por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
João de Sapuril e o horizonte - José do Vale Pinheiro Feitosa
Um filme inesquecível!
Mario Lanza
Mario Lanza (Filadélfia, 31 de janeiro de 1921 — Roma, 7 de outubro de 1959) foi um tenor norte-americano de ascendência italiana.
Fez grande sucesso na década de 1940 e 50, principalmente por suas participações no cinema. Interpretou Enrico Caruso no cinema e fez apenas sete filmes, mas ganhou notoriedade mundial.
Foi considerado o mais famoso tenor dos EUA, mas durante toda a carreira enfrentou problemas com o excesso de peso, o consumo de álcool e de barbitúricos. Influenciou vários cantores, tanto clássicos como populares, e o próprio Elvis Presley declarou em uma entrevista na década de 1970 que foi um dos seus maiores fãs.
wikipédia
Pablo Neruda-
Oda al amor
Amor, hagamos cuentas.
A mi edad
no es posible
engañar o engañarnos.
Fui ladrón de caminos,
tal vez,
no me arrepiento.
Un minuto profundo,
una magnolia rota
por mis dientes
y la luz de la luna
celestina.
Muy bien, pero, el balance?
La soledad mantuvo
su red entretejida
de fríos jazmineros
y entonces
la que llegó a mis brazos
fue la reina rosada
de las islas.
Amor,
con una gota,
aunque caiga
durante toda y toda
la nocturna
primavera
no se forma el océano
y me quedé desnudo,
solitario, esperando.
Pero, he aquí que aquella
que pasó por mis brazos
como una ola
aquella
que sólo fue un sabor
de fruta vespertina,
de pronto
parpadeó como estrella,
ardió como paloma
y la encontré en mi piel
desenlazándose
como la cabellera de una hoguera.
Amor, desde aquel día
todo fue más sencillo.
Obedecí las órdenes
que mi olvidado corazón me daba
y apreté su cintura
y reclamé su boca
con todo el poderío
de mis besos,
como un rey que arrebata
con un ejército desesperado
una pequeña torre donde crece
la azucena salvaje de su infancia.
Por eso, Amor, yo creo
que enmarañado y duro
puede ser tu camino,
pero que vuelves
de tu cacería
y cuando enciendes
otra vez el fuego,
como el pan en la mesa,
así, con sencillez,
debe estar lo que amamos.
Amor, eso me diste.
Cuando por vez primera
ella llegó a mis brazos
pasó como las aguas
en una despeñada primavera.
Hoy
la recojo.
Son angostas mis manos pequeñas
las cuencas de mis ojos
para que ellas reciban
su tesoro,
la cascada
de interminable luz, el hilo de oro,
el pan de su fragancia
que son sencillamente, Amor, mi vida
O Samba do Galego Doido

O Brasil tem um código de regras próprio que se foi solidificando com o passar dos anos e que, hoje, é praticamente impossível revogar. O costume do cachimbo terminou por entortar a boca do país. É como se, em pleno Século XXI , ainda folheássemos o Código de Hamurabi para solucionar as querelas do dia a dia. Basta observar os nossos políticos, todos afeitos a obras de fachada, onde possam dependurar o nome em alguma placa comemorativa e, com certeza, levar de quebra alguma comiçãozinha -- que ninguém é de ferro! Todos fogem de obras de saneamento, como o satanás da água benta. Que importância tem uma coisa enterrada, invisível aos olhos comuns da população? Que relevância tem isso, mesmo com todo benefício que traria à saúde da população, se não tem onde sapecar o nome e dar visibilidade ao trabalho realizado? Vade retro Belzebu ! Vamos asfaltar as ruas, mesmo com que o excrementos fluam, livremente, ladeira abaixo! Vamos reconstruir o Canal do Rio Grangeiro , sem qualquer interferência sanitária, para que corte toda a Cidade—residências, Escolas, Mercado Público--- como uma chaga aberta, exalando o mesmo cheiro que rescende da consciência da nossa classe política !
Estas disparidades são visíveis nas três esferas de Governo. Agora mesmo o Congresso Nacional se vê na premente necessidade de votar a Emenda 29 da Saúde que já bola pelo Planalto , de gaveta em gaveta, há mais de 20 anos. Esta Emenda é simplesmente imprescindível para minorar o terrível caos que é a Saúde brasileira. Ela determina com quanto deve arcar o Governo Federal, os Estados e Municípios com o financiamento do SUS. Criado há mais de duas décadas, com a brilhante perspectiva de dar uma Saúde Universal e Integral a todos os brasileiros, o SUS nunca pode se firmar por conta de sub-financiamento e vive assoberbado de denúncias contínuas em todos os meios de comunicação. Hoje, gastamos menos de R$ 2,00 por habitante / dia para proporcionar à população o que está garantido na Carta Magna. Já pensaram numa loucura dessas? Na hora de resolver o problema, no entanto, cadê o Congresso? Cadê a agilidade que se vê na hora de votar os próprios aumentos de salário ou as emendas de orçamento? Ou tiramos o SUS da inanição ou acabamos, definitivamente, com essa obra de ficção que é a Saúde Pública Brasileira.
