por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
sábado, 16 de junho de 2012
Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás
Aos desiludidos do amor, com carinho
Vamos recapitular: este cronista dançou, na semana que antecedeu esta fatídica data dos pombinhos, no ritmo do dois pra lá, dois pra cá.
Um olho alvejando o romantismo de vitrine que humilha as damas e os cavalheiros solitários; outro olho no band-aid no calcanhar da moça ainda ferida da última dança.
Agora é hora do encorajamento, como acabei de reaprender aqui com o camarada Henry Miller, no singelo “O mundo do sexo” (José Olympio Editora).
“Tão certo como nasce o dia, fica claro demais que poucos são os que merecem o título: HOMEM”, diz o cara do Sexus, Plexus e Nexus. Ele conclama, desafia, é hora de honrar as saias e as calças.
No amor romântico, no amor erótico ou no pacote completo.
É por isso que eu repito em mais uma oração subordinada às moças:
Triste de quem fica desiludido(a) e evita outro amor de novo, cai no conto, blasfema, diz “tô fora”, já era, tira onda, ri de quem ama, pragueja e nunca mais se encontra dentro das próprias vestes.
Como se o amor fosse um quiosque de lucros, a bolsa de mercadorias e futuro, um fiado só amanhã, um comércio.
Como se dele fosse possível sair vivo, como nunca tivesse ouvido aquela parada de Camões, a do fogo que arde e não se sente, a da ferida, aquela sampleada por Renato Russo.
Triste de quem nem sabe se vingar do baque, sequer cantarola, no banheiro ou no botequim, “só vingança, vingança, vingança!”, o clássico de Lupicínio, o inventor da dor-de-cotovelo, a esquina dos ossos úmero com os ossos ulna (antigo cúbito) e rádio, claro, lição da anatomia e da espera no balcão da vida.
Tudo bem não querer repetir, com a mesma maldita pessoa, os mesmos erros, barracos e infernos avulsos e particularíssimos.
Triste de quem encerra o afeto de vez, como se aquela mulher e/ou aquele homem “x” fossem fumar o king size -duvidoso e sem filtro- lá fora e representassem o último dos humanos.
Chega do mané-clichê: todos os homens ou mulheres são iguais. Argh.
São, mas não são, senhoras e senhores. Cada vez que uma folha se mexe no universo a vida é diferente – acho que roubei isso da arte zen de consertar motocicleta.
Todos os machos e todas as fêmeas são novidades. Podem até ser piores, uns mais do que os outros, porém dependem de vários fatores. Não adianta chamar o garçom-do-amor e passar a régua para sempre por causa de apenas um traste. Como se esta miserável criatura representasse a parte pelo todo da panelinha do mundo.
Já pensou quantos amores possíveis você estaria dispensando por essa causa errada?
E quem disse que amor é para dar certo?
Amor é uma viagem. De ácido.
E tem mais: a única vacina para um amor perdido é um novo amor achado. Vai nessa, aconselho! Só cura mesmo com outro. Mesmo que um placebo.
Muitas vezes não temos o amor da vida, mas temos um belo amor da semana, da quinzena, que de tão intenso e quente logo derrete. Foi bonita a festa, pá e pronto.
Vale tudo, só não vale o fastio e a descrença. Levanta desta ressaca amorosa, meus Lázaros e minhas Lázaras.
Cúpula dos Povos - Por José de Arimatéa dos Santos
A grande mídia, como sempre, só noticia a Rio +
20 que é um evento de cunho elitista em que só representantes dos governos do
mundo inteiro discutem o meio ambiente. E pelo que escutei ontem nos telejornais
as grandes potências econômicas e capitalistas só estão preocupadas com a grande
crise que estão a passar e simplesmente "baratinadas" e somente preocupadas com
o consumismo. É tanto que a conclusão do evento no Rio de Janeiro é preocupante
quanto às decisões de como conciliar o desenvolvimento capitalista e a
sustentabilidade do planeta. Cientistas se antecipam e chegam a conclusão que a
seguir esse modelo que aí está o futuro do nosso planeta é simplesmente
catastrófico.
E nisso, a Cúpula dos Povos contrapõe a Rio +20
e segue ao mesmo tempo a debater as grandes questões do mundo. A Cúpula dos
Povos é organizada pela sociedade civil e tem a função de pressionar os governos
para a resolução dos grandes problemas da humanidade.
E esses problemas são de natureza econômica,
sociais, religiosos, raciais e ambientais, além das minorias. Sem sombra de
dúvidas representam 99% da população e tem uma representatividade bem maior que
os da Rio + 20. Esperar que o sentido de liberdade e mais democracia sejam temas
discutidos e implementados no mundo inteiro onde o respeito as individualidades
e a busca da resolução dos problemas no conjunto estejam na pauta todos os
dias.
