por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A flor que não morreu

Chego na toca , abro a porta

Acendo todas as luzes

Espanto o medo da rua

Acolho o medo da alma

Com a morte não discuto

Ainda quero um tempo

Uma era

Uma verba

Um verbo desencarnado
Pode ser azul , ou lilás

Da cor dos teus olhos molhados !


Um nadar constante

na emoção que não termina

É madrugada dos galos e uivos

Das catitas que disputam

farelos de comida

É noite de paz

Mesmo que toda surpresa do mundo ,

espreite a nossa vida !


A flor que não morreu

Eu pinto com o pensamento

desboto com o esquecimento

mancho com beijos

retoco o desejo

sopro a poeira dos medos

risco recados no espelho

e brilho no sol das manhãs .

Esta noite , uma surpresa

o riso da vida , na cor do batom !

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