por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 5 de abril de 2011

Ares de abril- socorro moreira


Um quarto do ano já guarda
Um cofre de confidências
Possibilidades perdidas
Oportunidade ganha
Gente viajando sempre
Gente, às vezes, voltando.

Faltam as suas salas:
Velas e flores.
Música e odores.

Depois o quintal :
Pimenta e jambo.

Por fim, o jardim:
Rosa e jasmim.


- Pintura do ano, 
caiando enganos!

Insone, insane
Calor e chuva
Rua e casa vazia
Morte e dia.

Linguagens novas
Substituindo o apito trem
E da fábrica
O grito do leiteiro e do verdureiro
Ah, meu Deus, quando deixei de comprar
Uns trocados de alface?

Durmo de madrugada
Tempo caro
Pesado de lembranças
Atolado nas saudades.

Hora de renovação?

Clima de abril:
Páscoa e ressurreição!

A fé no pão
Na falta, não!

O pó do café,
As cinzas do fogão de lenha
A tina e o aguador de fladre
Peças em desuso
Enfeitam lembranças

Só não sinto falta
Do sapato novo
Apertando o passo
Na comprida procissão de Passos.

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