tenho! Hoje vivo em transito, acho isso normal, é uma necessidade da minha labuta, queria pode estar entre aqui e lá mais vezes, mas o teletransporte ainda não foi popularizado, por enquanto tenho que me contentar com visitas semestrais! A internet ajuda muito a manter esse contato e de certa forma nunca sair do cariri, pois ele está dentro de mim! Me expresso artisticamente através dessa lente! Tento estar conectado com o mundo real e virtual além-sertão, além-mar, além-céus!
Alexandre Lucas - Você dar poesia?
Geraldo Junior - Não tenho a ousadia de me considerar poeta! Humildemente descrevo alguns sentimentos e sensações que vivi e vou vivendo por aí, o que se torna música ainda é um tatinho mais elaborado rsrsrs, mas a musicalidade de minhas palavras é empírica. Gosto de ler e viver tudo que absorvo! Mantenho dois blogs! o Caboclo de Asas, com temas diversos e o Poesia Cariri, com temas diretamente ligados ao que escrevo em relação a região. Este segundo precisa ser atualizado. Farei isso esses dias...
Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?
Geraldo Junior - Ainda criança! Meus pais me deram boas pisas e referencias de caráter! Boa música! Estórias de meus pais, tios e outros familiares, as viagens pra Caririaçu no sitio de nossa família! Os reisados nas ruas, as bandas de pifano! As romarias… Ai uma vez invetei de entrar na fanfarra do Colégio Municipal de Juazeiro! Aí pronto! Toquei, piston, cornetão, lira, tarol, surdo, bumbo… Depois comprei uma guitarra! E foi aquela revolução na minha vida! rsrsrs
Com os amigos da escola colocamos uma banda de rock, e logo em seguida tivemos o grupo Dr. Raiz, nesse meio tempo estive envolvido e fiz várias oficinas de teatro e musica de cena! Hoje prestes a completar 32 anos, acho, considero que tenho 15 anos de carreira! E ainda continuo correndo muito! rsrsrs
Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?
Geraldo Junior - Olha, dentre tantos nomes que eu poderia citar da música brasileira e universal, que são óbvios, e claramente perceptíveis, prefiro falar de artistas e grupo do meu lugar, e que me dão identidade! Todos os mestres e grupos de cultura popular da região! Esse conhecimento junto com toda a cultura popular do cariri! São a essência do meu trabalho! As influencias… É tudo que se possa imaginar, até o que "não presta" e o que "não gosto"! rsrsrs mas sempre sem perder la ternura! Jamais!
Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória?
Geraldo Junior - Como falei antes! Comecei, desde quando passei a ter uma idéia e percepção do mundo onde estava inserido! Sempre escrevi, logo cedo comecei a cantar e tocar brincando, até que ficou mais sério! Muita coisa devo aos meus companheiros de trabalho como a banda Dr. Raiz, e todos que por nela passaram! As viagens que fizemos juntos, a minha não tão breve passagem pelo meio acadêmico no curso de letras da URCA (ainda pretendo voltar), minha ex-companheira, Dane, me ensinou muita coisa sobre produção! Sobre arte, sobre a vida. Muito do que sou hoje devo especialmente a ela, a qual tenho muito carinho! Os trabalhos que fiz com os grupos de cultura popular da região, sempre como vivência ou troca, amizade mesmo… nunca quis estar com um gravador ou um caderninho anotando… Acho isso importante, mas, preferi estar apenas do lado mesmo. Tenho muito carinho por todos e sou feliz porque sei que isso é reciproco! Nomes como Zabumbeiros, Abdoral, Salatiel, Luiz Fidelis, Luciano Brayner! Entre tantos outros me são referencia! Considero o Dr. Raiz meu 1º disco! Com muito orgulho. Depois fiz o calendário com uma rotatividade maravilhosa de músicos gravando e tocando! Darlan, Cicero Tertuliano, Antonio Queiroz, Flauberto Gomes, Maria e Francisco Gomide, Ranier Oliveira, Genival do Cedro, Lifanco e Rebeca e Joana Queiroz! E claro, o excepcional Beto Lemos, meu grande parceiro, arranjando e tocando varias coisas! Ibbertson Nobre também foi muito importante nesse processo! Aprendemos muito com ele! Salve!
