Eu sempre adorei férias em cidades de interior, menores do que o Crato. Oscilava entre Mauriti e Várzea-Alegre. A última marcou mais, pelos amores lindos, lá vividos. Não foram tantos (exagerei), mas foram significativos. Um é pouco... Dois é ótimo!
Amores que o tempo aprontou reencontros, e se definiram, sem a mágoa do esquecimento... Muito pelo contrário, confirmou-se na escolha adolescente, o sabor da maturidade.
Naquele ano de 63, o destino foi Recife. Cidade já velha conhecida, uma vez que fora residência dos meus pais.
Nos domingos o programa era ir á praia de Boa Viagem. Catar conchinhas, e mergulhar com medo, nas ondas mais altas. Elas me arrastavam, e o desafio era sobreviver, e voltar pra segurança das areias. Passávamos duas noites com pasta d’água, depois nos “descapelávamos”, mas valia à pena. Durante a semana um cineminha entre O São Luiz, Moderno, Trianon, Polyteama, e até em alguns de bairro. Na Manoel Borba tinha um deles( o Cine Boa Vista).
Na Manoel Borba tinha uma jornalista, amiga da casa dos meus tios, cuja entrada cotidiana, animava o ambiente. Meu Tio Luiz adorava suas conversas e sua alegria. Em poucos dias, tornei-me próxima, e comecei a freqüentar a casa da vizinha. Era tudo de bom! Depois de subir as escadinhas, instalava-me na varanda, e começava a consumir tudo de bom que a aquela casa oferecia: revistas, livros, música, lanche, e o melhor: o papo de Rosa Maria, a voz e o violão.
Os episódios da sua vida... Viagem de navio para a Itália (ida e volta); a vida, na cidade eterna, pontos turísticos, e os amores lá vividos (pelo menos um).
Mostrava-me fotos, antes da cirurgia no nariz, e alertava-me: “Não faça plástica no rosto. A gente melhora o nariz, e piora a boca”. Mas Rosa tinha um rosto muito belo e expressivo.
Foi Rosa, que me fez desejar um beijo na boca... E aconteceu, depois daquelas férias. A danada tinha razão: eita, coisa boa!
Esses encontros repetiram-se, nas férias seguintes. Presenteou-me com o seu livro de poesias que li até decorar. E aí, a vida nos desagregou. Perdi o destino dos romances da Rosa.
- Eu já vivia os meus!
Depois de mais de 40 anos, a gente se reencontra na net. Podem entender a alegria? Pois foi!
Um abraço, Rosa Maria, a moça amiga, que me apresentou à vida com poesia!
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