Um voo pelo Crato antigo. Aterrizagem na rua mais " formosa " da cidade. Pelas mangueiras dos Silvestres, pisando nas folhas secas, eu chego.
Casa de Seu Jefferson Albuquerque e Dona Letícia Figueirêdo... Sons de piano... - É Diana , a filha mais velha. Eleonora, Ângela, Júnior, Cristina, Ronald...Cada um com sua sina.Simpaticamente lembrados !
Indústria de massas do Seu Gessi.Pedaço do Crato , bem alimentado.
Bodega de Raimundo Silvestre. Cheiro de fumo, aguardente ,e rapadura.
Família amiga , aparentada... Nazaré e seu doce de manga... um manjar !
Mercado das frutas , carnes e verduras. Valdemir Correia e Sônia ( quando começaram) ,Cantina do Oliveira, Mercearia de Zé Honor e a de Chico Beija-Flor; nosso querido Seu Pierre, Casa dos Parafusos, Farmácia Teodorico, Padaria de Seu Acássio, casa de Joaquim Patrício, Bar Ideal...Com e sem Isabel Virgínia. Zé Cangalha, Seu Pedro Felício e Dona Ailsa, Dona Marilê e Nailê Felício, Dona Zélia e Seu Almir.Dona Madalena ou tia Madalena , como a conhecia: Tia Ivone e tio Joãozinho. Seu Cisino Brito, Dona Evangelina, Dão João . e a cara do MODERNO, no meio do quarteirão , que é o seu limite.
As esperas, nas calçadas.Os cheiros de café e outras especiarias. Naquele pedaço tudo se fazia :política, feira ( gergelim , amendoim , goma, e miúdezas), culinária, educação e pão.
Panos e retalhos finos , nas mãos de duas grandes damas : Ivone Moreira e Evangelina.
Tia Ivone tinha um excelente corte.Fazia dinheiro na máquina de costura para tornar mais confortável e elegante, a vida da família. Tinha sete filhos. : Maryane , Aderbal(levava-nos aos domingos para assistir os programas de auditório , na Rádio Educadora .Com ele ouvíamos o melhor da música estrangeira : Doris Day, Connie France, Yves Montand, Pat Boone... e as brasileiras também , principalmente , Luiz Gonzaga. Estava sempre consertando um rádio ou uma radiola... e haja discos de cera ou vinil). Teresa ( a rainha do Madre Ana Couto); Gracinha- "Aqueles olhos verdes "; Antonio Aragão ( gênio no humor, inteligência e saudável esperteza ) . Ivone Maria , a menina do vestido azul ou branco; Fátima , uma boneca - a caçulinha !
Tia Ivone gostava dos linhos bordados, dos cristais, das porcelanas , dos perfumes da Myrurgia, sabão da Costa, Água Inglesa, cerveja preta, e de tocar violão.
Personalidade forte, altiva, guerreira.Educou bem sua prole. Comemorava todas as datas festivas com muito apuro e brilho.Morreu lúcida e sábia aos 93 anos.
Dona Evangelina era da Alta Costura. Gente da minhas posses com ela não costurava. Mas podíamos nos dar ao luxo de sentir sua tesoura, nos nossos cachos.Mãos leves.Fazia um trabalho delicado e demorado.Conversava, conversava... E seu cachorro do lado- uma criança mimada e bem zelada ! Tempos depois deixou a vida de solteira e casou-se com o primeiro amor que voltara...Amor de contos de fadas ...Não sei quanto tempo durou , nem quero saber. Gosto de acreditar , na eternidade
Mas, a Rua Santos Dumont era mesmo bem festiva. Animada nas épocas de política, S.João, festa de S.Vicente, Natal , procissões, mês de maio... Vivia da alegria . Todos se envolviam nos seus eventos, inclusive , os imigrantes .Uma única e grande família !
Rua formosa.
Quarteirões curtos.
A Rua de Seu Pedro Felício
Nenhum comentário:
Postar um comentário