Stanislaw Ponte Preta, nos anos 60, criou o “Samba do Crioulo Doido”. Pois bem, no Ceará, atualmente, entoamos o “Samba do Galego Doido”. Basta observar o atual governo para perceber que é pródigo em obras: Estádios construídos para a Copa, Hospitais Regionais, Escola Profissionalizante, Centro de Convenções, CEASA de Barbalha, Centro de Exposições de Sobral e projeto de mudança para o do Crato, apenas para citar alguns. Aparentemente o estado está nadando em dinheiro, acompanhando o boom no ritmo de crescimento brasileiro dos últimos anos. Pois bem, amigos, os professores estaduais estão em greve há mais de sessenta dias, em luta por salários minimamente dignos e até agora o que conseguiram foi serem massacrados pela polícia militar dentro da casa deles próprios : A Assembléia Legislativa. Mas a loucura não pára aí. Os professores estão na rua reivindicando o Piso Salarial que já foi determinado legalmente pelo Supremo Tribunal Federal. O governo do Ceará se nega a pagar. Isso não configura crime de responsabilidade ? Parece que não, meus amigos, porque, pasmem vocês, a Greve foi considerada pela justiça estadual, como ilegal. O juiz determinou multa diária aos que não retornarem ao trabalho e o governador ameaça abrir processo administrativo e demitir os grevistas que já foram esmurrados e esbofeteados dentro da própria casa. Mesmo que sujigados e escoriados sejam obrigados a retornar, que educação teremos? Os mais capacitados mudarão rapidamente de profissão : concursos pululam por todo lado, país afora. Os que precisarem permanecer terão que motivação? Como esperaremos melhorar os terríveis níveis educacionais do estado, tratando professores , como nem marginais podem ser tratados ? O pior é que atingimos um estágio de desenvolvimento no país, nos últimos dez anos, que só poderemos saltar, através do estilingue da educação. O estado sobrevive sem governador, sem deputado, sem prefeito e sem vereador; país nenhum do planeta , no entanto, jamais será nação, sem uma educação de qualidade.
Num dos seus reiterados destemperos, o governador soltou uma frase antológica: “ Professor tem que trabalhar é por amor e não por salário”. Pois já trabalham sim, por amor ! Não fosse isso não estariam alguns enfurnados trezentas horas por mês, em escolas, ganhando um salário que mal lhes cobre a sobrevivência. O problema está justamente do outro lado, do lado dos nossos políticos que , na sua maioria, não conhece essa palavrinha e trabalha sempre por verbas obscuras, por propinas, por comissõezinhas escusas, por falsas promessas. A grande diferença é que os professores , se assim o quiserem e suportarem, serão mestres por toda a vida. Já os políticos não! Precisam sempre de um filtro chamado eleição e quem controla a malha do filtro é a educação que é proporcionada justamente por aqueles que hoje estão sendo maltratados e espancados no meio da rua.
J. Flávio VieiraPremio Nobel de Literatura para o poeta sueco Tomas Transtromer
***
PÁSSAROS MATINAIS (1966)
Desperto o automóvel
que tem o pára-brisas coberto de pólen.
Coloco os óculos de sol.
O canto dos pássaros escurece.
Enquanto isso outro homem compra um diário
na estação de comboio
junto a um grande vagão de carga
completamente vermelho de ferrugem
que cintila ao sol.
Não há vazios por aqui.
Cruza o calor da primavera um corredor frio
por onde alguém entra depressa
e conta como foi caluniado
até na Direcção.
Por uma parte de trás da paisagem
chega a gralha
negra e branca. Pássaro agoirento.
E o melro que se move em todas as direcções
até que tudo seja um desenho a carvão,
salvo a roupa branca na corda de estender:
um coro da Palestina:
Não há vazios por aqui.
É fantástico sentir como cresce o meu poema
enquanto me vou encolhendo
Cresce, ocupa o meu lugar.
Tradução para português por JLBG
A morte e a morte de Steve Jobs - José do Vale Pinheiro Feitosa
Colaboração de Lídia Batista
Todos os anjos passeiam pela noite
Soprando-te sonhos lindos
Vigiando teu sono...
E eles acariciam tua pele
Pra curarem todo teu cansaço,
Sussurram palavras de coragem
Pra te ajudarem a ter forças,
Conduzem teus pensamentos
Para planejar tuas tarefas...
Jorram muita paz em tua alma
Para enfrentar tua missão;
E quando o dia nasce
Eles adentram teu peito
E ficam bem quietinhos
Cuidando do teu coração.
Sirlei L. Passolongo
Só - Edgar Allan Poe
Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.
Edgar Allan Poe (Tradução de Oscar Mendes)