por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 18 de julho de 2012

José Augusto Maropo- Grande músico - Ilustre visitante!






Jose Augusto Maropo
Professor, Médico, Músico!
Estudou na instituição de ensino Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Mora em João Pessoa.
De Nova Olinda, Ceara Brasil!
Quanta gente boa ainda desconhecemos... Quanta coisa ruim, em termos musicais, nos são impostas pela mídia.
Quem explica?


Luar de julho !

Hugo Linard(acordeon), Maropo(EX Ases do Rítmo) na flauta transversal, bandolin e sax, o seu amigo de João Pessoa no vilão 7 e um outro grande músico de cavaquinho, de João Pessoa passando pelo Crato. 

Eles fizeram a festa  lembrando a brasilidade do "Chorinho".
Noite acontecida com muita boa sorte!
Presenças musicais (Peixoto, Abidoral...),artistas, amigos, iluminados pela noite cratense, e unidos pelo amor à Música!



...
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência, não pensar...

Fernando Pessoa

Pérola da MPB



Não há vagas

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

( Ferreira Gullar )

Folha de um diário- socorro moreira


Tenho escrito cada vez menos. A obra tem coerência com a vida? Quisera criar personagens isentas das minhas impressões sensoriais e espirituais. Mas quem escreve sem mentir é apenas um memoralista. Minha tentativa poética é a minha verdade interior. Tenho pudor de mexer nos sentimentos que apenas avalio no peito do outro. Quem seria o outro? Qualquer pessoa que admiro ou repudio. Estou na faze das transições... Entre o que fui e tudo que desejo ser e ainda me custa sê-lo. Um ser em evolução vive estas crises, em todos os sentidos.
Hoje meu menino confessou-me: to com tantos pensamentos ruins... Tristes, mórbidos, descoloridos... E eu respondi-lhe: só penso o que quero.Só desejo o luminoso.Quando uma notícia triste me surpreende ( e isso acontece sempre), inverto a energia e nem culpo a vida...Culpo a forma de entender a própria vida. Fico uns dias de molho, sem vontade de olhar as estrelas, depois pinto as unhas de vermelho e faço a sangria da minha própria alma para que a vida insista em ser viva. A morte é a perda do sangue nas veias, num rebuliço constante. Quando ela circula harmoniosamente o bem estar é a recompensa.
Escuto de longe Ferreira Goulart falando na TV. Adoro as suas falas. Ele me parece àquela pessoa que tudo já descobriu, mas continua insaciavelmente questionador.
Quero aprender a escrever sem me envolver. Quero ainda fazer poesias líricas acreditando no amor real, platônico, e até aquele inventado, que a gente espera materializar um dia.
Sinto falta dos poetas e escritores que movem minha gira poética, mesmo que seja uma ciranda triste.
Voltem meu povo!
Poesia é vida!

Essa é demais!






Não Tem Tradução
Noel Rosa

O cinema falado é o grande culpado da transformação
Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez
Lá no morro, seu eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote
Na gafieira dançar o Fox-Trote
Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone..

CONVERSA DE BOTEQUIM!



Já estamos nos articulando para o show de Abidoral Jamacaru que homenageará Noel Rosa.

Dia 16 de agosto será apresentado no SESC CRATO ( um sempre grande parceiro!), e dia 18 de agosto no Terraçus (espaço maravilhoso comandado pelo mago das produções culturais: Kaika!)

Logo, logo vocês já poderão comprar ou reservar ingressos. A renda beneficiará os músicos participantes, e o tratamento ótico do nosso amigo e grande artista Abidoral Jamacaru.

O espetáculo trará de volta os clássicos de um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos.

Não percam!

CONVERSA DR BOTEQUIM!




Sonhos coloridos


Ontem chegou um pacote junto com o meu sono. Estava numa cidade de artistas e um mutirão organizava a casa de alguns. Lembro com nitidez as casas de Abidoral Jamacaru e João do Crato. Qualquer criança se deliciaria com os brinquedos em madeira, tecidos estampados e guloseimas nas prateleiras. Não sei onde meu subconsciente foi buscar tanta informação, detalhes...
A nossa cidade bem que podia ter um bairro de artistas com feira de artesanatos, palco, cafés.
Os convivas exigem tabaco, bebidas alcoólicas, mas elas nem deveriam existir. A arte tem o seu próprio êxtase!
Eu queria um mundo zen. A paz comporta o vazio que instiga o processo criativo. Vamos tomar chá e beliscar biscoitinhos integrais. Vamos cultuar um lugar sagrado onde a arte seja consumida, expandida, valorizada. Eu queria aquele sonho num pedaço de terra do Crato.