por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 2 de janeiro de 2011

Chuva de verão



Noite de chuva. Crato suando, e respingando nas folhas do caju. Bendito fruto, bendita chuva. As mangueiras também agradecem. Receberam seiva, copularam a terra.
Saímos por aí, atrás de uma sopinha quente com torradas. A de casa é destemperada em certas horas, onde os ares vencem a disputa. Tudo em riba. Tudo na pauta das concretizações , prontos para os imprevistos sejam abacaxis ou sapotis.
Pensei nas chuvas de verão. A canção de Fernando Lobo anuncia um desfecho feliz.
Prospecta o novo amor, e fecha com chave de ouro um amor do passado; "podemos ser amigos, simplesmente..."
Que nada !
As coisas do amor ...Quão difíceis tornarem-se eternas ardências.. Mas o amor é um mar e um céu aberto, serenados pelo azul turquesa. A melhor parte da nossa alegria é descobrir o amor pulando no nosso coração, e suavizando os nódulos mal concebidos.
Proclamar o amor é deixá-lo livre dentre de nós. Como planta regada , protegida nas raiizes, enfeitando a nossa casa.
Tem cheiro bom nesta noite molhada.. Tem lua cheia brilhante , gorda de poesia, e oferecendo -nos uma das suas fatias.
Um raio, basta !
Ele chega em teu olhar, passeia no teu pensamento, e volta num recado.
Esse correio anonimado é a experiência mais nova dessa nossa velha vida.

Sinto um tilintar de alegria. Cansou-me a desesperança.Ela também ficou enjoada de mim. Vai parir outros sonhos... Sua feminilidade permite !

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