Chego na toca , abro a porta
Acendo todas as luzes
Espanto o medo da rua
Acolho o medo da alma
Com a morte não discuto
Ainda quero um tempo
Uma era
Uma verba
Um verbo desencarnado
Pode ser azul , ou lilás
Da cor dos teus olhos molhados !
Um nadar constante
na emoção que não termina
É madrugada dos galos e uivos
Das catitas que disputam
farelos de comida
É noite de paz
Mesmo que toda surpresa do mundo ,
espreite a nossa vida !
A flor que não morreu
Eu pinto com o pensamento
desboto com o esquecimento
mancho com beijos
retoco o desejo
sopro a poeira dos medos
risco recados no espelho
e brilho no sol das manhãs .
Esta noite , uma surpresa
o riso da vida , na cor do batom !
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