Quebrando as limitações da vida social dos anos 60, principalmente para quem não tinha ainda 15 anos (e só queria ser adulto), o Crato teve a sua fase áurea, no Futsal, entre os anos 64 e 68.
O dia da inauguração da Quadra Bicentenário foi marcado como um evento espetacular.
As famílias já haviam adquirido suas cadeiras cativas, e os times já se achavam organizados (Votoran, AABB, Tênis e Wolks). Em pouco tempo virou mania geral. Velhos e meninos viciados, torcendo pelo seu time de predileção. Meu pai não perdia um jogo, e não se incomodava de levar-nos (eu e as minhas irmãs) à tiracolo. Lotava. Os melhores dias configuravam-se, nas quartas e aos sábados.
Aos domingos tínhamos a Praça Siqueira Campos; na segunda um cineminha, no Moderno. E assim encontrávamos quem queríamos, em muitas oportunidades.
Lembro quando o América do Rio veio jogar no Crato. Foram três dias de jogos com o campeão brasileiro de futebol de salão. Não estou lembrada dos placares de resultados, mas sei que acabamos todos muito roucos de tanto gritar e torcer.
Quando os meninos que faziam os times começaram a viajar para estudar fora, ocorreu o esvaziamento e extinção do nosso entretenimento esportivo.
Nunca os colégios tiveram tantos times de vôlei, futebol e basquete. Nunca gostamos tanto de esportes.
O movimento na quadra foi retomado, na década de 70 com os acontecimentos dos festivais de música. Tempo em que eu já estava ausente das brincadeiras.
* Estive uma noite , na Expo Crato, e uma figura conhecida abordou-me para entregar essa imagem da inauguração da Quadra Bicentenário. Falou-me: olha, acho que é do teu interesse porque vejo teu pai, tua mãe e você. A qualidade é péssima , mas dá pra identificar várias figuras da época.
-Convoco a memória de vocês para recompor em detalhes esse nosso tempo.
( Impressionante como não existem registros oficiais. Pelo menos não os encontrei).
Nenhum comentário:
Postar um comentário