por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Nocodemos




“Descobri na viola um veículo para expressar meu sentimento de brasilidade”. Assim João Nicodemos, artista da culturalmente efervescente região do Cariri cearense, sintetiza sua musicalidade expressa por meio de uma forma peculiar de tocar a viola. Multiinstrumentista e professor, Nicodemos toca e ensina violão, cavaquinho, flauta doce, flauta transversa, rabeca, viola de dez cordas, guitarra, contrabaixo e saxofone. Como compositor, está preparando seu CD “Viola e violeiro”. Gosta de viajar Brasil afora difundindo a cultura popular, com destaque para sua “viola inxirida”, uma viola com afinação goiano-mineira, cuja execução mescla técnicas de violão e viola, resultando numa sonoridade diferenciada.

Conheci Nicodemos nos idos do ano 80. Trabalhávamos no Banco do Brasil em Uberlândia - MG, no setor de informática, como gravadores. Tínhamos a cada uma hora, um intervalo de folga de 15 minutos. Corríamos um para o outro pra falar de música : violão e cavaquinho. Mas naquela época ele estava cursando a Faculdade de Música e exercitando dois grandes instrumentos : flauta doce e violino.

Éramos bancários com a sensibilidade à flor da pele. Tínhamos alma de artista , mas na logística gravávamos balancetes.

De Uberlândia voltei uns tempos para o Ceará , e Nicodemos pegou o rumo de Petrópolis - RJ. Nas férias ele sempre chegava, ao local aonde eu estivesse. Viramos irmãos.

Ele fazendo mímicas, poemas, teatro, fotografia, dança,e tocando um instrumento.

Em 1995 deixamos de ser bancários. Voltei pro seio da Matemática , e o Nicodemos assumiu sua missão de músico , artista.

Contribuiu significativamente com a cultura da nossa Cidade , quando morou no Crato por quase uma década.

Aqui fez e concluiu o seu curso de Educação Física, tornou-se professor de Ioga, e de música.

Agora está pelas praias da Paraiba ...João Pessoa foi quem ganhou !

Mas um elo de amizade e profundo amor ainda liga Nicodemos à Chapada do Araripe. Existem por aqui as águas da nascente , uma ruma de amigos, e o cheiro do pequi.

Esse paulista de Tupã, com raízes em Brejo Santo sempre será nosso irmão.

Fiquei muito feliz com a sua adesão à nossa lista de colaboradores.

Quero do moço , o cordel; o poema e a crítica; os acordes do seu pinho , e o resto dos instrumentos. Quero sobretudo a sua amizade, pois no meu peito é vivente !

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Meus filhos , quando pequenos , decoravam os poemas do Nicodemos :

" à toa , à toa
meu coração desabotoa ".

Não negocio
Nem ócio, nem cio ".

Ainda hoje são fãs incondiconais do Nico.
Caio tem gravada nos dedos, a sua caricatura; André e Victor o respeitam como um artista completo ...E eu também !

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