desconfigurado:
Praça, cinema,café
Como pode a cidade
envelhecer e morrer
com seu povo?
E o povo não dança, nem canta
Não pula carnaval
Nem faz vestido novo
Reza diferente;música diferente
Desligo o som
Lembro no mental
Melodias que balançavam redes
E embalavam sonhos.
O povo namora
em cadeiras nas calçadas ?
Dançam de rosto colado ?
Recebem flores, bilhetes de amor ?
Fazem pudim (sobremesa domingueira) ?
Descascam a cana, o amendoim,
e as palhas do milho?
Debulham feijão?
Estou diante de um mundo
Que mostra imagens e teclas
Ligo, desligo, me arrepio...
Penso que vim do futuro
e estou no passado
Cadê nosso presente?
-Ele responde amuado:
Tô aqui, nas solitárias !
Mas, existem a poesia e os textos literários que nos mantém a par do mundo, desbravando novos caminhos.
Quem não pode com o pote , toma água mineral.
4 comentários:
Muito bom. Gostei muito.
É por isso que vez em quando debulho feijão, descasco amendoim, torro o amendoim (até queimo os dedos. Baião de dois pra mim tem que ser o tradicional: arroz, feijão e o tempero é queijo de coalho ou ovo estrelado, de preferência no óleo, e não na manteiga. No óleo o ovo fica bem sequinho, bem estraladinho.
Eita já tô viajando...
A culpa é de Socorro e seu poemas.
Bom demais, menina.
xêros
Ah, nossa Pedra Lavrada, nossa Ponta da Serra...O jeito é perseverar na terra!
Beijos, amiga querida.
Certo, Socorro, a terra nos alimenta.
Vivemos no mundo do faz-de-conta,
não tem como fugir, ou você hoje é virtual ou não existe. Existir virtual, bem entendido. A terra nos salva. Lembra-nos da nossa triste e bela humanidade.
Abraços, Socorro. De vez em quando é preciso gritar. As coisas simples - as coisas da terra - são necessárias.
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