Quanto ao Brasil vale ressaltar a grande
participação na Cúpula dos Povos dos quilombolas, religiosos(de todas as
matizes), estudantes, pequenos agricultores, mulheres na busca de um país de
mais liberdade e mais participação da sociedade nas decisões
governamentais.
Portanto, acredito que a discussão e
participação de cada um de nós pode e deve modificar esse quadro e vislumbrar um
outro mundo em que a democracia se radicalize e possamos viver num mundo de
equilíbrio realmente entre a produção e o respeito a ecologia. Esse, acredito, é
o norte que a humanidade deve seguir.
Kaika, convida!
Prepare-se para viver um verdadeiro clima de festa junina. O TERRAÇUS é uma chácara, portanto tem todo um ar de São João. E assim será essa festa que promete marcar mais uma no calendário da Sertão Pop Produções. Venha viver e reviver esse momento maravilhoso do São João. Venha vestido à caráter, assim a festa fica mais colorida e bonita.
SÃO JOÃO DA SAUDADE - Festa na Casa Grande
sexta, 22 de Junho às 22:00 em TERRAÇUS - Bar e Petiscaria
ETERNO REI DO BAIÃO - Marcos Barreto de Melo

Luiz Gonzaga é a imagem do retirante nordestino, que foge da terra seca e
exaurida pelo sol causticante da caatinga, deixando para sempre o seu tão pobre
e querido torrão natal. Do retirante que vende tudo o que tem, que joga a
família em um pau-de-arara e parte rumo ao Sul na busca ilusória de melhores
dias. Luiz é o sertanejo que planta, replanta e não perde as esperanças de um
bom Inverno. É o nortista forte e valente, mas que, chegada a hora de partir,
esquece a sua rudeza nativa e se deixa levar pela emoção. É o caboclo que
chora, quando se sente condenado a deixar o seu pedaço de chão.
Luiz Gonzaga é o vaqueiro das caatingas do Nordeste, de chapéu de couro,
gibão e perneiras, destemido e forte como uma aroeira, que anda no coice da
boiada e corre no carrasco, no marmeleiro fechado ou entre espinhos de
mandacaru no encalço de uma rês desgarrada. É o vaqueiro que laça, derruba e
domina uma rês enfezada. É o vaqueiro afamado e bom de campo que arranca
aplausos da multidão nas festas de vaquejada quando, ligeiro como um corisco,
derruba o boi mandingueiro e cobre a pista de poeira. Que acorda antes do sol e
sai para o campo ainda de madrugada, que almoça farinha com rapadura, que bebe
da água represada nas lagoas e que toma cachaça no chocalho. Luiz Gonzaga é o
vaqueiro que, no cansaço da luta, descansa à sombra de uma barriguda e que, no
fim do dia, junta o gado, sacode o pó do marmeleiro e vai para junto do seu
bem.
Luiz Gonzaga é o caboclo da roça, homem simples e trabalhador, que
acredita no canto agourento da acauã chamando a seca, no canto triste do
vim-vim e na profecia do pássaro carão, que quando solta o seu canto é sinal de
muita chuva no sertão. É o caboclo esquecido, de mãos grossas e calejadas e que
traz o rosto marcado pela vida árdua do campo. É o roceiro que faz experiências
com as pedras de sal, que espera ansioso pela barra do sol no dia de Natal e
que só se convence da seca quando vê passar sem chover o dia de São José, o
santo de sua devoção.
Luiz Gonzaga é o sertanejo de fé, que reza por uma chuva e pede a Deus
pra não ter seca, que faz promessa ao Padim Ciço pra se curar de uma doença e
que vai para as missões pedir uma bênção a frei Damião. É o caboclo que nasceu
na caatinga e que dali não quer sair, porque para ele não existe lugar melhor.
É ali que está enterrado o seu umbigo e é neste mesmo chão que ele quer morrer.
Ser enterrado à sombra de um velho umbuzeiro, vestido de vaqueiro e com uma
cruz de madeira amarrada com cipó, no meio da caatinga onde tanto aboiou e
onde, infelizmente, o seu grito de aboio ficará para sempre esquecido.
Luiz Gonzaga é o morador de pé-de-serra, que trabalha de sol a sol
durante toda a semana, mas que não abre mão de um samba de latada com o chão de
barro batido e a luz mortiça do candeeiro, onde triângulo, zabumba e uma
sanfona de oito baixos comandam a alegria. Um forrozinho onde a cabroeira
brinca, dança e se diverte, enquanto a poeira sobe e o tocador, animado, vai
castigando a sua concertina.
É o caboclo reimoso, esperto, brincalhão e prosista, com muitas estórias
engraçadas para nos contar, com aquela maneira que lhe é particular.