Atualmente estou finalizando o meu novo disco que tem como nome provisorio "Warakidzã - Senhor do Sonho"o disco se aprofunda ainda mais nas raizes ancestrais do povo cariri com suas historias, personagens e lendas! O novo album além dos sons mais tradicionais, também traz uma sonoridade um tanto psicodélica, onde timbres de guitarra e efeitos eletrônicos serão percebidos mais de cara! Pretendo lançar até novembro. A formação da banda, ja é uma galera de vários lugares que conheci aqui no Rio, grandes parceiros! Se não fosse essa galera não teria como estar com esse novo trabalho: Beto Lemos e Ranier Oliveira - Cariri, Filipe e Marcelo Müller - Rio Grande do Sul, Gabriel Pontes - Rio de janeiro, Eduardo Karranka e Cláudio Lima - Bahia e ainda mesmo não gravando, pessoas que tem me acompanhado nos shows: Joana Araujo - Maranhão, Ricardo Miranda - Cariri, Abu - Bahia e por aí vai!
Alexandre Lucas - Você participou da Sociedade dos Cordelistas Malditos?
Geraldo Junior - Participei sim! Foi um momento de muito aprendizado! Infelizmente como cordelista de fato, sou um fiasco! rsrsrs mas minhas letras inevitavelmente passam pelas métricas dos folhetos e cantorias! Algumas delas são escritas mesmo na métrica dessa escola!
Salve meus amigos da SCM desde os seus primórdios ainda no circulo de leitura do SESC Juazeiro! Abraços em todos!
Alexandre Lucas - Como você caracteriza seu trabalho?
Geraldo Junior - Música Cariri. Música regional plugada no universo!
Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?
Geraldo Junior - Olhe, a política pode ser uma arte, como qualquer outra coisa que um ser desenvolva. A arte também pode ser política ou não. A minha naturalmente, geralmente é, às vezes não. Não me prendo a isso. O que crio, só desconfio ou descubro o que é quando já é por si só, em todos os aspectos.
Contudo, vejo com fundamental importância, ser politizado. Infelizmente hoje o termo esta bastante desgastado, né?!… E pra não confundir prefiro chamar de politicagem, o que acontece de negativo em relação a este assunto. Que pra não fugir do tema, por hora, prefiro falar com brevidade.
Alexandre Lucas - O seu trabalho vem se expandindo pelo Brasil?
Geraldo Junior - Bastante! E agora felizmente, também pelo exterior! Já toquei em várias regiões do país e mesmo onde ainda não fui fisicamente, meu trabalho já foi até lá por conta dos meio virtuais! A internet é uma ferramenta fundamental e maravilhosa pra difusão da música, se comunicar com os amigos, os fãs, (hoje é quase a mesma relação) gosto de manter contato com todos e tenho muito carinho por isso. Toma tempo, claro, mas sou bastante recompensado pelo tempo que dôo a isso! Esse ano fui a Coimbra num evento maravilhoso da universidade em parceria com o SESC. Lá fizemos vários contatos e já existem propostas pra voltar em breve!
Alexandre Lucas - Recentemente você esteve em Portugal. Fale desta experiência.
Geraldo Junior - O evento foi a "Mostra SESC Luso-brasileira de Culturas"! E contou com artistas brasileiros, especialmente do ceará, e também de grupos portugueses! Foi um importante intercambio, lá estive com meus colegas do Dr. Raiz, mais outros queridos como Franklin Lacerda, Ermano Morais, Os Anicetos! Imagina essa cambada no velho mundo?! Rapaz, junto com o pessoal de lá do além-mar! Foi um carnaval! Momento muito belo de força e poesia!
Alexandre Lucas – O que representa a música na sua vida?
Geraldo Junior - Música é minha vida. É o que sei fazer, sem arte minha vida não tem sentido.
Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?
Geraldo Junior - Olha, eu não canto qualquer coisa por cantar, sempre busco ter poesia em meu trabalho e fazer as pessoas se sensibilizarem. Direta ou indiretamente minha música questiona a realidade. É minha forma de contribuir com a sociedade. Cada apresentação pra mim é um ritual. Não é simplesmente uma situação de subir ao palco, é mais de cantar e dançar louvando a vida. Estar em conexão com todos. Como um folguedo, dar as mãos e brincar, se conectar com o encantado. Se deixar de estar ligado no presente, na realidade...
Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos?
Geraldo Junior - Hahaha tenho que me organizar, tenho embrionado um trabalho cênico solo, e ainda pretendo gravar um DVD, Um Disco de poesias, um outro só com musicas da cultura popular tradicional pra todas as idades, mas principalmente, pensando no público infantil, e outro disco só cantando compositores da região com nomes que já citei acima!
Fora isso to sempre compondo! Eu sonho muito! Viajo sempre! hihihi
Não sei se terei tempo pra tudo isso! Mas vamos em frente!
Por fim, posso dizer que estou vivendo um momento feliz, e sou orgulhoso em poder levar o nome e a cultura da minha terra, do meu povo, pra o mundo conhecer!
Site:
http://www.geraldojunior.com.br/