por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 2 de janeiro de 2011

Vida itinerante d euma bancária : Fortaleza!



Agosto de 1977

Fortaleza do alto me pareceu pequena. Procurei sua personalidade física, e não identifiquei..Estava apaixonada por Recife!
Ag. Centro Fortaleza, na Pça do Carmo. Um novo tempo de vida, novos amigos!
O cearense é receptivo. Senti a alegria de voltar pra casa!
Praia de Iracema, e seus recantos boêmios: Bar de Tia Rosa, Nick Bar, ou ainda, onde Zivaldo Maia tocava. No Estoril, reunia-se uma tribo política, figuras estereotipadas, alguns da esquerda festiva, mas o papo era agradável..Tinha gente que fazia a diferença, e bebíamos consciência política, democratização, e cidadania.
Tempo em que passei finais de semana numa Canoa Quebrada à luz de lampiões, dormindo na casa dos pescadores, comendo peixe com farinha , e café com tapioca. Dançávamos na noite, ao som de uma vitrolinha, com um disco arranhado de forró. Mas os nativos sabiam dançar, e a gente pegava um embalo festivo.
Trabalhava no Câmbio ( setor considerado de elite), mas depois fui transferida para um setor de estiva. Meus filhos exigiam minha assistência, e eu não dispunha de tempo para prorrogação de expediente.
Frui alocada, no SEDIV (setor de serviços gerais), como provação ou castigo.
Enquanto expurgava documentos, ou fazia ordem no arquivo morto, cantava todas as canções que eu sabia. Trabalhava ludicamente, e as noites me esperavam com as suas rodas de viola.
Saudades do "Santiago Drinks" ! Saudades da voz de Otávio Santiago que, acompanhado de Zivaldo ,cantava “A mulher que ficou na taça”, " Dama de vermelho", "Foi Ela ..."
Um dia, acordei querendo uma mudança de vida. Já tinha completado minha faculdade de boemia. Cristiano Câmera, a quem visitava com freqüência, já tinha me contadas mil histórias sobre a música clássica, a música popular brasileira, e o cinema antigo. Foi um professor e tanto!
Antes de pedir nova transferência, vivi a experiência de uma adição no Amazonas. Depois, pedi remoção para o Cesec de Juazeiro do Norte, querendo ficar de novo perto da família, e melhor conduzir a vida dos meus filhos.
E, mais uma vez, com o coração machucado de saudades, segui a estrada do destino. Deixei o mar para trás.
Lábrea (AM) e Cesec Juazeiro do Norte, merecem capítulos à parte.

P.S. Dessa passagem por Fortaleza grandes amizades se firmaram :
Abraços em Maria de Jesus Andrade, Celeste, Dona Raimunda, Dorvina, Condé, Wilson Garcia, Luiz Ailton, Zivaldo e Maria do Carmo, Sérgio Rodrigues, Cecília, Luciano Lira, e tantas outras pessoas queridas

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