Existe sempre num quadro-negro
uma estudante que nunca cresceu
Ainda adormece nos livros
e carrega cadernos
nos braços dos sonhos
De farda azul
ainda sonha,
quando apaga a luz...
Fazendo castelos
ou fiando cachos!
Farda para mim tinha cheiro de prisão( a verde, principalmente ).
A farda colegial dava-nos o gosto do anonimato com responsabilidade.
Vesti poucas. Fiquei muitos anos , naquela de saia azul , blusa branca, com botões na gola- Igualzinha a esta que Edilma Rocha um dia também usou.
Não tínhamos contas para pagar, mas éramos preocupados com elas ; não tínhamos filhos para criar, mas éramos criados por pais e mestres.
Só fazíamos estudar , brincar e sonhar, mesmo que fosse à luz de velas.
-Claro que sou do tempo de queimar pestanas e cabelos, quando não existia no Crato , a luz de Paulo Afonso...
Depois de concluir o curso colegial nunca mais senti-me estudante. Tornei-me uma adulta cheia de lembranças.Sofro o remorso do parco aproveitamento, quando as oportunidades foram tantas !
Hoje aposentada , volto ao banco da aprendizagem com novos e amigos mestres : vocês !.
Abraço especial aos meus colegas, mestres e contemporâneos do Colégio São João Bosco ,Externato 5 de Julho, Instituto São Vicente Férrer , Colégio Diocesano e Colégio Estadual do Crato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário