por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Medo da chuva


Noite de chuva. Estou longe dos coqueiros e das carnaúbas.Chove no telhado, sinfonia divina. Clarões esclarecendo e iluminando a magia da vida.
Lembro da minha mãe falando das tempestades , na fazenda do Piauí... Dizia-me :
Árvores altas atraem raios. Eu aconchegava-me no seu colo, enredava-me nos lençóis com cheiro de alfazema e xixi. Rezávamos no mental para o nosso Anjo-de-Guarda, enquanto minha avó acendia velas e candeeiros, murmurando o rosário da Conceição, e cobrindo os espelhos com panos de seda.
Perguntava-lhe de forma velada, mas corajosa :
As torres das igrejas teem pára-raios ?
E no mato ? Quem protege o caipira de morrer esturricado ?
Chove no preseente , e o meu medo foi embora.
Só tenho medo das loucuras do coração, mas sei controlá-las.
A paixão é cega , descabela.
Deixa carecas homens e mulheres
O enamoramento é Alfa, Beta, Romeu ...
Eu sei que és vivo, e isso me deixa perto.
Eu sei que és lotado, e isso me deixa calma.
Boto um sorriso bem vestido,pendurado no cabide dos lábios.
Sorriso apaixonado é enrubescido de verdades.

A chuva agora é mansa. Estou terna de noite linda. Estou cheia de amor bem- estar.
Celebro com a natureza, a vida !

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