Num ambiente quase que predominantemente masculino, a cena de amor explícito deu-se em setembro do ano passado, quando Donald Trump e Jair Bolsonaro se encontraram em Nova York, durante uma assembleia da ONU.
Na oportunidade, numa sala repleta de autoridades de todos os quadrantes do mundo, para expressar seu profundo mas recolhido sentimento, o brasileiro, dirigindo-se ao gringo num inglês sofrível e macarrônico, soltou a pérola: “I love you, Trump” (eu te amo, Trump) ao que Trump friamente devolveu: “nice to see you again” (bom de ver de novo).
De lá pra cá, em mais de uma oportunidade Bolsonaro, tal qual um cordeirinho amestrado, tratou de lamber as botas e demonstrar sua subserviência e admiração por Trump onde quer que fosse (o velho “complexo de vira-lata” em todo o seu esplendor), chegando a afirmar publicamente que estaria presente, sim, à festa da sua reeleição no próximo ano (2020, que estamos a vivenciar).
É compreensível, pois, que hoje, enquanto as autoridades mundiais em obediência a um secular protocolo cerimoniosamente se apressam em cumprimentar Joe Biden por ter derrotado e mandado pra casa o pernóstico e arrogante Donald Tramp, Bolsonaro se negue peremptoriamente a fazê-lo.
Por uma razão simplória: choroso, ainda está a lamber as feridas e curtindo uma enrustida e sentida “viuvez”.
Coitadinho, não vai poder ir à festa.