por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mudez




Mudez
Pensamentos no sereno do tempo
Correm na orla
mergulham nas espumas
No verde escostado no azul
minha alma sonha.
Vejo você ao longe
O barulho dos teus sonhos
silencia os meus gritos
E essa tristeza indesejada
Caçoa da alegria escorregada
que saiu em disparada
quando viu que me esquecias.
.

Buscando o vazio
Incompreendo a clara realidade
Coração apertado
corpo incomodado
O amor desapartado
escondido nas estrelas que não brilham
Noite dos escuros
do sono que não quer brincar

Estranha, estranho
Porto de tumultos
imaginários cantos
Fecho a porta de mim
e escondo a chave
por um momento
não desejo abrir-me
Quero a quietude do antigo vazio
quando o amor não chegou,
nem partiu.
.

É tarde...
Não penetrei na tua essência
Placas proibitivas me intimidaram.
Não vá além...
Aqui já passou outro alguém.
E nos estilhaços do teu coração
me sinto ferida ,
na inteireza de um abraço.
Ostra , não mostra
esconde nuances verdes do engano
Recorto da paisagem
um vestido de esperanças
cheguei tarde, bem sei ...
Mas a fila anda !
.

Enfim...
Fecha-se a cortina
No palco , enfim ...
eu e você entrelaçados.
A cor dos nossos olhos misturados
Minha boca sem batom
vermelha de beijos molhados
Na ponta do teu nariz
leio uma simples verdade ...
É madrugada
A noite engole o meu cio
Adormecida no choro ameninado
sonho com o gozo , que sacia.
.

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