Lembro do material escolar, cujo encanto ofuscou todos os meus brinquedos. A partir de então apenas livros faziam a minha cabeça. Deixei de gostar de bonecas, justamente nesse dia. Uma pena, porque fiquei velha antes do tempo.
Lembro do primeiro dia de aula do meu filho mais velho. Era tão pequeno, e me pareceu um homenzinho. A vida começava naquele dia, quando o dia começara mais cedo.
A Escola sempre foi para mim um sanctum sagrado. Lugar de abastecimento para o futuro. E, nos estudos, fui faminta, voraz, como a fome de um diabético.
Passei essa carga de carência para os meus filhos.
Minha mãe brigava comigo para que eu encostasse os livros por momentos; que eu lesse de menos, nos dias de férias. Achava péssimo, quando o ano escolar terminava. Não sabia brincar, não sabia o que fazer da vida, sem aquela obrigação diária. Depois fui ficando cansada...!
Meu filho do meio é um nerd. Sua maior compulsão é estudar, estudar, estudar. Esse também não aprendeu a brincar.
Pais, oportunizem a infância dos seus filhos.Deixe-os brincar na terra !.
Sinto saudades do tempo mal aproveitado, nas brincadeiras de roda. Eu só queria mesmo era ouvir histórias !
Se o tempo voltasse, eu teria um bicho de estimação , e cataria borboletas e florzinhas pelos caminhos.
Não viveria os contos de fada com a emoção centrada, nos finais felizes.
A vida exige praticidade. Graças aos números , sai das viagens da Carochinha, e pisei no palco da realidade, onde a palavra de ordem é sobrevivência !
Mas, ser estudante é um dom da alma. Somos eternos aprendizes. O mestre é quem está por perto... Seja um sábio ou um menino !
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