HOUVE OU NÃO ??? - José Nílton Mariano Saraiva
No
curso de Ciências Econômicas, e especificamente no estudo da
disciplina “Estatística”, normalmente o próprio professor faz a
analogia entre tal disciplina e o biquíni usado pela mulherada. É
que, segundo se convencionou no recinto da própria Academia, tal
qual o biquíni, a Estatística mostraria tudo, tudo, menos o
“essencial”. O que é “essencial”, na Estatística e na
mulher, fica a critério de cada um elucubrar.
Tal
lembrança ocorreu quando tomamos conhecimento das manchetes
estampadas na grande mídia, nos dias atuais, nos dando conta que o
abusado e arrogante ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar
Mendes, pela terceira vez, em poucos dias, mandou soltar da cadeia o
empresário Jacob Barata, incurso em sérias suspeitas de pagamento
de propina à mafiosa classe politica do Rio de Janeiro, e por isso
trancafiado repetidamente pela justiça daquele Estado.
No
arrazoado divulgado pela mídia, inserto se acha que pesou em tal
decisão o fato do ministro e esposa terem sido padrinhos de
casamento da “Baratinha”, filha do meliante (o que demonstraria
uma sólida amizade entre os dois), além do fato que o noivo seria
sobrinho da mulher do ministro (o que justificaria tal privilégio).
Como,
entretanto, foi a terceira vez em poucos dias que o ministro bate de
frente com o Judiciário do Rio de Janeiro, com todo o desgaste que
isso pode provocar, a mídia bem que poderia questionar não a
amizade ou parentesco do casal com o empresário, mas, sim, se o
ministro teria recebido “propina” para insistir e persistir na
liberação do bandido.
Afinal,
já restou comprovado, em diversas oportunidades, que no Judiciário
brasileiro (principalmente no seu alto escalão) a corrupção corre
solta e desenfreada, e, portanto, o “substantivo” a ser explorado
por uma mídia séria e honesta seria: houve ou não pagamento ao
ministro Gilmar Mendes ???