O BARQUEIRO
Um barco me transporta no rio largo.
A vinha carregada, uvas e vinho,
me espera do outro lado.
Por que temer, em meio ao esquecimento?
As formas se enfileiram sobre as águas,
dão-se as mãos, amorosamente.
Uma luminosidade diáfana envolve-nos.
O mistério é suave, flutua conosco.
As minhas palavras são o trigo e o fermento.
O sol doura o pão e doura a fome.
A língua canta ao ritmo dos remos.
A ALMA LEVE
Prostro-me por terra
na vinha do Senhor.
A uva tinge-me o corpo
e a alma leve.
2 comentários:
Acho que o teu reino poético não é deste mundo.
Imagino o paraíso, quando leio tua poesia.
Linda, leve, profunda, simples !
abraços
nageva leve meu poeta
que as águas desenham os destinos
sem pressa...
mansamente...
navegar é preciso
necessidade e precisão
navega que o relógio pára
o Tempo não.
sempressa
navega navega...
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