Luiz Gonzaga é o caminho que nos traz de volta aos pés-de-serra do sertão
nordestino através de xotes, baiões e toadas que tão bem retratam a nossa
terra. Luiz é a energia que mantém viva em cada retirante a lembrança do seu
longínquo sertão e a esperança derradeira de um dia ainda voltar para ele.
Luiz Gonzaga é tudo aquilo que emana do sertão. É a expressão de uma
terra pobre e sofrida, ora seca e triste, ora verde e alegre. De uma terra
esquecida e castigada, mas infinitamente bonita pela pureza de sua gente.
Luiz Gonzaga é a Asa Branca que volta correndo para o sertão quando ouve
o ronco das primeiras trovoadas; é o cheiro gostoso da terra molhada; é o
juazeiro com o seu eterno verde esperança; a peitica que, na copa do umbuzeiro,
canta alegre com a chegada do inverno; é o riacho que corre vorazmente,
arrastando árvores com as águas da primeira chuva; é o açude que sangra após
anos de seca; é um fole velho gemendo numa palhoça, alegrando o São João na
roça; é a rama verde da gitirana que, quando nasce, faz renascer o sertão.
Luiz Gonzaga é o filho de Januário que nasceu em Exu, em pleno sertão
pernambucano, nas terras dos Alencar, e que aprendeu com o pai a puxada da
sanfona. Luiz é aquele moleque que fugiu de casa em 1930, para tornar-se, um
dia, o grande e insuperável Rei do Baião. Luiz Gonzaga é o sanfoneiro do Riacho
da Brígida, de rosto redondo e riso largo, que deixou o sertão do Araripe para
ser o dono de um reinado que não tem fim, posto que, o seu canto é eterno.
Voa, passarinho, voa !!! - José Nilton Mariano Saraiva
Mesmo sabendo que a montanha de reais que o remunera (15 milhões) é dinheiro sujo, fruto da contravenção e da atuação desassombrada de uma quadrilha da mais alta periculosidade, Márcio Thomaz Bastos (ex Ministro da Justiça do Governo Federal) alegando já ter cumprido a quarentena exigida e, portanto, habilitado pra atuar profissionalmente (como advogado), não tá nem aí pra quem dele exige um mínimo de escrúpulo ou coerência (lembremo-nos que lá atrás ele houvera dado um parecer contundente contra o atual cliente): assim, primeiro conseguiu com que o Juiz Federal Tourinho Neto, membro do Tribunal Regional Federal da 1ª Zona, (teria “rachado” a grana com o próprio ???) em tempo recorde transferisse (sem qualquer justificativa convincente) seu cliente, Carlos Cachoeira, da prisão de segurança máxima de Mossoró-RN para o presídio da Papuda, em Brasília-DF. Agora, pouco mais de três meses da detenção, com uma agilidade não muito usual em casos da espécie, o mesmo Tourinho Neto, em decisão individual, houve por bem conceder um habeas corpus determinando que o marginal fosse posto em liberdade imediatamente (por inacreditável que pareça). O incrível argumento usado é que, como o esquema criminoso que o “coitadinho” do Cachoeira chefiava foi desfeito com a sua prisão e as casas de jogos de azar fechadas “...não há mais a potencialidade, dita no decreto da prisão preventiva, que traga perturbação à ordem pública” (quanta cretinice). Ou seja, toda a “sujeirada” que tomamos conhecimento através das gravações legais autorizadas pela Justiça, onde o senhor Carlos Cachoeira casa e batiza, faz e desfaz, manda e desmanda (e contemplando os três poderes da República), chegando a sugerir inclusive uma possível derrubada do Presidenta da República, tudo isso não vale nada, tudo isso se desmorona, tudo isso cai por terra, em razão do uso de um simples artifício, uma brecha jurídica providencialmente deixada no texto legal para casos da espécie: o ato inicial do processo teria sido proferido por um Juiz não habilitado pra tal. De outra parte, como os demais envolvidos (bem remunerados executivos da quadrilha) se escudam na própria Constituição Federal pra não abrirem o bico e como os Governadores envolvidos e convocados a depor não fazem a menor cerimônia em “gozar” com a cara dos integrantes da CPMI (o de Goiás não conseguiu explicar sobre a transação e compra de uma mansão, enquanto que o de Brasília simplesmente alegou não ser “corretor” pra saber o preço de imóvel que comprara subfaturado), a tendência é que o senhor Carlos Cachoeira, livre como um pássaro se sinta estimulado a passar umas férias longe do país, comandando sua quadrilha via celular de última geração, sem que ninguém lhe aporrinhe.
Voa, passarinho, voa !!! Desmoralize de uma vez por todas esse nosso corrupto Poder Judiciário.
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