Antiga notação, ainda agora real em mim.
Desejo do espaço vazio, tela na qual possa ter um lampejo de mim mesma,
sem os tantos papéis que devo assumir.
Permitir o olhar, a pele porosa,
sinais e sons,
a calma de reconhecer o próprio sentir.
Sem tumulto, no hiato inexistente das transições.
Sem o interdito, o gesto paralisado.
Habitar a casa da poesia.
Um poeta é apenas alguém a se entreter na música das palavras.
A se entre-tecer.
O verbo ‘meninar’, por exemplo, fragmento de canção,
me nina.
Imagem: Igor Souza. Ver http://www.fotolog.com.br/igorsouza/
por Ana Cecília
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