A festa acabou
o bolo sobrou
chuva de formigas
de um céu invisível
fertilizam o doce
que no sangue existe
incansáveis , dançam
nem a morte temem
mas estragam a folha,
que protege a flor,
bebem compulsivas
todo seu olor!
magistradas
por um dom divino
adivinham o mel
que na pele fica
ou se clorofilam,
numa fila infinda!
Piedosas,
ardentes,
ciganas...
num passinho curto
bailam pela vida!
Pirilampos
.
Lua nova , noite escura
Estrelas do solo , piscam pro destino
Beiram nas estradas , que nunca terminam
Brincam no asfalto sem pensar na sina
Desconhecem o sol - dele fragmentos
Desconhecem cores , mas respiram verde
Azul petróleo , mata e céu...
É por lá que morrem!
Caçando luzes
eu me perco sempre
Sempre me dispersa
este vôo ausente.
Pouso breve,
como um beijo tímido .
Pouso leve
com a alma voa!
.
Socorro Moreira
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